sábado, 3 de maio de 2008

VOCÊ ACREDITA NA DEMOCRACIA?

DEMOCRACIA

 

Para mim a Democracia não é uma conquista do homem, mas uma condição intrínseca a todo cidadão, pois se confunde, na essência, com a palavra Liberdade e, sendo assim, não vejo qualquer possibilidade de se vingar uma comunidade livre a não ser via de um regime democrático. Aliás, mesmo que existam partidos que dão ênfase aos termos "democratas" e "republicanos", também estes são indissociáveis, pois na República, mesmo as que se arrastam de golpe em golpe – como a nossa tupiniquim – será pela via democrática que finalmente elas se afirmam como estado soberano e respeitado.

 

Sempre me pareceram injustos e, portanto inaceitáveis, os regimes absolutistas, as ditaduras, o intervencionismo, o imperialismo e outras fórmulas de opressão, muitas das quais o nosso país, e também o nosso município, foram vítimas, havendo ainda na militância atual muitos indivíduos perniciosos – políticos carreiristas que não sabem viver sem as benesses do poder -- que são oriundos daquela época.

 

Entretanto na verdadeira democracia temos que conviver com todas as tendências e permitir – até mesmo – que tenham oportunidades os antigos algozes da pátria, os corruptos, os torturadores, os oportunistas e os biônicos, sempre na esperança de que estes, quem sabe por milagre, tenham-se regenerado – o que infelizmente não é a constatação que podemos ter no que se refere à questão da política local, diante dos últimos acontecimentos.

 

Minas Novas, um município tão antigo, durante a maior parte de sua história esteve sob o comando de chefes políticos oligárquicos e exploradores e somente depois de 250 anos é que experimentou – durante um período recente – as maravilhas do que seja evoluir com liberdade, com organização e com respeito ao direito do cidadão.

 

Naquele curto e histórico período de grandes realizações para o povo, quando o município deixou de ser apenas o perímetro urbano em volta da Casa Grande, quando se passou a considerarem como cidadãos todos os minasnovenses, inclusive os funcionários municipais, os operários, e todos aqueles que moram, trabalham e vivem nos distritos, nos povoados e em toda a zona rural, o povo continua como testemunha da alegria e da satisfação que tomou conta da vida de Minas Novas, em todos os recantos, pois ninguém pode negar que foi nesse período que todos sentiram os efeitos de uma boa escolha, ao colocar no comando do município um homem honrado, trabalhador e justo, que de fato governou com justiça, liberdade e honestidade, que permitiu a arrancada do progresso, do desenvolvimento, da educação para todos, das oportunidades de trabalho com os incentivos da produção de alimentos, com a fartura que havia nas feiras livres e na movimentação dos veículos da prefeitura buscando e levando os trabalhadores, os estudantes, as famílias e todos que quisessem participar daquele verdadeiro mutirão de boas ações, de civismo e de democracia.

 

Esse foi um período em que toda semana havia inauguração de algum benefício, até mesmo porque o município, durante todo o passado, não estava acostumado a ver trabalho honesto, de assistir qualquer esforço, por parte dos governantes, que fosse para o interesse de todos, pois o que se administrava era um esquema vicioso cuja função era tão-somente sustentar o mando político de um antigo coronel a quem os prefeitos, as pseudas-lideranças comunitárias e até mesmo as autoridades constituídas, em exercício naquela época, eram obrigadas a prestar obediência e servidão.

 

Os infelizes e pobres prefeitos, nesse tempo, não tinham o poder de comando e eram como bonecos, sem ação e sem idéias. Eram colocados, nas eleições arranjadas, pela imposição do "coronel" e este, de onde estivesse é que dava as ordens. Muitos deles foram prefeitos como figuras decorativas, cumprindo fielmente a cartilha imposta e sempre controlados à distância e sob a vigilância de uma meia dúzia de indivíduos que davam palpites e se intrometiam em todas as decisões, verdadeiros feitores treinados e de plantão na prefeitura para fazer valer apenas o que determinava o político safado que ficava lá em Belo Horizonte, mesmo que o pobre do "alcaide" tivesse um ou outro lampejo de clarividência para cumprir sua vontade de fazer alguma coisa de positivo ou de bom para a população, no que era logo impedido e até mesmo afastado como louco, como "barrido do juízo", a exemplo do caso de um jovem – entusiasmado e vaidoso na época --, que até hoje vive arrependido e amargurado diante da falta de consideração e respeito para com sua pobre figura.

 

Os políticos carreiristas não aceitam ficar fora do poder, por não entenderem de Democracia e por isto não admitem a alternância, sempre saudável em qualquer regime, e quando notam a possibilidade de serem derrotados nas urnas procuram qualquer outro meio que lhes permita alguma oportunidade de estar por perto.

