quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Parlamentarismo em cena abala Presidencialismo de coalisão

Parlamentarismo em cena abala Presidencialismo de coalisão

Resta saber quem será o primeiro ministro: Senador Renan Calheiros ou Deputado Eduardo Cunha. A convocação dos empresários, por uma ação conjunta de Cunha e Renan, para o próximo dia 25, para debater a conjuntura nacional, representa um marco histórico na Nova República, inaugurada com Tancredo Neves, depois da vitória do Colégio Eleitoral, em 1984. O presidencialismo centralizador que usurpou o espírito parlamentarista da Constituição de 1988 está em baixa. A crise econômica está transferindo o poder para o parlamento. O presidente da Câmara toma atitudes de primeiro ministro e o presidente do Senado, para não ficar atrás, faz o mesmo. O ajuste fiscal do chicago boy Joaquim Levy já era. Nem o PT nem o PMDB engoliram ele. Vomitaram-no na aprovação do Orçamento Impositivo e continuarão vomitando-o nas próximas semanas, quando as medidas propostas pelo neoliberal de Chicago chegar ao Congresso. Aumento de impostos? Nem pensar. A iniciativa da governabilidade está com Cunha. Como verdadeiro primeiro ministro parlamentarista determinou convocação dos 39 ministros do governo Dilma para comparecerem ao Congresso, a fim de dar explicações sobre tudo. Quem ousará não comparecer para se desgastar totalmente? No mesmo compasso, Renan destacou que não deixará passar nenhuma providência que prejudique os trabalhadores. Pagar dívida com a fome do povo? Ficou mais difícil para os banqueiros continuarem abocanhando 42% do OGU de R$ 2,83 trilhões, como foi o de 2014. Agora, ambos vão consultar e interagir com a classe empresarial. Os representantes do povo e dos estados, Cunha, na Câmara, e Renan, no Senado, assumem protagonismo no campo econômico e do desenvolvimento. As forças produtivas dirigem-se ao novo poder parlamentarista de fato que se vai instalando, para encaminhar suas demandas. O que dirão os empresários aos congressistas sobre taxas de juros no Brasil, as mais altas do mundo, enquanto todos os demais países capitalistas jogam-nas no chão, ao mesmo tempo em que ampliam a oferta de dinheiro na circulação capitalista, para ativar as atividades produtivas, o emprego, a renda, o consumo, a arrecadação e os investimentos, de modo a fugir da austeridade a que o capitalismo produtivo foi levado pela loucura da financeirização econômica global especulativa suicida?A especulação desenfreada, sem regras, paralisou o sistema e os credores, os banqueiros recorreram, diante dos devedores, à austeridade neoliberal irracional, impondo arrocho aos governos. O que aconteceu? Os movimentos políticos de esquerda estão explodindo e tomando conta dos parlamentos onde a política determina a condução da economia. Olha o que está acontecendo na Grécia, com o Siriza. Tsipras, primeiro ministro, ancorado no voto popular, põe em cena o debate sobre a dívida e o peso dela sobre a governabilidade, exigindo renegociação, novos prazos de pagamento, taxas de juros, cancelamento de débitos, etc, tudo com apoio popular. O mesmo vai ocorrendo na Espanha, com o líder Pablo Iglésias, do Podemos, com 30% da preferência popular, para ganhar as eleições parlamentares em dezembro. Matteo, na Itália, idem. Irresistível momento de mudança tocado por discurso uniforme das lideranças em favor de auditorias de dívidas, renegociação de contratos bancários draconianos que paralisam as atividades produtivas, em nome da lucratividade bancária, fazendo explodir desemprego, recessão, instabilidade social etc. Renan e Cunha adiantam-se nesse processo ao chamar os representantes dos setores produtivos, trabalhadores e empresários. O que resta à presidência Dilma fazer para não ficar de rainha da Inglaterra? Claro, chamar Levy, agradecê-lo pelo trabalho prestado e despachá-lo antes que a impopularidade tome conta geral. "Não deu, Levy, desculpe, vai com Deus". O parlamentarismo de fato em ascensão pode caminhar no rumo das decisões dos bancos centrais do mundo capitalista rico: expansão monetária e juro baixo, para ativar a produção. A grande burguesia financeira bancocrática que toma conta do parlamento no Brasil está perdendo o poder para a experiência parlamentarista que se ensaia desde já, sob pressão popular, nesse princípio de segundo mandato dilmista. Os petistas que estão perdendo a parada já se alinham às providências de Cunha e de Renan, para não ficarem para trás. Tchau Levy!

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http://independenciasulamericana.com.br/2015/02/parlamentarismo-em-cena-abala-presidencialismo-de-coalisao/

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