sábado, 5 de maio de 2012

IBGE - UM MAPA MUNDI DIGITAL -

No intúito de facilitar o entendimento sobre o que anda por aí:
Ficha Corrida  06/05/2012


 
Tema proibido

A imprensa tem-se mostrado ágil e eloquente na publicação de qualquer evidência de envolvimento com o superbicheiro de Goiás, Carlos Cachoeira. Já se levantaram suspeitas sobre governadores, senadores, deputados, policiais, empresários, mas reina um silêncio reverente no que tange à própria mídia.
 
Os Amigos do Presidente Lula 05/05/2012

Cachoeira desceu a Serra  — Gilmar Crestani @ 11:32 am
O esquema Cachoeira e o governo Serra

CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta  com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê
CONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira (acima) fala sobre contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab

Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais, chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em Brasília, parlamentares que compõem a "CPI do Cachoeira" já tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar licitações e superfaturar obras. Na ligação  o bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish, oficialmente o dono da construtora, sobre "o negócio do Kassab". Em seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo "triplicou o contrato". Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. "Os depoimentos de Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das relações entre a empreiteira e políticos", diz o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).
 
NOVO INQUÉRITOO MP de São Paulo encontrou indícios de conluio entre agentes públicos e a construtora Delta para fraudar licitações em obras realizadas na capital paulista. O promotor vai investigar contratos da gestão Kassab (abaixo)
Todas as informações são da matéria da revista IstoÉ deste sábado.
"Prezado jornalista Lauro Jardim, para dirimir quaisquer dúvidas, em respeito à sua prestigiada coluna e em razão do meu ofício, informo-lhe que no encontro com o Procurador Roberto Gurgel não recebi qualquer informação sobre novo inquérito ou pessoas e titularidades envolvidas". A coluna mantém a informação publicada)
Veja, sempre brigando com os fatos | Brasilianas.Org

Se é para blindar tudo, por que a CPI? | Ricardo Kotscho
MP (Muita Putaria?!) goiano
— Gilmar Crestani @ 10:37 am
MP goiano vive dias de crise e constrangimento


 
O promotor Umberto Machado é secretário de Marconi Perillo e não aceita largar o cargo. O procurador-geral de Justiça, Benedito Torres, irmão de Demóstenes, aparece em mais um caso envolvendo Cachoeira. Enquanto isso…
04 de Maio de 2012 às 18:59

Goiás 247 – Acostumado a deixar políticos de saída justa, contra a parede ou em maus lençóis, o Ministério Público de Goiás vive situação inversa, de constrangimento total. Promotores, de forma reservada, reclamam, lamentam, mostram-se em um beco sem saída: investem contra colegas para limpar a barra do coletivo, ou se calam e pagam geral pelo desgaste?

Diga-me com quem deitas e direi o que levantas!
Filed— Gilmar Crestani @ 10:33 am

Candidata a musa da CPI está na mira dos senadores Foto: Lula Marques/Folhapress
Parlamentares petistas planejam convocar Andressa Mendonça, a noiva de Carlinhos Cachoeira, para prestar depoimento na comissão parlamentar aberta para investigar o bicheiro; dona de uma loja de lingerie em Goiânia, empresária vem mandando recados pelo noivo por meio de entrevistas
05 de Maio de 2012 às 07:51

Dificilmente o posto de musa da CPI do Cachoeira não será ocupado pela empresária Andressa Mendonça, noiva do bicheiro que dá nome à comissão. Andressa, que vem atuando com a voz de Cachoeira por meio de entrevistas (numa, ela disse que Cachoeira "se considera um preso político", deve ser convocada para prestar depoimento na CPI.

Segundo nota da coluna Radar, os petistas Humberto Costa, Walter Pinheiro e José Pimentel resolveram convocar a empresária baseados nos fatos de que "Andressa circulava com o marido entre figuras importantes" e que "conhece a rede de influências" de Carlinhos. Pela beleza e pela proximidade com o contraventor, Andressa vem frequentando o noticiário desde que Cachoeira foi preso, no dia 29 de fevereiro – eles estavam com o casamento marcado para março.
 
Gilmar Crestani @ 10:19 am
A revista Carta Capital que chegou nesta sexta-feira às bancas traz uma reportagem de capa que é como se fosse uma capa da Veja, esse detrito sólido de maré baixa (que a Globo transforma em Chanel # 5):

"Nosso Murdoch – Veja e Cachoeira, jornalismo a pique"

A reportagem de Cynara Menezes tem o título  "Os desinformantes"
publicado em 4 de maio de 2012 às 11:49

Trevas ao meio-diapor Mino Carta, em editorial na CartaCapital que traz a revista Veja na capa
 
Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja? O que a induz ao silêncio? O espírito de corpo? Não é o que acontece nos países onde o jornalismo não se confunde com o poder e em vez de servir a este serve ao seu público. Ali os órgãos midiáticos estão atentos aos deslizes deste ou daquele entre seus pares e não hesitam em denunciar a traição aos valores indispensáveis à prática do jornalismo. Trata-se de combater o mal para preservar a saúde de todos. Ou seja, a dignidade da profissão.

