sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

MINAS NOVAS - A VILA DO FANADO




SERÁ QUE PODEMOS (AINDA) ESPERAR ALGUMA COISA POSITIVA PARA O FUTURO DO MUNICÍPIO DE MINAS NOVAS ?
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Ou será que nossa terra é realmente uma “bananeira que já deu cacho”, “terra do já teve”, “lugar onde Judas perdeu as botas”, “poleiro de fantasmas”, “sítio do Ferrabrás” ou ainda o famigerado “cu do mundo” segundo o entendimento dos progressistas e diligentes moradores de “Pedra Bonita” (PB)?

O município de Minas Novas é um dos mais antigos de Minas Gerais, sendo a 9ª vila surgida ainda no Brasil Colônia, no tempo da rica Capitania das Minas. 


Já no início do século XIX (1811...) era considerada uma cidade de porte médio que se destacava pelo seu comércio ativo, pela boa prestação de serviços profissionais, pela oferta de oportunidades de cultura, educação e lazer, além de ser importante pólo irradiador de prestígio religioso e político. Foi, por esse motivo, que foi até mesmo cogitada para ser a capital da Província do Jequitinhonha, conforme projeto que foi aprovado no Senado Mineiro, o que só não se concretizou por divergências locais em que se envolveram questões religiosas e de vaidades pessoais que haviam em jogo, entre as lideranças locais.


Todos estes fatos haveremos de analisar, mais adiante, pois essa nossa história é muito pouco conhecida e é preciso que nós nos esforcemos para resgatá-la.



EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE MINAS GERAIS-
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Historicamente Minas Gerais se formou pelo aparecimento de povoações que se desenvolveram a partir de acampamentos de bandeirantes que aqui compareciam, aleatoriamente, à procura de ouro, depois de diamante, outras pedras preciosas e outros minerais como o ferro e o cobre e, depois do chamado “ciclo da mineração”, pela expansão agrícola (algodão e fumo) seguida da pecuária.

O Ciclo do Ouro efetivamente termina em 1.730, no ano da fundação oficial de Minas Novas, quando o rico metal praticamente já havia esgotado nas chamadas “lavras velhas”, daí o nome que se escolheu para identificar as “minas novas”, o que é o mesmo que “lavras novas”.

As lavras velhas, que eram as de Mariana, Sabará, Caeté, Santa Luzia, Tiradentes, São João Del Rei e tantas outras que foram ficando para trás, ao longo da chamada “Estrada Real” -- se assim observarmos – haveremos de notar que os garimpeiros (mineradores e bandeirantes) seguiam em direção ao norte – no sentido da Bahia -- acompanhando o leito do Rio Jequitinhonha, a partir de Serro, passando por vários outros pequenos lugarejos onde o ouro era rarefeito, sendo esta a razão de que somente muito mais tarde se transformariam em vilas e depois em cidades como foi o que se deu com as atuais cidades de Grão Mogol, Bocaiúva, Itacambira, Itamarandiba, Turmalina, Araçuaí, Datas, Olhos d’Água, Cristália, Senador Modestino Gonçalves, São Gonçalo do Araçuaí, Capelinha, Chapada do Norte, Berilo, Francisco Badaró, Jequitinhonha, Almenara, Salto da Divisa, Itinga, Salinas, Virgem da Lapa e outras que já existia como povoados e com suas denominações primitivas, mas que não tinham ainda expressão econômica ou importância política.

Verificando ainda o quadro abaixo, veremos que somente em 1.789, portanto 59 anos depois da elevação de Minas Novas, foi que surgiu uma nova vila, em razão do incremento de outras atividades (não mineradoras), ainda no período colonial, chamada de São Bento do Tamanduá (Itapecerica). Logo depois, foi a vez de Queluz (Conselheiro Lafaiete), seguida de Barbacena, em 1.790; em 1.791 as vilas de Campanha e Paracatu, ambas em 1.798, além de Baependi e Jacui, ambas no ano de 1.814.

