
PREÇO DE R$ 48,00.
A REMESSA SERÁ EFETUADA ATRAVÉS DOS CORREIOS DEPOIS DE COMPROVADO O DEPÓSITO DO VALOR CORRESPONDENTE NA CONTA 2161 013 00007697-3 NAS AGÊNCIAS CEF OU CASAS LOTÉRICAS.
BLOG DE GERALDO MOTA (O BLOG DO LALAU) tem como objetivo divulgar a arte, o folclore, as notícias do cotidiano e as pontencialidades econômicas de toda região fanadeira. ESTA FOTO ACIMA É UMA HOMENAGEM A "ZÉ DE DURVAL", meu pai, que muito se orgulhava de ter sido "Rei do Rosário" e que me ensinou a valorizar o trabalho honesto, as tradições, o folclore, o artesanato, como verdadeiro exemplo de cidadania e de amor à cidade histórica de Minas Novas.
EVOLUÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA NO BRASIL
Relato de uma professora:
- Semana passada comprei um produto que custou R$ 1,58 pelo que dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para facilitar o troco e também evitar receber ainda mais moedas.
A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me devolver 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta de que aquela dificuldade de entendimento estava claramente relacionada aos métodos hoje utilizados, no ensino de matemática, no formato que vem sendo aplicado nas escolas desde 1950, que tem sido assim:
1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por CR$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por NCR$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de
venda ou NCR$ 80,00.
Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por US$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é US$ 80,00.
Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( ) SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
MURILO BADARÓ
A quase tricentenária cidade de Minas Novas foi, até a segunda década do século 20, a única cidade do Vale do Jequitinhonha, além de Diamantina, a contar com uma Escola Normal e a oferecer o curso de formação de professores. Aquele famoso educandário funcionava no imponente "Sobradão" que continua em pé, porém desocupado já passados quase 100 anos da lamentável decisão de um coronel em impedir que a juventude da região tivesse acesso à educação, ao ensino e à cultura. A esdrúxula iniciativa da extinção dessa escola foi de Francisco Duarte Coelho Badaró (avô do ex-senador biônico Murilo Badaró), que era o juiz municipal daquele antigo termo judiciário e, ao mesmo tempo, presidente da Câmara, naquele indigitado tempo, e se fundamentou na justificativa encaminhada ao Presidente João Pinheiro, alegando estar defendendo o interesse do povo do município e afirmando estar preocupado com a crescente diminuição de oferta da necessária mão de obra das pessoas mais simples para os serviços domésticos nas casas abastadas e também nas lides rurais, em imperdoável prejuízo aos fazendeiros, de vez que até mesmo ex-escravos (e os filhos destes) estavam tendo a oportunidade de ingressarem no Curso Normal e se transformando em professores.
Nessa histórica e lamentável decisão, que era ato normal e próprio dos coronéis de patente comprada, não se levou em consideração a Abolição da Escravatura no país e a grande importância do ensino e da educação para o progresso social e comunitário.
Mesmo assim, são se pode deixar de esclarecer que são conhecidos inúmeros mestres que se formaram naquele educandário, a maioria de negros e pardos, que ao longo dos exercícios anteriores ao triste fechamento da referida Escola Normal se espalharam por todo o Vale do Jequitinhonha, fundando outras escolas e ministrando seus trabalhos de missionários e se transformando em verdadeiros apóstolos do ensino por todo Estado de Minas, como foram os professores José Gomes da Silva, Ritinha Gomes, João Bicalho, Maria Elisa Matos, Ester Silva, Jason Morais, Jacinto José, Flora Brasileira, Edith Pires César, Américo Barbosa, Monsenhor Mendes, Monsenhor Bernardino, Cônego Barreiros, Cônego Figueiró, e muitos outros cidadãos ilustres de nossa história, muito deles que se tornaram vultos mineiros como Dom João Pimenta, Desembargador Tito e os famosos coronéis Fulgêncio Antônio, Manoel Fulgêncio, José Barral, Álvaro Pimenta, Demóstenes César, João Amaral, João André da Costa, Orozimbo Cunha, etc.
