Alzira
Nogueira Reis
Alzira Reis nasceu em 8 de novembro de 1886, em Minas Novas, Minas Gerais. O pioneirismo foi a sua marca. Em 1905, Alzira e duas amigas, com base na Constituição, alistaram-se eleitoras, sendo a primeira mulher a votar no Brasil.
Alzira sempre sonhou em
ser médica, mas era impedida pelas leis brasileiras.
Na
defesa de suas convicções, enviou diversos pedidos de autorização ao Ministério
da Educação e por volta de 1911 recebeu o tão esperado documento para estudar
Farmácia. Em 1920, Alzira formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas, tornando-se a primeira médica do Estado.
Em 1931,
alinhou-se com a Federação para o Progresso Feminino, lutando pelo voto
feminino e no ano seguinte lançou-se candidata à Assembléia Constituinte.
Foi
nomeada por Amaral Peixoto para clinicar no posto de saúde de Niterói e começou
sua luta em defesa dos portadores do Mal de Hansen. Seis anos depois fundou o
Educandário Vista Alegre, presidindo-o até meados dos anos 50 e foi presidente
da Associação de Assistência aos Lázaros por mais de duas décadas.
DRA. ALZIRA NOGUEIRA fundou o primeiro serviço de Pronto-Socorro Médico e o primeiro curso ginasial na cidade de TEÓFILO OTONI..
FILHOS DE ALZIRA NOGUEIRA REIS FERREIRA:
Fernanda Augusta Vieira Ferreira
José Bento Vieira Ferreira
Joaquim Miguel Vieira Ferreira
Vicente Fernando Vieira Ferreira
Fontes:
Minas Novas, Ontem e Hoje
Demósthenes César Jr.
Jornal A Esquerda, edição de 7/7/1928
Jader de Carvalho
Ideologia & Feminismo
Branca Moreira Alves – Ed. Vozes
O Voto de Saias:
A Constituinte de 1934 e a Participação das Mulheres na Política
Rita de Cássia Barbosa de Araújo
Estudos Avançados, 2003
Pesquisa
Anamaria Nunes Vieira Ferreira
Alzira
Nogueira Reis - 3ª Parte
Pioneiras
do Feminismo no Brasil, a anarquista Maria Lacerda de Moura e a médica Alzira
Reis (ambas mineiras) foram das primeiras a sair em campo contra a tão
propalada inferioridade
do sexo feminino.
do sexo feminino.
Edgard
Luís de Barros
Professor da USP
Professor da USP
Pioneira
do Feminismo no Brasil
Embora seu nome seja sempre omitido, Alzira sempre esteve a
frente do seu tempo e de todos os movimentos pelos Direitos da Mulher, como
atesta o texto acima. Ao lado de Maria Lacerda de Moura, foi pioneira do
Feminismo no Brasil.
Pequena Biografia de Maria
Lacerda de Moura
1887 – 1945
Escritora feminista brasileira
nascida em Manhuaçu, Estado de Minas Gerais, historicamente envolvida
intensamente com o movimento operário anarquista e considerada uma das
pioneiras do feminismo no Brasil e uma das poucas ativistas que se envolveu
diretamente com o movimento operário e sindical.
As Três Primeiras
Eleitoras do Brasil
Em 1905, Alzira e duas amigas, Cândida Maria Souza e Clotilde de Oliveira, com base na Constituição, alistaram-se eleitoras.
É importante revelar a
importância do Juiz de Minas Novas, Dr. Francisco Coelho Duarte Badaró, casado
com Dona Luiza Pinheiro Nogueira, tia de Alzira, que entendia ser esse um
direito das mulheres e concedeu o alistamento.
As três professoras votaram em
separado, provocando grande revolta em Minas.
