segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

RUAS DE MINHA INFÂNCIA





AS RUAS DE MINHA INFÂNCIA



“Minha rua tem uma palmeira
Em frente â casa de Caju
Tinha Nonô, uma aroeira,
Tinha Safina, Biela e Du."


 A Rua Direita é torta
A das Flores é triste
A do Rosário é larga
A do Fogo é fria...


A do Pequi é limpa
A Boa Vista airosa
A São José, tão linda
A São Gonçalo feiosa.


A da Botica é rica
A do Resolve é rampa
A da Ponte é vinda
A de Santana é ida


A do Curral é curta
A do Corte é meia
A do Ouro é pobre
A dos Pobres, nobre.


A da Cadeia é solta
A da Pólvora, estopim!
A do Cemitério, começo
A da Barra, é o fim.


A Rua do Amparo é bela
Tinha minha casa e a de Dedé
Tem Dona Áurea na janela
E saudades de Heli e de Bulé.



UM PASSEIO AO LUAR



Rua Direita

A Rua Direita é torta
Com as casas sem quintal
Sem jardins e sem horta
E, nas portas, fuxical


Rua das Flores


Vovô Domingos,
uma bondade sem fim,
Não era dono da Santa Casa
Mas só dizia o sim.



Rua do Rosário

O ourives "Seu Roxo"
Ranzinza de fazer dó.
Um Santo, Edgar Pereira!
E o saudoso Lau Dodó.


Rua do Fogo

Zé Moreira e o trombone
Frade, Sá Onça e Tó,
Tião Preto e a Cara'Bina
E o Caldo de Mocotó.


Rua do Pequi

Dia de Jogo, lembro-me
 Das cercas de vara
Que separavam a casa e o campinho...
E a Dona Aurora, que nem arara,
Via acabar num instantinho.
Um jogo que nem começara.




Rua da Boa Vista

A estação da Rádio
Na Casa do Bangalô
As Paneleiras e Geraldona
E um povo da raça nagô.



Rua de São José

Mãe Rosa Lopes Parteira,
Vizinha de Dona Nair
Modista e costureira
Que viviam a sorrir.


Rua São Gonçalo

Bené Mendes assentado
Com sua pança de boçal
Furando a minha bola
Que eu ganhei pelo Natal.


Rua da Botica

Se fosse apenas a rima
E já seria o bastante
A casa de Dona Corina
Era segredo reinante


 Rua do Resolve

Até ali tudo bem...
Mas dali pá lá:
Menina boa não vá,
Não lhe fica bem.



Rua da Ponte

O tear de Zé de Chico
As vacas de Chico Vieira
As flores de seu Zezinho
Os quitutes das Ferreira


Rua Santana

O quintal de Zé Araújo,
Um verdadeiro jardim
Tinha até caramujo
E muitas frutas prá mim.


 Rua do Curral


A récua dos Evangelista
Ali era senhorial
Quem não abaixasse a crista
Caía logo no quebra-pau.


Rua do Corte


Dário Caminhoneiro
O matadouro um chiqueiro,
Ubiraci, tesoureiro
E Humberto, o costureiro.

Rua do Ouro

Maria Mariana Canta,
O forno de assapeixe estanca
A roupa engomada passa
Sua prece é de uma Santa



Rua da Conferência

A rua era dos pobres
E ricos eram os confrades
Que ficavam com os cobres
E faziam seus alardes

 
Rua da Cadeia


Nâo é assim tão bonita
Mas bonito é que ali não se caia
Pois fica feio na fita
Quem vai parar na sapucaia.



PRAÇA DA GRUTA, tendo ao fundo o centenário CEMITERIO DO MONSENHOR SEBASTIÃO AYALLA, com seu lindo muro em arcos e, lá dentro um apaziguador jardim, com cada campa transformada em canteiros. Hoje, com o crescimento urbano, este cemitério ficou quase que no centro da cidade e está sendo gradativamente desativado e deve permanecer apenas como um Memorial Histórico. Para isto, já foi construído um novo cemitério municipal, no Bairro do Achará, dentro das modernas exigências ambientais. No antigo cemitério estão inumados, além de meus antepassados (meus bisavós maternos, Vovô Domingos Mota e vovó Nazinha Miranda, minha bisavó materna, Vovó Idalina Sena, meus avos maternos, Vovô José Mota e vovó Loura, meu bisavô paterno, Juvenato Coelho, meus avós paternos ,Vovô Durval Coelho e Vovó Juscelina Chagas, meus pais, Zé Durval e Dona Elisa Mota, meus irmãos Durval e Conceição, além de centena de tios,  primos e amigos queridos. Muitas são as campas, bem identificadas, de grandes personalidades de nossa história, como o Cônego Barreiros, o Padre Emiliano, o Coronel Zé Bentão, o Coronel João André e sua esposa Dona Cula, o Coronel Demóstenes César e sua esposa Mestra Flora Brasileira Pires César, o Major Jose Benício, o Prefeito Luiz Leite e sua esposa Dona Olídia, o prefeito Zé Coelho e sua esposa Mestra Maria Geralda Silva, o prefeito Rodolfo Gomes, o prefeito e farmacêutico Agenor Santos, além de muitos outros políticos e beneméritos de nossa terra, e também são curiosos os mausoléus do “seu” Victor Nery e esposa, da Dona Alzira Maia (primeira esposa do Dr.Pedro Anísio Maia), do Arturzinho Oliveira (filho do Dr. Martiniano), da Tumba de "seo" Levy, da Dona Corina Badaró, do "general" João de Deus, de Frederico Roxo, da “Cigana” e da “ Sinhá Checa”, a  Dona Franceska Kucuzera, que normalmente são muito visitadas até por muitos estranhos vindos de longe, muitos deles que afirmam categoricamente terem alcançado graças milagrosas por intermédio das orações e pedidos formulados com muita fé, segundo nos informou o vigilante e zelador do local.

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