O Reino Unido é excelente e atualíssimo exemplo. Estabelecida com absoluta nitidez a diferença entre o sensacionalismo desvairado dos tabloides e o arraigado senso de responsabilidade da mídia tradicional, foi esta que precipitou a CPI habilitada a demolir o castelo britânico de Rupert Murdoch. Isto é, a revelar o comportamento da tropa murdoquiana com o mesmo empenho investigativo reservado à elucidação de qualquer gênero de crime. Não pode haver condão para figuras da laia do magnata midiático australiano e ele está sujeito à expulsão da ilha para o seu bunker nova-iorquino, declarado incapaz de gerir sua empresa.

O Brasil não é o Reino Unido, a gente sabe. A mídia britânica, aberta em leque, representa todas as correntes de pensamento. Aqui, terra dos herdeiros da casa-grande e da senzala, padecemos a presença maciça da mídia do pensamento único.

Na hora em que vislumbram a chance, por mais remota, de algum risco, os senhores da casa-grande unem-se na mesma margem, de sorte a manter seu reduto intocado. Nada de mudanças, e que o deus da marcha da família nos abençoe. A corporação é o próprio poder, de sorte a entender liberdade de imprensa como a sua liberdade de divulgar o que bem lhe aprouver. A distorcer, a inventar, a omitir, a mentir. Neste enredo vale acentuar o desempenho da revista Veja. De puríssima marca murdoquiana.
 
O jornalismo brasileiro sempre serviu à casa-grande, mesmo porque seus donos moravam e moram nela. Roberto Civita, patrão abriliano, é relativamente novo na corporação. Sua editora, fundada pelo pai Victor, nasceu em 1951 e Veja foi lançada em setembro de 1968. De todo modo, a se considerarem suas intermináveis certezas, trata-se de alguém que não se percebe como intruso, e sim como mestre desbravador, divisor de águas, pastor da grei. O sábio que ilumina o caminho. Roberto Civita não se permite dúvidas, mas um companheiro meu na Veja censurada pela ditadura o definia como inventor da lâmpada Skuromatic, aquela que produz a treva ao meio-dia.

Indiscutível é que a Veja tem assumido a dianteira na arte de ignorar princípios. A revista exibe um currículo excepcional neste campo e cabe perguntar qual seria seu momento mais torpe. Talvez aquele em que divulgou uma lista de figurões encabeçada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apontados como donos de contas em paraísos fiscais.
Lista fornecida pelo banqueiro Daniel Dantas, especialista no assunto, conforme informação divulgada pela própria Veja. O orelhudo logo desmentiu a revista, a qual, em revide, relatou seus contatos com DD, sem deixar de declinar-lhes hora e local. A questão, como era previsível, dissolveu-se no ar do trópico. Miúda observação: Dantas conta entre seus advogados, ou contou, com Luiz Eduardo Greenhalgh e Márcio
Thomaz Bastos, e este é agora defensor de Cachoeira. É o caso de dizer que nenhuma bala seria perdida?

Sim, sim, mesmo os mais eminentes criminosos merecem defesa em juízo, assim como se admite que jornalistas conversem com contraventores. Tudo depende do uso das informações recebidas. Inaceitável é o conluio. A societas sceleris. A bandidagem em comum.
 
Sempre se fala nos corruptos. Não interessa aos corruptores que se  fale neles. É por isso que Veja fala dos comprados pelo Cachoeira, mas não fala que ajudou Cachoeira a compra-los. Não existiria corrupto se não houvesse corruptores. E os Bancos e a grandes Construtoras são os principais agentes corruptores, aqui e no mundo. A imprensa não fala nisso porque ela também está na lista de pagamento. Não há outra maneira, por exemplo, de explicar porque a Rede Globo e RBS ficaram ao lado dos bancos contra a baixa de juros. Não existe almoço grátis… Só quanto estes grupos estiverem no banco dos réus, com os holofotes de uma CPI, o Brasil vai purgar a parcela podre da mídia corporativa.
O JULGAMENTO POLÍTICO COMO LEGÍTIMA DEFESA

(JB)- Coube a Robespierre definir o julgamento político como legítima defesa das sociedades nacionais. Ao defender o julgamento de Luís 16, que condenaria o rei à morte, e lhe dar toda a legitimidade, o líder revolucionário explicou que o poder legislativo, a Convenção Nacional, não atuava como um tribunal comum. Atuava como um corpo político da nação. Se o rei fosse inocente, culpados seriam os 387 deputados que haviam votado pela morte do soberano. Como constituíssem a maioria dos delegados do povo, culpada seria a nação francesa. Sendo um julgamento político, a sentença condenatória era um ato de defesa da pátria contra aquele que ela identificara como inimigo.
Ao defender antes de se iniciar o julgamento, a atuação dos convencionais, disse: "não se trata de um processo, mas medida de segurança pública, ato de providência nacional a ser exercido. Luis deve morrer, para que a pátria viva".

