domingo, 24 de abril de 2011

"ZERO" - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO (O LIVRO PROIBIDO



ZERO - (Foto Divulgação)
ZERO
RELEASE: Depois de relançar, nos últimos meses, com novo projeto gráfico os livros: O verde violentou o muro, Não verás país nenhum, O beijo não vem da boca e Bebel que a cidade comeu, a Global Editora traz ao público o romance mais famoso e discutido de Ignácio de Loyola Brandão: Zero. Eleito, no final de 2000, um dos melhores romances do século XX pelo jornal O Globo e pela revista Manchete. Zero é um marco na história da literatura brasileira, pelo seu arrojo, tema e estrutura.

A idéia de escrever o livro surgiu no final dos anos 60, tendo como ponto de partida um conto que descrevia a ida de um grupo de amigos a um lugarejo para conhecer um garoto que teria música na barriga. Escrito inicialmente para uma coletânea de contos com cenas do cotidiano, encomendada por Plínio Marcos, que nunca chegou a ser publicada.

Depois deste conto, Loyola escreveu diversos outros que, acrescidos aos seus recortes de jornais e revistas com notas do dia-a-dia, retratavam de maneira nua e crua a vida do cidadão comum, que vivia numa cidade violenta sob as baionetas dos militares. Estavam, então, delineadas as primeiras páginas do Zero, que projetou o escritor em âmbito nacional e internacional.

O livro é, segundo a crítica, o que melhor descreve o que foram os nossos anos de chumbo. Sua primeira edição foi publicada na Itália em 1974 e somente no ano seguinte, no Brasil. Em julho de 1976 recebeu da Fundação Cultural do Distrito Federal o prêmio de Melhor Ficção. No dia 20 de novembro, no dia 20, foi censurado pelo Ministério da Justiça, e sua venda proibida em todo o território nacional por ser considerado um atentado à moral e aos bons costumes.

Sua proibição foi um dos estopins para que escritores e intelectuais começassem a se manifestar contra a ditadura militar. “O escritor — o artista, em suma — é a testemunha de seu tempo, da sua sociedade com tudo que ele tem de coisas boas e ruins. Principalmente ruins. Ele não pode cancelar uma realidade (pelo menos, para ele), sob o pretexto que essa realidade é inoportuna. Ou desagradável”, assim falou Lygia Fagundes Telles, uma das líderes do movimento, em 3 de fevereiro de 1977, num ato público promovido pelo semanário Aqui São Paulo, do jornalista Samuel Wainer. Lygia assumia, assim, com muita coragem o seu papel social de artista.

Somente em 1979 o livro foi liberado pela censura. Desde então, foram 12 edições vendidas no Brasil, além das traduções para o alemão, coreano, espanhol, húngaro, inglês e italiano. Mesmo depois de 26 anos de sua primeira edição Zero, que pode, hoje, ser considerado um videoclipe literário, continua cativando os leitores, principalmente os mais jovens.

Ignácio de Loyola Brandão é jornalista e escritor. Já publicou mais de vinte títulos destinados tanto para o público adulto como para o infanto-juvenil. Alguns de seus livros são baseados em experiências pessoais. O Ganhador nasceu de uma experiência em suas andanças pelo Brasil. O Verde Violentou o Muro expõe suas impressões sobre o período em que viveu na cidade de Berlim (Alemanha) e Veia Bailarina relata a experiência de ter sido operado de um aneurisma cerebral. Em julho de 2001 foi homenageado pelo Instituto Moreira Salles com a publicação de sua vida e obra na coleção Cadernos de Literatura Brasileira.

Romance
autor: Ignácio de Loyola Brandão
Formato: 14 x 21
13ª edição
Editora: Global Editora
Número de Páginas: 288
ISBN: 85-260-0280-5
R$ 42,00
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