É preciso entender Gramsci para compreender o PT. Ou: É a cultura, estúpido!
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Gramsci
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Lenin queria uma revolução comunista   pelas armas, para impor a "ditadura do proletário" (na verdade, da elite   em nome do proletário). Mas Gramsci, o fundador do Partido Comunista   Italiano, acreditava que essa tática belicosa não daria certo no   Ocidente. Era preciso comer pelas beiradas, dominar a cultura, destruir a   democracia de dentro dela.
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Muitos repetem hoje a frase do   marqueteiro de Bill Clinton, alegando que "é a economia, estúpido". Mas   será que é mesmo? A economia esse ano simplesmente não cresceu nada, e a   inflação seguiu em alta. Mesmo assim Dilma venceu. Podemos considerar   uma possível fraude e o voto de cabresto, mas mesmo assim ela teve   milhões de votos Brasil afora.
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 Por quê?
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De forma bem resumida: Gramsci. O empresário Gastão Reis Rodrigues Pereira publicou um excelente artigo   hoje no Estadão resumindo o que pregava o ideólogo comunista. Dá uma   boa ideia de como chegamos até aqui. Isso foi abordado em meu livro Esquerda Caviar também, tamanha a importância que dou ao assunto. Segue um trecho:
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Onde as   ditaduras socialistas não vingaram, restou a opção da tomada de baixo   para cima desses veículos. A revolução de Gramsci, o comunista italiano   que arquitetou a estratégia  de poder por meio da própria democracia,   poderia dispensar as armas se fosse bem-sucedida na infiltração em   escolas, universidades, redações, igreja e televisão. Sua revolução   cultural seria mais silenciosa e, portanto, mais perigosa, pois menos   perceptível.
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Vale a pena dedicar alguns parágrafos a esta figura sombria, uma vez que as estratégias traçadas em seus Cadernos do cárcere têm tudo a ver com a postura da esquerda caviar atualmente, e com esse viés da imprensa.
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Nascido na   Itália em 1891, Antônio Gramsci foi um marxista intelectual membro do   Partido Socialista Italiano. Gramsci era um simpatizante da revolução   bolchevique de 1917, e foi um dos fundadores do Partido Comunista   Italiano. Preso pelo regime fascista de Mussolini, começou a escrever   notas na prisão.
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O tema   central de seus escritos consistiria na formulação de uma  estratégia de   tomada do poder, distinta do modelo leninista. Para Gramsci, o "assalto   ao poder" de Lênin não seria o método adequado nos países ocidentais. A   estratégia gramscista de transição para o socialismo contaria com   aspectos mais graduais, infiltrando-se e influindo na cultura, e   alterando-a para permitir a conquista final do poder pelas classes   subalternas. Esta tem sido a receita praticada na América Latina nas   últimas décadas, com resultados claramente positivos do ponto de vista   dos marxistas.
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O general Sérgio Augusto de Avellar Coutinho, já falecido, escreveu o livro A revolução gramscista no ocidente,   que faz um didático resumo da concepção revolucionária de Gramsci.   Nela, o grupo dirigente seria justamente aquele que tem a hegemonia, ou   seja, "que tem capacidade de influir e de orientar a ação política, sem   uso da coerção". 
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O que torna a estratégia gramscista tão perigosa é   exatamente o fato de trabalhar por apodrecer os pilares democráticos de   dentro da própria democracia, subvertendo seus valores e corroendo esses   fundamentos.
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Os   gramscistas falam em "democracia radical" ou "radicalismo democrático"   para se referir a tal modelo. Essa deturpação da ideia de democracia é   útil para a causa socialista, pois permite que se fale em "socialismo   democrático", distanciando-se, no imaginário popular, do regime   ditatorial adotado na União Soviética. Isso garante o respaldo de   legalidade, evitando assim eventuais resistências e reações da   sociedade.
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Na   estratégia gramscista, o papel dos intelectuais orgânicos é crucial. O   novo intelectual não é apenas um orador eloquente, mas um dirigente que   orienta, influencia e conscientiza as massas. O grupo de luta deve   também batalhar pela assimilação e conquista ideológica dos intelectuais   tradicionais. Estes terão participação consciente ou inconsciente,   podendo assumir o papel de intelectual orgânico por convencimento e   adesão, ou por ingenuidade, acomodação ou até capitulação.
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Para   Gramsci, todos os membros do partido, em todos os níveis, são   intelectuais. Devem realizar na sociedade civil uma profunda   transformação política e cultural, "amestrando" as classes burguesas   também, levando-as a aceitar as mudanças intelectuais e morais como   parte de uma natural e moderna evolução. Para tanto, contam com o apoio   dos organismos privados, como sindicatos e organizações   não-governamentais. E da imprensa, claro.
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Portanto, caros leitores, se desejamos   nos livrar de vez do PT e do bolivarianismo – e toda gente decente   deseja isso – será preciso lutar no campo cultural. Sem mudar a   mentalidade das pessoas e sem impedir o avanço dos "intelectuais   orgânicos", essa cambada de doutrinadores que desde a escola já manipula   as frágeis cabeças das crianças, não será possível superar e enterrar   essa seita esquerdista, colocando-a em seu devido lugar, que é o lixo da   história.
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Rodrigo Constantino
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