A Revolução Francesa foi um dos momentos mais fortes do homem. Nele houve de tudo, na grandeza e na traição, na força demolidora e construtora das idéias, no avanço republicano da liberdade, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – e na contra-revolução termidoriana, no surgimento de Napoleão, na Santa Aliança, na derrota de Waterloo, na restauração monárquica.
A direita sempre a desdenha. Em 1934, pouco antes que Hitler o matasse, a fim de eliminar um provável inimigo, Ernst Roehm diria que a nova ordem do nazismo iria eliminar os efeitos da Revolução Francesa na História.

As grandes revoluções iludem os que dela são contemporâneos. Elas só são avaliadas muito depois. Uma tese histórica coerente é a de que estamos sempre em uma revolução, com momentos mais agudos e menos agudos e eventuais pausas de pasmaceira. Nem todos nos damos conta de que vivemos, nestes dias, no Brasil e no mundo, uma situação revolucionária, mas desprovida de grandes líderes. Os estados nacionais minguam. O poder financeiro, astuto, passou a dirigi-los, mediante o controle dos parlamentos – mas como foi com muita sede ao pote, encontrou a resistência, ainda desorganizada, dos cidadãos. É nesse quadro que, no Brasil, se iniciam os trabalhos da CPI destinada a desemaranhar a teia enovelada do governo paralelo do empresário Carlos Cachoeira.

O Parlamento se encontra em situação parecida à da Convenção Nacional nos últimos meses de 1792. Para que a Revolução se salvasse, em seus efeitos históricos, era necessário que o rei morresse. Para que a República se salve e, com ela, o povo brasileiro, é necessário que a CPI vá às últimas conseqüências. A nação está clamando por uma devassa, não para que se erga, em alguma praça, a máquina do doutor Guillotin. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso que o sangue lave a honra das nações. Mas os ladrões do Erário, que roubam dos que trabalham e produzem, devem ser conhecidos e levados aos tribunais. Não se trata de conflito ideológico, mas de ato de legítima defesa nacional. Os que roubam, ao subtrair os bens comuns, contribuem para que o estado republicano desmorone e, com ele, a nação. Desmorone nos hospitais precários, que não salvam vidas e, frequentemente, apressam a morte; desmorone nas escolas públicas em que as crianças não aprendem, mas se expõem aos perigos, que vão das humilhações à tortura, cometidas pelos fortes contra os fracos, quando não aos massacres; desmorone nos serviços de segurança, dos quais surgem esquadrões da morte e milicianos quadrilheiros.

Nesta visão, correta e ampla, dos efeitos da corrupção, os corruptos não são apenas larápios: são, da mesma forma, bandidos e assassinos. Uma coisa é o financiamento de campanhas políticas pelos empresários, outra o enriquecimento de agentes públicos, mediante as promíscuas relações, nas quais se superfaturam obras públicas e serviços, para a divisão do butim entre os parceiros. O que todos os cidadãos conscientes exigem é o financiamento público das campanhas, a fim de evitar essa poluição do sistema democrático.

  A missão da CPI: desmontar o POC
— Gilmar Crestani @ 8:54 pm
Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual
Partido político é um grupo organizado legalmente para chegar ao poder (numa definição simplificada). Assim, a forma de atuação de Carlinhos Cachoeira e sua organização, se formos ver bem, passou a ser quase um partido político. No mau sentido, ilegal, informal e atuante nos subterrâneos.
Vejamos:

O grande desafio da CPI não é fazer o mesmo que a Polícia Federal e o Ministério já fizeram e continuarão a fazer com os desdobramentos em curso. Não deve ser o foco da CPI enquadrar cada um dos membros da organização criminosa nos devidos artigos do código penal que infringiram. Para isso existe o Ministério Público.
A grande missão da CPI é entender, mapear, desbaratar e conter essa grande estrutura entrelaçada do POC. Por isso o mais importante para a CPI descobrir e esclarecer é o que ainda não está claro: o grau de envolvimento da organização criminosa com setores do Ministério Público e do Judiciário, além do real papel de setores da imprensa na tática da organização criminosa. Por exemplo: uma determinada revista seria membro do comitê central do POC? Seria militante do POC? Teria apenas afinidade corporativa com o POC?


Políticos e empreiteiros envolvidos todo mundo sabe o papel que desempenham neste tipo de organização: corruptores e corruptos. Basta à CPI acompanhar o trabalho do Ministério Público para não deixar engavetar nada, porque com inquéritos já em andamento, os procuradores andarão sempre na frente dos parlamentares, no que diz respeito a denunciar criminalmente governadores, políticos e empreiteiros.

