O SOBRADÃO DE MINAS NOVAS CORRE SÉRIOS RISCOS E PEDE SOCORRO AO GOVERNADOR DE MINAS GERAIS.
Imagem do edifício conforme foto antiga
O edifício público popularmente conhecido como SOBRADÃO DA VILA DO FANADO faz parte do conjunto arquitetônico histórico da cidade de Minas Novas (cidade localizada no Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, que fica a 490 km de Belo Horizonte e aproximadamente 290 km de Gov. Valadares, passando-se por Guanhães) sendo legalmente tombado pelo IPHAN (Ministério da Cultura), inscrito sob nº 28, às fls. 07, do LIVRO ARQUEOLÓGICO, ETNOGRÁFICO E PAISAGÍSTICO (processo 597-T-59), em 25.09.1959, com o nome de “Casa da Av. Getúlio s/n”. (BENS MÓVEIS E IMÓVEIS INSCRFITOS NOS LIVROS DO TOMBO DO INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTISTICO NACIONAL- quarta edição/ MINISTÉRIO DA CULTURA/ IPHAN).
Trata-se de um importante ícone da arquitetura colonial brasileira, considerado como o “primeiro arranha-céus” do Brasil, sendo uma curiosa construção de quatro pavimentos sustentados sobre barrotes de aroeira amarrados com tiras de couro-cru em esteios, da mesma madeira, grossas paredes de taipa, assoalhos de vinhático, janelas e portas de bálsamo. O prédio, de altíssimo pé-direito, tem 8 portas e 59 janelas externas e teve sua construção iniciada no final do século 18, tendo sido concluída em 1821, pelo intendente João de Barros. Esse rico comerciante português, que era arrematador de lavras de ouro e diamante, mantinha intenso intercâmbio comercial com a corte no Rio de Janeiro, para onde enviava comboios de algodão, víveres e madeiras extraídas na região do Fanado. Desse estreito relacionamento, o visionário empresário e político detinha conhecimentos privilegiados que lhe asseguravam a certeza de que a Vila do Fanado seria a capital da Província das Minas Novas do Jequitinhonha, conforme projeto de lei do Deputado Antonio Gabriel de Paula Fonseca, projeto este que veio a ser aprovado pela Assembléia Geral do Império somente em 22 de agosto de 1856. A referida província, cuja instalação (infelizmente) se inviabilizou em decorrência de pontuais atritos de políticos com a Igreja, com a maçonaria, face ao franco declínio do Império (culminado com o advento da República), deveria ser formada pelas comarcas de Porto Seguro e Caravelas, (desmembradas da província da Bahia), às quais se juntariam a Comarca do Jequitinhonha, sob a jurisdição política e administrativa da Vila de São Pedro do Fanado (em 1830 emancipada como município de Minas Novas) esta na condição de ser a capital desse imenso território, onde hoje estão inseridos importantes municípios como Teófilo Otoni, Almenara, Capelinha, Salinas, Pedra Azul, Itamarandiba. Araçuaí, Rio Pardo de Minas, Carlos Chagas, Taiobeiras, Itaobim, Jacinto, Salto da Divisa, Nanuque, Itamarandiba, Malacacheta, Novo Cruzeiro, Itambacuri, Turmalina, Berilo, Chapada do Norte, Sucuriu (Francisco Badaró) e mais de 100 outras cidades que se originaram destes municípios, além, naturalmente, das cidades que se localizam no extremo sul da Bahia, como Porto Seguro, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Alcobaça, etc.
Essa relíquia arquitetônica, política e histórica, no entanto, corre o risco de desaparecer do cenário dessa abandonada e pouco conhecida cidade do Nordeste do Estado de Minas, a oitava cidade mineira, pois Minas Novas foi fundada oficialmente pelo bandeirante Sebastião Leme do Prado, em 29 de junho de 1727, no período das minerações conhecido como “Ciclo do Ouro”, cuja importância –porém - se remonta aos idos de 1717, quando, de fato, se iniciaram as abundantes safras auríferas dos Ribeirões Aracati e Tamboá (hoje denominados de Bonsucesso e Fanado que cortam o município, bem próximos ao centro urbano), de onde saíram toneladas de ouro (e também diamantes e pedras coradas) fortunas providenciais que foram enviadas para a metrópole que iniciava a construção do Convento de Mafra e, posteriormente, também auxiliaram na recuperação e restauração do fausto da Lisboa, cidade vitimada pelo grande terremoto (1755) que arrasara a capital do Império Português.
Foto atual, mostrando o deplorável estado do telhado, danificado pelas últimas chuvas, colocando em risco toda a estrutura do prédio histórico.
É simplesmente lamentável o descaso, que se observa em relação ao poder público das três esferas administrativas, que deixa em perigo um tesouro de tamanho valor, talvez o principal item que, sozinho, garantiria o sucesso de uma extraordinária empresa turística que poderia ser implantada – com sucesso garantido – para resgatar a tão debilitada situação econômica, salvando de vez aquela população da triste condição de atraso e miserabilidade em que se encontra, detentora que é, atualmente, de um dos mais baixos IDHs do país, em vergonhoso confronto com os índices de desenvolvimento ostentados pelas demais regiões progressistas de Minas Gerais.
Detalhe dos estragos do telhado do Sobradão
Um comentário:
muito interessante essa questão de apelo pela reforma dos sobrados de nossa querida e adoravel minas novas,q pelo fato de ser pequena o nos moradores pede socorro na reforma dos sobrados.
Então deixo aki a minha opinião diante do fato de ser tão bonita e precisar desse apelo sublime.....
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