 

Assim foi também que, aproveitando-se da boa-fé de uma religiosa honesta e bem intencionada, mas pouco informada sobre o perigo que a rondava, juntamente de um grupo que também sempre lutou pelo município (mesmo que por métodos diferentes), foram todos cooptados e ludibriados pela boa conversa de um coronel mal intencionado, um político derrotado e cheio de rancor por estar vendo o povo o esquecendo, que fazendo uso de seu poder econômico, da sedução do seu poder imposto pelos meios de comunicação e pelo aceno de ilusões e fantasias, logrou no seu intento de embarcar todos no seu projeto irresponsável de restauração daqueles velhos tempos.

 

Foi uma luta inglória: A prefeita eleita pela força dessa esdrúxula composição, de água com azeite, imediatamente à posse já se deteriorou e em pouco tempo a guerra de divergências foi implantada no meio da administração, sendo que tudo de bom que a prefeita queria realizar, com base no seu acalentado programa, de seu sonho de mulher honesta e visionária, de sua luta como religiosa e como cristã, tudo foi colocado abaixo, para a sua decepção e para o infortúnio maior do povo, até mesmo porque, para a sua desilusão como missionária da igreja católica e como uma sonhadora, que na política esperava realizar bons frutos e queria completar o seu trabalho humanitário e em prol dos mais necessitados, na verdade foi uma das responsáveis pela volta do antigo menestrel do atraso, o entrave do progresso e o flagelo do desenvolvimento de nossa terra.

 

Os tempos se passaram e o antigo grupo, sob o comando da antiga máfia, arquitetou a volta ao poder municipal, de forma mais efetiva. Entretanto não foi encontrado no meio da antiga catrevagem alguém de confiança que pudesse ser o candidato e que estivesse disposto a levar adiante a tentativa de retorno, no que chegaram à conclusão que o recurso seria conseguir o comando da prefeitura de qualquer maneira e, via dos recursos ilegais que todos conhecem, no que conseguiram realizar o seu intento e foi implantado novamente em Minas Novas o caos administrativo que aí está infelicitando o nosso município.

 

Nunca antes a nossa terra tivera assistido ao festival de tanta tristeza como pedido de cassação de mandado de prefeito, de desvios de recursos para construções ilegais e suntuosas para lavar o enriquecimento vergonhoso de comparsas, de contratação de empresas de ônibus sem licitação favorecendo os interesses particulares, de benefícios absurdos concedidos a parentes, de manutenção de clube profissional de futebol com o dinheiro do erário para a valorização de passes de jogadores adquiridos pelo grupo coligado, suspeitas e denúncias que dão conta do superfaturamento de obras desnecessárias como a iluminação de prédios públicos beneficiando empresa da família.

 

Até mesmo o conjunto do balneário natural da Barragem não foi poupado. Assorearam o lago, destruíram o encantamento das corredeiras, transformaram o lugar numa lavra de areia para favorecer a construção civil, cobrando preços abusivos pelo material e colocando no bolso todo o lucro, dividindo-o apenas com um conhecido "laranja".

 

São muitas as omissões no cumprimento de convênios e, finalmente, na triste constatação da utilização indevida do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM que é um recurso que o Governo Federal manda para contratar e pagar os médicos, para manter o hospital, para contratar professores, para manter o transporte escolar, a merenda e a distribuição de benefícios, falcatrua que foi descoberta e que resultou na prisão vergonhosa de um prefeito, fato este estampado nas primeiras páginas dos jornais brasileiros e até internacionais, com várias chamadas no Jornal Nacional, nas manchetes policiais de várias emissoras de rádio e televisão do país inteiro, inclusive repetidos comentários no programa oficial mais antigo do país que é A Voz do Brasil, citando nominalmente os prefeitos corruptos, dentre eles o nome do prefeito atual de Minas Novas que está a manchar a nossa honra e o nosso nome.

 

A democracia é justamente isto. O povo às vezes erra, cai, levanta, acerta novamente, mas escolhe o governo que deseja e nele coloca o candidato que achar melhor, o que esteja mais afinado com as aspirações e desejos da população.  Depois, se for o caso, reconsidera o erro, procura-se corrigir. Tudo sem opressão, sem empurrar nomes pela garganta abaixo para depois não dar no que deu.

 

É a própria democracia que permite ao povo a reflexão, a tomada de decisão, o enfrentamento da luta pelos direitos desrespeitados. É a democracia que aconselha a demissão dos governantes incapazes, desonestos e fracos, como o prefeito atual, não somente pelas denúncias que pesam contra ele, mas pela sua submissão a um regime que não pode continuar, sabendo-se que ele não está sozinho como responsável pelas irregularidades em apuração, quando ele, acuado, prefere assumir tudo para não colocar em risco seus inconfessos interesses, deixando que a bomba desse rolo em que se meteu venha estourar em suas mãos.

