ELEGIAS,  GEOLOGIAS E GENEALOGIAS GERAIS
(Lalau Mota, de  Minas Novas, em 25.06.2004)
As Gerais,  geralmente, são antigas Minas.
Minas já esgotadas
Lavras velhas...  reviradas,
sugadas...  espoliadas... ruínas.
Das antigas Minas  restam as minas d`água:
Nascentes de rios.
Minas, a caixa  d'água de Minas:
Águas para o Sul e  para o Norte.
Cachoeiras,
Corredeiras,
Águas fortes.
Fontes d`águas  cristalinas,
Saudáveis, sadias,  minerais.
Águas, sulfurosas,  radioativas,
outras magnesianas,  medicinais.
As terras eram  Marianas,
os Morros Velhos
de Ferro, de Pilar,  das Garças e do Chapéu.
O subsolo de  hematitas,
Velhos veios  dourados para o cinzel.
Ouro Preto, Ouro  Branco, Ouro Verde, 
Ouro Fino.
Terras Diamantinas,
Terras de São João,
Que já foram de El  Rei.
Terras férteis que  eram muitas
E que eram fontes e  minas
Também de homens  ilustres,
Das mulheres cultas  e heroínas.
Celeiro de heróis  da Pátria,
De quando ainda  pátria existia,
Quando a voz dos  sinos, solitária,
Por entre as  montanhas se ouvia.
Quando havia  seriedade,
E serenidade  existia,
No campo e na  cidade,
Nos tribunas, nas  sacristias,
Por todo canto se  via.
Minas não há mais:
(e isto até já foi  dito.)
Mas eu insisto e  repito:
Restam apenas as  Gerais.
Estas são tantas e  várias,
Ermas, vagas,  vazias e cruciais,
de secos espigões e  grotas áridas
Sobre as riquezas  colossais.
Entretanto, jazendo  em metais,
Entre gemas tantas,
Nos garimpos e  carrascais,
Ua Minas Novas  ainda resiste
No descaso de  Governos Gerais.
De há muito foi à  Minas acorrentada
à Vila do Príncipe  à revelia,
Pois antes de ser  ao Serro Frio anexada
Melhor se  pertencesse ainda à Bahia.
De todos escondida  e esquecida
De fato é hoje uma  pilhéria:
Sendo bela,  histórica e rica
Consta apenas do  mapa da miséria.
Como exaurida na  história
Por uma estrada  irreal
Roubaram-lhe a  memória,
O ouro branco e o  metal.
Aonde foi seu  algodão?
E as pedras do  bornal?
Onde está o condão
Dessa nova Estrada  Real?
--
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário