ROSARINHA COELHO:
Admirável mestra, mãe incrível e uma doçura de pessoa humana.
Estava ultimando a postagem do texto anterior, onde me lembro do Grupo Escolar Cel. José Bento Nogueira no qual pretendo falar sobre a ARTE DE ENSINAR, quando fui surpreendido com a remessa do texto abaixo, enviado por Zé de Tristão, pedindo-me que o publicasse, em razão do conteúdo emocionante e até mesmo "forte", mas que, certamente, servirá como terapia para muitas mães diante deste grande exemplo de amor materno, fortaleza, piedade, fé em Deus e, acima de tudo, bondade imensa e compreensão que somente as pessoas abençoadas demonstram e têm a capacidade de compartilhar.
A minha homenagem à minha querida Comadre Zarinha Coelho, como ex-professora (juntamente com irmãs Myriam e Zélia), portanto, fica adiada para a semana que vem, pois este texto não poderia – jamais -- ficar para depois.
Mãe é puro sentimento
que se mistura à razão.
Mãe é tudo num momento,
e... muito mais: coração.
Mamãe é um sono desperto,
é uma estrela que reluz,
é oásis num deserto,
é bondade, é paz, é luz.
Num mundo de tantas flores,
a mãe vive seu encanto,
mas vivendo tantas dores,
também verte amargo pranto.
( Zeni de Barros Lana – Itaverava/MG )
MOMENTOS COM FERNANDO
(O poder e a magia da mentalização)
Ligo o som na tomada, coloco uma música para tocar, bem baixinho, me acomodo em minha cama, ajeito os travesseiros, me encosto confortavelmente, fecho os olhos e inicia, agora, o momento mais especial do meu dia.
Começo a sentir o cheiro inconfundível de Fernando. Sua cabeça se encosta levemente em meu colo e eu vou passando as mãos em seus cabelos sedosos. Faço tranças, amarro gominhas, puxo os fios, esfrego minhas unhas suavemente em seu couro cabeludo, em suas costas e ele murmura:
- Que bom esse carinho de mãe!
E uma coisa muito agradável acontece. A música continua tocando bem baixinho e um gostoso torpor toma conta de mim, a cada minuto, com maior intensidade.
Eu sinto que meu corpo está levitando com meu filho no colo, bem encostado a mim e nada me incomoda naquele momento.
Não vejo mais nada, não escuto mais nada, não falo nada.
Só vivo aquele momento.
Tudo muito suave, leve e agradável. São minutos alegres e reais, embora pareçam ser apenas um sonho.
Em silêncio, nós continuamos ouvindo a música que gostamos muito. Ele estende o braço direito, belisca minhas bochechas e balbucia:
- D. Maria!... Minha Mãe!...
Tudo, tudo, como era antes. Por alguns minutos ainda se prolonga aquele momento especial.
Eu desmancho as tranças, tiro as gominhas que coloquei em seu cabelo. A música chega ao fim, o cheiro dele se esvai, eu paro de levitar e sinto que estou em minha cama, recostada em travesseiros.
Fico mais alguns minutos ali, inebriada, saboreando ainda aquela imensa alegria que senti em estar com o meu querido filho.
Senti o calor dele, escutei sua respiração, sua voz, toquei em seus cabelos, o carreguei em meu colo.
Olho para a janela e percebo que já anoiteceu. Agora é aguardar outro momento especial que, hoje em dia, é o que tem me ajudado a viver.
Esses minutos, durante o dia e os sonhos com ele, durante a madrugada, é que têm me dado forças para continuar vivendo neste mundo que, para mim perdeu grande parte do encanto desde o dia 23 de outubro de 2006.
E Deus vai me confortando com esses momentos que descrevi aqui, até que Ele queira.
Até lá, irei vivendo, à medida do possível, escrevendo coisas que me aproximem do meu saudoso, inesquecível e querido filho Fernando.
Deus o abençoe, meu filho!
Volte sempre!
Estarei sempre aguardando você.
Sua mãe.
Rosarinha Coelho
Belo Horizonte, 23, de abril de 2008.
Um ano e meio sem Fernando.
Quanta dor!
Quanta saudade!
--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/
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