Veremos, também, que a Vila do Tejuco (hoje Diamantina) já existia como Arraial do Tejuco e era uma “ilha de segredos” – paraíso do contrabando de minérios -- pois ali tudo girava em torno do diamante, rigorosamente controlado pelos Intendentes do Distrito, uma “caquende” completamente fora dos padrões que existia em termos comunitários, onde nada se produzia e tudo o que se consumia -- em abundância e desperdício – vinha trazido pelos tropeiros de todo o imenso Vale do Jequitinhonha, principalmente da região de Minas Novas, cujas lavouras de cereais, algodão e tabaco, além das fazendas de gado, eram o celeiro a alimentar não só o Distrito Diamantino, como de resto a grande parte das Vilas e Povoados que existiam ao longo da Estrada que saia do Fanado e chegava até à Corte, na cidade do Rio de Janeiro.

Nota-se, portanto, que a Vila do Fanado (Minas Novas), a “última Vila Colonial da Província de Minas, durante mais de cem anos (1730 até 1831) foi considerada uma verdadeira potência econômica e centro político. que entrou em processo de decadência no período imediato à Proclamação da Independência do Brasil.


Tais fenômenos históricos precisam ser analisados para que identifiquemos, ponto a ponto, os agentes (ou atores) que possam ter concorrido, em todos os sentidos – sejam positivos ou negativos – para causar a estagnação econômica, cultural e política de todo o Vale do Jequitinhonha, não só da atual cidade de Minas Novas, pois quase que todo o Nordeste de Minas (aqui se incluindo o Sertão de Montes Claros, os vales do Mucuri e São Mateus, além de boa parte do Vale do Rio Doce) convergia para a Vila do Fanado.

Será uma análise bem contundente, sob os aspectos históricos, socioeconômicos, estatísticos e antropológicos, que haveremos de desenvolver à luz da literatura disponível em arquivos públicos, publicações especializadas de diversos autores e de muitos documentos inéditos. 


Primeiramente vamos fazer o seguinte balanço:



TOPONÍMIA DE MINAS GERAIS –
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Estudo histórico da Divisão Territorial Administrativa

Quadro n° 01: Período Colonial –
Sendo que o Ciclo do Ouro fica claro até 1790 (época da derrama e da Inconfidência Mineira), sendo que neste período – de 1730 a 1789 – praticamente o ouro mais significativo estava sendo garimpado na região do Fanado e aí fundido em barras “quintadas” pela Casa de Fundição e Contagem e depois trasladadas, sob escolta armada e via da Estrada Real, para a Real Fazenda de Vila Rica.

Essa parte histórica refere-se ao período em que a mineração do ouro entrou em decadência, forçando o deslocamento dos garimpeiros para outras regiões descobertas, sendo que esta abrupta mudança, na Vila do Fanado causou traumas violentos, deixando para trás vários problemas sociais e obrigando-a a se preparar para um novo período de atividades, agora no segmento da agricultura, com a produção de algodão, cereais e fumo, além do início da atividade pecuária em maior escala, deslocando-se o rumo econômico em direção das novas fronteiras que passariam ser a região do Mucuri/ São Mateus.

Quadro 01 – CICLO DO OURO (FASE COLONIAL)

Ordem de registro ANO DA FUNDAÇÃO
NOME ORIGINAL - NOME ATUAL
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1ª 1.711 Vila do Ribeirão do Carmo - Mariana
2ª 1.711 Vila Rica - Ouro Preto
3ª 1.711 Vila Real de Sabará - Sabará
4ª 1.713 Vila de São João d”El Rey - São João Del Rei
5ª 1.714 Vila da Rainha, hoje Caeté -Caeté
6ª 1.714 Vila do Príncipe- Serro
7ª 1.715 Vila de Nossa Senhora da Piedade de Pitanguy - Pitangui
8ª 1.718 Vila de São José del – Rei - Tiradentes
9ª 1.730 - VILA DE SÃO PEDRO DO FANADO DAS MINAS NOVAS - Minas Novas
10ª 1.789 Vila de São Bento do Tamanduá -
Itapecerica
11ª 1.790 Vila de Queluz- Conselheiro Lafaiete
12ª 1.791 Vila de Barbacena- Barbacena
13ª 1.798 Vila da Campanha da Princesa da Beira - Campanha
14ª 1.798 Vila de Paracatu do Príncipe - Paracatu
15ª 1.814 Baependi- Baependi
16ª 1.814 São Carlos do Jacuih Jacuí