 

 O mandato de prefeito é um poder que foi confiado através do voto popular e quem tem o poder de eleger, também tem o poder de demitir, de tirar, de cassar e até de colocar atrás das grades, que é o lugar onde devem ficar os desonestos. Para isto é que existem a Câmara dos Vereadores, a Polícia Federal, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério Público com a vigilância sempre constante e necessária do Dr. Promotor de Justiça.

 

O poder emana é do povo e este -- além da obrigação de votar e escolher bem, tem o dever da fiscalização e o de zelar, com todo cuidado, para fazer valer o prometido na campanha, para cumprir o programa dos palanques e do que foi anunciado pela rádio, devendo o povo mostrar sua indignação, através do grito de revolta, das ações de protesto, das denúncias, do rebate aos desaforos e outros recursos permitidos pela DEMOCRACIA.

 

 Não podemos ficar calados diante dos desmandos, mesmo que tenhamos de correr o risco de ser incompreendidos, de sermos considerados rebeldes e agitadores, de sermos injustiçados e até agredidos como foi o caso do nosso conterrâneo GERALDO DE RITINHA DE CECÍLIA, que foi procurado em sua própria casa, com ameaças, xingamentos de baixo calão, ofensas imperdoáveis e outros tipos de posturas bem comuns aos indivíduos que não aceitam a verdade, dos opressores que não estão acostumados com a coragem dos cidadãos honestos e conscientes, daqueles que ainda acreditam que podem enganar para sempre, podem abusar, podem humilhar, podem pisar e exigir que todos fiquem calados como cordeiros, como bois de canga, fazendo com que todo o povo humilde e cabisbaixo vá repetindo "sim senhor" e continue a concordar com a eterna exploração da boa-fé das famílias de nosso município.

 

Isto é um acinte, uma afronta, um desrespeito para com todos nós, filhos de Minas Novas, que pagamos impostos, que lutamos para cuidar de nossos filhos, que nos sacrificamos para estudar e progredir sem qualquer apoio de um projeto elaborado pelo governo municipal , enquanto vemos o dinheiro da prefeitura, que deveria estar custeando a educação, a saúde, enfim o progresso, sendo colocado no bolso dos mesmos corruptos de sempre.

 

O povo é soberano. O povo é livre para escolher. O povo é livre para VOTAR!

 

O que não pode é acovardar-se, ficar calado, ter medo de enfrentar os corruptos e os coronéis retrógrados que pensam ser os donos do município, os covardes, mas estar sempre prontos para defender a DEMOCRACIA e não permitir que se cumpra o pensamento do grande RUI BARBOSA, que num momento de desânimo e de tristeza, escreveu a célebre frase:

 

"- De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86).

 

No nosso pobre município, infelizmente, ainda existem aqueles que batem palmas para os opressores. Os que atiram pedras no telhado dos adversários insatisfeitos. Os que fazem de uma rádio a tribuna pública para suas mentiras. Os que se reúnem num Hotel de Luxo, construído com o dinheiro da corrupção, para festejar o crime. Os que soltam fogos e saem às ruas em carreatas para festejar as bandalheiras cometidas pela quadrilha. A festa tinha 40, o número exato do bando onde faltou somente a pessoa principal que é o Ali-Babá.  São esses os que estão tirando proveito próprio e levando claras vantagens com os desvios de verbas públicas, os que se enriquecem com os desmandos e as facilitações, o que porém, também está sendo apurado pelos órgãos competentes como a própria Polícia Federal, de vez que a tal Operação Pasárgada não foi arquivada, como estão querendo deixar transparecer nos programas radiofônicos mentirosos, pois de fato os trabalhos de investigação não terminaram com a soltura dos corruptos, estes que, certamente e inexoravelmente, terão muito a se explicar, inclusive informando os nomes dos demais companheiros que estão, neste momento, "vendo a vovó pela greta".(Eu, particularmente, fui informado da existência de um deles que está diariamente consumindo caixas de enteroviofórmio e, revezando "OB gigante" com fralda geriátrica!)

 

No Brasil a Justiça funciona dessa forma. É o Estado de Direito que nos regimes democráticos permite o contraditório, é a ampla defesa que se deve dar ao acusado, são os trâmites judiciais que podem até demorar chegar a um resultado, permitindo a liberdade dos culpados, até que se conclua todo o processo, mas que no final vai provar que a desonestidade não vence.

 

Todo ser humano tem o direito de errar, mas insistir no erro e permitir que os problemas se repitam e que os desmandos continuem, que o atraso se eternize e que o povo nunca se liberte e siga sofrendo na miséria, no mínimo é demonstração de burrice e de retrocesso cultural.

 

E, pelo que me consta, na maioria somos

em Minas Novas um povo inteligente!

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