sábado, 22 de novembro de 2014

FORO DE SÃO PAULO

FORO DE SÃO PAULO


Conhecer o Foro de São Paulo é o mínimo para não ser um idiota


Acredite se quiser: ao menos lá no site da Folha de S. Paulo, na seção da Livraria da Folha, saiu na quarta-feira, 19 de novembro, um contundente texto de apresentação do best seller de Olavo de Carvalho, idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Embora o livro tenha capítulos temáticos para muito além da política, como 'Juventude', 'Conhecimento', 'Vocação', 'Cultura' e 'Pobreza', o foco do texto é a entidade que eu chamei no resumão aqui do blog de maior inimiga do Brasil. Diz o título, bastante ousado para os padrões da Folha: "Conhecer o Foro de São Paulo é o mínimo para não ser um idiota", coisa de que os manifestantes anti-PT do último sábado, 15 de novembro, já sabem muito bem.

Quatro dias após eles saírem às ruas com cartazes de repúdio ao Foro e exaltação a Olavo - como "nunca antes na história dêsti paíf" um movimento de massa fez com um escritor vivo -, o mínimo que a Folha pode fazer, ainda que na seção de vendas (e dando um belo desconto), é contar a história que os jornais brasileiros esconderam por quase vinte anos.

Que o texto abaixo – lamentavelmente anônimo – chegue logo à versão impressa também.


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Oficialmente, o Foro de São Paulo nunca foi secreto, mas, até pouco tempo atrás, quase ninguém sabia de sua existência. Para quem tinha ouvido falar, salvo raras exceções, a organização política internacional fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro não era mais do que um "Rotary Club bolivariano", na qual antigos revolucionários se juntavam para conversar e tomar chá.


Em setembro de 1997, o advogado José Carlos Graça Wagner acusou o Foro de ser uma organização internacional que visava dominar politicamente os países latino-americanos, união que incluía partidos ilegais e grupos terroristas ligados ao trafico internacional de drogas.


Na época, mesmo com a divulgação das atas, a denúncia foi recebida como a mais nova teoria da conspiração. Afinal, o fim do século 20 sepultou para sempre as ideias comunistas.

No decorrer dos anos, o único que parecia insistir nessa história era Olavo de Carvalho. Até que, em 2005, Lula fez um pronunciamento para a celebração dos 15 anos do Foro e reconheceu a ação conjunta de lideranças de esquerda, a natureza secreta da entidade e que a relação permitiu, por exemplo, "a consolidação do que aconteceu na Venezuela".

"É a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional, crime mais grave do que todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo; crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do seu autor", escreveu Carvalho no artigo "Lula, Réu Confesso", publicado no "Diário do Comércio" de 26 de setembro de 2005 e parte da coletânea O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.


"Nunca um presidente eleito de qualquer país civilizado mostrou um desprezo tão completo à Constituição, às leis, às instituições e ao eleitorado inteiro, ao mesmo tempo que concedia toda confiança e toda a autoridade a uma assembleia clandestina repleta de criminosos, para que decidisse, longe dos olhos do povo, os destinos da nação e suas relações com os vizinhos".


Entre outras críticas ao governo do PT e à esquerda internacional, Carvalho acusa Luiz Inácio Lula da Silva de assinar "um pacto de solidariedade com a narcoguerrilha colombiana".


"Não há no jornalismo ou nos debates em geral, atitude mais indigna, mais abjeta e, no fundo, mais ridícula, do que tentar impugnar uma denúncia sob o pretexto de que ela é 'teoria da conspiração'", escreveu em "Falsos Segredos", publicado em 14 de janeiro de 2010, no "Diário do Comércio".


Yo no creo en las brujas


Soterrado pelo Muro de Berlim, o comunismo recebeu o atestado de óbito oficial com o fim da União Soviética. No século 21, imaginar a possibilidade de outro modo de produção que não seja o capitalista soa anacrônico ou ilusório. Por enquanto, a existência real do socialismo ou de algo semelhante não tem muita importância.


Um dos motivos para deixar a questão de lado é a transformação da ideia de comunismo. Foram tantas alterações e adaptações que esse emaranhado se tornou uma verdadeira charada teórica. A tarefa de decifrar esse enigma ideológico fica para o historiador David Priestland em seu livro "A Bandeira Vermelha", que ultrapassa 700 páginas.


Para ilustrar a gravidade da questão levantada por Olavo de Carvalho, darei um exemplo grosseiro. Pense em uma seita esotérica hipotética. Os membros desse culto acreditam que é possível se comunicar com seres invisíveis. Para que isso aconteça, deve-se reunir uma série de pedras. Ao tentar juntar esses elementos, o sujeito se vale de ações ilícitas, como roubo e extorsão.


Negar a possibilidade do comunismo não revoga os crimes cometidos em seu nome.



A existência ou não dos seres invisíveis ou a possibilidade de manter uma conversa com eles não o isenta dos crimes que praticou. Ademais, mesmo que o ritual não funcione como planejado, a mente humana é dotada de mecanismos de autoengano capazes de criar desculpas pelo fracasso –"a pedra não era suficientemente boa"– ou até mesmo alterar a lembrança de um resultado negativo.Negar a possibilidade do comunismo não revoga os crimes cometidos em seu nome.


*

O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, organizado por Felipe Moura Brasil, é uma coletânea de 193 textos escritos por Olavo de Carvalho. Os artigos foram publicados entre 1997 e 2013 em diversos jornais e revistas.

AUTOR Olavo de Carvalho
ORGANIZADOR Felipe Moura Brasil
EDITORA Record
QUANTO R$ 53,90 (preço promocional*)

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Felipe Moura Brasil  http://www.veja.com/felipemourabrasil


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