Sucedeu politicamente ao Coronel Francisco Duarte Badaró, no comando do então vasto e poderoso município de Minas Novas, o seu filho Dr. Francisco Badaró Júnior (Dr. Chico Promessa) que, por sua vez, permaneceu mais de 20 anos no governo, na condição de interventor nomeado pela Ditadura de Getúlio Vargas e Benedito Valadares, período de estagnação política, ostracismo econômico e opressão social em que jamais foi inaugurada qualquer escola naquele que se transformou no mais pobre e explorado município de todo o decantado Vale do Jequitinhonha.
Desde o período anterior à extinção da referida Escola Normal de Minas Novas, e no decorrer de quase todo o século vinte, a família Badaró dominou com mãos de ferro a política, não só em Minas Novas, mas, de resto, na maioria das cidades do Vale do Jequitinhonha onde o analfabetismo ainda hoje se apresenta como o maior entrave ao progresso e ao desenvolvimento de uma das regiões brasileiras que vem se esforçando herculeamente para melhorar seus índices, livrando-se de vez do domínio dos coronéis e, conseqüente, desvencilhando-se do vergonhoso e irrisório IDH que atualmente ostenta, para não aceitar jamais, em pleno século 21, o lamentável epíteto de Vale da Miséria.
No recente ano de 2006 o ex-senador biônico MURILO BADARÓ, ovo de uma serpente escondido nas cinzas do vil carrancismo, sucessor político daqueles algozes de Minas Novas, esta que já foi a invejável VILA DO FANADO, após concorrer em uma eleição reconhecida pela corrupção e eivada pelo indisfarçável uso e abuso dos poderes econômico e de comunicação de massa, por parte de seu grupo, elegeu-se para ser o prefeito daquele empobrecido município que vive ainda o caos administrativo por ele implantado. Na sua folclórica administração municipal implantou na cidade de Minas Novas o mais lamentável sistema de governar através de jagunços, prepostos e de paus-mandados, de vez que o tempo todo de seu expediente permanecia na capital, cuidando de seus negócios particulares e no comando de uma academia, de onde, via das emissoras de sua rádio ou através do precário sistema telefônico, dizia estar exercendo seu mandato de prefeito.
O fato lamentável, de toda esta trama, resume-se que, não cumprindo o Badaró nem a metade do tempo previsto pela lei, de forma irresponsável e lamentável, viu-se o ex-biônico na triste condição de apresentar sua renúncia ao cargo de prefeito de sua maltratada cidadezinha, tudo por força do enorme apelo popular que assim lhe exigia e diante da forte e esmagadora constatação de que nada fez em benefício daquele sofrido povo, quando o que, de fato produziu, entre variadas e desastrosas atitudes de improbidade administrativa, foi justamente o fechamento de várias escolas rurais criadas pelos seus antecessores recentes, deixando novamente o município desestruturado no setor que sempre foi o mais sensível: o da educação.
Aos mineiros e brasileiros de bem que lêem os artigos assinados pelo atual presidente da Academia Mineira de Letras, em crônicas vazadas pela demagogia e pela falsa impressão tratar-se de um político identificado com a cultura, com a educação, com a responsabilidade social e com a ética, seria aconselhável observar até onde vai o poder de enganar, desse famigerado político egresso do regime militar, quando ousa o mesmo tecer considerações e críticas mordazes ao democrático e insuperável Governo do Presidente Lula, a exemplo daquela sua cretina observação, hoje estampada no jornal "O Tempo", onde disfarça sua origem coronelística e não consegue esconder sua tradicional e clara aversão aos negros e aos pobres, esta sim que é uma IRRESPONSÁVEL SEMEADURA DE VENTOS.
(Vide matéria citada, no "O Tempo" – pag 19, desta data)
Procuram-se esses 2 cretinos (leiam) |
Semelhanças
Quem é esse?
Era uma vez um candidato.
Ele era um playboy. Nunca tinha trabalhado na vida.
E Vivia às custas do pai.
Entrou na política de mão-beijada porque a família era rica. Foi um deputado federal medíocre.
Um dia se aventurou a algo maior.
Começou sem ninguém prestar atenção nele,
mas na televisão ele brilhou.
Falou direto com o povo.
Era jovem.