Mas se a CPI não desbaratar o POC e não fizer reformas nas leis que contenham estas organizações, o POC continuará existindo nos subterrâneos com outros membros. Rei morto, rei posto. Hoje Cachoeira chegou a influir regionalmente em contratos de estados com uma grande empreiteira. Amanhã outro Cachoeira poderia vir a influir em contratos do pré-sal, de defesa das Forças Armadas, enfim colocando a própria nação sob governo do POC se houver um outro Demóstenes Torres ou, quem sabe, talvez até chegar à Presidência da República.

 


Tinha o objetivo de eleger bancadas de parlamentares e governantes. Daí, indicava nomeações para continuar na "base de apoio" de governos afins. Fazia disputas de poder, seja com fogo-amigo para quem fora aliado e tornara-se descartável, ou fazia oposição para derrubar adversários e conquistar espaços de poder.
Até aí poderia simplesmente registrar na Justiça Eleitoral e atuar como tantos outros partidos ditos fisiológicos (sem ideologia, com interesses apenas corporativos).

O problema é que os objetivos do "partido" era atingir o poder para cometer crimes lucrativos, por isso seria, digamos, um POC (Partido da Organização Criminosa).

O POC buscava entrar nos governos para nomear pessoas em cargos-chave, que lhes facilitassem negociatas com a organização criminosa, beneficiando empresas da turminha.

Outras nomeações de interesse eram na polícia, no Ministério Público e no Judiciário, para ficarem imunes à investigação de seus crimes. O POC usava espionagem ilegal e criminosa como método de conquista de espaço político, de cooptação, chantagem e suborno. Recorria à dossiês– caluniosos ou não – para destruir adversários, e para isso usava seus canais de porta-vozes em setores da imprensa que atendiam às causas do POC.


O rigor nas investigações, atinja a quem atingir, é ato de legítima defesa do sistema republicano e, particularmente, do poder legislativo. Há, crescente, na opinião pública – a partir das informações que recebe – o equivocado juízo de que os senadores e deputados são inúteis. Se essa CPI se frustrar, os cidadãos podem supor que os parlamentares não são apenas inúteis, mas também complacentes com os seus pares aquadrilhados, como os representantes de Goiás fisgados pela língua, entre eles esse comediante menor, o senador Demóstenes Torres, que fez, durante tanto tempo, o papel de Catão.

Devemos entender que a maioria parlamentar não é feita de bandoleiros, embora possa ter sua parcela de incompetentes. Espera-se que, na CPI, os homens de bem sejam tão ousados como costumam ser os canalhas – e os vencer – para lembrar a constatação de Disraeli sobre a Inglaterra de seu tempo. Hoje, provavelmente, o grande conservador não teria o mesmo juízo dos homens de bem ingleses, acoelhados diante do atrevimento dos camerons e blaires contemporâneos.

(Mauro Santayana_)


CPI da Veja e dos Corruptores Gilmar Crestani @ 9:49 am


Não que os demais não mandem às favas os princípios mais elementares do jornalismo quando lhes convém. Neste momento, haja vista, omitem a parceria Cachoeira-Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília e autor de algumas das mais fantasmagóricas páginas da semanal da Editora Abril, inspiradas e adubadas pelo criminoso, quando não se entregam a alguma pena inspirada à tarefa de tomar-lhe as dores. Veja, entretanto, superou-se em uma série de situações que, em matéria de jornalismo onírico, bateram todos os recordes nacionais e levariam o espelho de Murdoch a murmurar a possibilidade da existência de alguém tão inclinado à mazela quanto ele. E até mais inclinado, quem sabe.


"Escândalo – Gravações mostram que a relação entre a Veja e o grupo de Cachoeira pouco tinha a ver com jornalismo."

"Denúncias sem sustentação serviram para acuar os adversários do esquema criminoso"

"A invasão ao hotel do Dirceu teve o dedo da turma. E a campanha para levar Demóstenes ao Supremo Tribunal. E aí, CPI ?"

"Entra nesta até o falso grampo em Gilmar Mendes. A quem serviu a armação ? "

(Resposta – serviu para tirar o pescoço do Daniel Dantas da forca, e impedir que os agentes da Privataria do Fernando Henrique fossem para a cadeia. Não adiantou nada, porque o Amaury escreveu o livro best-seller.- PHA)

"Era preciso derrubar Pagot para beneficiar a Delta."

(Os arapongas) "Dadá e Marins produziam as "noticias".

A Carta reproduz "diálogos impertinentes" que mostram como Cachoeira e Demóstenes tramaram a invasão do apartamento de hotel do José Dirceu.
Como Cachoeira pautava a Veja e escolhia o local da revista onde a "notícia" deveria ser publicada.
Cachoeira e Claudio Abreu da Delta combinam como Policarpo Junior, "repórter" da Veja, ia detonar o "mensalão do PR" no Ministério dos Transportes.

Comemoram até a entrevista na Pagina Marrom da Veja com o Demóstenes, para anabolizar a candidatura dele ao Supremo:

Diz Claudio da Delta ao Cachoeira da Veja:
"É show de bola aqui, viu, bicho, show de bola."