Pequena Biografia de Cândida Maria Santos
Professora. Era filha de Dona Eufrosina Miranda Santos, sobrinha do Major José Benício Simões de Miranda. Irmã de Benedito Camilo dos Santos, farmacêutico conhecido como Siô Dito, de Evaristo Mário e da sua gêmea Maria Cândida.
Pequena Biografia de Clotilde de
Oliveira
Professora. De apelido Clozinha,
seguindo o “Roteiro das Famílias de Minas Novas” pelas ruas da cidade, da
autoria de Demósthenes César Jr., acreditamos que fosse filha do Promotor de
Justiça e depois Juiz Municipal, Dr. Francisco Martiniano de Oliveira, por ser
a única família com esse apelido na cidade e única a ter uma jovem de nome
Clotilde Oliveira. (...) Ao lado do sobrado, onde por muitos anos morou o
Promotor de Justiça e depois Juiz Municipal, Dr. Martiniano (Francisco
Martiniano de Oliveira) com a sua velha mãe paralítica, Dona Antônia, a esposa
Dona Marieta e os filhos Clozinha (Clotilde), Mimi (Semiramis), Humberto,
Arthur e Gentil (...)
O Primeiro Voto Feminino do Brasil
A História Oficial registra o 1º voto feminino em 1926, em Mossoró, mas a verdade inconteste é que esse direito cabe a três jovens mineiras que votaram em 1905!
A História Oficial registra o 1º voto feminino em 1926, em Mossoró, mas a verdade inconteste é que esse direito cabe a três jovens mineiras que votaram em 1905!
É importante destacar que Berta Lutz,
reverenciada como a grande defensora do Voto Feminino, escreve o primeiro
artigo sobre o tema em 1918... 13 anos depois das três mineiras votarem!
Pequena Biografia de Berta Lutz
Sufragista e Fundadora da Federação para o Progresso Feminino
Berta Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo, em 1894. Zoóloga de profissão, em 1919 tornou-se secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O fato teve grande repercussão, considerando-se que na época o acesso ao funcionalismo público ainda era vedado às mulheres. Mais tarde, tornou-se naturalista na seção de botânica da mesma instituição. Em 1922, representou o Brasil na assembléia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. De volta ao Brasil, fundou a Federação para o Progresso Feminino, iniciando a luta pelo direito de voto para as mulheres brasileiras.
Sufragista e Fundadora da Federação para o Progresso Feminino
Berta Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo, em 1894. Zoóloga de profissão, em 1919 tornou-se secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O fato teve grande repercussão, considerando-se que na época o acesso ao funcionalismo público ainda era vedado às mulheres. Mais tarde, tornou-se naturalista na seção de botânica da mesma instituição. Em 1922, representou o Brasil na assembléia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. De volta ao Brasil, fundou a Federação para o Progresso Feminino, iniciando a luta pelo direito de voto para as mulheres brasileiras.
A Cassação dos Votos Femininos
Os votos das três moças foram cassados seis anos depois,
segundo consta nos Anais da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Em trecho que Alzira publicou no opúsculo “Pelo Voto
Feminino”, sob o pseudônimo de Selva Americana, temos a fala do Deputado
Francisco Coelho Duarte Badaró Jr. reivindicando a glória do Voto Feminino para
Minas Novas e não para o Rio Grande do Norte, como consta na História do
Brasil.
O Exercício do Voto no Brasil
Antigua Vila feliz. Minas Novas está ubicada al norte del
estado, a 543 km
de Belo Horizonte y 216 km
de Diamantina. Entre otros tantos atractivos, es el lugar privilegiado para
conocer y comprar el artesanato de cerámica del Valle del Jequitinhonha. (...)