QUADRO 02 – Período Regencial – Que compreende a Independência do Brasil e vai até 1.845
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17ª 1.831 Tijuco - Diamantina
18ª 1.831 Lavras - Lavras
19ª 1.831 Arraial das Formigas- Montes Claros
20ª 1.831 Pouso Alegre Pouso Alegre
21ª 1.831 São Domingos do Araxá - Araxá
22ª 1.831 Curvelo - Curvelo
23ª 1.831 Rio Pardo - Rio Pardo de Minas (primeiro desmembramento do Município de Minas Novas)
24ª 1.831 Rio Pomba- Rio Pomba
25ª 1.831 São Romão- São Romão



QUADRO 03 – Período Imperial – Expansão agropecuária e manufatureira
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26 1.833 Itabira do Mato Dentro- Itabira
27 1.833 Porto do Salgado- Januária
28 1.834 Aiuruoca - Aiuruoca
29 1.836 Uberaba - Uberaba
30 1.838 Oliveira - Oliveira
31 1.839 São João Batista do Presídio - Visconde do Rio Branco
32 1.839 Bonfim - Bonfim
33 1.839 Caldas - Caldas
34 1.839 Formiga - Formiga
35 1.839 Santa Bárbara - Santa Bárbara
36 1.840 Camanducaia - Camanducaia
37 1.840 Conceição do Mato Dentro - Conceição do Mato Dentro
38 1.840 Grão Mogol - Grão Mogol
39 1.840 Patrocínio - Patrocínio
40 1.841 Pium-hi - Pinhuí
41 1.841 Três Pontas Três Pontas
42 1.841 São João Nepomuceno - São João Nepomuceno
43 1.844 Presídio do Rio Preto - Rio Preto
44 1.846 Cabo Verde - Cabo Verde
45 1.847 Santa Luzia do Rio das Velhas - Santa Luzia
46 1.848 Bom Jesus do Campo Belo - Campo Belo
47 1.848 Boa Vista do Itajubá - Itajubá
48 1.848 Patafufo - Pará de Minas
49 1.848 Vila Formosa de Bom Jesus dos Passos - Passos
50 1.848 Carmo de Morrinhos - Prata
51 1.848 S. Francisco das Chagas do Campo Grande - Rio Paranaíba
52 1.850 Cristina - Cristina
53 1.850 Dores do Indaiá - Dores do Indaiá
54 1.850 Santo Antônio do Paraibuna - Juiz de Fora
55 1.851 Mar de Espanha - Mar de Espanha
56 1.851 São Januário de Ubá - Ubá
57 1.854 Leopoldina - Leopoldina
58 1.856 Muriaé - Muriaé
59 1.856 Bagagem - Estrela do Sul
60 1.857 Araçuaí - Araçuaí (Segundo município que foi desmembrado do antigo município de Minas Novas).
61 1.857 Ponte Nova - Ponte Nova
62 1.859 Santo Antônio do Monte - Santo Antônio do Monte
63 1.860 Vila Formosa de Alfenas - Alfenas
64 1.862 São João Batista - Itamarandiba (Terceiro municipio que foi desmembrado do antigo município de Minas Novas).
65 1.864 Vila Bela do Turvo - Andrelândia
66 1.866 Nossa Senhora das Dores da Boa Esperança - Boa Esperança
67 1.866 Santo Antônio dos Patos - Patos de Minas
68 1.867 São José do Paraíso - Paraisópolis
69 1.867 Sete Lagoas - Sete Lagoas
70 1.870 Dores da Marmelada - Abaeté
71 1.870 Monte Alegre - Monte Alegre
72 1.870 Rio Novo Rio Novo