As mulheres até falavam que ele era bonitão.
Fez a imagem de bom moço.
Na televisão, ele falava o que o povo queria ouvir.
Nada para ele era difícil. Tudo era fácil de resolver.
Tudo para ele tinha uma solução simples e fácil.
Ele tinha resposta para qualquer pergunta.
Tinha uma solução pronta e ensaiada para cada problema.
O povo acreditou nele.
E o que é pior: o povo até pensou que ele era honesto.
Mas depois veio a descobrir o pior.
ESTAMOS FALANDO DE FERNANDO COLLOR
EM BELO HORIZONTE - QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA
De: renato mendes [mailto:renatomsilva01@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 7 de outubro de 2008 00:02
Para: renatomsilva01@gmail.com
Assunto: VOCE REALMENTE CONHECE LEONARDO QUINTAO?
Consta do caderno de política (página 3) uma lista publicada pelo Diário Oficial do Município (DOM) sobre o nepotismo na Câmara
de vereadores de BH. Ressalto que o nome do candidato Leonardo Lemos Barros Quintão (à época vereador) estava em tal lista,
tendo contratado irregularmente Rodrigo Lemos Barros Quintão, Paola Lemos Quintão Campos e Allan Rafael Quintão.
O candidato Leonardo Quintão, por meio de sua assessoria, admitiu ao Jornal Estado de Minas que Rodrigo Lemos Barros Quintão
e Paola Lemos Quintão Campos eram seus irmãos, entretanto, disse que Allan Rafael QUINTÃO não era seu parente.
Obs: nepotismo é a contratação irregular de parentes para ocupação de cargos públicos.
Fonte: Jornal Estado de Minas (www.uai.com.br).
2- Você sabe qual a profissão do candidato Leonardo Quintão?
No site da Câmara dos deputados estaduais (www2.camara.gov.br), o candidato se diz ADMINISTRADOR DE EMPRESAS e
economista.
Obs: Leonardo Quintão disse durante a atual campanha que BH não precisa de um empresário como prefeito (referindo-se ao
candidato Márcio Lacerda), mas sim de "gente cuidando de gente".
3- Você conhece o pai do candidato Leonardo Quintão?
O pai de Leonardo Quintão se chama Sebastião Quintão, atual prefeito de Ipatinga.
Cumpre salientar que para alegria de todos os conterrâneos do candidato Leonardo Quintão, SEBASTIÃO QUINTÃO NÃO FOI
REELEITO PREFEITO DE IPATINGA, perdendo para Chico Ferramenta (fonte Tribunal Superior Eleitoral).
Os conterrâneos de Leonardo Quintão não aprovaram a atual gestão de Sebastião Quintão, razão pela qual invoco a sabedoria
popular constante no ditado "FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É"!
Obs: Vale lembrar que Sebastião Quintão está na "lista-suja" da AMB, refente à adminitração pública no Vale do Aço.
4- Você sabe quantas propostas legislativas foram apresentadas por Leonardo Quintão como deputado estadual?
Leonardo Quintão apresentou 42 propostas, sendo 7 relativas ao Município de Ipatinga, 3 ao Município de Governador Valadares e
apenas 1 ao Município de Belo Horizonte.
Será que Leonardo Quintão se esqueceu que foi eleito como deputado estadual pelos cidadãos mineiros e não apenas pelos
cidadãos naturais de Ipatinga? Será que o candidato não sabe que um deputado estadual mineiro representa o Estado-membro de
Minas Gerais e não o Município de Ipatinga? Será que o fato de seu pai ser prefeito de Ipatinga influenciou nas propostas
supracitadas? Ainda bem que os dias de prefeito estão contados para Sebastião Quintão!
SERÁ QUE AGORA O CANDIDATO IRÁ PENSAR EM BH? SERÁ QUE "DÁ PRA FAZER GENTE"?
5- Você assistiu ao programa eleitoral em que Leonardo Quintão se valeu da doença (epilepsia) de um de seus três filhos para
obter votos?
6- Você sabe qual a religião do candidato Leonardo Quintão?
Pergunta fácil, não é? Leonardo Quintão afirmou ser evangélico presbítero milhões de vezes durante o horário eleitoral.
