"Avuou, avuou, Bentevi:
quem não sabe dançar
sai daqui..."
quem não sabe dançar
sai daqui..."
NAGÔS E
TOLETEIROS
Sabiá cantou, no galho da laranjeira
Moça
donzela toma banho na tina
Nagô não come no dia de sexta-feira
Nagô não come no dia de sexta-feira
Cabinda
na sexta só bebe pinga
Nêgo
toleteiro que tem canela fina
não
trabalha de renda nem de ferreiro
Se é
nagô é oficial ruim na carapina
Nêgo
jornaleiro que gosta de marruá
Nagô rodopia
no terreiro
em
noite clara de luar.
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NOMES DE
PESSOAS E DAS FAMÍLIAS DA VILA DO FANADO
A Vila do Fanado, em seus tempos
áureos, chegou a ser uma verdadeira "caquende", que intermediava todo
o comércio que se fazia entre as Províncias de Minas com o Sul da Bahia. Dessa
condição, por ela passavam as tropas que chegavam do Arraial do Tejuco (hoje
Diamantina) e aquelas que demandavam o Sertão Baiano cuja capital era a cidade
Jacobina, onde morava o Bispo Diocesano.
Em decorrência dessa situação, era sua população formada por elementos de todas as raças, vindos de todas as demais regiões. Eram garimpeiros, mineradores, comerciantes, ciganos, mascates, tropeiros, ferradores, sangradores, feiticeiros e gente de todos os ofícios e artes que ali permaneciam por algum tempo ou que iam ficando e constituindo suas famílias. Era, então, “uma freguezia de marranos e marrucos, gregos e troianos”, no dizer do Cônego Peregrino.
Em decorrência dessa situação, era sua população formada por elementos de todas as raças, vindos de todas as demais regiões. Eram garimpeiros, mineradores, comerciantes, ciganos, mascates, tropeiros, ferradores, sangradores, feiticeiros e gente de todos os ofícios e artes que ali permaneciam por algum tempo ou que iam ficando e constituindo suas famílias. Era, então, “uma freguezia de marranos e marrucos, gregos e troianos”, no dizer do Cônego Peregrino.
As raízes fanadeiras, desta forma, estão firmadas nas diversas regiões, não só do Brasil, mas de todo o mundo, havendo muitos descendentes de índios, de escravos, de judeus, de ciganos, de indianos (Goa), de espanhóis e, principalmente, de portugueses.
Dizem que a família Sena, da qual nossa família descende, através de nossa bisavó Idalina Sena (a nossa saudosa Sá Dalina) e segundo ela própria afirmava, tem sua origem em Goa, de vez que o pai dela "Antonico Sena" se dizia filho de um piloto (engenheiro prático) que chegou à Vila, ainda muito jovem, para participar da elaboração de cartas geográficas (mapas), a serviço da Província da Bahia, sendo que ele trouxera de lá daquela região a sua esposa, quando viajava na condição de marinheiro e sua experiência como aprendiz desse seu ofício de cartógrafo.
Também o irmão dela, de nome Júlio Sena, tendo aprendido alguma coisa dessa arte com o velho avô deles, na arte de topografia, chegou também a exercer funções de mestre de obras para a abertura de estradas pela região.
Assim como o pioneiro de sobrenome "Sena", também Juvenato Coelho, pai do Vovô Durval Coelho - que tinha parentes próximos em Capelinha da Graça, Chapada do Norte e Berilo, teria sua origem na região de Ubá, de onde se ramificou a família "Coelho" passando por Itabira e depois pela região de São Miguel das Almas (Peçanha, Guanhães, Sabinópolis, etc.) os quais se espalharam pela região como comerciantes, mineradores, oficiais da guarda nacional, como agentes dos correios e como tropeiros, sendo muitos os "coelhos" que ainda vivem, além dessas cidades, mas também em Governador Valadares, Guanhães, Virginópolis, Malacacheta, Itambacuri e e Nanuque.
Valentins, Bernardinos, Clementes, Ribeiros,
Brandãos, Lajes, Lares, Caminhas, Morais, Melo, Neves, Maciel, Camargos,
Torres, Figueiredo, Figueiró, Fróis, Freire, Casais, Carvalhais, Borges,
Alcântara, Matos, Oliveira, Pereira, Ferreira, Vieira, Gonçalves, Silva,
Carvalho, Nogueira, Souza, Moreira, Medeiros, Barbosa, Machado, Pinheiro,
Pinto, Peixoto, Correia, Barbosa, Matos, Alecrim, Azevedo, Mendes, Fernandes,
Marques, Sá, Pimenta, Cardoso, Novais, Pais, Dias, Amaral, Barral, Nunes,
Alvarenga, Rocha, Sena, Lemos, Guedes, Simões, Otoni, Reis, Mota, Vieira, Luz,
Araújo, Antunes, Esteves, Diniz, Niz, Neiva, Neres, Nunes, Pires e que tenha
adotado a profissão ou o nome de árvores e animais, como apelido de suas gentes,
- segundo avaliação do Vovô Domingos Mota– são sobrenomes dos descendentes de
cristãos-novos, que chegaram à antiga Vila do Fanado como garimpeiros, como
mascates, como ourives ou lapidários, ou mesmo em busca de outras aventuras.
Já os que têm sobrenome de Santos,
Cruz, Jesus, Sacramento, Cristianismo, Evangelista, Cordeiros, Paixão, Batista, Bispo, Bento,
Chagas, Luz, Torres, etc., têm, muitos deles, origem sacerdotal, ou seja,
filhos bastardos, com parideiras escravas, já alforriadas, de pardos, filhos que os
religiosos recebiam como adotivos e afilhados, os que eram depositados pelas
mães-solteiras nas rodas das igrejas ou mesmo aqueles que foram gerados nas
sacristias e casas paroquiais.
TAMBUZEIROS
Vamos todos juntos,
Oberah!
Ver a Mãe de Deus,
Oberah!
Vamos todos juntos,
Oberah!
Ver a Mãe de Deus,
Oberah!
Óia o tolete, calunga!
Viva o
Povo de Ingoma?
-Viva!
Viva o Rei Novo?
-Viva!
Viva a Rainha Nova?
-Viva!
Viva Nossa Mãe, A Senhora do Rosário?
-Viva!
Viva o Rei Velho?
Viva!
Viva a Rainha Velha?
Viva!
Viva o Povo de Candonga?
Viva!
Viva os Candongueiros?
Viva!
Viva todos aqui presentes?
Viva!
E nós, bebe ou num bebe?
Ê, ê, á...
O TATU DO TAMBU
- O tatu trepa pau?
É mentira moleque.
- O tatu trepa pau?
- É mentira moleque.
E eu, bebo ou num bebo?
Êh, êh, êh...
Viva a Rainha Velha?
Viva!
Viva o Rei Velho?
Viva!