segunda-feira, 23 de abril de 2012

PHARMACIAS DE ANTIGAMENTE!!!

- Já não se fazem farmácias como as de antigamente, pois nos dias atuais, até as louras de farmácia, quando não são falsas, no mínimo são falsificadas.

O Biotônico, naqueles bons tempos de Agenor, era melhor que o Vinho do Porto dos dias de hoje!!!


(À MEMÓRIA DE MEU PADRINHO WALDEMAR CESAR SANTOS,
QUE HOJE É NOME DE UMA AVENIDA)

PHARMACIA SANTOS

Como todos sabem, o longevo Professor Chalaça - afora os gorós homéricos de pinga com jurubeba, que tomava diariamente na “venda de Finusca”, (para isto carregava no bolso uns frasquinhos de EPOCLER - adenosina, dl-metionina, betaína, citrato decolina, cloridrato de piridoxina, sorbitol - sabor de abacaxi) e, além disto, consumidor contumaz de torresmos, chouriços, muzzelas, lombos e feijoadas, apesar de  muito metódico e velhaco que era ele, não fumava e nem tomava “friagens”, sempre se cuidou bastante da saúde, o que lhe permitiu chegar, naturalmente, aos dias de hoje gozando de uma saúde invejável e de posse de todas as faculdades físicas,  mentais e outras mais...

É que, durante toda a vida, ele sempre usou medicamentos da Pharmacia Santos, na Rua do Amparo, s/n –lá nas Minas Novas, onde havia, entre outros, os "productos medicinaes, compendiados em o Pharol Medicinal", como a Maravilha Curativa do Dr. Humphreys, à base de Hamamelis Virginica; os homeopáticos Coryfolium, Nux Vomica e Phosphorus; as pastilhas de leite de magnésia - Milma, e a Malvona; Vick Vaporub, à base de cânfora, o Chophytol, à base de alcachofra, para distúrbios digestivos, o Optalidon, para dores de cabeça. As Pílulas de Vida do Dr. Ross e Galenogal; xarope Tussaveto, pastilhas Biolaymo, Linimento de Sloan; Bromil, Pondicilina, emplastro Sabiá, cigarros Gonzaga (de Estramôncio ou Beladona, para asmáticos) e Astringosol ("Tereza é uma princesa, lava a boca com Astringosol"). Bolinhas de tetracloroetileno (Lab. Laffi) para tênias, xaropes Benadril e Ambenil; Curitibina, Mistol, Pilulas do Dr. Mc Coy, Guaraina. Peitoral Pinheiro (usado até hoje pelo Rafael); Neo-Riodine, Arhéol, Kola Astier; Urodonal, para os rins; Grindélia de Oliveira Júnior, Colubiasol. Rugol, Hidrolitol, Vinho Reconstituinte Silva Araújo, Pastilhas Valda, Rhum Creosotado, Lugolina, Cilion. Odorono (desodorante), Odorance (perfumava o hálito), Alginex, Untissal (unguento), Magnésia Fluida de Murray, sal amargo (sulfato de magnésio), cataplasma de Antiphlogistyne, Neo-Rhumex (injeção para gripe), injeção de ouro (também para gripe), Eucaliptyne (também). OtoSulfa (com um pedacinho de algodão, para não escorrer de volta), Ambodryl (irmão do Benadryl), Trilafon, Ipecacuanha, Elixir João da Silva Silveira, Elixir Dória, Elixir 914, xarope Queiróz, Salsaparrilha do Dr. Ayer, Pilulas do Abade Moss, Pílulas de Lussen. E, mais importante, para os Primeiros Socorros, dispõe até hoje de uma maravilhosa caixa importada, cujo conteúdo é uma reserva estratégica de todos estes medicamentos mencionados.São produtos que equivalem a uma panacéia.
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Curioso é que até os anos 60 muitos destes "medicamentos" ainda eram utilizados: tomei muito xarope de Gringelia, que ao menos era muito gostoso e se dessem bobeira eu entornava o vidrinho de uma vez só.

