terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CHUVA, MUITA CHUVA, QUANTO MAIS CHUVA É MELHOR!!



Fartura de fanadeiro
“Na roça não há fome: Na casa de bom nome,
se faltar carne, corte o João Gome e come”
(Dito popular)
(Lalau)


Chuva é Bênção Divina
E quanto mais chuva, mió:
Nesse tempo só se amofina
Quem é besta ou arigó.

É certo que a couve some,
na latada mela o chuchu;
Mas tem no mato o João gome
Que é o mesmo bom cariru.

No lugar de couve, folha de taioba
Que é uma delícia, cosida com angu.
Comida boa, que não é  gororoba,
Como diz o indolente, o pobre jacu.

Comer bem é sabedoria, é cultura
Onde  roceiro faz  açúcar mascavo
Guarda o  melaço,  a doce rapadura
Além do mel puro, a cera e o favo

Na horta tem beldroega e serralha
Que são folhas boas pra digestão
Orapronobis subindo cerca de vara
Laranja brava, figo, pitanga e algodão

No caqueiro o alecrim e o manjericão
A salsinha, o coentro, alho e  cebolinha
No chiqueiro o porco gordo e o leitão
No cercado o ovo  e  a sagrada galinha.

Do mamão aproveita-se o tronco,
A flor, o fruto, o talo, a folha, a fruta,
Morre de fome o peão que é bronco
O preguiçoso, lelé, indolente ou biruta

-*-*-*


CHUVA NA ROÇA

Pingo d’água não machuca pé de jiló
Nem atrapalha as ramas da abóbora
Quiabo e caxuxa crescem de fazer dó
E matam a fome de quem na roça mora

No mato tem a palma e  o pequi
Tem mangaba, gabiroba e cambui
Tem ananás, murta, cagaita e murici
Tem jatobá, mucuna, caju e bacopari

E diante de tanta fartura,
Prá ninguém ficar jururu.
Tenha paz, alegria e candura
Comendo torresmo com andu.

E pra quem não gosta de rima
Ou de versos de pé quebrado
Digo-lhes não ser minha sina
Tolerar besta, quem é aperreado

E então vá plantar batata,
Quem não gosta de urucu
Vá catar coco, amolar a vaca
Quem gosta de caçar tatu.

-*-*-*-*-*-

APRENDA COM O JOÃO-GARRANCHO

(Lalau)

Riquezas da Natureza,
São a água, o fogo, o ar:
Com eles, tudo é beleza,
Mas também podem matar.

Grota é lugar de vazante
Água não sobe espigão
Só quem é muito vacilante
Não sabe escolher o chão

Prá fazer sua morada
É preciso ter atenção
Corra de barrancada
De morro de aluvião

Beira de córrego e ribeirão
São calhas que se deve olhar
Como um leito de tradição
Pra depois não se reclamar

É na seca que se constrói
(Veja com muita atenção!)
Pra não ter “meu pé me dói”
Depois de uma destruição

Pois água não tem cabelo
Nem breque, nem noção
Faço deste verso um apelo
Não facilite com água, não.

Observe o João Garrancho
Faça o ninho com segurança
Mesmo que seja um rancho,
Onde a água nunca alcança.

Água é Dádiva de Deus
É com ela que há abastança
Seja vivo, proteja os seus
E tenha fé e esperança.

-*-*-*-*-

Nenhum comentário:

CONFIRA AQUI OS LIVROS DE MINHA BIBLIOTECA FÍSICA

Cursos Online é Cursos 24 Horas

LIVROS RECOMENDADOS

  • ANÁLISES DE CONJUNTURA: Globalização e o Segundo Governo FHC - (José Eustáquio Diniz Alves /Fábio Faversani)
  • ARTE SACRA - BERÇO DA ARTE BRASILEIRA (EDUARDO ETZEL)
  • AS FORÇAS MORAIS - (José Ingenieros)
  • CONTOS - (Voltaire)
  • DICIONÁRIO DE FANADÊS - Carlos Mota
  • DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - (Cervantes)
  • ESPLÊNDIDOS FRUTOS DE UMA BANDEIRA VENTUROSA - (Demósthenes César Jr./ Waldemar Cesar Santos)
  • EU E MARILYN MONROE & O OUTRO- CARLOS MOTA
  • FRAGMETOS - (Glac Coura)
  • HISTÓRIAS DA TERRA MINEIRA - (Prof. Carlos Góes)
  • http://www.strategosaristides.com/2010/12/cronicas-do-mato.html
  • IDAS E VINDAS - (Rosarinha Coelho)
  • MOSÁICO - (Glac Coura)
  • O CAMINHANTE - (José Transfiguração Figueirêdo)
  • O DIA EM QUE O CAPETA DESCEU NA CIDADE DE MINAS NOVAS - (João Grilo do Meio do Fanado)
  • O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - (Celso Furtado)
  • O NOME DA ROSA - (Umberto Eco)
  • O PRÍNCIPE - (Maquiavel)
  • O SEGREDO É SER FELIZ - ROBERTO SHINYASHIKI

ORIGEM DOS ACESSOS PELO MUNDO

Arquivo do blog