Diz a Carta: "No episódio, a Veja não é uma flor de lótus, que permanece limpa em meio ao pântano."

Segue-se um artigo sobre o Robert(o) Civita inglês:
"Rupert Murdoch debochou da democracia britânica. É preciso evitar outros como ele."

Paulo Henrique Amorim -  


Famosa em Goiás, a moça de 30 anos já frequentava as colunas sociais locais, pelo menos desde o lançamento de sua loja de lingeries da marca Valisere – com sala de fetiche e tudo. Depois do início tímido da CPI do Cachoeira, sem convocações de governadores, do procurador-geral da República ou de Fernando Cavendish, da Delta Construções, seria essa a aposta dos parlamentares para esquentar as apurações?


Em certa medida, estão como o governador em relação a alguns secretários que gostaria de ver pelas cosas, mas que fingem que estão cobertos de razão: gostariam que o procurador-geral, Benedito Torres, deixasse o cargo, e que Umberto Machado, hoje na secretaria de Meio Ambiente do governo, saísse imediatamente. Gostariam. Mas…

Tudo se aprofundou com a ida de Umberto Machado para o governo Marconi Perillo (PSDB). Quando ele foi anunciado como substituto do deputado federal Leonardo Vilela (também tucano, e que saía para ser candidato a prefeito de Goiânia) na Secretaria de Meio Ambiente (Semarh), houve reações visíveis nos bastidores do MP goiano.

Uma ação política que deixava vulnerável a questionamentos uma instituição técnica. Era o que diziam vários promotores, para reforçar: uma ação desnecessária, de pura vaidade da parte de Umberto e de inegável uso do poder de seus padrinhos, que seriam o próprio Benedito e o senador (basta ver a relação de funcionários de Demóstenes no Senado ao longo do tempo para se constatar isso)

Difícil explicar o que veio depois. Já no momento da posse do promotor como secretário de Marconi, dia 28 de março, vinha a explosão das denúncias envolvendo o senador Demóstenes Torres e o governador com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

De início, constrangimento duplo: um promotor chegando a um governo no epicentro de um escândalo nacional e, pior, subordinado ao procurador de Justiça do Estado, irmão do principal alvo político do caso: Demóstenes.

Logo depois, Benedito foi citado em episódio nada inspirador: seu irmão prometia ingerência direta no MP goiano para beneficiar Cachoeira. Ele chegou a ser questionado dentro da própria instituição, pela ex-procuradora-geral de Justiça Ivana Farina, que foi dura. "Existe uma organização criminosa no Ministério Público, que vem sendo investigada desde 2000, comandada por Cachoeira", bateu ela, ao Correio Braziliense.

Ocorre, porém, que as ligações de Ivana com Marconi também são conhecidas e antigas. Ela foi escolhida procuradora pelo tucano, e seu marido ocupa hoje cargo estratégico por indicação também dele. Estes fatos foram contados pelo Goiás 247 em reportagem, que já destacava a crise no MP (leia aqui). E aí, mais um constrangimento: a exposição pública de uma inoportuna guerra interna expondo mais ainda a fragilidade política do MP goiano.

No feriado, nova denúncia envolvendo o nome de Benedito. Trechos de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram que Cachoeira articulou com Demóstenes encontro de vereadores de Goiânia com o procurador. De novo, Benedito se defende mostrando irritação com seu irmão.

Em nota, Benedito diz: "Fui convidado pelo meu irmão, Demóstenes Torres, senador, para tomar um café da manhã na casa dele. Não sabia que haveria vereadores participando do mesmo café da manhã e, se soubesse, provavelmente não teria comparecido. De lembrança, estavam presentes os vereadores Elias Vaz, Santana e outro que não me recordo. O evento foi rápido, e me lembro de que informalmente foi discutido um assunto que vinha sendo noticiado pela mídia, referente às suspeitas de irregularidades em uma área, envolvendo uma concessionária de veículos de Goiânia e o Município. Me restringi a dizer que este assunto deveria ser tratado no Ministério Público, afinal, era de possível interesse institucional. Não obstante, dei o mesmo andamento que dou a toda demanda do gênero que vier ao meu conhecimento, ou seja, repassei à promotoria de Execução da área de patrimônio público para análise. Naquele dia, ao final do café, chamei a atenção do meu irmão para que não mais aproveitasse um café da manhã para tratar de questões de possível interesse do MP, o que de fato nao mais ocorreu. Por fim, quero destacar que, como todo o resto do País, eu também desconhecia possíveis outras intenções ou interesses por parte do senador, mesmo sendo meu irmão. Registre-se, neste sentido, que o próprio diálogo reproduzido na edição de hoje (1º/05) do Jornal O Popular informa que Carlos Cachoeira só iria ao encontro do Senador após a minha saída. Declaro, novamente, que nunca encontrei ou tive qualquer diálogo com o senhor Carlos Cachoeira e que solicitei investigação ao Conselho Nacional do Ministério Público sobre todos os fatos envolvendo o Ministério Público de Goiás citados nos diálogos interceptados. Minha administração está aberta a qualquer órgão de imprensa ou de fiscalização. Ademais, registro que os 345 membros do Ministério Público de Goiás têm autonomia e independência funcional para repelir possível ingerência em sua atuação."

