quinta-feira, 31 de março de 2011

ESCREVER COM ACERTO É EXERCÍCIO DE MUITA ATENÇÃO

DÚVIDAS ATROZES, AO ESCREVER EM PORTUGUÊS:

A nossa LÍNGUA PORTUGUESA, esta que é a "última flor do Lácio, inculta e bela..." de fato apresenta armadilhas que nos levam a cometer os mais diversos atentados contra a sua gramática, mesmo para aqueles que se esforçam em se expressar de forma coesa, correta, escorreita e elegante. São imensas as possibilidades de erro, a que estão sujeitos os mais descuidados, pois também são infindas as regras que exigem o razoável conhecimento do escriba. E para se conhecer bem esse emaranhado de regras, além do estudo dos casos gramaticais, de estar sempre se atualizando na fonética, na morfologia e na sintaxe, necessário se faz - também - a constante leitura de boas obras literárias, do conhecimento das publicações em livros, jornais e revistas e, nos dias atuais, indispensável o acesso à Internet. E, neste sentido, posicionando-nos na era do conhecimento científico e tecnológico, importante saber que a produção literária de apenas um dia, veiculada pela WEB, supera em muito toda a produção que se acumulou até aos meados do século XX  e que velocidade e qualidade dessa produção atual são potencializadas na medida em que o saber se democratiza e se espalha, de tal forma, que pode alcançar, em fração de segundos, as mais longínquas fronteiras geográficas de nosso planeta. Pela Internet pode-se conhecer toda literatura, nacional e estrangeira, bem como acessar obras completas de escritores, disponíveis em e-books, além dos comentários, análises e interpretações da crítica especializada, dos mestres e das academias. São muitos os recursos, disponibilizados através da mídia eletrônica, que se transformaram em indispensáveis ferramentas no cotidiano de estudantes, professores, cientistas, escritores e profissionais de todos os segmentos. No entanto, mesmo que se possa contar com a assessoria de um "Google" (por exemplo) nada vai substituir o velho e bom livro impresso, a confiável gramática, o atualizado e volumoso dicionário, a publicação jornalística diária, pois a inspiração, a sensibilidade, a criatividade e a determinação continuarão sendo características únicas, exclusivas e inerentes ao cérebro humano.

Sugiro, por oportuno, a consulta diária do blog G1”Dicas de Português”, onde o professor Sergio Nogueira, com muita sabedoria e elegância, presta o mais relevante serviço ao nosso idioma, dissecando com maestria todos os casos que lhe são apresentados, tirando as nossas mais corriqueiras duvidas.

Afinal, redigir com acerto é nossa obrigação, mas errar é humano,  porém, permanecer no erro é a maior prova de ignorância e imbecilidade.




 Vide, a seguir,  alguns casos  abordados pelo G1

1ª dúvida: Ele entrou mato a dentro ou adentro?
A resposta é: Ele entrou mato adentro.
Adentro é uma palavra só: “porta adentro, país adentro, noite adentro”. “A dentro”, escrito separadamente, não existe. Você poderia “ir para dentro”, mas não “ir a dentro”.
É bom lembrar que “entrar para dentro” não está errado, mas é uma redundância, já que ninguém pode “entrar para fora”.
Na frase “O Santos adentrou o campo de jogo”, temos o correto uso do verbo adentrar. O problema desse verbo é sua idade. Seu uso é um tanto antiquado. Hoje em dia, é melhor, dependendo do caso, substituí-lo por “entrar, ingressar ou penetrar”.

2ª dúvida: Se caso ou acaso você viesse à reunião, poderíamos discutir o novo projeto?
A resposta é: Se acaso você viesse à reunião, poderíamos discutir o novo projeto.
Com a conjunção condicional se, só podemos usar acaso: “Se acaso você chegasse…”; “Se acaso o diretor quiser, podemos antecipar a reunião para as 10h”.
As conjunções se e caso são sinônimas. Ou usamos a conjunção se ou a conjunção caso. Ou uma ou outra: “Irei ao jogo se não chover” (=caso não chova); “Se você chegasse mais cedo…” (=Caso você chegasse mais cedo).
É possível usar acaso sem a conjunção se: “Acaso te disseram alguma coisa?”; “Isto aconteceu ao acaso”; “Ele veio por acaso”.

3ª dúvida: Andou pelo país a fora ou afora?
A resposta é: Andou pelo país afora.
Afora, numa palavra só, significa “para o lado de fora” ou “ao longo” (tempo e espaço): “Saiu pela porta afora” (=para o lado de fora); “Estudou noite afora” (ao longo da noite = tempo); “Andou pelo país afora” (ao longo do país = espaço).
A fora, escrito separadamente, só existe em oposição a “dentro”: “De dentro a fora”.
A palavra afora também pode ser usada com o sentido de “à exceção de” ou “além de”: “Afora o diretor, todos estavam presentes na reunião” (=exceto o diretor, menos o diretor); “Compareceram todos os convocados, afora alguns curiosos” (=além de alguns curiosos).

4ª dúvida: O governo deve tomar medidas antiinflacionárias ou anti-inflacionárias?
A resposta é: O governo deve tomar medidas anti-inflacionárias.
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, agora é assim mesmo que se escreve: anti-inflacionárias (com hífen e com dois “is”). Com o prefixo “anti”, só usamos hífen quando a palavra seguinte começa por “h” ou “vogal igual”: anti-higiênico, anti-herói, anti-imperialista, anti-inflamatório… Se a palavra seguinte começar por qualquer outra letra, devemos escrever “tudo junto”, como se diz popularmente: antiético, antiaéreo, antivírus, antipopular, antirracista, antissocial…
Essa mesma regra se aplica ao prefixo “arqui”. Assim sendo, o correto é arquirrival, porém arqui-inimigo.

