segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

CARTAS: PORQUÊ ESCREVÊ-LAS?

CARTAS, CARTAS E CARTAS

Sou do tempo, não muito distante, em que o meio de comunicação mais comum era a CARTA, a velha escrita, devidamente endereçada, envelopada, subscrita e selada, principalmente em Minas Novas onde o telefone foi inaugurado somente em 02 de outubro de 1980, quando todo o resto do país já era beneficiado por esta já antiga invenção de Grambell (ALEXANDRE GRAHAM BELL - Ele nasceu em 3 de março de 1847, em uma cidade chamada Edinburgh, na Escócia, e faleceu em 2 de agosto de 1922 com 75 anos me uma cidade chamada Halifax no Canadá. Foi o físico naturalizado americano que inventou o telefone em 10 de março de 1876).

Até o ditoso ano de 1980 o único telefone que existia em Minas Novas era um arcaico aparelho, dotado de manivela, que ficava na casa de Jacu, lá na bucólica Barragem, enfeitando a parede da usina como peça decorativa de vez que não funcionava desde a época da inauguração daquela pequena hidrelétrica. Naquele ano folclórico o município completaria 250 exercícios de existência política e o ditador-presidente da república (General Figueiredo) viria à cidade para as festividades que estavam programadas para a efeméride e, desta forma, seria de bom tom preocupar-se em inaugurar alguma coisa de útil, além do novo prédio do Banco do Brasil (o qual, para funcionar a sua agência que atendia 10 municípios, na maior dificuldade e total carência de infra-estrutura da cidade) valia-se do recurso antiquado do sistema de radio PCX para fazer suas comunicações.

Foi então, que resolvemos – gerente Francisco Carlos Campos Coelho liderando alguns funcionários do referido banco -- liderarmos uma campanha na cidade para a instalação de uma central telefônica mono-canal com apenas 100 terminais interligados à rede de Diamantina, contratando para isto os serviços de uma empreiteira da Ericson do Brasil, que planejou, orçou e instalou o sistema em menos de 30 dias, sem a necessidade de qualquer intervenção do poder público. Mesmo assim as ligações interurbanas só passariam a ser possíveis de se completar um bom tempo depois, havendo funcionado "pró-forma", simbolicamente, no ato da inauguração pelo dito ditador, para, logo depois ficarem mudos os aparelhos e tudo voltar ao velho sofrimento do "cambio, escuta, cambio" ao microfone das espeluncas, ainda por longo tempo.

Das cem (100) primeiras assinaturas, as pioneiras foram: 08 linhas para o próprio Banco do Brasil (setores da agência, residências do gerente e gerente-adjunto e AABB), 03 para a central telefônica, 03 para a prefeitura, sendo as demais, uma para cada assinante: Minascaixa, Delegacia de Polícia, Quartel da PMMG, Paróquia, Cobal, Acesita, IBGE, ECT, Campo-Vale, Fundo-Cristão, Hospital, Posto de Saude, Forum, Cartório Imobiliário, DAE e 10 linhas destinadas aos funcionários que se cotizaram no investimento, sendo as demais para serem vendidas a particulares, com a facilidade de financiamento. Algumas dessas linhas, porém, foram reservadas a determinados "medalhões" da cidade e até ,mesmo instaladas com prioridade, mas ficaram no "ora, veja", sem a contra-partida do pagamento devido e, assim, o custo das mesmas teve de ser arcado pelos pobres cidadãos comuns que pagaram pelo progresso, muito embora essas mesmas linhas continuem em nome dos caloteiros, que até hoje nada pagaram e delas continuam se beneficiando.

De qualquer forma, mesmo depois de implantado o telefone e por não ser o sistema aqui muito confiável -- sabendo-se que havia constantemente um funcionário designado para a "escuta" -- sob o ponto de vista de sua operacionalização, as CARTAS continuaram e continuam tendo prestígio e eu continuo delas me servindo, pois não vejo outra forma mais agradável, direta, segura e eficaz de me comunicar, qual seja este insubstituível costume de se valer da velha e sempre recorrente correspondência epistolar.

Afinal, paredes têm olhos e ouvidos até nos gabinetes do STF, quanto mais em nossas devassáveis casas e indefesos escritórios.

Muitas são as modalidades de correspondências das quais se podem utilizar e me proponho, a partir desta, fazer algumas demonstrações que haverão de reafirmar a importância das Cartas escritas e, na medida do possível, vamos divulgar algumas, a exemplo destas que se seguem:

PRÓLOGO

"Amigo leitor: arribou a certo porto do Brasil, onde eu vivia, um galeão, que vinha das Américas espanholas. Nele se transportava um mancebo, cavalheiro instruído nas humanas letras. Não me foi dificultoso travar com ele uma estreita amizade, e chegou a confiar-me os manuscritos, que trazia. Entre eles encontrei as Cartas chilenas, que são um artificioso compêndio das desordens, que fez no seu governo Fanfarrão Minésio, general de Chile.

Logo que li estas Cartas, assentei comigo que as devia traduzir na nossa língua, não só porque as julguei merecedoras deste obséquio, pela simplicidade do seu estilo, como, também, pelo benefício que resulta ao público, de se verem satirizadas as insolências deste chefe, para emenda dos mais, que seguem tão vergonhosas pisadas.

Um D. Quixote pode desterrar do mundo as loucuras dos cavaleiros andantes; um Fanfarrão Minésio pode também corrigir a desordem de um governador despótico.

Eu mudei algumas coisas menos interessantes, para as acomodar melhor ao nosso gosto. Peço-te que me desculpes algumas faltas, pois, se és douto, hás de conhecer a suma dificuldade que há na tradução em verso. Lê, diverte-te e não queiras fazer juízos temerários sobre a pessoa de Fanfarrão. Há muitos fanfarrões no mundo, e talvez que tu sejas também um deles, etc."

... Quid rides? mutato nomine, de te Fabula narratur...

(Horat. Sat. I, versos 69 e 70.)


DEDICATÓRIA AOS GRANDES DE PORTUGAL

Ilmos. e Exmos. senhores,

"Apenas concebi a idéia de traduzir na nossa língua e de dar ao prelo as Cartas Chilenas, logo assentei comigo que Vv. Exas. haviam de ser os Mecenas a quem as dedicasse. São Vv. Exas. aqueles de quem os nossos soberanos costumam fiar os governos das nossas conquistas: são por isso aqueles a quem se devem consagrar todos os escritos, que os podem conduzir ao fim de um acertado governo.