Ora, será que ele não sabe que já houve a separação entre a Igreja e o Estado no Brasil?
BH NÃO PRECISA DE UM PREFEITO ELOQÜENTE E BONITO! BH PRECISA DE UM GESTOR EXPERIENTE!
Mesmo que você discorde da minha opinião, passe este e-mail adiante, para que seja garantida a democracia!
--
04/10/2006, 10:04
ATENÇÃO SRS. INTERNAUTAS QUE GOSTAM DE CULTURA
VOCÊ QUE É INTERNAUTA SABE DA IMPORTÂNCIA INDISCUTÍVEL DA WEB COMO FERRAMENTA DA CULTURA, PORTANTO, É PRECISO SABER E SE POSICIONAR URGENTEMENTE SOBRE O QUE SE SEGUE:
Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, está prestes a ser desativada por falta de acessos.
Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:
> · Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
> · escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
> · Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
> · ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da
TV ESCOLA e muito mais...
Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, bastando a você acessar o site:
http://www.dominiopublico.gov.br/* <http://www.dominiopublico.gov.br/
- Só de literatura portuguesa são *732* obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Divulgue para o máximo de pessoas!
"Uma biblioteca digital é onde o passado encontra o presente e cria o futuro."
Dr. Avul Pakir Jainulabdeen Abdul Kalam
Presidente da Índia - 09/set/2003
O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.
Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal.
Desta forma, também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.
Adicionalmente, o "Portal Domínio Público", ao disponibilizar informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários, ao mesmo tempo em que também pretende induzir uma ampla discussão sobre as legislações relacionadas aos direitos autorais - de modo que a "preservação de certos direitos incentive outros usos" -, e haja uma adequação aos novos paradigmas de mudança tecnológica, da produção e do uso de conhecimentos.
FERNANDO HADDAD
Ministro de Estado da Educação
"O acervo disponível para consulta neste endereço eletrônico http://www.dominiopublico.gov.br/ é composto, em sua grande maioria, por obras que se encontram em domínio público ou obras que contam com a devida licença por parte dos titulares dos direitos autorais pendentes.
A recente alteração trazida na legislação que trata de direitos autorais do Brasil (Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998; que revogou a Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973), que alterou os prazos de vigência dos direitos autorais; bem como as diferentes legislações que regem os direitos autorais de outros países; trazem algumas dificuldades na verificação do prazo preciso para que uma determinada obra seja considerada em domínio público.
O portal Domínio Público tem envidado esforços para que nenhum direito autoral seja violado. Contudo, caso seja encontrado algum arquivo que, por qualquer motivo, esteja violando direitos autorais de tradução, versão, exibição, reprodução ou quaisquer outros, clique aqui e informe a equipe do portal Domínio Público para que a situação seja imediatamente regularizada".
>
<>
--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/
IHU - Unisinos *
"Se há uma saída sustentável e que impacta menos o Planeta frente às mudanças radicais que estamos enfrentando do ponto de vista ambiental, essa saída é a agricultura familiar. Nesse sentido, o agronegócio é conservador, predatório, não resolvendo o problema da fome, porque virou commoditie, ou seja, produto de aposta em mercado futuro; em suma, é um dos elementos que está gerando a crise dos alimentos no mundo." A opinião é da Iara Pietricovsky de Oliveira, mestre em Ciência Política, pela Universidade de Brasília (UnB), e membro do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Sócio-Econômicos (Inesc) do Brasil, em entrevista concedida por telefone à IHU On-Line.
Ao avaliar a Rodada Doha, Iara considera a proposta do acordo ruim para os trabalhadores brasileiros. Para ela, "os únicos beneficiários serão aqueles que já são beneficiários pelo sistema internacional de comércio, aqueles que estão atuando de forma predatória". E dispara: "Foi um sucesso o fato de não ter havido acordo nessa Rodada".
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Por que se posicionar contra a Rodada Doha?