O que tem faltado aos membros do MP goiano é coragem para expressar o que muitos deixam claro em conversas reservadas e que garantem representar a "voz geral": que Benedito precisa fazer algo pra resgatar a "credibilidade perdida" do MP, e tem que ser algo que vá muito além das simples negativas suas de envolvimento nas articulações e trapalhadas do irmão. Há inclusive a visão de que Benedito é vítima de Demóstenes. Porém é inegável que o desgaste fica cada vez maior e o constrangimento atinge toda a instituição. Basta ver o silêncio público dos promotores sobre o caso, só proporcional à incontinência verbal em conversas reservadas com jornalistas.

Em relação ao secretário de Marconi, promotor Umberto Machado, houve uma tentativa direta no sentido de que ele mudasse de ideia. O procurador de Justiça Waldir Lara Cardoso pediu ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) que reconsiderasse a dispensa concedida ao promotor para que assumisse a Semarh.

"O procurador ponderou em seu pedido que a Constituição Federal proíbe membros do Ministério Público de exercerem outra função pública, salvo uma de magistério. Ele também cita casos de autorizações pleiteadas por integrantes de outros órgãos ministeriais negadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2010 e junho de 2011 para justificar o retorno de Umberto Machado aos trabalhos no MP", registrou reportagem de O Popular do dia 19 de abril.

A reação de Umberto foi qualificar o pedido de "inapropriado". Argumentou que o CSMP, para liberá-lo, se baseou na Resolução nº 72 do Conselho Nacional do MP (CNMP), editada em 2011 e que revogou artigos de outra resolução, de 2006, que proibiam o exercício de outros cargos públicos por integrante dos MPs.

Umberto argumentou mais: "A análise do meu pedido foi feito dentro do processo legal e em total sintonia com o entendimento atual do CNMP. Esse pedido de revogação da licença representa um desrespeito com o Conselho Nacional do MP e com o CSMP." (leia mais aqui)
Ou seja: como bom político, o promotor encontrou argumentos para segurar-se no poder. Age como promotor para garantir o status conquistado. Certo, politicamente. Mas, do ponto de vista do MP, o que dizer?


Se é para blindar tudo, por que a CPI?

— Gilmar Crestani @ 10:58 am

Por enquanto, o relator Odir Cunha só quer investigar Cachoeira

Imagens: José Cruz e Roosewelt Pinheiro/ABr (Montagem R7)

A palavra da hora em Brasília é blindagem. Está tudo blindado para que nada aconteça de imprevisto. Mas se é para ser assim, por que criaram a CPI do Cachoeira, com o apoio da ampla maioria de parlamentares de todos os partidos, na Câmara e no Senado?  Se for para investigar só a holding da contravenção montada por Carlinhos Cachoeira, é perda de tempo, pois a Polícia Federal e o Ministério Público já fazem isso há dois anos, apuraram tudo, o inquérito foi enviado ao STF e o acusado está preso.

Seu parceiro e braço parlamentar, o quase ex-senador Demóstenes Torres, já está no corredor da morte política só esperando a hora da degola.
Depois de três meses de vazamentos deste inquérito noticiados diariamente pela imprensa, esperava-se que a CPI fosse ampliar o leque, investigando outros tentáculos do grande polvo da corrupção criado por Cachoeira nos três poderes, em grandes empresas privadas e na imprensa, mas o relator Odir Cunha (PT-MG) já avisou nesta quarta-feira, logo na abertura dos trabalhos, que podemos tirar o cavalinho da chuva.

"A agenda prioritária buscará caracterizar a organização criminosa do senhor Carlos Augusto Ramos", decretou Cunha. E ainda é preciso caracterizar alguma coisa depois de tudo o que já foi apurado?

Nós temos o direito de saber o que ainda não veio a público, ou ficou escondido nos rodapés dos jornais _ como, por exemplo, as relações do contraventor com setores da imprensa, uma tabelinha entre fontes e repórteres que atendia a interesses comuns.

Antes que os integrantes da CPI armassem seu esquema de blindagem para proteger aliados, os principais orgãos da imprensa brasileira já tinham feito o mesmo, defendendo em bloco e atacando em massa. A participação de profissionais e veículos na história simplesmente sumiu do noticiário.

A dobradinha formada por Cachoeira e jornalistas da revista "Veja" ficou evidente em pelo menos dois episódios que provocaram as maiores crises políticas no governo Lula: a gravação da  conversa do contraventor com Valdomiro Diniz, assessor do então ministro José Dirceu, e as cenas da corrupção flagradas nos Correios, que deram origem ao mensalão.