Dois são os meios por que nos instruímos: um, quando vemos ações gloriosas, que nos despertam o desejo da imitação; outro, quando vemos ações indignas, que nos excitam o seu aborrecimento. Ambos estes meios são eficazes: esta a razão por que os teatros, instituídos para a instrução dos cidadãos, umas vezes nos representam a um herói cheio de virtudes, e outras vezes nos representam a um monstro, coberto de horrorosos vícios.

Entendo que Vv. Exas. se desejarão instruir por um e outro modo. Para se instruírem pelo primeiro, têm Vv. Exas. os louváveis exemplos de seus ilustres progenitores. Para se instruírem pelo segundo, era necessário que eu fosse descobrir o Fanfarrão Minésio, em um reino estranho! Feliz reino e felices grandes que não têm em si um modelo destes!

Peço a Vv. Exas. que recebam e protejam estas cartas. Quando não mereçam a sua proteção pela eloqüência com que estão escritas, sempre a merecem pela sã doutrina que respiram e pelo louvável fim com que talvez as escreveu o seu autor Critilo.

Beija as mãos

De Vv. Exas.

O seu menor criado..."

"Escrever é sempre dizer por extenso. (...) a passagem à escrita, mesmo que gerada num impulso, implica uma certa solenidade. Verba volant scripta manent, as palavras esvoaçam e a escrita permanece (...). Ao escrever, estamos mais empenhados, somos mais definitivos, ficamos mais comprometidos. O escrito é como um freeze frame, imobiliza um momento histórico, um determinado espírito, uma força ou fraqueza do instante"

Pedro Mexia,

in "Primeira Pessoa"

Inicialmente, é preciso destacar dois tipos básicos de carta. O primeiro é a correspondência oficial e comercial, que nos é enviada pelos poderes políticos ou por empresas privadas (comunicações de multas de trânsito, mudanças de endereço e telefone, propostas para renovar assinaturas de revistas, etc.). Este tipo de carta caracteriza-se por seguir modelos prontos, em que o remetente só altera alguns dados. Apresentam uma linguagem padronizada (repare que elas são extremamente parecidas, começando geralmente por "Vimos por meio desta...") e normalmente são redigidas na linguagem formal culta. Nesse tipo de correspondência, mesmo que venha assinada por uma pessoa física, o emissor é uma pessoa jurídica (órgão público ou empresa privada), no caso, devidamente representada por um funcionário.

Outro tipo de correspondência é a carta pessoal, que utilizamos para estabelecer contato com amigos, parentes, namorado (a). Tais cartas, por serem mais informais que a correspondência oficial e comercial, não seguem modelos prontos, caracterizando-se pela linguagem coloquial. Nesse caso o remetente é a própria pessoa que assina a correspondência.

Embora você passa encontrar por aí livros que trazem "modelos" de cartas pessoais (principalmente "modelos de carta de amor"), fuja deles, pois tais "modelos" se caracterizam por uma linguagem artificial, surrada, repleta de expressões desgastadas, além de serem completamente ultrapassados.

Não há regras fixas (nem modelos) para se escrever uma carta pessoal Afora a data, o nome (ou apelido) da pessoa a quem se destina e o nome (ou apelido) de quem a escreve, a forma de redação de uma carta pessoal é extremamente particular.
No processo de comunicação (e a correspondência é uma forma de comunicação entre pessoas), não se pode falar em linguagem correta, mas em linguagem adequada. não falamos com uma criança do mesmo modo que falamos com um adulto.

A linguagem que utilizamos quando discutimos um filme com os amigos é bastante diferente daquela a que recorremos quando vamos requerer vaga para um estágio ao diretor de uma empresa. Em síntese: a linguagem correta é a adequada ao assunto tratado (mais formal ou mais informal), à situação em que está sendo produzida, à relação entre emissor e destinatário (a linguagem que você utiliza com um amigo íntimo é bastante diferente da que utiliza com um parente distante ou mesmo com um estranho).

Na correspondência deve ocorrer exatamente a mesma coisa: a linguagem e o tratamento utilizados vão variar em função da intimidade dos correspondentes, bem como do assunto tratado. Uma carta a um parente distante comunicando um fato grave ocorrido com alguém da família apresentará uma linguagem mais formal. Já uma carta ao melhor amigo comunicando a aprovação no vestibular terá uma linguagem mais simples e descontraída, sem formalismos de qualquer espécie.

As Expressões Surradas

na produção de textos, devemos evitar frases feitas e expressões surradas (os chamados clichês), como "nos píncaros da glória", "silêncio sepulcral", "nos primórdios da humanidade", etc. Na carta, não é diferente. Fuja de expressões surradas que já aparecerem em milhares de cartas, como "Escrevo-lhes estas mal traçadas linhas" ou "Espero que esta vá encontrá-lo gozando de saúde" (originais, não?)

A Coerência no Tratamento

Na carta formal, é necessário a coerência no tratamento. Se a iniciamos tratando o destinatário por tu, devemos manter esse tratamento até o fim, tomando todo o cuidado com pronome e formas verbais, que deverão ser de segunda pessoa: se, ti, contigo, tua, dize, não digas, etc. Caso comecemos a carta pelo tratamento você, devemos manter o tratamento em terceira pessoa até o fim: se, si, consigo, o, a, lhe, sua, diga, não digas, etc.
Nesse tipo de carta, são comuns os erros de uniformidade de tratamento como o que apresentamos abaixo:

Você deverá comparecer à reunião. Espero-te ansiosamente.
Não se esqueça de trazer tua agenda.

Observe que não há nenhuma uniformidade de tratamento: começa-se por você (terceira pessoa), depois passa-se para a segunda pessoa (te), volta-se à terceira (se), terminando com a segunda (tua).

Ainda com relação à uniformidade, fique atento ao emprego de pronomes de tratamento como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc. Embora se refiram às pessoas com quem falamos, esses pronomes devem concordar na terceira pessoa. Veja:

Aguardo que Vossa Senhoria possa enviar-me ainda hoje os relatórios de sua autoria.
Vossa Excelência não precisa preocupar-se com seus auxiliares.