73 1.870 Sacramento - Sacramento
74 1.870 São Sebastião do Paraíso São Sebastião do Paraíso
75 1.871 Santa Rita do Turvo - Viçosa
76 1.872 Bom Sucesso - Bom Sucesso
77 1.873 Jequitaí - Bocaiuva
78 1.873 Pedras dos Angicos - São Francisco
79 1.874 Pouso Alto - Pouso Alto
80 1.875 Carmo do Rio Claro - Carmo do Rio Claro
81 1.875 Cataguases - Cataguases
82 1.875 Entre Rios - Entre Rios de Minas
83 1.875 São Miguel de Guanhães - Guanhães
84 1.875 Rio Doce Peçanha
85 1.876 Nossa Senhora do Carmo do Arraial Novo - Carmo de Paraibuna
86 1.877 Manhuaçu - Manhuaçu
87 1.878 Carangola - Carangola
88 1.878 Boa Vista do Tremedal - Monte Azul de Minas (Originou-se de Rio Pardo de Minas, que foi desmembrado de Minas Novas)
89 1.878 Muzambinho - Muzambinho
90 1.878 São Gonçalo do Sapucaí - São Gonçalo do Sapucaí
91 1.878 Filadélfia - Teófilo Otoni (Quarto município que se emancipou do antigo município de Minas Novas)
92 1.880 São José do Além Paraíba - Além Paraíba
93 1.880 Santo Antônio do Machado Machado
94 1.880 Ouro Fino - Ouro Fino
95 1.880 Santo Antônio de Salinas - Salinas (Desmembrado de Rio Pardo de Minas, que por sua vez originou-se do município de Minas Novas)
96 1.880 Santana do Bambuí - Bambuí
97 1.881 Lima Duarte - Lima Duarte
98 1.881 Espírito Santo da Varginha - Varginha
99 1.882 Brejo Alegre Araguari
100 1.882 Carmo da Bagagem Monte Carmelo
101 1.884 Santana dos Ferros - Ferros
102 1.884 Pedra Branca - Pedralva
103 1.884 Três Corações do Rio Verde - Três Corações
104 1.885 Carmo do Frutal - Frutal
105 1.888 Santa Rita do Sapucaí - Santa Rita do Sapucaí
106 1.888 Caracol - Andradas
107 1.888 Passa Quatro - Passa Quatro
108 1.888 Poços de Caldas - Poços De Caldas
109 1.888 São Pedro da Uberabinha -Uberlândia
110 1.889 Abre Campo - Abre Campo
111 1.889 Cambui - Cambui
112 1.889 Palmira - Santos Dumont
113 1.890 Alto Rio Doce - Alto Rio Doce
114 1.890 Santana das Contendas - Brasília de Minas
115 1.890 São João do Caratinga - Caratinga
116 1.890 Santa Rita de Cássia - Cássia
117 1.890 Espírito Santo do Guarará - Guarará
118 1.890 São Francisco de Assis do Capivara - Palma
119 1.890 Prados - Prados
120 1.890 Monte Santo - Monte Santo de Minas
121 1.890 São Domingos do Prata - São Domingos do Prata
122 1.891 Alvinópolis - Alvinópolis
123 1.891 São Manuel - Eugenópolies
124 1.891 Vila Nova de Lima - Nova Lima
125 1.893 Belo Horizonte BELO HORIZONTE.


ATÉ 1898 (ANO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA) NÃO HOUVE SEQUER UMA EMANCIPAÇÃO DE MUNICÍPIO, SENDO BELO HORIZONTE O ÚLTIMO MUNICÍPIO A SER CRIADO EM MINAS GERAIS AINDA NA VIGÊNCIA DO REGIME IMPERIAL.