Lembro-me de muitos outros, pois na Loja “Casa São Sebastião” vendíamos muito deles, assim como os vendiam até mesmo nas outras lojas e vendas da cidade, como na dos Camargos, entre eles os que eram usados lá em casa (por volta dos anos 50, 60 e 70).
Tudo isto faz-me lembrar do medicamento para vermes chamado de "saúde das crianças" (êta remedinho ruim)!

Dava até vontade de fugir de casa quando tomava conhecimento que iria ter que tomar o bendito remédio na manhã seguinte. Aproveito para lembrar também do Emulsão Scoot (óleo de fígado de bacalhau!)

- Foi Joaquim Manoel Luiz (o saudoso e sofredor Quincas de Nazaré) quem descobriu que o líquido que havia dentro das bolinhas de tetracloroetileno, se moídas no lenço e inalado, dava o maior barato, igual ao efeito do “lança-perfumes”).

Será que se você tomar (se ainda existir), os fogachos vão embora?
Brilhantina Glostora para usar no cabelo. Vixxi!! Melecava tudo.
HAVIA outras como “Royal Briar” – COTY – Maderas d”Orient - que eram adorada pelo Vovô Durval Coelho!

Água de Colônia? – Lancaster, Tabu ... perfumes que rescendiam de longe e que vendiam, em nossa loja,  como nunca nos dias da Festa do Rosário!!!


Mas qual seria o outro recurso, se a água encanada, para os banhos, era só em meia dúzia de casas, nas propriedades dos ricos da cidade, justamente quanto todos precisavam ir ao baile chique do Teatro, para dançarem rumbas e xotes tocados pela Banda “Fa-lá-Si-Mi-Queres”, de Custódio Ramos, Moreira, Gabriel Borges, Militão, Canutinho e Lourival César?
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E os sabonetes? - Eucalol, Benjoim, Life-Boy, Vale-Quanto-Pesa, Lever, que eram para as “estrelas” tomarem banho no Poço das Moças.
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Sabão em Pó RINSO para lavar roupa? Só na casa de Álvaro, Dona Neide, Zuleica, Heli Freire, Verona, Alvacira, Dona Ercília, Dona Corina, Pedro Bizorreta, essa gente fina que conhecia, além do rio Fanado, o Rio de Janeiro... e a Eureka, além da Aurora!
- Antisardina?... alguém sabe me dizer se é do mesmo laboratório do Supositório? E o urinol debaixo da cama, que muitos chamavam de pinico, nos tempos do Dr. Chico?

.... Eita creminho bom para pele, lembro que minha mãe usava ANTISSARDINA e a pele dela era maravilhosa. Nº 1 – 2 - 3

Também estou agora precisando de Sabão Russo ou Aristolino, alguém sabe onde se vende?

Olá velhotes! Para vocês todos eu receito o Óleo do Peixe Elétrico ou, se for o caso, Pílulas do Abade Moss...

E o REGULADOR XAVIER, para regular a menstruação....tiro e queda!

Gostaria de saber se alguém conhece o "Ferro Giraud”!

Nessa época, o meu amigo TAQUINHO DE EDGAR GOSTAVA DE USAR FRIGÍA nas axilas e GUMEX nas madeixas!!!
(DIZEM AS MÁS LINGUAS QUE, ANTES DAS PARTIDAS DO GIMINESC, LÁ NO CAMPINHO DA RUA DO PEQUI, JADIR E RAIMUNDINHO TOMAVAM THYAMINOSE B-12, APLICADA NA VEIA... ENQUANTO QUE HÁ, TAMBÉM, AQUELES  QUE AFIRMAM DIGA QUE ALGUNS OUTROS ATLETAS RECORRIAM ATÉ DE RECURSOS MAIS RADICAIS E EFICIENTES, INDICADOS PELO DR. FUNCHO...), PARA VENCER O ESPERANÇA OU O BONSUCESSO.
No mais, TUDO ERA BELO E NATURAL e, quando alguém se sentia mal,  até que quase ninguém sentia muita falta dos médicos, pois quem resolvia tudo mesmo era o “doutor” AGENOR, que entendia de beleza e de dor, sendo que na sua farmácia - que só abria depois do meio-dia - mas que, através de seus filhos, atendia 24 horas e só se cobrava pelo atendimento daqueles que podiam pagar, no dia em que bem quisessem, com Waldemar visitando os doentes e levando a eles o medicamento de que precisassem!