EPÍSTOLA

Composição datada e escrita por um indivíduo ou em nome de um grupo com o objetivo de ser recebida por um destinatário. O termo tem uso antigo e constitui modo literário importante a partir do conjunto de textos do Novo Testamento que ficaram conhecidos por epístolas. Neste sentido, distingue-se uma epístola de uma carta comum, pois não se destina à simples comunicação de fatos de natureza pessoal ou familiar, aproximando-se mais da crônica histórica que procura relatar acontecimentos do passado. A utilização do termo alarga-se, depois, a todo o tipo de correspondência privada ou oficial, literária ou filosófica, religiosa ou política, pelo que a partir desta generalização se torna difícil estabelecer com rigor a diferença entre uma epístola e uma carta. À arte de escrever epístolas ou formas registradas de correspondência escrita entre indivíduos dá-se o nome de epistolografia; à teoria e prática da escrita de cartas ficcionais, convém chamar-se epistolaridade. De notar que alguns epistológrafos não incluem as epístolas poéticas no espaço de investigação deste tipo de textos, porém sendo o ponto de partida de uma epístola poética a forma e a função pragmática da carta, parece-nos fazer sentido incluir no modo epistolar o estudo das formas poéticas, mesmo que estas partilhem também as características do modo lírico.

Epístolas Paulinas é como são conhecidas o conjunto de cartas do apóstolo Paulo reunidas no Novo Testamento.

Paulo escreveu as epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus Paulinum) são aquelas que tradicionalmente são atribuídas a Paulo:

Por fim, apesar de condenadas por um político local que não tem hábitos democráticos, às vezes fazem-se necessárias as ditas cartas anônimas, a exemplo de "hebreus", pois quase sempre estas são bastante diretas e claras e dizem de coisas sérias que são do conhecimento geral e do público, mas têm conteúdo contundente cujo objetivo, decididamente, é atingir e ferir de morte os interesses do coronel. Por esta razão, alcançando a sua finalidade precípua, que fique a ladrar aquele cuja carapuça lhe calce a injusta cachola.

E assim é que teremos:

Gouvêa Fanadino

Barão de Itararé

Cruz e Souza

Gregório de Matos

Guerra Junqueiro

Bocage

Challaça

E muitos outros


--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

FUTEBOL COMBINADO COM AUTOMOBILISMO



FUTEBOL é o ópio do povo brasileiro! O automobilismo, também o seria, mas para uma classe mais privilegiada .... e sejamos sinceros, o que seria de nossas tardes domingueiras sem um bom futebolzinho? QUE É BOM? É lógico: É DEMAIS!

-E por falar em futebol, quem será o vencedor neste final de semana, lá no Uruguai? O CRUZEIRO OU O ATLÉTICO MINEIRO?



Além dessas curiosas imagens, vejamos também os vídeos em anexo: dois sobre o futebol, um outro sobre uma incrível mãe que deve ser considerada como a maior campeã de todos os tempos, pois como nenhum jogador profissional, faz com seus pés milagrosos muito mais que gols e outras lindas jogadas.
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/






quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A SAGA DOS CAMINHÕES - 2

São muitas as pessoas de bem que, ao longo de nossa história, passaram por Minas Novas e que aqui foram impedidas de realizarem missões e muitos dos acalantados projetos em benefício do povo. Vamos, aos poucos, conhecer algumas delas. Havia anunciado que hoje discorreria sobre um fato pouco conhecido -- ou melhor -- jamais divulgado, relacionado ao Padre WILLYAMUS JOANNES LELLIVELD (mais conhecido por "Padre Vily") um padre europeu, culto, idealista e corajoso que até pouco tempo vivia humildemente em seu querido Patronato de Leliveldia, no vizinho município de Berilo, estando lá enterrados os seus restos mortais, na Igreja que construiu com seus próprios recursos. Entretanto, para dar uma sequência cronológica aos fatos - ensejando a possibilidade de melhor entendimento da história, o assunto de hoje, sem fugir ao tema, será sobre o episódio da chegada do primeiro auto-caminhão a nossa cidade. Depois deste capítulo é que publicaremos, então, a

"Chegada do Padre Vily a Minas Novas".

AGUARDEM!

O CAMINHÃO DE MANOEL CRISTIANISMO COSTA

No longínquo ano de 1919 chegou a Minas Novas, vindo da adiantada e próspera cidade de Teófilo Otoni, o primeiro veículo motorizado a adentrar as ruas da velha e alquebrada cidade. Para conseguir esse feito histórico e extraordinário o comerciante Manoel Cristianismo Costa custeou, com seus próprios meios, a raspagem do mato e o ajeito das passagens mais difíceis de serem vencidas, naquelas 30 léguas que separavam a cidade-mãe da cidade-filha, naquele percurso que, tendo sido uma estrada, já se transformara em capoeira pelo desuso..

Esse trajeto era o mesmo caminho carroçável que, há alguns anos, fora desbravado pelo pioneiro Theóphilo Benedicto Ottoni, quando este transferiu a sua empresa Santa Clara, antes sediada na Vila do Fanado, para a promissora Vila de Filadélfia que acabara de fundar.

-

Havia transcorrido, daquela data, mais de 20 anos que por ali não passava nem mesmo carro de boi, sendo que o caminho já se havia deteriorado pelo pisotear constantes das tropas, as quais, durante esse período, esvaziaram, de vez, as poucas riquezas que restaram da antiga cidade dos Badarós.

-

A chegada do auto-caminhão, depois de cinco dias de difícil jornada – que hoje se faz em apenas 4 ou 5 horas – foi uma verdadeira efeméride que ficou marcada oficialmente nos anais do município, motivo de júbilo para a população de Minas Novas, que havia muito tempo não tinha motivos de alegria, pois ali restavam pouquíssimas famílias, as mais humildes e as pessoas mais teimosas e apegadas à terra natal, que não quiseram ou não puderam, de alguma forma, acompanhar as inúmeras caravanas de retirantes que seguiram em busca de outras regiões, onde pudessem viver com progresso e vislumbrar a possibilidade de desenvolvimento.

.

Minas Novas, então, já havia perdido o seu velho encanto de ter sido uma das melhores cidades de porte médio de todo o pais, condição com a qual se apresentava até os meados do século XIX.

.As ruas, ladeadas de casas em ruínas, estavam tomadas pelos bodes velhos e demais criações soltas como animais levantados ou "arribados", famintos e descuidados, que se viam revirando o lixo amontoado defronte dos antigos sobrados e das casas baixas abandonadas transformadas em abrigo de mendigos e cães vira-latas sem dono, pois ali estavam relegados ao próprio destino que lhes fora decretado pelos antigos proprietários, há muito ausentes.