Iara Pietricovsky - Porque a Rodada Doha deveria ter sido uma rodada de debates sobre o tema do desenvolvimento, ou seja, um encontro para equalizar e resolver o problema dos países que têm altos índices de pobreza e desigualdade. Estas questões deveriam ter sido consideradas para resolver, por meio do comércio, o tema do desenvolvimento. No entanto, ela tem sido uma rodada de negociações da União Européia, do Japão e dos Estados Unidos, no sentido de ganhar mercado e manter privilégios, em contrapartida à abertura total dos mercados dos países em desenvolvimento, sem garantias de que sejam realizadas políticas capazes de promover o desenvolvimento e resolvam os problemas da desigualdade. É por isso que olhamos criticamente a Rodada Doha.
IHU On-Line - Nesta reunião, o governo brasileiro, que se identifica com a esquerda, tratou de assuntos que envolviam principalmente os interesses do agronegócio brasileiro. Que caminho o Brasil está trilhando com sua política internacional?
Iara Pietricovsky - Eu não classificaria o governo como de esquerda ou de direita, porque no jogo internacional existem interesses nacionais que estão sendo debatidos numa arena onde ninguém é generoso ou espera atitudes mais ou menos flexíveis da parte de ninguém. O que se espera é que se construam regras eqüitativas que mostrem que naquela arena multilateral os países tenham o mesmo poder de barganha ou aqueles que não têm sejam preservados ou salvaguardados desse desequilíbrio interno. A posição do governo brasileiro, nesse sentido, foi acertada, pois eles estavam querendo apostar numa instância multilateral maior, onde se pode exigir maior equilíbrio entre os diferentes países do que apostar em negociações bilaterais ou regionais e sub-regionais e onde o poder de barganha dos países em desenvolvimento é bem menor.
Nesse sentido, se olharmos do ponto de vista do marco dos interesses internacionais, das regras comerciais, do sistema capitalista internacional, o governo brasileiro está jogando corretamente. Não há nada de esquerda nisso. Vejo um olhar bastante pragmático em relação às negociações de comércio. O que há de abertura em relação ao desenvolvimento do Mercosul é a relação com os países da África, com a China e com a Índia. Essa é a novidade importante neste marco do comércio internacional e tem sido líder desse processo. O Brasil vem jogando, depois de muitas décadas, sem ter uma política externa definida, clara e transparente. Pelo menos, nosso governo tem uma política externa bastante clara. Mas é evidente que esse governo defende um interesse que não é do povo, mas sim do agrocomércio e da indústria, que não têm interesses de sustentabilidade ambiental, de geração de emprego, com respeito à dignidade de empregos no âmbito nacional. O cenário é bem complexo. O que fica evidente é que o governo brasileiro tenta se mover de forma mais coerente e explícita possível.
IHU On-Line - Iara, mas investir no agronegócio hoje não é um tanto retrógrado?
Iara Pietricovsky - O agronegócio é um grande problema. Nós temos, no Brasil, duas grandes linhas de exploração rural: o agronegócio e a agricultura familiar. A segunda linha deveria ser muito mais valorizada pelo governo. É ela quem resolve o problema de emprego e alimentação do planeta inteiro. Essa é a defesa da China e da Índia e por isso essa Rodada não chegou aonde o Brasil queria. Se há uma saída sustentável e que impacta menos o Planeta frente às mudanças radicais que estamos enfrentando do ponto de vista ambiental, essa saída é a agricultura familiar. Nesse sentido, o agronegócio é conservador, predatório, não resolvendo o problema da fome porque virou commoditie, ou seja, produto de aposta em mercado futuro; em suma, é um dos elementos que está gerando a crise dos alimentos no mundo.
IHU On-Line - O que está em jogo em Doha é a continuação da divisão internacional do trabalho?
Iara Pietricovsky - Também. Se pensarmos que a OMC (Organização Mundial de Comércio) hoje, do ponto de vista do mapa das instituições internacionais, é uma das mais importantes organizações, onde o poder está sendo efetivamente disputado no âmbito internacional, não podemos esquecer que a questão do trabalho está colocada dentro desta discussão. Tanto que sindicatos do mundo inteiro estão antenados, olhando para a Rodada Doha com uma atenção especial. No entanto, em Genebra, os grandes sindicatos e articulações sindicais européias, latino-americanas e africanas estavam acompanhando, pressionando seus governos, para que o acordo não fosse feito "a toque de caixa", para que não se aceitasse qualquer coisa que viesse de parte da União Européia, Japão e Estados Unidos. E foi o que aconteceu.
