quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ÁGUA, ÁGUA, ÁGUA...

O futuro desperdiçado

24/12/2011 3:00,  Por Adital


Por fogo em poços de petróleo não seria absurdo? E queimar dinheiro? Outras atitudes insanas e semelhantes, no entanto, não causam estranheza. Mais importante que o petróleo, neste e nos próximos séculos, será a água. É preciso impedir que se transforme em mercadoria, como querem algumas multinacionais. Mesmo que isso não ocorra, valerá ainda mais dinheiro no futuro. Muito dinheiro! No entanto, ninguém estranha que esse patrimônio esteja sendo dilapidado. Dinheiro e futuro desperdiçados. Não raro, de maneira irresponsável, com a poluição de rios, riachos, lagos, oceanos e por onde mais se infiltra o líquido responsável pelo surgimento e manutenção de todas as formas de vida. Há dinheiro de sobra para projetos que geram mais poluição. E muito pouco para saneamento básico, fundamental para manter uma boa qualidade de vida. As escolhas do "inteligente" animal humano, nem sempre primam pela sensatez.

 

Cidadãos, dirigentes de instituições e autoridades que deveriam zelar por cada gota assistem passivamente à destruição dos recursos naturais. No Brasil, a perda média nas redes urbanas chega a 40%. Depois do oxigênio, a água é o recurso mais importante para todos os seres vivos. É essencial na agricultura, que consome cerca de 70% de toda a água doce utilizável do planeta. Isso corresponde a "7,2 quatrilhões de litros por ano ou toda a descarga do Rio Amazonas durante 640 dias – o Amazonas despeja no mar cerca de130 milhões de litros de água doce por segundo", informa o jornalista Washington Novaes. De toda a água no planeta, apenas cerca de 1% está disponível para consumo imediato. Tamanha escassez não deveria ser tratada com tanto desdém. Cada vez mais os mananciais são degradados. A população mais pobre sofre as consequências da falta e da água sem tratamento adequado.Relatório da  ONU informa que morrem mais pessoas por água contaminada do que por todas as formas de violência. A escassez de água "pura" mata anualmente 1,8milhão de crianças com menos de cinco anos de idade. A parte mais rica da população, embora tenha água tratada, engole agrotóxicos, metais pesados(mercúrio, chumbo, cádmio etc.) e outros elementos químicos em quantidades prejudiciais à saúde humana, pois a maioria dos processos de captação e tratamento não os eliminam. Metaforicamente, bebemos câncer e outras doenças.Calcula-se que dez milhões de pessoas morram anualmente por doenças transmitidas pela água.

 

Nossa ignorância e irresponsabilidade não nos deixam ver queo lixo e os rejeitos que geramos nos processos industriais e no cotidiano de consumo de produtos domésticos retornam às nossas mesas pela complexa cadeia alimentar dos seres vivos. O lixo e a poluição não ficam distantes, por mais que os levemos a quilômetros de nossas casas ou fábricas. O ar circula; a água também, e tudo empesta a natureza numa velocidade que compromete o futuro da biodiversidade.

 

Converse com qualquer  cidadão e, muito provavelmente, você não perceberá em seu semblante sinais de alarme ou preocupação com o que pode acontecer a partir das mudanças climáticas. Dinheiro e Consumo são os deuses onipotentes da atual civilização. Há uma confiança cega em que a tecnologia limpará o planeta. Que a ciência –hoje quase uma religião!– terá respostas para tudo e saberá deter as catástrofes anunciadas. Comprometer o equilíbrio do planeta é apostar no caos, em situações imprevisíveis. E fazemos isso em nome da ganância e do consumo desenfreado, viciados pelo prazer.

O planeta levou bilhões de anos para "acalmar" forças estupendas que pulsaram e ainda se movimentam desde as suas entranhas até o último limite da biosfera. Frio e calor extremos, enchentes e secas, tsunamis e furacões, doenças devastadoras… Milhões de espécies que aqui viveram desapareceram para sempre. Cientistas sabem, sobretudo os biólogos, que o tipo de inteligência que permitiu ao Homo sapiens dominar vastas extensões do globo terrestre não é uma grande vantagem competitiva na luta pela sobrevivência.Outras espécies dispõem de mecanismos muito mais úteis e adaptáveis para sobreviverem ao que –tudo indica– está a caminho.

 

Somos água. Setenta por cento do nosso peso é constituído por água. Se empestarmos a água, apodreceremos junto. Se desperdiçarmos, haverá mais do que sede: guerras, fome e doenças. Precisamos, urgentemente, cuidar desse patrimônio da humanidade.


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