.

A descida daquela curiosa máquina, com seu assombroso ruído, assustava aos bichos e faziam os velhos e doentes, em seus tugúrios, chegarem curiosos e apreensivos às frestas das portas e janelas para melhor vê-la passar. Era algo incrível e ao mesmo tempo admirável. As pessoas mais corajosas e as que podiam sair de casa sem dificuldade, aproximavam-se e algumas até se arriscavam a alisar e cheirar a brilhante superfície das latarias lustradas e coloridas, maravilhados com a imensidão, jamais vista, de uma carroça que, na realidade, mal daria para transportar algumas sacas de cereais ou, no máximo, umas 50 arrobas de açúcar sujo.

.

O velho vigário, o Cônego José Barreiro da Cunha mandou abrir a igreja matriz, pediu que se repicassem os sinos e celebrou uma missa solene, nas ruínas daquele templo que havia sido a suntuosa Matriz de São Pedro do Fanado, Apóstolo e Papa.

.

Um vendeiro, contagiado por aquela repentina festa, entusiasmou-se com a novidade e possuindo no estoque de sua bitaca, guardados, uns foguetes de rabo, chegou-lhes o tição no estopim e fez com que os céus da antiga vila, como se fosse um dia de Festa de Junho, voltasse a serem saudados pelo som de uma alegria quase que esquecida.

.

Lindolfo Jobarcum, mestre da única escola, por sua vez despertado com a vibração cívica do momento, mas sempre cauteloso, mandou que os seus poucos e maltrapilhos alunos se enfileirassem. Formou-se uma rigorosa e disciplinada marcha, sem fazer muito alarde, para que não se afugentasse o "bicho-máquina" pois este, caso refugasse com aquele movimento, poderia tornar-se violento e atropelar aquela multidão que se aglomerava em frente da Câmara Municipal, com a finalidade de assistir à inusitada cerimônia de recepção, justificadamente calorosa e simbólica, dos atores que traziam a novidade.

.

O presidente da Câmara, tomado do mais indisfarçável entusiasmo e gáudio, subiu à carroceria do carro e dali de cima, ao lado de outras autoridades e do fantástico "chauffer" – o corajoso motorista e proprietário daquela preciosidade, vista como a maior invenção do mundo -- fez de improviso o primeiro e eloqüente discurso de uma série de outros oradores que passaram a enaltecer o pioneirismo, a inteligência e o poder daquele empresário ilustre, daquele honrado filho da cidade que, tendo seguido as trilhas abertas pelo Dr. Teófilo Otoni, não se esquecera de seu povo e agora voltava, gloriosamente, no comando daquele símbolo de riqueza e sucesso, trazendo consigo a mensagem de novas esperanças para o lugar.

.

E as festas e comemorações se estenderam por todo o dia, demonstrando a grande satisfação do povo em poder sentir – novamente – a possibilidade daquelas casas e ruas se animarem com a vida, com o trabalho e com o futuro.

.

Eram manifestações justas e realmente merecidas, de todos os minas-novenses que se orgulhavam do grande feito do novo "Fernão de Magalhães", o conterrâneo e rico cidadão "Miné Costa", pois este era, no sentimento do povo, a imagem do próprio salvador, daquele que trazia um novo alento à vida comunitária de uma população empobrecida, sem assistência de qualquer natureza, sem saúde e sem educação, mazelas que determinavam a desesperança e o ponto trágico daqueles que já se consideravam sem rumos.

.Alguns anos se passaram e o auto-caminhão de Miné era a única máquina motorizada em todo o antigo município. O bem intencionado comerciante, contudo, depois de tanto esforço, não encontrara o apoio de que necessitava para reencontrar os caminhos do progresso.

.

Aquela máquina era quase que uma peça decorativa estacionada em frente da sua casa comercial – um estabelecimento sempre às moscas -- pois eram poucos os fregueses e muitas as dificuldades que já faziam o comerciante se esmorecer novamente. Além do trabalho de chofer, pois não havia outros que fossem habilitados a trabalhar com aquela complicada máquina, também a gasolina era um recurso raro, que chegava à cidade em lombos de burro, pois a estrada não mais existia. Também, de nada adiantaria buscar lá longe as mercadorias se não teria, no lugar, quem as pudesse comprar, no meio de uma turba de mendigos que vivia da caridade pública e dos míseros recursos da municipalidade E quando recebia alguns galões do raro combustível, em sua loja se faziam filas para o abastecimento das bingas "vospic" , com os quais aquele povo podia alimentar o único prazer que tinha que era o de pitar o cigarrinho de palha.

.

O velho Miné Costa, mais uma vez desiludido e desgostoso com o marasmo da Vila, colocou em riba do seu caminhãzinho os seus pertences e sua esposa Júlia -- pois não tiveram filhos -- convidou alguns camaradas para irem-lhe reabrindo os caminhos com as enxadas e picaretas, seguindo de volta, pelo mesmo caminho pelo qual viera, abandonado de vez a sua casa e retornado a Teófilo Otoni para continuar com seus negócios de forma mais favorável.

.

E tudo voltou como dantes, naquele velho quartel abandonado dos Abrantes...

* * * * * * * * * * * * * * * *



--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

MENINO DE 13 ANOS PASSA NO VESTIBULAR DA UFPR, EM PRIMEIRO LUGAR DE QUÍMICA!


Garoto de 13 anos passa em primeiro lugar na universidade; veja vídeo
UOL Educação - 14/01/2009
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/01/14/ult105u7469.jhtm

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A SAGA DOS CAMINHÕES

Publico hoje, dando início a uma série de relatos, o texto abaixo que estava até agora engavetado. A intenção é mesmo criar polêmica. Espero sua opinião a respeito.


geraldo mota

MINAS NOVAS

FINAL DO SÉCULO XIX ATÉ INÍCIOS DO SÉCULO XX1

"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer."
Santo Agostinho

Por volta da última década do século XIX foi aberta, entre Minas Novas até o Ribeirão de Todos os Santos, próximo à confluência deste com o Rio Mucuri, uma estrada carroçável que seria o suporte da fundação de uma vila que hoje é a cidade de Teófilo Otoni, sendo que, a partir desta, surgiria os municípios de Carlos Chagas e de Nanuque, hoje núcleos urbanos prósperos e desenvolvidos, em todos os sentidos.