Minas Novas posee una historia rica y singular. Con una actividad periodística
importante, tuvo su primer periódico, o Jornal de Minas Novas, en 1898. También
ocurrió aquí el primer voto femenino en Brasil cuando el Señor Francisco Coelho
Duarte Badaró ayudó a votar una ley que permitía el ejercicio del voto en
Brasil. (...)
http://www.culturamineira.com.ar/ciudades/minasnovas.htm
http://www.culturamineira.com.ar/ciudades/minasnovas.htm
O Juiz que instituiu o Voto Feminino em Minas
Houve uma época no Brasil em que era facultativo aos juízes
de Direito exercer as funções de deputado ou senador, com substituição mantida
por outro bacharel, um juiz municipal.
Quando no exercício dessa função na comarca de Minas Novas, Francisco Coelho Duarte Badaró ajudou a votar uma lei que permitia o exercício do voto no Brasil, em vigor a partir de 1º de janeiro de 1905. Instaladas as eleições, o juiz convocou as professoras Alzira Nogueira Reis, Cândida Maria Santos e Clotilde de Oliveira e as qualificou como eleitoras, comunicando, em seguida, tal atitude ao Tribunal Regional Eleitoral e ao Tribunal Superior Eleitoral, instituindo assim os primeiros votos femininos do Brasil.
Alzira Nogueira Reis
4ª Parte
Joaquim
Vieira Ferreira Netto
Paixão à Primeira Vista
Em sua mocidade, ainda estudante de Direito, Joaquim foi convidado pela Dra. Antonieta César Dias, terceira médica brasileira, para acompanhá-la e ao seu filho Admar Morpurgo, seu futuro cunhado, em viagem à Belo Horizonte.
Lá
chegando, foram recebidos por Alzira, estudante de Medicina, que,
por ser a única mulher da faculdade, fora incumbida de receber a Dra.
Antonieta.
A
paixão foi à primeira vista. Alzira ficou bastante impressionada pela palestra
sobre Filosofia e Psicologia que aquele jovem de 18 anos fizera durante a
tarde, mas recusava-se a admitir.
Em
carta de 1969, Alzira escreveu para a sobrinha de seu marido, Antonieta
Inocência Vieira Ferreira Morpurgo, quando da morte do seu pai, Dr. Admar
Morpurgo:
Niterói, 17 de Dezembro de 1969
Rua Sebastião Dantas, 15/204 - Santa Rosa
Niêta:
Niterói, 17 de Dezembro de 1969
Rua Sebastião Dantas, 15/204 - Santa Rosa
Niêta:
Senti profundamente a morte
de seu pai, que eu pretendia ir ver logo que regressasse à sua residência; o
destino não quis. Também senti o silêncio que o zêlo excessivo pela minha saúde
criou em tôrno de mim impedindo-me de prestar minha homenágem ao Morpurgo.
Desculpe-me.
Não sei se você sabe que
conheci Vieira através da Dra. Antonieta e do Morpurgo, em Belo Horisonte. Era
eu estudante de Medicina e meu professor de Cirurgia, Dr. Borges da Costa,
incumbiu-me de convidar a dra. Morpurgo a visitar a nossa Faculdade. Na pensão
quem me recebeu primeiro foi Vieira, cuja palestra sôbre Filosofia e Psicologia
prendeu-me logo a atenção. Nessa noite, num cinema, Vieira falou-me em
casamento, e lá - então contrariando-me, a dra. brincou: “ Isso é filosofia ou
namorosofia ?”
Eu então achava tudo
absurdo por muitos motivos. Eu o relembro apenas para mostrar-lhe que Morpurgo
estava ligado à minha vida e de Vieira indelevelmente.
A doença nada respeita e
no-lo roubou.
Você perde o seu grande
amigo, presente em todos os seus momentos.
Pezames, extensivos a
Augusto e família, Cristina e Claudia.
Creia no meu profundo pezar.
Creia no meu profundo pezar.
Da tia e amiga
Alzira
Noivo Deserdado
Segundo sua filha, Dra. Fernanda Barcellos, voltando para Friburgo, onde morava com seus pais, Joaquim lhes disse que pretendia se casar, tendo sido deserdado pelo absurdo de querer casar-se, aos 18 anos, ainda estudante, e com uma mulher de 33 anos, “médica, ainda por cima”!
