ARRAIAL DAS MINAS NOVAS
Rosa Nívea Pedroso (*)
Minas Novas
Em terras esgotadas
Em serras inférteis
Em rios sugados
É obra do tempo
Mão do homem
Descaso da História
(É garimpo ousado
De Bateia vazada
Bonsucesso é ventre varrido
Morro da Contagem de altar fundido)
Arraial das Lavras de São Pedro do Fanado
De Sebastião Leme do Prado
Da aristocracia do ouro
Das Pedras Preciosas
Minas Novas, teu nome é saudade
De um sonho dourado
Barroco caiado
Cornija Mineira
O Rosário de tua Senhora
É em maio e junho
Na terra festeira
(Capistrana perene
Retábulo violado)
Povo singelo
Da Rua Alegre
Da Praça Festiva
Do manso jegue
Minas Novas, teu nome é saudade
É sonho dourado
Barroco caiado
Campanários vários
Campanário do Rosário
Pau-a-pique dobrado
Da Corte de Pedro I.
Campanário sem som
É grito parado:
José
Francisco
Gonçalo
Amparo.
Sobradão
Solidão
(Ouropel de cinzel)
Tua saudade dourada,
Garimpada,
Caiada
Teu torrão de liberdade
É teu chão sedento:
És Monumento
De sonhos dourados
Barrosos caiados.
(*) Rosa Nívea Pedrosa esteve em Minas Novas, participando do
Projeto Rondon. Sua poesia foi classificada em 4º lugar no Concurso Literário
Felippe D’Oliveira, em 1979, realizado
pela Universidade Federal de Santa Maria – Rio Grande do Sul.
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