-

Aquela era uma empreitada do pioneiro Theophilo Benedicto Otonni, que vislumbrava sua Filadélfia. Por aquela estrada o idealizador daquela empresa levaria seus inúmeros pertences, por caravanas e várias jornadas, conduzindo sua biblioteca, sua banca de advogado, seu laboratório de pesquisas minerais, seus animais, seus móveis e utensílios e, enfim toda sua imensa e milionária mudança. No meio dela seguiria, camuflada, a Loja Maçônica Nova Philadelphia que por ele fora fundada e organizada durante o seu tempo de degredo na antiga Vila do Fanado, contando para isto com o incentivo das lideranças liberais de então e a proteção dos republicanos, através dos quais havia conseguido secretamente e estrategicamente fazê-la movimentar-se, no mundo hermético dos interesses políticos de um Império cada vez mais desacreditado e em vias de ser derrubado.

-

Aquele caminho passou para a história como a primeira iniciativa de porte, assumida por uma empresa privada, tornando-se a pioneira das rodovias brasileiras - quando não existia ainda veículos motorizados – mas que objetivava cobrir uma distância de mais de 180 quilômetros (30 léguas) a ser vencida no meio de matas fechadas, requerendo a edificação de várias pontes e outras obras de engenharia, possibilitando que através dela fosse levada toda a riqueza de Minas Novas, em direção ao Mucuri, numa travessia, que durou quase dois meses de longas jornadas.

-

Essa "rodovia" representa o marco do progresso para a região do Mucuri, ao mesmo tempo que pode ser considerada como a causa maior do atraso e do regresso sofrido, a partir daquele momento, quando o marasmo, o abandono e o ostracismo passaram a imperar na antiga Vila do Fanado.

-

Teophilo Benedicto, viveu durante 15 anos na vila do Fanado, onde advogava com o nome de Dr. Magalhães, sob a proteção das autoridades locais, de vez que era um degredado da justiça e deveria, por força de sua condenação, permanecer confinado na propriedade de seu tio, João Ottoni, na localidade que depois passou a ser conhecida com o nome de "Degredo do Magalhães", na beira do Rio Fanado, logo depois da Barra do Bonsucesso.

-

A condenação a que fora submetido o futuro fundador da cidade de Teófilo Otoni se deu em decorrência de sua participação no "Levante de Santa Luzia", onde combateu diretamente, à mão armada, contra as tropas comandadas pelo Duque de Caxias, tendo sido por este vencido, derrotado e levado preso – algemado e conduzido a pé – até à cidade de Ouro Preto, de onde, por intercessão do próprio vencedor da batalha -- que nele viu a fidalguia e a capacidade de um homem íntegro e idealista – convenceu-se de sugerir ao Imperador que concedesse ao vencido o real benefício de escolher o local em que deveria cumprir o seu castigo. E isso lhe foi concedido: cumprir a pena de degredo no termo de Minas Novas, decisão política que inovou nessa modalidade de "degredo", constituindo-se numa forma inédita por se tratar de um degredo dentro do mesmo país.

-

A cidade de Minas Novas sediava, então, um dos termos da Comarca do Serro e, em razão dessa vinculação judiciária, era um local bem favorável às pretensões do teimoso liberal, para ali continuar, de forma tranqüila e bem articulada, sua acalentada luta contra o regime imperial. Era ele um liberal convicto e um ardoroso republicano. Foi assim que, através da Maçonaria, conseguiria levar adiante o seu plano e para isto dependeria de levantar capitais. Resolveu, destarte, organizar a expedição do Mucuri, fundando a Cia, de Navegação Santa Clara, estabelecendo-se nas terras que havia adquirido na região onde hoje está a cidade de Teófilo Otoni, para onde foi, paulatinamente, transferindo e aplicando sua fortuna, atraindo investimentos, inclusive os de interesses estrangeiros.

-

Depois de instalada a República, da qual foi um dos grandes entusiastas e articuladores, Teófilo Benedito Otoni conseguiu volumosos financiamentos oficiais e, com o apoio de vários políticos, como Benjamim Constant, seu amigo e que, para sua sorte era influente sobrinho de Floriano Peixoto, via de seu prestígio perante o novo regime, viu-se atendido em suas demandas e se favoreceu de benesses e benefícios fiscais, agregando ao projeto volumosos capitais públicos e mão-de-obra dos imigrantes que se interessavam vir para o Brasil sob o novo sistema de governo.

-

Enquanto a Vila de Philladelphia do Mucuri se expandia, a alquebrada Vila do Fanado se finava.
No final do século 19 e no início do século 20, a pobre da nossa Minas Novas já era uma cidade-fantasma.

* * * * * * * * * *

-AMANHÃ TEM MAIS, com a chegada de um Padre novo na cidade.


http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Você já memorizou as novas regras da língua portuguesa? No Novo Acordo Ortográfico, temas como o uso do hífen, do trema e dos acentos fazem parte das mudanças na ortografia. Teste-se sobre os acentos agudo e diferencial.

Correção:
ERRADO
CERTO
1-

Assinale a dupla de palavras que representa a mudança na acentuação dos ditongos abertos na nova reforma ortográfica:









2-

O que acontece com o acento diferencial presente em 'pára' e 'pêlo', por exemplo?









3-

Por que o acento agudo na palavra 'feiúra' desaparece? Com as novas regras, o correto é feiura:









4-

Qual das seguintes grafias está incorreta, segundo as novas regras de acentuação?









5-

Assinale a frase que apresenta corretamente as mudanças no uso do acento diferencial:









  • --
    geraldo mota
    http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

CRISES SE REPETEM NO MUNDO INTEIRO

(Texto do Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial.)
 
"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
 
Pois bem... É comum, pois você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas?

Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem:

Êxodos de populações inteiras... Gente faminta... Gente pobre... Gente sem futuro!...
Durante décadas, vimos essas imagens, tanto no Discovery Channel, ou National Geographic, como nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados!
São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo.
E atraves delas, criam-se ONGs, criam-se poderosas entidades. criam os mais bem articulados movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá, de fato sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.

Resolver, capicce? Extinguir.
Sendo assim, com tais recursos não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo!
Tendo-se estes cálculos, a lógica é que, com 120 bilhões de dólares o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.

Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.
 
(Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma imprensa poderosa que sabe muito bem, e sempre o faz, que é dar tapa e afagar).

Se você quiser, repasse, se não, o que importa? O nosso almoço tá garantido mesmo...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

PARABÉNS MUNDO!