A Noiva em Fuga
Apesar das proibições da família, Joaquim voltou a Minas e as suas atribulações amorosas começaram. Em Belo Horizonte, soube na pensão que Alzira fugira para o interior para escapar das suas investidas. Mas Joaquim foi procurá-la em Minas Novas, formalizando o pedido diante da severa Dona Augusta.
Apesar das proibições da família, Joaquim voltou a Minas e as suas atribulações amorosas começaram. Em Belo Horizonte, soube na pensão que Alzira fugira para o interior para escapar das suas investidas. Mas Joaquim foi procurá-la em Minas Novas, formalizando o pedido diante da severa Dona Augusta.
O Divórcio
Ainda segundo sua filha Fernanda, Alzira não resistiu por muito tempo às declarações de Joaquim e aceitou o pedido, com a condição de que o casamento fosse só no religioso.
Ainda segundo sua filha Fernanda, Alzira não resistiu por muito tempo às declarações de Joaquim e aceitou o pedido, com a condição de que o casamento fosse só no religioso.
Joaquim não entendeu.
Joaquim:
No Religioso? Mas a senhora é atéia!
Alzira:
Por isso mesmo, o casamento não terá valor legal algum.
Joaquim:
No Religioso? Mas a senhora é atéia!
Alzira:
Por isso mesmo, o casamento não terá valor legal algum.
No civil, só me caso quando houver divórcio no Brasil.
Recuso-me a ficar presa a um homem pelo resto da minha vida.
Joaquim aceitou a idéia de se casar só no religioso, mas os problemas estavam apenas começando.
Joaquim aceitou a idéia de se casar só no religioso, mas os problemas estavam apenas começando.
O Falso Noivo
Em Minas Novas havia um pretendente eterno à mão de Alzira:
Em Minas Novas havia um pretendente eterno à mão de Alzira:
O seu primo, Deputado João Pinheiro de Miranda França, sobrinho
e afilhado do seu avô, Senador José Bento Nogueira, a quem traíra em questões
políticas.
Alzira já havia recusado os pedidos do primo França diversas
vezes:
“Entre o senhor e o meu avô, fico com o meu avô, de coração”.
Mas João França, como Alzira o chamava, não se conformava com a
rejeição. Quando Alzira e Joaquim ficaram noivos, João França procurou Joaquim
dizendo-lhe que ele e Alzira se amavam e iriam casar. Joaquim, indignado,
rompeu o noivado e foi embora.
A Tentativa de Suicídio
Ainda segundo sua filha, Dra. Alzira cortou os pulsos com o bisturi, ato que negou até o fim dos seus dias por achar indigno uma mulher se matar por amor a um homem – mas as cicatrizes ficaram. Joaquim soube do ocorrido e voltou. Reconciliaram-se e casaram-se.
Ainda segundo sua filha, Dra. Alzira cortou os pulsos com o bisturi, ato que negou até o fim dos seus dias por achar indigno uma mulher se matar por amor a um homem – mas as cicatrizes ficaram. Joaquim soube do ocorrido e voltou. Reconciliaram-se e casaram-se.
Cabeça de Família
No início da vida conjugal, Dra. Alzira era quem mantinha a família enquanto Joaquim terminava os seus estudos de Direito. Era Alzira quem pagava as despesas e ensinava filosofia, francês e inglês para Vieira, ainda deserdado por seu pai. Joaquim só foi perdoado por seus pais quando Alzira engravidou da primeira filha, a Dra. Fernanda Barcellos.
No início da vida conjugal, Dra. Alzira era quem mantinha a família enquanto Joaquim terminava os seus estudos de Direito. Era Alzira quem pagava as despesas e ensinava filosofia, francês e inglês para Vieira, ainda deserdado por seu pai. Joaquim só foi perdoado por seus pais quando Alzira engravidou da primeira filha, a Dra. Fernanda Barcellos.
