O que ocorre é que tenho essas manias de tudo observar e, sob este aspecto, a mim também não tem passado despercebido o fato de que a maior parte de nossas mazelas sociais decorram dos problemas relacionados ao analfabetismo e, pior ainda, pelo lamentável nível de preparo de grande parte da população economicamente ativa em nosso país. Neste universo de agentes despreparados lanço, infelizmente, os que militam no setor do ensino público, de ordinário cada vez mais deficiente. São lamentáveis os índices de aproveitamento em nossas faculdades e a cada ano são bacharelados milhares de profissionais, todos jogados no mercado à maneira de certos oleiros que despejam nas obras suas perniciosas fornadas de tijolos crus. Em ambos estes casos o resultado será a edificação de prédios fadados à ruína e ao rápido desabamento, além das tristes consequências e seus prejudiciais desdobramentos onde se incluem riscos de vida e de dignidade.
Ilustrando o que afirmo, ocorreu-me o recebimento do texto abaixo, que me foi enviado por minha filha Catarina, que tem por profissão a de enfermeira, mas que não abre mão de seu direito (ou seria dever?) de estar sempre colaborando com a educação e a boa formação intelectual daqueles que a cercam, tanto no convívio doméstico, no seu meio profissional e também no seu vasto círculo de relacionamento social.
EVOLUÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA NO BRASIL
Relato de uma professora:
- Semana passada comprei um produto que custou R$ 1,58 pelo que dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para facilitar o troco e também evitar receber ainda mais moedas.
A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me devolver 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta de que aquela dificuldade de entendimento estava claramente relacionada aos métodos hoje utilizados, no ensino de matemática, no formato que vem sendo aplicado nas escolas desde 1950, que tem sido assim:
1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por CR$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por NCR$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de
venda ou NCR$ 80,00.
Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por US$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é US$ 80,00.
Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( ) SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/
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