Nasceu Beatriz, hoje às 12:45, a menina mais linda, mais feliz, mais graciosa, mais saudável e a mais inteligente já nascida neste Ano da Graça de 2009, filha de EROS MORAIS GUIMARÃES ZICA e ESTEFÂNIA NOGUEIRA MOTA COELHO ZICA. Todos estamos muito felizes e pedimos a DEUS, em honra de seu Nome e por intercessão de sua Divina Mãe e Nossa Padroeira SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS DO FANADO, toda as bênçãos necessárias para que essa maravilhosa menina -- nossa primeira netinha -- cumpra seu destino de ser uma criatura mais amada, mais respeitada e mais admirada pelas ações benfazejas que haverá de espalhar pelo mundo em benefício de nossos semelhantes.

VOVÔ LALAU E VOVÓ NILDA-
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

MENSAGEM DE ALAÍNE MOEMA FERREIRA



Ainda no calor das Comemorações Natalinas e ao som do bimbalhar de sinos que anunciaram a chegada do ANO NOVO, publico aqui a linda mensagem enviada pela nossa brilhante colaboradora ALAÍNE.



Caros Amigos,



...O TEMPO!


(Carlos Drumond de Andrade)



"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.



Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.



Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.



Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante tudo vai ser diferente..."



....Para vocês,



Desejo o sonho realizado, o amor esperado, a esperança renovada.




Desejo todas as CORES desta vida, todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.



Para vocês, neste ANO NOVO, desejo que os seus amigos sejam mais cúmplices, que suas vidas sejam bem mais vividas.



Gostaria de lhes desejar tantas coisas....mas nada seria suficiente...



Então lhes desejo apenas que vocês tenham muitos desejos.



Desejos grandes e que eles possam lhes mover a cada minuto, ao rumo da felicidade...



Um FELIZ, ILUMINADO e ABENÇOADO 2009 para vocês e suas lindas famílias.



Boa sorte em seus projetos de vida.



Abraços da sempre amiga:



Alaíne Moema Ferreira



--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

A NOSSA COLÔNIA DE MINAS NOVAS SE ORGULHA DOS POLÍTICOS EMPOSSADOS ONTEM EM BELO HORIZONTE





Durante a última campanha eleitoral, da qual participei ativamente, tive a felicidade de conhecer várias lideranças políticas, entre os diversos candidatos ao cargo de vereador, sendo que, deles todos, muito me relacionei com dois que, para nossa imensa alegria, foram eleitos: Gêra Ornelas e Paulinho Motorista.
O vereador GÊRA ORNELAS é natural da cidade de Jequitinhonha, onde, além de suas raízes, conserva familiares e uma infinidade de amigos. Mercê de sua simplicidade e simpatia, dotes reforçados sobremaneira pela generosidade e solidariedade que lhe são peculiares, esse político que assume uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizonte, pela quarta vez, confirma de forma categórica sua boa vocação pela seriedade na vida pública, granjeando a simpatia de todos os segmentos sociais da cidade e, particularmente, a consideração de toda a colônia do Vale do Jequitinhonha, com ênfase na Colônia dos Fanadeiros (Minas Novas).
Quanto ao vereador PAULINHO, com ele venho de longa e respeitosa convivência política desde quanto, ambos, militávamos no Partido Liberal (PL), nas memoráveis campanhas do ex-deputado federal CARLOS MOTA. Este novo vereador, que já pode se orgulhar de muitas conquistas para si e para o seus eleitores, é um cidadão de hábitos simples e saudáveis, trabalhador obstinado pelas coisas boas do adorado Aglomerado da Serra, pelo que teve agora o justo reconhecimento de sua benéfica atuação como agente comunitário, transformando-o, por justo direito, seu representante público perante uma das mais importantes casas legislativa do país, onde certamente terá oportunidade de continuar encaminhando, de forma positiva, os interesses que resultarão no progresso e no desenvolvimento da região onde nasceu e reside.
Paulinho, que não deixará de ser Motorista, é genro de nosso querido amigo JAIME SOARES COELHO (Jaime de Olavo), nosso conterrâneo fanadeiro, que se encontra muito feliz e tomado de justificado orgulho, junto de toda sua família, sendo este o motivo, também, de grande júbilo para a COLÔNIA MINASNOVENSE que neste político deposita suas esperanças como moradores desta grande Belo Horizonte.
(Vejam acima, clicando com o mouse sobre os arquivos, sínteses sobre a trajetória dos empossados Prefeito Márcio Larceda, do Vice-prefeito Roberto Carvalho e desses dois veradores, todos nossos nobres amigos.)
--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

O OURO DO GATO





Estive um pouco desiludido com o hábito de escrever, desleixo que me forçou a silenciar meu blog, principalmente durante os últimos meses do ano em que me dediquei à política como um dos coordenadores, que fui, da campanha vitoriosa do prefeito eleito de Belo Horizonte, meu dileto amigo Márcio Lacerda que neste Natal, além de brindar-me com um lindo quadro pintado pelo teofilotonense Mauro Silper, reconhecido artista plástico, surpreendeu-me com o lindo cartao, firmado de próprio punho, que acima reproduzo e que guardarei com muito orgulho.


Neste lápso de ociosidade literária, porém, recebi várias mensagens me cobrando assuntos aos quais agora retomo, movido pelo incentivo de alguns bondosos leitores que, talvez por magnanimidade, reconhecem em minhas letras alguma serventia. Pretendo estar postando diariamente variados temas relacionados ao Fanado, ao povo bom de nossa região, aos lugares e amigos que os tenho na memória, muitos deles ainda espalhados pelas cercanias vizinhas daquele poético rio, sejam os que ainda assistem nos recantos bucólicos das paragens deste mundo, como também aqueles saudosos que iluminam e se gratificam na presença poderosa do Divino Pai.

Assim, seguindo esta nova vertente, inauguro meu novo blog com a figura muito querida de Gato Martins, que pincei, aleatoriamente, de dentro do meu coração e do meu velho e inseparável baú:

geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

UMA SACOLINHA DE VELUDO MARROM...


