sábado, 31 de outubro de 2009

claudius, o imperador dos petralhas

CLÁUDIUS, O IMPERADOR DOS PETRALHAS

 

Como era de se esperar está próximo o racha total da coligação que sustentou a vitória do grupo liderado pela parelha PSB/ PT, nas últimas eleições municipais, e o tempo tende a esquentar na chapa dominante, onde se pretende garantir a hegemonia da tradicional tropa de choque petista.

 

Ao exemplo do que acontece no âmbito nacional, o Partido dos Trabalhadores nunca se contenta em participar de um projeto político, por mais importante e factível que seja, sem a ganância e o ímpeto de dominar, de assumir o poder em todas suas vertentes e da esperteza de abocanhar sempre a maior e melhor parte do governo, atropelando os acordos eleitorais da campanha, deixando de lado os interesses maiores da população e impedindo ao principal administrador o exercício pleno de seu mandato, segundo o que foi planejado e acordado com o universo do eleitorado que o elegeu.

 

No caso específico de BH, cujo prefeito é filiado ao PSB e o vice é do PT, o que se vê infelizmente é uma administração que ainda, depois de um ano das eleições, não tem mostrado capacidade de superar os desafios impostos por uma metrópole do porte da capital mineira, acostumada à sintonia saudável e necessária que sempre existiu entre a Prefeitura e o Palácio da Liberdade, pois as principais demandas da população – indubitavelmente - se confundem com os interesses das demais regiões do Estado, todos distantes e impossíveis de serem equacionados se não tiverem o impulso decisivo do Governador, mesmo que, no caso específico de Minas, este seja adversário político em termos nacionais.

 

Essa dicotomia inconveniente que está atravancando programas, de ambas as administrações (estadual e municipal) já não pode prevalecer, sob pena de irreparáveis prejuízos à população mineira, principalmente em razão de que foram as bênçãos oficiais, de Aécio e de Fernando Pimentel, que se revelaram muito mais decisivas na vitória de Márcio Lacerda, superando vantajosamente a força eleitoral de todos os partidos envolvidos, provando que a população confiou suas esperanças foi na pessoa de um candidato sem tradição política, mas muito bem apresentado e avalizado por dois políticos competentes, confiáveis e bem acreditados.

 

Na contramão do bom senso e da razoabilidade. o vice-prefeito ROBERTO CARVALHO, que não tem demonstrado estar preocupado com a situação administrativa, parece é atiçar as divergências e criar um clima de animosidade entre as correntes internas dos petralhas, uns da tendência mais lúcida e coerente que apoia o ex-prefeito Pimentel, se contrapondo a uma minoria xiita que sustenta a ilusão do Ministro Patrus Ananias na sua pretensão repetida de ser candidato, no ano que vem, ao cargo de Governador.

 

No meio deste jogo de interesses conflitantes, nada favoráveis ao povo e à democracia, o político novato mas que é um veterano administrador de sucesso, que sempre cuidou com independência e segurança de suas empresas, mas que se submeteu ao desafio legítimo de ser prefeito de uma grande cidade, vê-se momentaneamente estressado como o pobre do caranguejo que é arremessado constantemente ao rochedo pela impertinência de uma maré embrutecida, irresponsável e traiçoeira.

 

É lamentável que seja assim, pois o que está em jogo não é a vaidade administrativa ou o resultado de uma disputa entre politiqueiros antagônicos, mas todo um programa da maior seriedade, elaborado que foi com o objetivo de ser modelo político suprapartidário onde os principais atores, nele envolvidos de corpo e alma, colocaram de lado suas paixões e divergências e visaram, altaneiramente, um plano maior para eleger como sagrado o desejo de união, de progresso, de paz e prosperidade, firmando um pacto admirável entre a razão, a inteligência e a esperança dos belorizontinos.

 

Por tudo isto é muito triste de se ver agora como agem, nessa administração que foi escolhida pelo povo (em sua maioria de não-petistas mas sufragistas conscientes do voto e na grande expectativa de tudo dar certo), como os líderes vermelhos que não respeitam a tradição mineira do entendimento e do respeito, desta forma ingrata vêm constrangendo outros líderes verdadeiros que ainda insistem na sustentação de um partido cada vez mais desacreditado.

 

Exemplo do descalabro que se espraia e contamina a equipe de governo é a ação deletéria de alguns auxiliares graduados, como a que se verifica sob o comando de CLAUDIUS, não o imperador de Roma, mas o poderoso presidente da URBEL, que ali demonstra, de forma debochada e acintosa, o sentimento dominante em todo o diretório municipal do PT de que o seu partido é que deve mandar, segundo sua cartilha, e não pode estar satisfeito com a administração compartilhada do prefeito Márcio Lacerda.

 

Aquele dirigente, usando de seu cargo nesse estratégico setor administrativo, vem-se superando na sede de poder para garantir o domínio eleitoral sobre a população mais dependente, tudo fazendo para solapar e inviabilizar o trabalho de outros membros da equipe, desqualificando a importância das administrações regionais e travando a aplicação de recursos em áreas que não estejam sob seu controle direto.

 

No meio desse contexto porém, ninguém, em sã consciência, que seja honesto e esteja atento aos acontecimentos pode negar o brilhante trabalho que vem sendo desenvolvido pela Administração da Regional Nordeste, em virtude da competência profissional, muito mais que em razão da existência de alguma preferência, afinidade ou maior confiança que o prefeito, com toda razão, possa depositar no seu auxiliar. Entretanto, talvez motivado pela inveja ao sucesso alheio, o Engenheiro Cláudius (Claudius Vinícius Leite Pereira) do alto de sua arrogância e na estatura exata da sua mesquinha visão, tem afirmado, para quem quiser ouvi-lo, depreciando o trabalho do colega, que o titular dessa regional, de nome PIER, está mais identificado e relacionado ao caos que ao cais político, segundo sua observação de estrategista do setor naval e de urbanização, pois o desempenho desse comando obviamente estará contrariando os interesses maiores do PT e, sendo o referido mantido em seu cargo, levará a pique a embarcação ou conduzirá, para bem longe, uma nau errante cheia de piratas e traidores, numa clara demonstração de seu desejo de ver o vice no lugar do atual alcaide titular. 

 

·        Declarações impertinentes deste nível em nada colaboram com os objetivos de uma boa administração e bem demonstram o grau de irresponsabilidade de lideranças petista que já passam da hora de serem apeadas do poder, em nome do interesse coletivo e da esperança que o povo ainda deposita no Prefeito Márcio Lacerda.

·         

Como todos sabemos já vai longe a derrocada do Império Romano e que a Capital das Gerais, ciosa das tradições republicanas e democráticas que a sustentam, jamais comportaria e nem tolerará a imposição de um regime de orientação fascista.

 

Alias, mesmo o homônimo do presidente da URBEL, o outro Cláudius (Tiberius Claudius Caesar Augustus Germanicus) lá de Roma, também não era recomendado em razão de ser filho do terrível NERO, um matricida, piromaníaco e incendiário que destruiu uma URBE.

 

Esta é minha visão de velho observador que, sem motivação maquiavélica, não pretende, jamais, correr o risco de ser chamuscado pois aprendeu, com a história, que os fatos lamentáveis se repetem, não pela determinação ou imposição do destino, mas pela teimosia, imperícia, imprevidência ou pela falta de alerta dos conselheiros de plantão que não se interessam pela segurança do "príncipe".

 

Manoel Ramiro

(Professor de Religião e Cientista Político)



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