Depois de proclamada a República (em 15-11-1898), somente no ano de 1901, através da Lei n° 319, de 16-09, foram criados mais 12 novos municípios, a saber:


Jacutinga - Guaranésia - São Caetano da Vargem Grande (Hoje Brasópolis) - Caxambu - Itauna - Santa Rita da Extrema (Hoje Extrema) - Vila Nova de Resende (Hoje Resende) Vila Platina (Hoje Ituiutaba) - Campos Gerais - Águas Virtuosas (Hoje Lambari) - Santa Quitéria - (Hoje Esmeraldas)  - Silvestre Ferraz (Hoje Carmo de Minas


Em 1.911, pela lei nº 556. De 30-08, foram criados mais 40 municípios:


Aparecida do Cláudio (Cláudio)
Rio Piracicaba Henrique Galvão (Divinópolis)
Conceição do Rio Verde
Fortaleza (Pedra Azul) - (Antigo território de Minas Novas)
Maria da Fé
Elói Mendes
Antônio Dias Abaixo (Antônio Dias)
Conquista
Campestre
Pequi
Resende Costa
Guaxupé
São João Evangelista
Vila Gomes (Areado)
João Pinheiro
Pirapora
Contagem
Paraguaçu
Capelinha (Desmembrou de Minas Novas)
Cambuquira
Silvianópolis
Lagoa Dourada
Guarani
Abadia do Bom Sucesso (Tupaciguara)
Merces
Arceburgo
Rio Casca
Inconfidência (Coração De Jesus)
Passa Tempo
São Miguel do Jequitinhonha (Jequitinhonha) (Desmembrou de Minas Novas)
Nepomuceno
São José dos Botelhos (Botelhos)
Paraopeba
Rio José Pedro (Ipanema)
Rio Paranaíba-
Perdões
Rio Espera
Virgínia
Bom Despacho 



Por força da lei 843, de 07-09-1923, mais 36 municípios foram criados, a saber:
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Arari (Itamogi)
Itambacuri, - Ex-distrito de Teófilo Otoni, que se desmembrou de Minas Novas.
Mesquita, Bicas
Itanhandu
Miraí,
Borda Da Mata,
Jequeri,
Pedro Leopoldo,
Brejo Das Almas (Franisco Sá),
Cachoeiras (Cachoeiras De Minas
Rio Paranaíba. Carandaí,
Ibiá
Sabinópolis,
Corinto,
tanhomi
Santa Catarina (Natércia),
Coramandel
Luz
Santa Maria do Suaçui,
Espinosa (Antigo território de Minas Novas)
Malacacheta (Ex Santa Rita do Mucuri, distrito de Teófilo Otoni, que se desmembrou de Minas Novas )
São Romão -
Guapé,
Manga,
São Tomás de Aquino,
Gimirim (Poço Fundo),
Manhumirim,
Tiros,
Ibiraci,
Matias Barbosa,
Tombos,
Itabirito,
Matipó (Raul Soares) e
Virginópolis


A povoação primitiva da Vila do Fanado foi – presumivelmente - fundada em 1722 mas dos registros oficiais constam a data de 21 de maio de 1729 com a denominação de Arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas do Fanado e a data de 02 de outubro de 1730, referente ao Decreto Régio que o elevou à condição de Vila, com o nome de “Felicíssima Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Araçuaí”, subordinando-a administrativamente ao governo da Capitania da Bahia. 


Porém, na Igreja de São José existe um sino, que foi fundido naquele mesmo local, conforme inscrição que nele existe e que informa que o referido templo foi consagrado em MDCXCIX (1.699), sendo que também desta época existem registros que se referem aos sítios de mineração achados nestes mesmos locais, assinados por Leolino Mariz, Monsenhor Honorato e outras autoridades que antecederam a Sebastião Leme do Prado, este, entretanto, dado oficialmente como o primeiro bandeirante a dar notícia dos achados e já havendo “fixado acampamento no terreno mais elevado que fica nas confluências do Ribeirão Aracati com o Rio Tamboá”, presumivelmente onde está edificada a Capela de São Gonçalo do Amarante.