Eu tenho uma mania, talvez defeito ou coisa que o valha, qual seja o costume de guardar quinquilharias que às vezes, quando com elas me deparo em uma gaveta, armário ou estante, fico até com receio de que alguém, ao vê-las, associando-as ao dono, possa, de alguma forma, colocar em dúvida o equilíbrio de meu juízo. Periodicamente, porém, faço – ou pelo menos tento fazer - um destes "seiri" que aprendemos organizar nos cursos de administração, mas por mais que me esforce em seguir todas os passos dessa boa rotina, termino por retornar com a totalidade do lote para seus antigos lugares, onde vão eles ficando à espera de muitos outros que ali se vão acumulando. Não se trata de correspondências, diplomas, selos, apólices, troféus, medalhas, relíquias, objeto de arte, fotografias, livros raros, gravações, peças do vestuário ou algum outro objeto de valor sonante ou estimável. Geralmente são simples recortes de jornais, velhos ingressos de teatro ou cinema, almanaques, calendários, embalagem de algum produto em desuso, um enfeite utilizado em alguma festa, um brinquedo quebrado ou uma peça estranha de um maquinário que nunca vi. Acondiciono, tudo muito bem organizado, e vou conservando ali a meu alcance para com eles fazer não sei o quê ou para me servir, como utilidade, não sei quando: são os meus tesouros, aos quais atribuo valores incomensuráveis, inalienáveis sob qualquer condição.

Um dia desses encontrei no meu velho baú uma sacolinha de veludo marrom, que há mais de 40 anos sempre estava perambulando por entre aquela miscelânea, sem nunca ter despertado maiores curiosidades que me levassem a verificar o que ali guardava ou escondia. Parecia-me algo bem familiar mas sem qualquer significância, pelo que decidi dela me desfazer imediatamente como se aquela minúscula embalagem estivesse, como estorvo, ocupando um espaço precioso no qual pudesse colocar uma outra "preciosidade" mais importante. Apalpei aquele antigo invólucro e não senti, pelo tato,naquele momento,que dentro dele contivesse algo digno de ser conservado. Lancei-o, incontinenti, sem abri-lo, numa lixeira de cerâmica vermelha -um potezinho velho feito por uma das "Meninas do Baú"- vaso que também teima em me acompanhar por todo este tempo como boa lembrança daquelas amáveis figuras que trabalhavam no Sítio do Baú, lugar (...o referido potezinho) aonde destino os raríssimos descartáveis ou recicláveis.

Bendita e providêncial atitude! Eis que, movido por uma última curiosidade, antes de destinar ao lixo definitivo aquele curioso e antigo objeto, moveu-me um estranho impulso de verificar o seu conteúdo e qual não foi a minha surpresa ao descobrir um papelote, dobradinho de forma triangular, no qual continha uma quantidade mínima de um pó metálico e brilhante, pouco mais de um quilate de ouro de fundo de bateia. Foi como uma descarga elétrica que me veio à memória daquele longínquo mas tão nítido momento em que recebi aquele mimo que me foi entregue quando, já estando acomodado dentro da velha jardineira de Geraldo 23, naquela madrugada de 11 de novembro de 1967, quase na hora exata da minha partida em busca de meu destino na capital do Estado. Recebia, assim, o pacotinho das mãos de Gato Martins, antigo vizinho de nossa casa, que no ponto de ônibus de Manoel Porreta estava na companhia de Plínio, Luizinho e outros seresteiros que vararam a noite, na esbórnia, e ali estavam justo para assistirem à minha saída. Na véspera havia comemorado, em família, o meu 17° aniversário e em razão deste fato ele, o meu saudoso amigo, apresentou-se muito solene trazendo-me, quase que tardiamente, o seu presente, recomendando-me que nele não reparasse pois se tratava de um mimo muito simples, um reles limpador de discos, pedindo-me – no entretanto - que o conservasse como sua lembrança, com muito cuidado, servindo-se daquele pedacinho de veludo para lustrar os Lps que certamente, segundo seu cálculo de apurado discófilo, deveriam estar seguindo comigo, dentro de minha bagagem. E esta foi,realmente,a serventia daquele paninho marrom até o exato momento em que descobri, surpreso, que na sua dobradura costurada com linha existia aquela quantidade de ouro, certamente o resultado de várias bateadas cuja apuração em dinheiro da época de tantas dificuldades poderia ter sido suficiente para o antigo garimpeiro custear uma boa farra, uma completa feira ou até mesmo comprar algumas gravatas que eram o único luxo a que eventualmente mais se permitia. A quantidade de ouro, algumas oitavas, vários vinténs – talvez gramas -, todo este tempo ficara despercebido. O seu valor, porém, a partir daquele momento, agigantou-se em meus cálculos, revelando-me o verdadeiro lastro de uma amizade tão sincera, ao mensurar o gigantismo daquele gesto – o de presentear-me com um simples limpador de discos – mas que, na verdade, guardava a sua motivação que era mostrar o quanto aquele velho amigo me considerava e que, numa mensagem cifrada, dizia-me da grande importância em conservar, não só os tesouros materiais, mas as coisas simples da vida como o carinho e amizade das pessoas que fazem parte do nosso cotidiano. O ouro, mesmo que fosse uma barra de muitas toneladas, não seria tão valioso quanto ao peso daquele saquinho marrom que agora carrego como um amuleto e uma relíquia. Sempre que deparo com alguma dificuldade, o velho limpador de discos me coça, dentro do bolso, e então vejo o semblante sempre alegre do meu saudoso amigo Tião Martins, uma criatura tão rica de sabedoria, que foi defensor da natureza, amante da boa música, filósofo e mestre do futebol sem nunca ter tido a ventura e alguma oportunidade de estudar ou mesmo de conhecer outros mundos senão aquele pacato e tão carente lugarejo onde pouco se tem de bens materiais, mas de muito existia de bons e sinceros amigos como essa maravilhosa figura que deveria ser reverenciada – sempre – por todos os que residem em nossa velha Minas Novas.

(Cliquem sobre estes arquivos para ampliar as imagens)





DOMINGOS TEODOLINDO - curso de HISTÓRIA

DOMINGOS TEODOLINDO COSTA MOTA <dmotta16@yahoo.com.br>
Date: 2008/12/31

(clique com o mouse sobre o convite, para que se amplie)

MUITO HONRADO com o convite acima, registro prazeirosamente a formatura do ilustre primo, desejando-lhe muito sucesso na sua nobre carreira agora sedimentada pela brilhante licenciatura em História. Aliás, tanto o estudo como o ensino da História deveriam merecer, cada vez mais, a atenção e o devido valor por parte de nossos educadores e demais autoridades, de vez tratar-se da memória de nossa civilização e, como deve ser sabido, "um povo sem memória é um povo sem cultura".

