quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UM EMBUSTE CHAMADO "João Candido" !!!

Custou a sair algo na VEJA o que se comentava,  há muito tempo,  no setor da construção naval.

O primeiro petroleiro nacional encalhou: É no que dá trocar as leis do mercado pela ideologia.



A foto acima, de 7 de maio de 20I0, retrata uma cena explorada a exaustão na campanha de Dilma Rousseff. Com pompa e circunstância, o então presidente Lula, com Dilma no palanque, exibia no Porto de Suape, em Pernambuco, o primeiro navio petroleiro construido no Brasil em catorze anos. Tudo teatro eleitoral. Tao logo a plateia se foi, a embarcação voltou ao estaleiro e de lá nunca mais saiu. 0 qne poucos sabiam até agora é que o vistoso casco do João Cândido -um portento planejado para transportar 1 milhao de barris de petróleo atraves dos continentes e que custou à Petrobras 336 milhões de reais (0 dobro do valor de mercado) -escondia soldas defeituosas e tubulações que mal se encaixavam. Corria o risco de desfazer-se em alto-mar. Concebido para ser o primeiro de uma serie de 41 navios, símbolo do renascimento da indusrria naval, o petroleiro precisou ser parcialmente refeito. 0 termino da reforma está prometido para as pr6ximas semanas, mas técnicos ouvidos por VEJA afirmam que, dado o hist6rico de trapalhadas, o calendano pode atrasar.

o João Candido é o epitome da estrategia pelista de privilegiar a todo custo mão de obra e fornecedores brasileiros como forma de fomentar os setores petrolifero e naval - a tal politica do conteúdo nacional. De acordo com ela, no caso da construção de urn navio, pelo menos 65% do valor final deve ser gasto no pais. Trata-se de uma regra que despreza a inteligencia e o bom uso do dinheiro público, como bem ilustra o episódio do João Cdndido. Foi 0 governo que patrocinou, por meio do BNDES, a criação do Estaleiro Atlântico SuI, encarregado de erguer esse e mais 21 petroleiros. Seus principais sócios sao as empreiteiras Camargo Correa e Queiroz Galvão, que ja fizeram todo ripo de obra, mas nunca montaram nem sequer uma lancha. Dada a magnitude do projeto, seria preciso que contratassem milhares de técnicos e operários de obra altamente especializada. Mas quase todos os 2000 operários foram recrutados -incluidos aí os canavieiros, donas de casa e sacoleiros da região-, que  estavam montando um navio pela primeira vez. "Com um contingente tao inexperiente, seria impossível nao haver erros'.', diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Todos os países que têm uma industria naval forte tiveram um dia de destinar subsidios ao setor.  Foi assim com o Japão e a Coréa do SuI, hoje os maiores produtores de navios do planela. Só que lá, ao contrário daqui, estabeleceram-se exigências técnicas e prazos que obrigaram a indústria a ganhar eficiência para se tornar independente do govemo. Na primeira tentativa feita no Brasil de alavancar o setor, nos anos 60 e 70, foram todos à bancarrota assim que a fonte estatal secou. Agora, mais uma vez, e o govemo, via Petrobras, que anuncia um investimenro de nada menos que 9,6 bilhões de reais na área. Enquanto isso, o "João Cândido" continua emperrado - um monumento à incompetência a lembrar com que facilidade se pode lançar ao mar o dinheiro dos contribuintes. _

MALU GASPAR

84 1 - 31 DE AGOSTO- . 20 11 I - Revitsta Veja

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