domingo, 4 de maio de 2008

INDIGNAÇÃO!

De: MANOEL RAMIRO ´JUNIOR RAMIRO <casadorabico@yahoo.com.br>
Assunto:
Para: geraldomotacoelho.blogspot@gmail.com
Data: Domingo, 4 de Maio de 2008, 18:13
C/C para: DR. DOLMÍCIO BELTRÃO
SR. BULCÃO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
SR. RICARDUS VILLAS-BOAS DE FORMIGA
JUIZ WW DA MILITÂNCIA

SCRIBENDI NULLUS FINIS

Se o velho acadêmico e meu ilustre professor VIVALDI MOREIRA ainda estivesse entre nós, eu lhe diria de minha tristeza de ver a sua linda Academia em mãos tão desaconselhadas e desprezíveis. Não somente pelas mãos, mas principalmente pelo todo que é o nada que hoje a dirige.


Mesmo assim, foi-se um acadêmico de verdade mas ficaram-lhe alguns bons pares, aos quais vou enviar fac-simile de uma carta, cuja cópia me foi remetida pela vítima, missiva esta redigida e assinada pelo atual presidente daquela Casa Centenária, cujo autor teve a coragem de escrever e a ousadia ainda maior de levá-la pessoalmente, até à casa do destinatário, justamente com a intenção de afrontá-lo e tomar-lhe satisfações como se fossem os dois "duas lavadeiras brigando por causa de casca de queijo".

As motivações, pelo que se sabe, são por divergências de opiniões sobre assuntos relacionados à desastrada passagem daquele antiquado político pelo cargo de prefeito da cidade de Minas Novas, onde o festival de corrupção – como ficou patente com a passagem por lá dos emissários de Pasárgada -- chegou a tal nível que o obrigou, como um simples rato, a pular fora do barco, renunciando-se vergonhosamente de seu mandato, ainda sem completar a metade do prazo. De qualquer forma o assunto, mesmo que merecesse alguma polêmica, poderia ter sido resolvido dentro da razoabilidade de dois cavalheiros que jamais deveriam se envolver em "duestos e contumélias", de vez que, quando um não quer dois não brigam.

Não creio que a senectude do ex-biônico possa ser motivo para tais disparates! Afinal, Matuzalém, Catão e até mesmo o acadêmico mais festejado do Brasil – O Bruxo de Matacavalos – um pouco mais longevos, jamais se recorreram deste privilégio para atingir qualquer objetivo.

O acadêmico "mor", certamente, haverá de se recordar desses termos, pois nunca dantes foi necessitado de dedicar-se a outro serviço digno, sendo que o seu ofício sempre foi, tão-somente, o de escrever...

E o escrever (para quem tem tempo, assunto e disposição) não tem fim. Não sou eu quem o afirma. Está lá, na epígrafe do Quarto Livro das Fábulas de Fedro: scribendi nullus finis!

Eis que, para brigar com as palavras (tertúlias rígidas!) estou convocando hoje o meu pobre latim e devo confessar aos meus corajosos leitores e às minhas persistentes leitoras que algumas vezes eu me deparo nuns pensamentos e eles me dizem que vellem nescire litteras. (e eu me contenho ...)

Jamais pensei em cometer o pecado de citar Nero como fonte, mas faço-o agora porque duas razões corriqueiras me absolvem: a primeira é que Nero cai no meu texto pelas mãos de Sêneca; a segunda é que ele, quando disse que "vellem nescire litteras", ainda não era aquele Nero cuja vida, pespontada em torpeza e tirania, iria figurar na galeria dos sinistros personagens que se destacaram nos campeonatos de crueldade que os humanos disputam entre si.

E me renegando da sinistra figura do NERO, vou terminando por aqui, antes de ir aos Correios postar as ditas correspondências que estou enviando aos acadêmicos, reafirmando que não tenho vocação nem para praticar cesarianas, nem para a arte do pirotécnico, até porque o parto da vergonha já se realizou e o incêndio da imoralidade já tomou conta de todo o itinerário, até aqui percorrido, por um político decadente forjado e ejetado dos porões da ditadura.

Pequilândia, 04-V-2008

Manoel Ramiro











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