IHU On-Line - Se olharmos Doha a partir dos interesses do povo brasileiro, as negociações resultaram num sucesso...
Iara Pietricovsky - Eu defendo que é melhor não ter acordo do que ter um mau acordo. Como vimos, esse acordo é mau para os trabalhadores brasileiros. Os únicos beneficiários serão aqueles que já são beneficiários pelo sistema internacional de comércio, aqueles que estão atuando de forma predatória. Do meu ponto de vista, foi um sucesso o fato de não ter havido acordo nessa Rodada.
IHU On-Line - A China passa a assumir um papel de potência a partir das resoluções de Doha?
Iara Pietricovsky - O importante agora, com a falência na conversação de Genebra, é que ficou evidente que o mapa do poder no da conversação em Genebra. Precisamos considerar que ainda há, nessa falência, um papel importamundo mudou definitivamente. A China e a Índia começaram a jogar o papel frente aos países e as corporações que vem defendendo seus interesses na OMC. Há agora novos atores políticos emergentes que estão disputando esse espaço de poder. A China tem papel fundamental nesse processo. Um bilhão e quase 400 milhões de pessoas num país alicerçado em uma forma política organizada e com capacidade técnica de se inserir no debate do comércio. E a Índia está no mesmo caminho. Foram esses dois países que produziram a falência da conversação em Genebra. Precisamos considerar que ainda há, nessa falência, um papel importante de países como Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua. Apesar de serem pequenos atores no comércio internacional, eles amplificam e ecoam a crítica.
IHU On-Line - A Rodada Doha mostrou que ainda há grande discrepância entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?
Iara Pietricovsky - Exatamente. Discrepâncias abissais e cada vez maiores, porque o poder já não é tão translúcido e explícito, exercitado pelos Estados Unidos e Europa. A Rodada do Uruguai [1] deixou clara a capacidade dos Estados Unidos e Europa se imporem diante do mundo. Agora não. O jogo está um pouco mais complexo. O xadrez agora não tem apenas dois níveis. Não é fácil colocar em harmonia, se é que é possível ter harmonia, ao tentar equalizar os interesses de 153 países que estão ligados à OMC.
IHU On-Line - A Rodada Doha ainda não acabou, só está em estado de espera...
Iara Pietricovsky - Evidentemente que outras negociações irão acontecer paralelamente. Os debates continuarão e ninguém vai levantar o dedo para propor a falência total da Rodada Doha, lamentavelmente. Então, o que deve acontecer é que, em setembro, os países voltam a se encontrar e organizar as agendas de forma extensiva, porque vamos ter eleições nos Estados Unidos. Se Obama [2] ganhar, teremos uma mudança substancial na posição estadunidense dentro da OMC e só vão conseguir reativar os processos e articular todas as dificuldades que ficaram penduradas agora em Genebra a partir do ano que vem. Ou seja, temos um ou dois anos seguramente de conversação, porque também é imprescindível ter uma instância multilateral que regule e organize o comércio internacional. Do contrário, entraremos numa barbárie.
Notas:
[1] A Rodada do Uruguai foi iniciada em setembro de 1986 e durou até abril de 1994. Baseada no encontro ministerial de Genebra do GATT (1982), foi lançada em Punta del Este, no Uruguai, seguido por negociações em Montreal, Genebra, Bruxelas, Washington e Tóquio. A rodada transformou o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (conhecido como GATT) na Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma das principais metas da Rodada do Uruguai foi a de reduzir os subsídios agrícolas. Houve muita discordância entre União Européia e Estados Unidos, que foi apoiado pelo Grupo de Cairns, composto por catorze países. Entre eles estavam Argentina, Austrália e Brasil.[2] Barack Hussein Obama Jr. é um político dos Estados Unidos da América, atualmente senador pelo estado de Illinois. Obama é o único senador negro na atual legislatura. É, atualmente, o candidato do Partido Democrata a eleições presidenciais de 2008.
* Instituto Humanitas Unisinos