terça-feira, 24 de maio de 2011

SEBASTIÃO NERY - IMPERDÍVEL...


OS COELHINHOS DE PALOCCI
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 rRIO –   Velhas historias costumam tornar-se novíssimas diante de situações igualmente ridículas. Nos primeiros dias de abril de 1964, o Comando Revolucionário mandou a São Paulo, em um fim de semana, os coronéis Martinelli e Igrejas,líderes da chamada"Linha Dura"para exigirem do governador Adhemar de Barros a reforma total do secretariado.  Ademar, ainda mais matreiro do que gordo, imaginou sair de banda:
         - Quer dizer que é para trocar alguns auxiliares, não é, coronéis?
         - Alguns não, governador, todos.
         - Mas todos, como? Eles são revolucionários da primeira hora. De quem é mesmo a recomendação?
         - É do Alto Comando, governador, E não é recomendação,é ordem.

                                               ADEMAR

         Ademar mudou de tom:
         -Quantos os senhores ganham, coronéis? A vida está cara, muito difícil, o Jango inflacionou tudo, os militares estão sacrificados, não é?
         - Isto é problema nosso, governador. O assunto é outro.
         Ademar puxou uma gaveta, tirou dois envelopes cheinhos de notas de mil cruzeiros e sorriu:
         - Posso dar-lhes um presente, coronéis?
         Martinelli, vermelho, apoplético, levantou-se aos gritos, indignado, querendo dar um murro no governador. Igrejas segurou-o e caiu numa gargalhada nervosa. Ademar passou a mão na barriga:
         - Perdão, senhores, há um equívoco. Não estou querendo comprar ninguém. Será que não se pode mais nem dar um coelhinho de Páscoa?
         Era domingo de Páscoa.

                                     MENSALÃO

          A corrupção é como na bela e sabia canção "Cotidiano", de Chico Buarque. Tudo sempre igual: 
         - "Todo dia ela faz tudo sempre igual // me sacode às seis horas da manhã // me sorri um sorriso pontual  //  e me beija com a boca de hortelã".
         Imaginavamos todos que, depois do escândalo tisunamico de corrupção do Mensalão, com um assalto de R$52 milhões em dinheiro publico roubado e rateado "por uma organização criminosa" cujo "chefe da quadrilha", segundo o Procurador Geral da Republica, era o poderoso ministro chefe de Casa Civil José Dirceu, para  adubar os cofres do partido e sustentar o governo Lula no Congresso, o PT e seus aliados haviam aprendido a lição e não repetiriam a dose no governo Dilma. Doce engano.

                                               DIRCEU                           
          
         Nem cinco meses completou o governo Dilma e o mais ainda poderoso ministro chefe da Casa Civil, ex-deputado Antonio Palocci, o homem da "Casa dos Amores" de Brasília, é apanhado em flagrante faturando no escuro R$20 milhões em dois meses, entre a vitoria e a posse.
         Alem de apressado, incontinentemente guloso. Segundo a denuncia do então Procurador Geral Antonio Fernando de Souza, aceita pelo ministro-relator do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa, a "quadrilha" do Mensalão (José Dirceu, José Genoino, Delubio Soares, Marcos Valério, João Paulo Cunha e outros) dividia a grana. Não ficou para um só.
         Palocci, não. Até agora a Coaf do Banco Central e a Policia Federal
divulgaram que os R$20 milhões de coelhinhos são todos de Palocci,
fora o que ainda há para apurar. Mas o Procurador Geral Gurgel quer saber tudo o que por enquanto está escondido nos turvos cofres da "Projeto".

                                        MAFIA

         O governo, o PT, o PMDB e toda a malta de aliados fizeram uma cortina de ferro para tentar impedir que a opinião publica saiba o estrago do escândalo. No Congresso, por enquanto conseguiram evitar a convocação.
         Mesmo assim, duas clareiras já estão abertas : descobriu-se, e a imprensa publicou em detalhes, que a empreiteira WTorre, com negócios de mais de R$1,3 bilhão com Fundos de Pensão e a Petrobras, e a Amil de Seguros de Saúde são clientes da empresa de lobby e trafico de influencia de Palocci, que continua negando-se a qualquer esclarecimento, sob o pretexto de que que seus contratos têm "clausula de confidencialidade".
         A Máfia também tem. O nome, lá, é "omertà". A excelente "Carta Capital", insuspeita porque é a revista mais ideologicamente ligada ao PT, traz esta semana uma capa brilhante : Palocci, com todo seu cinismo, pergunta : - "Quem, Eu"? – "Sim, ele mesmo, pego em flagrante".      
        
                                              ERENICE

         E a Dilma, coitada, precisando desesperadamente de paz para cuidar de sua saúde, é obrigada a engolir tudo calada. Ela disse que faria "um governo das mulheres". Mas, no primeiro rombo, jogou a Erenice Guerra barranco abaixo. Por que Erenice não podia ser corrupta e Palocci pode?
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