E Já que o dia de hoje é um sábado com ares hipocondríacos, não podia deixar de lembrar das injeções! Eram o meu terror, e eu já desconfiava, de longe, ao ver chegar Luquinhas com sua maletinha marrom debaixo do braço, quando vinha aplicar suas vitaminas, antitérmicas e antigripais. Para esse mister, quem tinha a mão mais leve, PARA APLICAR INJEÇÃO,  era Du de Agenor. Zé Motinha também sempre foi bom aplicador de agulhas,  mas sempre “matreiro” – era alertado pelo vovô Domingos que só podia aplicar injeções lá no Posto de Saúde, porque tinha receio de ser denunciado pelo exercício ilegal de medicina.

Nesse tempo, de políticas perigosas, as seringas e agulhas não eram descartáveis e a cada uso (antes e depois) elas eram levadas ao fogo, no fogareirozinho à álcool que se fazia dentro do próprio estojo de ferro cromado, com água para serem fervidos, também, os êmbolos de vidro. “E quem já foi escaldado com água quente corre até de água fria.”

-  Caju César era boa fazedora de curativos de perebas diversas, nas quais aplicava um pó branco que seu pai preparava. Levy Maria de São Geraldo sempre foi insuperável (milagroso!) na encanação de braços e pernas quebradas. Carrão Preto era benzedor único e insuperável para curar cobreiro, aroeirinha e espinhela caída; BINA, lá na Rua do Campinho, tinha poderes incríveis para curar mau olhado. Ladim, que tinha parte com o Cão, curava bicheiras e achava animais alevantados. Zé Louro era capador de porco e sabia das raízes prediletas dos velhos.

Vó Ana de Sabino, Rosa Lopes e Rita Cachimbo foram parteiras,  de várias gerações, num tempo longo em que nem mãe, nem criança nenhuma morreu no parto. Colocavam rapé no umbigo, amarrado apertadamente no cinteiro, o resguardo era de 40 dias sem banho e sem luz solar, todos da casa tomando chá de salsa e canja de galinha.

Uma coisa interessante desse tempo: Não havia alxibungagem:

.... Os meninos eram sadios, não usavam brinquinhos nas orelhas e as meninas eram sempre fortes, dengosas e bonitas.
Médico na cidade? Só o Dr. Chico, assim mesmo nas vésperas das eleições...

No mais, eram os diversos sais preparados em papeizinhos, pílulas e drágeas de seu Agenor e as garrafadas, com sulfato-ferroso, distribuídas na Casa de Caridade pelo vovô  Domingos Mota.
Havia uma pomada que até há poucos anos eu consegui comprar numa Farmácia da Rua Curvelo (Floresta), chamada de “picrato de butesin". Era maravilhosa para queimaduras. Não sei se caiu em desgraça ou não, o fato é que ela funcionava mesmo, se aplicada logo despois da queimadura.

BONS TEMPOS, aqueles, quando havia no mato das cercanias uma variedade imensa de ervas, hoje substituídas pelo cultivo do eucalipto e, na cidade, vários curandeiros entendidos de raízes que a tudo curavam sem necessidade de se recorrer aos medicamentos comerciais, estes que continuam muito caros e acessíveis apenas aos privilegiados.


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Para terminar, você se lembra dessa fórmula:
“DIMETILAMINOFENILDIMETILPIRAZOLONA” ???
Pois é, não é pra cuidar do bicho do pé: TRATA-SE DO VERAMON, que se usava pra dor de cabeça de muié.
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geraldo mota

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