Marcio Walasy Costa Freire
Homenagem da Cemig para o Dia das Mães
Mãe especial, para um filho especial: Eurides Freire
A convivência de Eurides com o seu filho, Pablo, durou poucos anos, mas as lembranças ficarão para sempre.
Depoimento do Dr. Cláudio, pediatra do Pablohttp://www.youtube.com/watch?v=-gILULA3h6s http://www.pablomarcio.com.br/homenagem_cemig.pdf
Mãe especial para um filho especial
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Como define a romancista inglesa Agatha Christie:
"amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho".
Assim foi o amor de Eurides Esteves
Murta Freire, agente de ouvidoria da Superintendência de Ouvidoria (OV), durante os quase oito anos em que foi mãe de Pablo.
Após completar sete anos de casada, a apaixonada por crianças decidiu, com seu marido Márcio, ter o primeiro filho. Sonho realizado: Eurides engravidou de um menino.
Era toda felicidade!
Aos quatro meses de gravidez, ela e o marido descobriram que o bebê sofria de uma síndrome.
No quinto mês de gestação, o casal foi informado pela equipe de geneticistas que acompanhava o caso de que eles tinham o parecer da Justiça para interromper a gravidez.
O filho provavelmente não andaria e poderia nascer com uma deficiência óssea.
Era toda felicidade!
Aos quatro meses de gravidez, ela e o marido descobriram que o bebê sofria de uma síndrome.
No quinto mês de gestação, o casal foi informado pela equipe de geneticistas que acompanhava o caso de que eles tinham o parecer da Justiça para interromper a gravidez.
O filho provavelmente não andaria e poderia nascer com uma deficiência óssea.
No entanto Eurides foi irredutível. "Como mãe, eu já sentia uma vida dentro de mim e eu tinha pelo Pablo um amor que eu tenho certeza de que teria por qualquer filho. Pela minha formação religiosa - sou católica - eu sabia que aquela gravidez era um presente de Deus para mim. Nem esperei o médico terminar de falar. Eu iria ter o Pablo. E, se fosse da vontade de Deus que ele vivesse apenas um dia, seria, mas ele iria nascer", lembra.
Aos seis meses de gestação, o resultado de um exame de sangue do cordão umbilical confirmou que Pablo era portador da Síndrome de Bowen-Conradi, muito rara.
O prognóstico dos médicos era de que ele não chegaria a completar os nove meses de gestação ou, mesmo se nascesse, sobreviveria poucos meses.
Pablo contrariou todas as expectativas e viveu sete anos.
No dia 13 de janeiro de 2009, Pablo sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.
Eurides conta que sempre pedia a Deus para estar com o filho no dia em que morresse. Por uma feliz coincidência, suas férias foram marcadas na data errada, em um período em que ela não costumava tirar.
"Na minha última semana de férias, numa terça-feira, às 11 horas da manhã, o Pablo passou mal e teve a primeira parada cardíaca. Eu o levei para o hospital e lá ele teve a segunda. Às 18 horas, já estava inconsciente e segurava o meu dedo de um lado e o do pai com a outra mão. Quando conversávamos com ele, seu coraçãozinho batia um pouquinho mais forte. Então, fiz a oração que fazíamos todas as noites com ele. Naquele momento, senti a presença de Nossa Senhora e de Jesus. Na maior naturalidade, dei um beijo nele e disse que poderia descansar em paz, porque o amávamos e que, com o mesmo carinho que cuidávamos dele aqui, seria recebido no Céu. Não era uma despedida. Não fiz aquilo com dor. Estava consciente de que aquela era a hora dele. Pablo fechou os olhos com a serenidade de quem dorme. Saí do quarto segura de que aquilo que tinha falado para ele realmente aconteceu", lembra.
Eurides fala sobre o acontecido com muita serenidade e diz que o dia da morte de Pablo não foi o mais triste de sua vida.
"A gratidão a Deus e a alegria de ter vivido os sete anos ao lado do meu filho são muito maiores do que qualquer coisa. Ele está presente na minha vida a todo momento, em tudo que faço.
Falar do Pablo me acalma. Ele foi luz na minha vida", conta.
Eurides, que, com certeza, nasceu com o dom de ser mãe, tem uma vontade enorme de ter mais filhos.
"Eu quero muito educar outras crianças. Depois que me tornei mãe,vi que o amor delas é muito mais forte do que eu pensava. Só quem é mãe sabe o que é o amor materno. Se Deus quiser, é um projeto de vida",
conclui Eurides
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