O primeiro desmembramento territorial se deu pela Lei nº 32, de 14-III-1836 que incorporou o distrito de Olhos d’Água ao município de Montes Claros.


De nosso território, nos últimos 150 anos já se desmembraram mais de 150 cidades, muitas delas que se incluem na relação das mais ricas e prósperas do Estado.


Pertenceram ao antigo município de Minas Novas, a famosa VILA DO FANADO, todas as cidades que se localizam na região do VALE DO MUCURI e a maior parte das que se localizam no VALE DO JEQUITINHONHA:


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CIDADES LOCALIZADAS NOS VALES DO JEQUITINHONHA E DO MUCURI, CUJAS BASES TERRITORIAIS SE ORIGINARAM DO ANTIGO MUNICÍPIO DE MINAS NOVAS:
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 (Em ordem alfabética)

Água Boa
Águas Formosas
Águas Vermelhas
Almenara
Angelândia
Araçuaí
Aricanduva
Ataleia
Bandeira
Berilo
Cachoeira do Pajeú
Campanário
Capelinha
Caraí
Carbonita
Carlos Chagas
Catuji
Chapada do Norte
Comercinho
Coronel Murta
Cristália
Divisópolis
Espinosa
Felizburgo
Francisco Badaró (Sucuriu)
Frei Inocêncio
Fronteira dos Vales
Ijicatu
Itamarandiba
Itambacuri
Itaobim
Itinga
Jacinto
Jampruca
Jenipapo de Minas
Jequitinhonha
Joaima
Jordânia
José Gonçalves de Minas (Gangorras)
Ladainha
Leme do Prado (Gomes)
Malacacheta
Maxacalis
Medina
Monte Azul de Minas
Montezuma
Nanuque,
Nova Módica
Novo Cruzeiro
Olhos d’Agua
Ouro Verde de Minas
Padre Paraíso
Palmópolis
Pedra Azul
Pescador
Ponto dos Volantes
Poté
Rio do Prado
Rio Pardo de Minas
Rubelita
Rubim
Salinas
Salto da Divisa
Santo Antonio do Jacinto
Santo Antonio do Salto
São José do Divino
Setubinha
Taiobeiras
Teófilo Otoni
Turmalina
Veredinha
Virgem da Lapa

e muitas outras comunidades menores que, em termos considerados de progresso e desenvolvimento, põem no chinelo a nossa humilde, pobre e abandonada cidade de Minas Novas, a ex-poderosa Vila do Fanado.


Nossa cidade de Minas Novas, hoje, já é tatataravó (estando na sexta geração), sendo pois avó da bisavó de muitos outros municípios do Estado de Minas Gerais.

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Comentários



Carlos Mota Excelente e profundo, mas tenho um reparo a fazer: anos atrás, por muitos dias, li os anais da Câmara dos Deputados e, por volta de 1850, deparei com acalorados debates em torno da criação de duas províncias: a de Minas Novas e a do PARANá, ambos os projetos de lei aprovados. Vou procurar copia que fiz.


MINAS NOVAS ATÉ 1750


Superintendência das Minas  Novas
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- Um sertanista de São Paulo, de nome Capitão José Pereira Dutra, teve o cargo de Superintendente das Minas Novas, na região do rio Araçuaí, pouco antes de 1735. cargo que Pedro Leolino Mariz já ocupara em 1729. (FONTE: CARVALHO FRANCO, Dicionário de Bandeirantes, 139 e 235).


Guarda – TUCAIÓ - (Os tucaiós moravam no lugar hoje denominado de TOCOIÓS, que fica no Município de Francisco Badaró que se chamava SUCURIU, quando pertencia a Minas Novas (emancipou em 1962).

- Estabelecida a nordeste de Minas Novas, na margem meridional do rio Jequitinhonha, contava com dois soldados, encarregados de impedir a extração de diamantes. Ficava na latitude de 16 graus e 18 minutos. Foi transformada em registro mais tarde. (FONTE: RAPM, 1897, 481).

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