sábado, 1 de outubro de 2011

TRAFICANTES DE DROGAS ADOTAM NOVAS ABORDAGENS EM SÃO PAULO

A jovem guarda do tráfico

O tráfico está chegando à juventude paulista antes do poder público e da iniciativa privada, com oferta garantida de remuneração que pode alcançar R$ 1.500 por semana, risco baixo de violência, prestígio entre outros jovens, perspectiva de projeção entre os adultos. Pior ainda, os jovens assediados pelos grandes narcotraficantes estão cada vez mais interessados em atender a esses apelos de estabilidade financeira, na ilegalidade, desde a adolescência.

A situação já é alarmante, como demonstrou a reportagem desde DIÁRIO numa série iniciada na sexta-feira, dia 25. Historicamente, os pré-adolescentes e adolescentes das periferias urbanas entram no crime pela janela dos pequenos assaltos. Muitos são recrutados por gangues de adultos, para assumirem a culpa de crimes mais graves, como homicídios e latrocínios, pois a condição de menores de idade os torna inimputáveis. Essa história esta mudando de maneira rápida e, aparentemente, sem retorno.

Em 2006, entre os adolescentes internados na Fundação Casa, 14% das medidas socioeducativas eram aplicadas a jovens envolvidos no tráfico. Em 2010, essa proporção saltou para 39%, superando com folga os roubos, furtos e homicídios. Isso acontece na Região Metropolitana de São Paulo e já se alastra pelo interior. Em Taubaté, a disputa de território entre gangues de jovens traficantes provocou 20 mortes, em 2011. Em Andradina, desde 2010 dois grupos disputam o controle do tráfico, contabilizando-se já nove homicídios consumados e 16 tentativas; neste início de 2011, mais duas pessoas foram executadas.

Pelo que se conhece da ação do crime organizado no Rio de Janeiro, vêm de lá os registros mais antigos do recrutamento de crianças e adolescentes pelos narcotraficantes. Agora, no entanto, há evidências de que a prática atravessou fronteiras, com duas características predominantes. Uma é a forte atração que exerce sobre a juventude a estabilidade financeira proporcionada pelo domínio de pontos de venda de drogas, muitas vezes com a conivência dos adultos responsáveis por esses jovens.

Outra característica é a incapacidade de reação do poder público e da iniciativa privada. Não se fala, aqui, da repressão ao narcotráfico, de resto insatisfatória até o momento. Fala-se aqui da necessidade de se criarem alternativas profissionais para nossa jovem guarda carente focar seu futuro no rumo da legalidade, do convívio civilizado, de uma vida produtiva. Trata-se, em suma, de as autoridades constituídas e a sociedade civil levarem a sério a luta contra o assédio sistemático do crime organizado à juventude brasileira. Já surgiu uma nova geração de narcotraficantes. Está na hora de barrar a sua proliferação.


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