“Após sua formatura, Dra. Alzira clinicou em Minas Novas,
Friburgo e Teófilo Otoni.”
A Mudança para Nova Friburgo
Por volta de 1920, Alzira e Joaquim se mudaram para Nova Friburgo, para a casa do sogro, Desembargador Vieira Ferreira, onde nasceram os dois primeiros filhos:
Por volta de 1920, Alzira e Joaquim se mudaram para Nova Friburgo, para a casa do sogro, Desembargador Vieira Ferreira, onde nasceram os dois primeiros filhos:
Fernanda e José Bento.
A Volta para Minas Gerais
Em 1922, provavelmente, voltaram para
Em 1922, provavelmente, voltaram para
Minas Novas.
A carta de Alzira para sua sogra confirma que em 1924 e 1925,
estavam lá:
23 Nov. 924
D. Honorina
Muito obrigada pela sua carta e de Maria, hontem recebidas, bem assim pelo telegramma de 8, agradecimentos extensivos ao Dr. Vieira, a quem enviamos também affectuosas visitas.
Fernanda ainda não sabe ler o cartão inglez de Maria mas eu o li
para ella.
Há dias ella, ao acordar, me disse e ao pai, todos ainda na
cama:
“Vou-me embora para Nictheroy e não volto mais”.
"Que vai você fazer lá?" Perguntamos.
“Brincar com Antonieta e levo papai, mamãe e Zé Bento”.
Parece até que sonhava, pois dormiu logo outra vez.
Recebemos carta de Morpurgo, muito contente com a clínica de
roça, onde está sosinho ou unico. Que continue bem, como Thereza e filhos, são
votos sinceros.
Maria que mandou o vestido começado, com o figurino para eu
acabal-o. Inda no dia 12 fez um vestido pa. Fernanda da flanella que a Sra.
Mandou, é o 3º que faço dessa flanella, e o meu extreei hontem, assistindo a
uma audiência de um processo que forjavam ha tempo contra Vieira (2 rábulas e o
juiz, em julho, arrumaram 5 denúncias e 1 ex-officiio), mas agora estão muito
gentis e o juiz propoz hontem, depois da audiência, ao queixoso Sérgio Costa,
que era melhor “dar-se um tiro nesse processo”. Não acharam promotor ad hoc
contra Vieira nem aqui nem na comarca e o tal processo ex-officio o juiz mandou
para o Procurador, em B. Horizonte, e o Desembarador Tito telegraphou-nos:
“Denuncia desprezada.”
Resta agora esse tal outro processo que Sergio Costa (zangou-se
porque Vieira o denunciou num caso contra as posturas municipais, caso sobre o
qual Chico Badaró consultou meu sogro) armou contra Vieira e para o qual depoz
hontem a ultima testemunha forgicada (um denunciado por Vieira) e que, apezar
disto, disse que “não sabia de nada”. Por isto e porque não encontraram
promotor e já tomaram fogo na Relação, já o juiz está tão gentil connosco e
quer dar “um tiro nisso”, como rabula mais sábio.
P.S. Preocupações fizeram-me esquecer de lembrar Vieira pa.
Telegraphar a Maria no dia 10.
Muitos parabens nossos.
Depois elle escreve.
Muitos parabens nossos.
Depois elle escreve.
Alzira
A Mudança para Araçuaí
Joaquim foi nomeado Juiz Municipal em Araçuaí, onde residia o farmacêutico José Nogueira Reis, irmão de Alzira. A mudança se deu em Dezembro de 1925 ou em Janeiro de 1926:
Alzira Reis Vieira Ferreira
Clínica Geral de Senhoras, Gynecologia e Obstetrícia
Minas Novas, 27 de Dez. de 1925.
D.
Honorina,
Nenhuma
notícia sua e de casa. Faz hoje 1 mez que Vieira chegou e siquer uma linha
tivemos.