Nos dois casos, o contraventor ofereceu de bandeja aos profissionais da revista as imagens em que se basearam as denúncias, gravadas por arapongas a seu serviço, mantendo a partir daí uma relação constante para plantar notícias.

Isso não mereceria pelo menos uma investigação? Até que ponto o grande bicheiro tinha influência sobre o que a revista publicava ou deixava de publicar para atacar inimigos e defender interesses comuns? Bastaria comparar o conteúdo e a época das gravações das conversas mantidas por seus jornalistas com Cachoeira e o que foi publicado pela "Veja".

Pelo jeito, não pensa assim o relator Odir Cunha, que já prometeu não fazer uma "caça às bruxas", excluindo juízes, jornalistas e procuradores do rol de pessoas que devem ser convocadas pela CPI. Se não quer caças as bruxas, vai caçar o que? As princesas?

Dos poucos parlamentares que ainda insistem no assunto, o deputado Paulo Teixeira, ex-lider do PT na Câmara, quer ouvir jornalistas que "foram cooptados pelo esquema Cachoeira". Sem citar nomes, Teixeira disse à Folha que "isso tem que ser investigado pela CPI".
A simples menção de serem ouvidos também jornalistas pela CPI já provocou uma gritaria danada de colunistas e editorialistas amestrados, acenando com a ameaça de volta da censura e restrições à liberdade de expressão, como de costume.

Na Inglaterra velha de guerra, ninguém pensa assim. Velhos homens de imprensa não são considerados inimputáveis. Ainda na terça-feira, o Parlamento britânico divulgou um relatório considerando Rupert Murdoch, 81 anos, um dos maiores magnatas da mídia, "inapto a comandar uma grande empresa multinacional".

Murdoch já estava sendo investigado desde julho do ano passado, após a denúncia de que um dos seus jornais, o tablóide "News of the World", grampeava celulares de celebridades para obter informações. E não foi publicado nenhum editorial contrário às investigações e em defesa da liberdade de expressão.

Aqui no nosso Brasil, a Associação Nacional dos Jornais, entidade patronal que lidera o combate a qualquer tentativa da sociedade de regulamentação da imprensa, publica hoje um anúncio em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

O título: "Liberdade é assim: quanto mais você tem, mais difícil viver sem ela".

Se fossem mais fiéis aos fatos, melhor fariam se mudassem este texto para:

"Liberdade é assim: quanto mais nós (da ANJ) temos, mais nós (da ANJ) queremos ter".

Porque, na verdade, liberdade de imprensa deveria ser um bem de toda a sociedade, mas o que temos no Brasil hoje é a liberdade de empresa para meia dúzia de famílias tradicionais que dominam o setor.


Os Amigos do Presidente Lula  — Gilmar Crestani @ 11:30 am

A VEJA se relaciona com três tipos de pessoas, todos eles facilmente identificáveis: anunciantes, bandidos e ignorantes. Não necessariamente nesta ordem. Pode ser que outro grupos, dos que só se movem pelo ódio, venham a fazer parte do grupo.
Enviado por luisnassif, sex, 04/05/2012 – 14:06

Autor: Luis Nassif

Primeiro, uma ameaça típica de Veja: nota no Radar Online mencionando um terceiro inquérito em mãos da Procuradoria Geral da República – do qual ninguém tinha ouvido falar – que teria apanhado 4 ministros do STF e 10 do STJ, uma maluquice só possível em quem aceita qualquer peixe podre, sem entender a lógica dos inquéritos, a verossimilhança das informações. Se fosse verdade, seria o próprio desmonte da República. Mas publica-se a nota como quem anuncia uma nova marca de cerveja.

Aí, o presidente da CPI desmente o fato. Sem apresentar um dado comprobatório sequer, o colunista "mantem" as informações. Agora o desmentido é da própria PGR. Ou seja, de todas as partes mencionadas nessa maluquice. Mas a única fonte confiável para esse pessoal são os dossiês de Carlinhos Cachoeira.

Conseguiram criar um mundo virtual, sem nenhum contato com a realidade dos fatos.

Novo inquérito-bomba
Gurgel: nova bomba

Vital do Rêgo, presidente da CPI mista do Cachoeira, recebeu do procurador-geral, Roberto Gurgel, uma informação destinada a mexer com a já nervosa Brasília das últimas semanas.

Gurgel informou que, na sexta-feira passada, enviou à Justiça um novo inquérito que investiga a jogatina (e, claro, Carlinhos Cachoeira) – não é nem a Operação Monte Carlo e nem a Las Vegas, ressalte-se.

Nele, também por meio de grampos, sairiam chamuscados quatro ministros do STF, onze do STJ e vários deputados.

(Atualização, à 0h56. O senador Vital do Rêgo enviou o seguinte e-mail: 


A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. "Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo", diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.

Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado. No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de "faz-tudo" de Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. "E aí, evoluiu aquele negócio?", pergunta Jorge. "Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15", responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1 bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No primeiro, a Delta foi desclassificada.

Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.

ELE DE NOVO

Então diretor da Dersa (Departamento de Estradas de Rodagem), Paulo Preto, o polêmico arrecadador tucano em 2010,foi o responsável por contratar a construtora Delta para obras viárias em São Paulo. Segundo documentos obtidos por ISTOÉ, a obra da Marginal era acompanhada dentro do governo de São Paulo por Delson José Amador e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que no PSDB é identificado como um dos arrecadadores das campanhas eleitorais de Serra.
Tanto Paulo Preto como Amador são citados na Operação Castelo da Areia, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com empreiteiras. Pelo lado da Delta, o responsável pelo gerenciamento da obra era o diretor da empreiteira para a região Sudeste, Heraldo Puccini Neto. Ele está foragido, após ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público do Distrito Federal. "A apuração sobre os contratos da Delta com o governo paulista pode levar ao caixa 2 dos tucanos em São Paulo", afirma o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). "Não podemos nos limitar a fazer uma análise política", diz o líder tucano Álvaro Dias (PR). "Devemos checar todos os contratos da Delta para saber de que forma foram celebrados e se os preços praticados foram justos. Afinal, a empresa foi a principal patrocinadora da relação do bicheiro Cachoeira com os recursos públicos."


O sujeito nem precisa ter sido pego em conversa direta com Cachoeira, uma citação ao seu nome é suficiente para virar notícia -na semana passada, por exemplo, a Folha destacou uma tentativa de lobby no Ministério da Educação.
Já menções à imprensa, na grande imprensa, têm sido quase ignoradas. A Folha, que tem ombudsman para publicar o que a Redação menospreza, aparece em dois grampos, nada comprometedores.

Num diálogo, Cachoeira comenta nota do Painel, de 7 de julho de 2011, em que o deputado federal Sandro Mabel, de Goiás, nega ser a fonte das denúncias que derrubaram o ministro dos Transportes. O bicheiro se diverte e diz que foi o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) quem espalhou isso em Brasília.

Em outra conversa, o contraventor e Claudio Abreu, na época diretor da Delta, tentam evitar a publicação de uma reportagem. Primeiro, Abreu diz que "nós tamos bem lá", mas depois lamenta não ter contato no jornal. "Queria alguma relação com a Folha."

A Secretaria de Redação não identificou o assunto que incomodou a empreiteira, mas diz que, após o tal telefonema, "a Folha publicou duas reportagens críticas à Delta: uma falando de sobrepreço em reforma no Maracanã e outra sobre paralisação de obra em Cumbica".

A "Veja", que aparece várias vezes nos grampos, publicou apenas um diálogo em que é citada e colocou, no on-line, uma defesa de seus princípios ("Ética jornalística: uma reflexão permanente"). O artigo, do diretor de Redação, afirma que "ter um corrupto como informante não nos corrompe" e lembra ao leitor que "maus cidadãos podem, em muitos casos, ser portadores de boas informações". Cabe ao jornalista avaliar "se o interesse público maior supera mesmo o subproduto indesejável de satisfazer o interesse menor e subalterno da fonte".

Trocando em miúdos: mesmo sendo uma pessoa inidônea, Cachoeira pode ter fornecido à revista dados valiosos, que levaram a importantes denúncias de corrupção.

Do que veio a público até o momento, não há nada de ilegal no relacionamento "Veja"-Cachoeira. O paralelo com o caso Murdoch, que a blogosfera de esquerda tenta emplacar, soa forçado, porque, no caso inglês, há provas de crimes, como escutas ilegais e a corrupção de policiais e autoridades.

Não ser ilegal é diferente, porém, de ser "eticamente aceitável". Foram oferecidas vantagens à fonte? O jornalista sabia como as informações eram obtidas? Tinha conhecimento da relação próxima de Cachoeira com o senador Demóstenes? Há muitas perguntas que só podem ser respondidas se todas as cartas estiverem na mesa.

É preciso divulgar os diálogos relevantes que citem a imprensa. A Secretaria de Redação diz que tem "publicado reportagens a respeito, quando julga que há notícia". "Na sexta, entrevista com o relator da CPI tratava do tema e estava na Primeira Página. Já em abril havia reportagem de Brasília e colunistas escreveram a respeito", afirma.

É pouco. Grampos mostram que a mídia fazia parte do xadrez de Cachoeira. Que essa parte do escândalo seja tratada sem indulgência, com a mesma dureza com que os políticos têm sido cobrados. Permitir-se ser questionado, jogar luz sobre a delicada relação fonte-jornalista, faz parte do jogo democrático.

Por Suzana Singer – ombudsman da Folha


Putaria Mafiomidiática

Bandidagem, Carlinhos Cachoeira, CPI da Veja, Grupos Mafiomidiáticos, Veja

Gilmar Crestani @ 12:05 pm 

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