Parabéns ao formando, extensivo a seus familiares e, principalmente, à comunidade minas-novense como grande beneficiária de mais esta conquista.

MENSAGEM ENVIADA POR MÁRCIA CRISTINA

From: Marcia Cristina Mota Andrade e Vieira <marcia.cristina.vieira@hotmail.com>
Date: 2009/1/1
Subject: RE: PRESTE MUITA ATENÇÃO NESTES SLIDES!
To: GERALDO MOTA <geraldomotacoelho@gmail.com>


Meu Querido Primo,

É um prazer enorme para mim receber as suas mensagens.A mensagem " Educar" será tema de abertura da primeira reunião do ano letivo 2009 pra alunos e professores da EE Presidente Costa e Silva. Agradeço de coração pela sua contribuição no sentido de estar nos formando e informando.Compartilhar dos seus conhecimentos é um privilégio. Admiro muito a sua capacidade, sensibilidade e inteligência.
Feliz Ano Novo!
Abraços
Márcia Cristina




DICIONÁRIO DE FANADÊS - CARLOS MOTA


COMUNICO AOS INTERESSADOS QUE ESTOU DISTRIBUINDO O LIVRO DE AUTORIA DE CARLOS MOTA, DICIONÁRIO DE FANADÊS, EM SUA PRIMEIRA EDIÇÃO, DA QUAL RESTAM POUCOS EXEMPLARES.

PREÇO DE R$ 48,00.

A REMESSA SERÁ EFETUADA ATRAVÉS DOS CORREIOS DEPOIS DE COMPROVADO O DEPÓSITO DO VALOR CORRESPONDENTE NA CONTA 2161 013 00007697-3 NAS AGÊNCIAS CEF OU CASAS LOTÉRICAS.

ENSINO NO BRASIL

Ontem compareci à solenidade de posse do novo prefeito de Belo Horizonte quando, na chegada ao local da cerimônia, fui abordado por um conhecido jornalista que me passou seu cartão de visitas com a indicação de suas especialidades, dentre elas a de impreção a laser (verifique, por favor, no arquivo acima), pelo que, de imediato, vi-me tomado de péssima IMPRESSÃO. Naturalmente que se me fosse dada a oportunidade de fazer alguma recomendação ou indicação dos serviços daquele profissional, para mim seria essa missão constrangedora a não ser que a exercesse justamente ao contrário, ou seja, pela sua exclusão.
O que ocorre é que tenho essas manias de tudo observar e, sob este aspecto, a mim também não tem passado despercebido o fato de que a maior parte de nossas mazelas sociais decorram dos problemas relacionados ao analfabetismo e, pior ainda, pelo lamentável nível de preparo de grande parte da população economicamente ativa em nosso país. Neste universo de agentes despreparados lanço, infelizmente, os que militam no setor do ensino público, de ordinário cada vez mais deficiente. São lamentáveis os índices de aproveitamento em nossas faculdades e a cada ano são bacharelados milhares de profissionais, todos jogados no mercado à maneira de certos oleiros que despejam nas obras suas perniciosas fornadas de tijolos crus. Em ambos estes casos o resultado será a edificação de prédios fadados à ruína e ao rápido desabamento, além das tristes consequências e seus prejudiciais desdobramentos onde se incluem riscos de vida e de dignidade.

Ilustrando o que afirmo, ocorreu-me o recebimento do texto abaixo, que me foi enviado por minha filha Catarina, que tem por profissão a de enfermeira, mas que não abre mão de seu direito (ou seria dever?) de estar sempre colaborando com a educação e a boa formação intelectual daqueles que a cercam, tanto no convívio doméstico, no seu meio profissional e também no seu vasto círculo de relacionamento social.

EVOLUÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA NO BRASIL

Relato de uma professora:

- Semana passada comprei um produto que custou R$ 1,58 pelo que dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para facilitar o troco e também evitar receber ainda mais moedas.

A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me devolver 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.

Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso?

Porque me dei conta de que aquela dificuldade de entendimento estava claramente relacionada aos métodos hoje utilizados, no ensino de matemática, no formato que vem sendo aplicado nas escolas desde 1950, que tem sido assim:

1. Ensino de matemática em 1950:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por CR$ 100,00.

O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .

Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por NCR$ 100,00.

O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de

venda ou NCR$ 80,00.

Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por US$ 100,00.

O custo de produção desse carro de lenha é US$ 80,00.

Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.

O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.

Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.

O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.

O lucro é de R$ 20,00.

Está certo?

( ) SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2008:

Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.

O custo de produção é R$ 80,00.

Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.

( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00






geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

CONFIRA AQUI OS LIVROS DE MINHA BIBLIOTECA FÍSICA

Cursos Online é Cursos 24 Horas

LIVROS RECOMENDADOS

  • ANÁLISES DE CONJUNTURA: Globalização e o Segundo Governo FHC - (José Eustáquio Diniz Alves /Fábio Faversani)
  • ARTE SACRA - BERÇO DA ARTE BRASILEIRA (EDUARDO ETZEL)
  • AS FORÇAS MORAIS - (José Ingenieros)
  • CONTOS - (Voltaire)
  • DICIONÁRIO DE FANADÊS - Carlos Mota
  • DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - (Cervantes)
  • ESPLÊNDIDOS FRUTOS DE UMA BANDEIRA VENTUROSA - (Demósthenes César Jr./ Waldemar Cesar Santos)
  • EU E MARILYN MONROE & O OUTRO- CARLOS MOTA
  • FRAGMETOS - (Glac Coura)
  • HISTÓRIAS DA TERRA MINEIRA - (Prof. Carlos Góes)
  • http://www.strategosaristides.com/2010/12/cronicas-do-mato.html
  • IDAS E VINDAS - (Rosarinha Coelho)
  • MOSÁICO - (Glac Coura)
  • O CAMINHANTE - (José Transfiguração Figueirêdo)
  • O DIA EM QUE O CAPETA DESCEU NA CIDADE DE MINAS NOVAS - (João Grilo do Meio do Fanado)
  • O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - (Celso Furtado)
  • O NOME DA ROSA - (Umberto Eco)
  • O PRÍNCIPE - (Maquiavel)
  • O SEGREDO É SER FELIZ - ROBERTO SHINYASHIKI

ORIGEM DOS ACESSOS PELO MUNDO

Arquivo do blog