O
Dr. Vieira é muito modesto e eu vejo como seria necessário para lhe fazer
justiça maior e de utilidade futura para Vieira, um andamento do seu viver ao
do nosso tempo, que vê mais quem mais visto está.
Elle
de certo me comprehenderá logo. Supremos logares na justiça...
(Escrito no cabeçalho, na horizontal:)
“Vieira está encaixotando os livros e escreverá depois”
(Escrito no cabeçalho, na horizontal:)
“Vieira está encaixotando os livros e escreverá depois”
A Mudança para Teófilo Otoni
Em 1927, mudam-se para Teófilo Otoni, onde nascem os dois últimos filhos: Joaquim, em Janeiro de 1927 e Vicente, em 1929.
Chamava-se
“Ambulatório Infantil Moncorvo Filho”, a fundação da Dra. Alzira Reis Vieira
Ferreira, que desde o primeiro instante contou com toda a dedicação e trabalho
de seu colega Dr. Paiva.
O Ambulatório contou com todo apoio do Dr. Moncorvo Filho, que além dos auxílios necessários, prometeu uma visita ao Serviço, o que infelizmente não foi efetuado. Em Niterói, a Dra. Alzira ocupou durante a Interventoria Amaral Peixoto, o cargo de Médica do Centro de Saúde.
Segundo
o depoimento do Dr. Petrônio, de Teófilo Otoni, contemporâneo de seus filhos,
era voz corrente na cidade que “Vieira era aluno de Alzira”.
Alzira mantinha
uma escola no fundo do quintal, o “Curso São Vicente”, que preenchia a falta de
um ginásio na cidade. Quando o ginásio foi fundado, anos depois, Joaquim
empregou-se como Professor de Francês. Alzira fundou o Pronto Socorro Infantil
Moncorvo Filho, onde clinicava:
A Dra.
Alzira Reis Vieira Ferreira foi a Primeira Médica diplomada pela Faculdade de
Medicina de Minas Gerais. Foi igualmente a Primeira e Única representante
feminina, formada em Medicina, que clinicou em Teófilo Otoni.
Diplomada
em 1920, já em 1926 chegava a esta cidade onde permaneceu até 1931.
Em
1930, eles se mudaram para Niterói. Viveram felizes por quatro décadas, até que
Joaquim, aos sessenta anos de idade, falecesse dormindo, em 3 de Abril de 1961.
Tema
de Estudos
Em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizou-se mais um Simpósio Nacional de História, o maior encontro de historiadores do país. A UFF, como sempre, marcou um tento com a inauguração de alguns dos mais importantes simpósios temáticos do encontro. Juntou um deles, em animados debates sobre a história das mulheres, as professoras Adriana, Facina, Eulália Lobo, Ismênia de Lima Martins, Márcia Cavendish, Rachel Soihet e Suely Gomes Costa e pesquisadores de outros estados. Ismênia, na oportunidade, apresentou resultados de sua pesquisa sobre a biografia da Dra. Alzira Nogueira Reis, primeira mulher a votar e a formar-se médica em Minas Gerais. Aliás, avó da teatróloga Anamaria Nunes.
Em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizou-se mais um Simpósio Nacional de História, o maior encontro de historiadores do país. A UFF, como sempre, marcou um tento com a inauguração de alguns dos mais importantes simpósios temáticos do encontro. Juntou um deles, em animados debates sobre a história das mulheres, as professoras Adriana, Facina, Eulália Lobo, Ismênia de Lima Martins, Márcia Cavendish, Rachel Soihet e Suely Gomes Costa e pesquisadores de outros estados. Ismênia, na oportunidade, apresentou resultados de sua pesquisa sobre a biografia da Dra. Alzira Nogueira Reis, primeira mulher a votar e a formar-se médica em Minas Gerais. Aliás, avó da teatróloga Anamaria Nunes.
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