5ª dúvida:  Era uma criança mal-educada ou mal educada?
A resposta é: Era uma criança mal-educada.
O hífen é obrigatório pois se trata de um adjetivo: “Ele é um sujeitinho muito mal-educado”. Para ser adjetivo, é necessário qualificar um substantivo: mal-educada é a criança, mal-educado é o sujeitinho.
Bem e mal se tornam advérbios quando indicam o modo como alguém é educado: “A criança foi mal educada pelos pais”. Nesse caso, não há hífen. Poderíamos dizer que “a criança foi educada mal pelos pais”.
Fato semelhante ocorre com o adjetivo malcriado e o advérbio mal criado: “Era uma criança malcriada”; “A criança foi mal criada pelos pais”. A forma adverbial continua separada sem hífen. A novidade é que a forma adjetiva deve ser escrita junta, sem hífen. A regra diz que só devemos usar hífen quando o adjetivo é formado pelo elemento “mal” seguido de palavra que começa por vogal ou “h”: mal-educado, mal-agradecido, mal-intencionado, mal-humorado… Com as demais letras, salvo algumas exceções, devemos escrever “tudo junto”: malcriado, maldizer, malfalado, malquisto…

6ª dúvida: Os decotes deixavam quase tudo amostra ou à mostra?
A resposta é: Os decotes deixavam quase tudo à mostra.
A locução “à mostra” significa “visível, patente”. As locuções adverbiais femininas devem receber o acento indicativo da crase: à toa, às claras, às pressas, à vista, à tarde, às vezes, à mão, à deriva, à beça, à tona…
Amostra pode ser o “ato ou efeito de amostrar(-se), pequena porção de alguma coisa, fragmento representativo de algo ou exemplo perfeito, completo”: “Ganhou uma amostra do perfume”; “Estes versos são uma amostra do talento do poeta”; “Ele é uma amostra notável de um grande anfitrião”.
Você sabia que mostra e amostra podem ser sinônimos? Podemos dizer “Isto é apenas uma mostra (ou uma amostra) do seu trabalho”; “Visitamos uma mostra (ou amostra) de fotografia”. E você sabia que o verbo amostrar também existe? Que é uma forma variante do verbo mostrar? Sem dúvida, a forma mais utilizada por nós é o verbo mostrar. A variante amostrar parece errada ou inexistente, mas existe e não está errada. É apenas uma forma menos usual e mais característica da linguagem popular.

7ª dúvida: O gerente afirmou que sua empresa só trabalha com produtos comprovadamente antipoluentes ou antepoluentes?
A resposta é: O gerente afirmou que sua empresa só trabalha com produtos antipoluentes.
Os prefixos “ante” e “anti” são bem diferentes. O prefixo “ante” denota “anterioridade, precedência, o que vem antes”: antebraço, anteontem, antepenúltimo, anteprojeto, antecâmara, antemão, antediluviano, antepor… O prefixo “anti” significa “contra, em oposição a”: antiácido, antialérgico, anticaspa, anticoncepcional, anticorpo, antidepressivo, antidoping, antiético, antivírus, antipoluente…
Só devemos usar hífen após os prefixos “ante” e “anti” quando a palavra seguinte começa por “h” ou “vogal igual”: ante-histórico, anti-herói, anti-higiênico, anti-hipnótico, anti-horário, anterreal, anterrosto, antirracista, antirrepublicano, antirroubo, antirrugas, antessacristia, antessala, antissemita, antisséptico, antissocial, antissoviético…

Outras duvidas/

” eu estou sem nada ou eu estou com nada?”

“Acesso restrito a pessoas autorizadas.”
(Assim as pessoas autorizadas não podem entrar então???)

"Aqui é você que manda!\" ou \"Aqui é você quem manda!\"

-Ele foi à noite ou Ele foi de noite.-

Nenhum comentário:

CONFIRA AQUI OS LIVROS DE MINHA BIBLIOTECA FÍSICA

Cursos Online é Cursos 24 Horas

LIVROS RECOMENDADOS

  • ANÁLISES DE CONJUNTURA: Globalização e o Segundo Governo FHC - (José Eustáquio Diniz Alves /Fábio Faversani)
  • ARTE SACRA - BERÇO DA ARTE BRASILEIRA (EDUARDO ETZEL)
  • AS FORÇAS MORAIS - (José Ingenieros)
  • CONTOS - (Voltaire)
  • DICIONÁRIO DE FANADÊS - Carlos Mota
  • DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - (Cervantes)
  • ESPLÊNDIDOS FRUTOS DE UMA BANDEIRA VENTUROSA - (Demósthenes César Jr./ Waldemar Cesar Santos)
  • EU E MARILYN MONROE & O OUTRO- CARLOS MOTA
  • FRAGMETOS - (Glac Coura)
  • HISTÓRIAS DA TERRA MINEIRA - (Prof. Carlos Góes)
  • http://www.strategosaristides.com/2010/12/cronicas-do-mato.html
  • IDAS E VINDAS - (Rosarinha Coelho)
  • MOSÁICO - (Glac Coura)
  • O CAMINHANTE - (José Transfiguração Figueirêdo)
  • O DIA EM QUE O CAPETA DESCEU NA CIDADE DE MINAS NOVAS - (João Grilo do Meio do Fanado)
  • O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - (Celso Furtado)
  • O NOME DA ROSA - (Umberto Eco)
  • O PRÍNCIPE - (Maquiavel)
  • O SEGREDO É SER FELIZ - ROBERTO SHINYASHIKI

ORIGEM DOS ACESSOS PELO MUNDO

Arquivo do blog