terça-feira, 17 de junho de 2008

MINÉRIO DE FERRO + CARVÃO = AÇO (EQUAÇÃO QUE NÃO SE AJUSTA?)

RESPOSTA SÉRIA AOS RECLAMES DA VALE (EX-VALE DO RIO DOCE)

Diz a Empresa em seu "site":

"Vale: essa é a nossa nova marca.

Um só nome para a Vale – uma empresa pioneira que trabalha com paixão, transformando recursos minerais em ingredientes essenciais para a fabricação de objetos usados no nosso dia-a-dia.

Somos uma empresa global sediada no Brasil, com mais de 100 mil empregados, entre próprios e terceirizados.

Nossa missão – transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável – orienta nossas ações no relacionamento com nossos stakeholders e na gestão dos impactos de nossas atividades, pois acreditamos sermos co-responsáveis na busca do desenvolvimento sustentável."

Em anúncios amplamente divulgados pela VALE, em todas as mídias, essa incrível e poderosa empresa – ícone mundial da mineração – sugere que a partir do minério tudo é possível realizar: aço, estradas asfaltadas, ferrovias, portos, indústria automobilística, saúde, educação, segurança, empregos, renda, paz social, etc, etc...

E podemos concordar, plenamente, pois acreditamos SIM que tudo isto seja possível.

Pena que tais progressos sejam realidade apenas nas felizes comunidades onde a VALE atua, assim como as outras grandes siderúrgicas que produzem, em seus pólos, os lingotes, os laminados, as bobinas, os fios e tantas outras riquezas onde o aço é o componente nobre e visível, esquecendo-se, porém do indispensável e desprezado CARVÃO que vem de lá longe, das tristes carvoeiras onde até a escravidão branca ainda existe.

É preciso que se esclareça que a maior parte do carvão vegetal que é utilizado nos auto-fornos, para a produção do aço, vem de regiões paupérrimas como o VALE DO JEQUITINHONHA, nas quais, antes da chegada das reflorestadoras, existiam os antigos maciços de chapadões e cerrados, que eram mansa, pacífica e tradicionalmente explorados e ocupados pelos sertanejos com suas criações de gado, além das grotas, tabuleiros e veredas que produziam alimentos, o que tudo se transformou, em pouco tempo, na maior floresta contínua de eucaliptos, em todo o globo terrestre, com a qual, nos dias atuais, as siderúrgicas obtém o carvão vegetal para a produção do aço.

O carvão, na indústria do aço, é tão importante como o minério do ferro, mas a região que produz este indispensável componente continua sendo o VALE DA MISÉRIA enquanto a VALE, de fato, transforma o VALE DO AÇO, e tantos outros paraísos, em verdadeiros VALES DA ABUNDÂNCIA E DA MODERNIDADE.

Mas, no Vale do Jequitinhonha, o que abunda é o descaso, o desânimo, o desrespeito, a espoliação, a mão de obra aviltada, a degradação ambiental e social.

BASTA DE OMISSÃO E DE PROPAGANDA ENGANOSA!

O VALE DO JEQUITINHONHA, principalmente a região de Minas Novas, clama por JUSTIÇA, INVESTIMENTOS E RESPEITO, pois deseja continuar numa parceria humana e cidadã, contribuindo para que a Vale do Rio Doce, a ARCELOR-MITAL (ex-Acesita), a SAMARCO, a BELGO, a MANNESMAN e tantas outras grandes indústrias do nosso país possam – sem demagogia – viabilizar a possibilidade real de se acabar com as absurdas e inadmissíveis diferenças que existem entre as MINAS e as GERAIS.



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geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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