Olha, Maria
Olha, Maria
Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia
Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia
Mas hoje, Maria
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir
Parte, Maria
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar
Sinto, Maria
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar
Parte, Maria
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher
Arde, Maria
Na chama da lua
Maria, cigana
Maria, maré
Na chama da lua
Maria, cigana
Maria, maré
Parte cantando
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormindo
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormindo
Num colo de serra
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar
Vai, alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder
Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer
Mas saiba, "seu" Vinícius,
que a tua poesia sempre será muito mais bela, mais real e mais sincera.
Seu xará, além do estro, tinha apenas esse poder engenhoso de ser um grande poeta.
Quanto a você, além de grande poeta, teve a grande ventura e alegria de poder viver mais de sessenta anos juntos de sua doce MARIA.
"Estamos todos com tanta saudades da Maria...!!!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário