terça-feira, 15 de março de 2011

SEBASTIÃO NERY e suas referências mineiras.



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MINAS COMO ERA

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                                      MINAS COMO ERA

                                                                          

         RIO – Logo após a posse do governador Milton Campos, em Minas, em março de 1947, o ex-presidente Arthur Bernardes pediu ao novo governador uma audiência para aquela mesma tarde, a fim de tratar de assunto inadiável. Realizou-se o encontro, por mais de meia hora.

"De um lado, o ex-presidente da República, com a auréola de austeridade e energia que o cercava. Duro, inflexível, com a experiência de quase meio século de militância política. E a consciência de que fora tudo. De outro lado, bem mais jovem, o advogado oposicionista que, a certa altura da vida, escrevera cáustico artigo sobre o seu confrontante – "O Imperador Divino". Ameno no convívio, discreto no relacionamento, mas a mesma postura e a mesma segurança no diálogo".

 

                   O GOVERNADOR

 

         "Bernardes invoca os termos de compromissos partidários e pede para ele mesmo indicar, como presidente do PR, os nomes de dois representantes de seu partido para o secretariado. Milton reage. Recusa. Os compromissos – que são da UDN e não pessoalmente dele – serão mantidos. Duas pastas estão reservadas para o PR. Mas, secretário é cargo de confiança e, portanto, a ele, Milton Campos, cabe a escolha dos nomes. Não aceitaria indicações, menos ainda, imposições. Informa que já fizera a sua opção por Mário Brant e Campos Cristo, como representantes do PR:

         - O presidente tem alguma objeção a estes nomes?

Bernardes desarma-se, mas insiste. Milton Campos:

- O presidente, que já ocupou esta cadeira com tanta dignidade, não há de querer que ela se diminua agora.

         O diálogo prossegue exaustivo, penoso. Milton Campos resiste até o fim. Ele mesmo escolheria os secretários, como escolheu. Do primeiro dia de governo até o último, compreendeu e sentiu que "governar é resistir".

        

                                     O AUTOR 

 

Essa historia faz parte de um magnífico e emocionante painel de Minas nas décadas de 40, 50, 60, magistralmente pintado pelo jornalista e escritor José Bento Teixeira de Salles, profissional brilhante, coerente e honrado, intransigente com os outros e consigo mesmo, com a memoria, a lucidez e a bravura intocadas aos 88 anos : "Passageiro do Tempo" (2010).

         Foi presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito e da UEE (União Estadual dos Estudantes) e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), professor, testemunha e resistente a duas ditaduras, a de Getulio Vargas e a dos militares, fundador da UDN na Esquerda Democrática em 44 e oficial de gabinete de Milton Campos, sobre quem escreveu um livro histórico – "Milton Campos, Uma Vocação Liberal".  

        

                                     O LIVRO

 

         O livro é Minas como era: imprensa, politica, literatura, economia.

Nenhum Estado resistiu e combateu tanto a ditadura Vargas quanto Minas. E não só no decisivo "Manifesto dos Mineiros". Até nas artes. Ele conta :

         - "Realizou-se em Belo Horizonte, em 1944, a Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana. Embora promovida pela Prefeitura Municipal, a mostra artística se transformou em verdadeiro comício político quando, em sessão realizada na Biblioteca Pública (Bahia com Augusto de Lima), Oswald de Andrade pronunciou incisivo discurso.

         Ouviram-se sucessivos apartes de Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende, José Monteiro de Castro, Paulo Emílio Salles Gomes, Otávio Dias Leite, Aires da Mata Machado Filho. Quando Oswald de Andrade afirmou que Tristão de Ataíde "era fascista", o professor José Lourenço de Oliveira pediu um aparte. Mal pronunciou as primeiras palavras, foi interrompido por Marcelo Coimbra Tavares que, dedo em riste, mandou-o calar a boca, por se tratar, também ele, de "um fascista".

         Assim era o ambiente da época, passional, veemente, imponderavelmente sectário, muitas vezes injusto".

 

                                      O SENADOR

 

         Senador e lider político de Santa Luzia, o bisavô Manoel Teixeira da Costa mandou um dos filhos estudar no Rio. Caiu na farra, foi recambiado : 

         - "Você foi um irresponsável, gastando todo o dinheiro e abandonando os estudos. Você vai se tornar um rábula em Santa Luzia. Dqui a um mês vou fazer a defesa de um réu. Para ir-se acostumando com o ambiente forense, você diga umas palavras e depois eu faço a defesa.

         Inteligente e arguto, Chico Teixeira leu os autos, fuxicou os depoimentos, destrinchou os problemas, justificou as razões. O resultado não podia ser outro: fez uma defesa brilhante, bem fundamentada e melhor exposta. E concluiu com o maior desprezo, apontando para o austero pai:

         - Senhores jurados. Falei por mim e por meu ilustre colega de defesa.

         Humilhado e irritado, o respeitado senador foi curto e grosso:

         - Colega de defesa é a puta que o pariu".

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geraldo mota
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