segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

NOSSA "NOVA" LÍNGUA PORTUGUESA

Voltando ao tema das cartas, muito importante é atentar-se pela correção gramatical, pelo estilo e pelo cuidado no tratamento, mesmo tendo-se em conta a liberalidade que se admite no caso de simples bilhetes, listas, rols, lembretes, avisos e recados, que se constituem em indiscutível e importante canal de comunicação escrita, onde nota-se, com ênfase, a recorrente flexibilização de conteudos específicos que caracterizam o falar, como ocorre corriqueiramente no âmbito do coloquial, no cenário cotidiano. Contudo, elegância e cuidado não fazem mal a ninguém e sempre serão instrumentos a revelar o estilo, o perfil e o zelo que todos devemos ter com os nossos costumes, inclusive na forma de dizer ou de falar. De outra vertente não seria demais lembrarmos de que, para se alcançar e estabelecer um bom nível de entendimento nos relacionamentos humanos, torna-se necessária a observância de um mínimo de respeito ao vernáculo, pelo que devemos estar em consonância com os rudimentos gramaticais, com o vocabulário, o estilo, a sintaxe e a morfologia, quiçá, até mesmo a semântica.

E, como todos devemos saber, existem tratados internacionais, acordos regidos por LEIS específicas que regulam o uso de nossa LÍNGUA PORTUGUESA - este instrumento cultural que é o idioma, a língua oficial, não só de Portugal, mas também do Brasil e outras nações lusófonas espalhadas pelo mundo, perfazendo um universo de mais de 370 milhões de falantes dessa que é a terceira mais utilizada língua em todo o mundo.

Sabemos que, das cerca de sete mil línguas conhecidas do mundo e das duzentas e vinte e cinco da Europa, o Português, originário do latim vulgar lusitânico nasceu na velha Gallaecia romana, foi levado a dois terços do planeta pelos portugueses, via dos descobrimentos, é hoje falada por mais de 360 milhões de locutores espalhados pelos cinco continentes, sendo a segunda língua românica do mundo -- a terceira europeia -- mais falada no planeta, a sexta com maior número de locutores e a quinta com maior número de países que a têm como língua oficial. O Português, que já foi língua franca, é hoje uma língua culta de dimensão internacional e intercontinental, falada nos cinco continentes e – como havia predestinado Fernando Pessoa – é uma das poucas línguas potencialmente universais do século XXI. É língua materna dos habitantes de Portugal e do Brasil e de parte significativa das populações de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países que a têm como língua oficial. O Português é também falado nos antigos territórios de Goa e Macau. Como língua materna ou segunda é falada pelos membros das várias comunidades de emigrantes, com um número significativo, na Europa (França, Alemanha e Luxemburgo), América do Norte (Canadá e Estados Unidos), América do Sul (Venezuela) e África (África do Sul), num total de cerca de quatro milhões e meio de locutores. O Português é a quarta língua mais usada na Internet e a segunda na “blogosfera”. Num outro quadro de estudo linguístico pode considerar-se que a língua portuguesa pertence a uma das oito grandes famílias de línguas do mundo, a família indo-europeia, proveniente dos tempos anteriores à escrita, que compreende mais de 200 línguas, que vão das línguas latinas, às germânicas, das eslavas às do norte da Índia.

Ademais, a língua, sendo dinâmica, não sendo portanto um recurso estático e imutável, será sempre afetada e passível das transformações impostas pelo aperfeiçoamento, pela aglutinação cultural e pela gradativa influência do interrelacionamento global, havendo destarte acréscimos, supressões e adoção de novos critérios formais, na concepção escrita principalmente, na qual devem ser respeitados e acolhidos, de maneira criteriosa pelos povos que dela se recorrem no discurso diário e na vida de cada um. A despeito disto é que se introduziram novos critérios gráficos e idiomáticos na LÍNGUA PORTUGUESA, através do acordo ortográfico que entrou em vigor no primeiro dia de Janeiro deste novo ano de 2009. Portanto, é de suma importância que se observe, a partir de então, as novas regras gramaticais que foram, por força de Lei, introduzidas em nossa língua oficial. E, para que isto se torne possível, de forma tranquila e sem açodamento, estão previstos prazos e métodos a serem cumpridos de forma a atender todos os interesses que existem nessa mudança, desde os de cunho nacionalista, os culturais, políticos, antropológicos e até os de ordem social e econômico.

Neste sentido, contribuindo com este esforço que todos devemos ter, no intuito de nos inteiramos dessas novidades, acredito ser útil a atenta leitura do texto que se segue:


Nem tudo muda com o Novo Acordo Ortográfico

(Thaís Nicoleti)

Na verdade, as mudanças na ortografia do português brasileiro não são tantas como se imaginava. Na prática, muitas palavras mantiveram a grafia anterior. Ocorre, entretanto, que as pessoas, nem sempre familiarizadas com certa terminologia, passaram a ter dúvidas sobre pontos que não foram tratados no Acordo.

Do ponto de vista gramatical, o antigo acento de "eu apóio" (que hoje se escreve "eu apoio") não era um diferencial, mas grande parte dos usuários da língua imagina que sim, que seu emprego servia para distinguir a forma verbal do substantivo. Esse acento deixou de ser usado como todos os ditongos abertos em palavras paroxítonas, independentemente de haver homônimo.

Há quem imagine que os acentos das formas verbais "dá" ("Ele nunca dá esmolas") e "dê" ("Espero que ele dê atenção ao caso") sejam diferenciais, pois existe a preposição "de" e a forma "da" (contração da preposição "de" com o artigo "a"), e que, portanto, devem deixar de ser usados. De jeito nenhum: Esses acentos assinalam os monossílabos tônicos terminados em "a", "e" e "o" (como em "pá", "chá", "pé", "fé", "pó", "dó" etc.), regra que não sofreu nenhuma alteração.

"Multifuncional", "microcirculação", "antienvelhecimento", "lipoescultura", "anticontrabando", por exemplo, não se modificaram. Já "arqui-inimigo", "autoestima", "infraestrutura", "antirrugas" e "anti-idade" adaptaram-se à nova convenção.

Os acentos das formas verbais "têm" e "vêm" (no plural) continuam vigentes. O mesmo vale para a acentuação dos verbos derivados de "ter" e de "vir", cujas formas que constituem oxítonas terminadas em "-em" ou "-ens"(tu manténs, ele mantém, eles mantêm; tu intervéns, ele intervém, eles intervêm) são acentuadas. As formas de terceira do singular e de terceira do plural distinguem-se graficamente pelo tipo de acento (agudo no singular e circunflexo no plural). Nada disso muda.

Entre seus erros e acertos, o Acordo parece ter avivado o interesse pelo estudo da língua, o que já é um mérito!




http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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