O Senador
Francisco Coelho Duarte Badaró, nascido em Guarapiranga, atual Piranga
(MG), em 2 de maio de 1860, filho de Justiniano Corsino Badaró e Olympia
Marianna Badaró, onde foi batizado pelo bispo Dom Antônio Ferreira Viçoso. Fez
o curso de humanidades em Ouro Preto e formou-se em Ciências Jurídicas e
Sociais (Direito) pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1883.
Publicou o romance Faustina em 1881. Em 184 foi nomeado Promotor da comarca de
Minas Novas, promovido para Juiz de Direito em 21 de abril de 1885. Escreveu
sobre problemas políticos e administrativos em jornais conservadores e publicou
Parnaso Mineiro (1887, crítica literária), Tiro ao Alvo (1893). Foi deputado
federal constituinte entre 1891 e 1893. Entre 1893 a 1894 foi Ministro
Plenipotenciário do Brasil no Vaticano. Em 1894 foi nomeado juiz de Minas
Novas, onde ficou por 16 anos. Foi Senador Estadual (1919-1921), Deputado
Federal (1921), fez parte da executiva do PRM. Publicou ainda “O cão por dentro
e por fora”, “Memórias do meu tempo”, “L’Eglise et l’État”, “Les couvents du
Brésil”, “l’Église au Brésil pendant l’Empire et pendant la Republique”. Casou-se
com Luiza Pinheiro Nogueira. Faleceu em Belo Horizonte em 14 de setembro de
1921. Fonte: Monteiro. Dicionário biográfico de Minas Gerais, v. 1, p.68;
Ferreira, Genealogia norte-mineira, p.52-53. Veja mais em http://badaroblog.blogspot.com.br/2009/01/memrias-de-francisco-coelho-duarte.html.
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CURIOSIDADES:
1. O Dr. Francisco Coelho Duarte
Badaró, quando chegou a Minas Novas para se casar com Luiza Nogueira (mais
conhecida como Dona Sinhazinha) filha do morubixaba Zé Bentão, ele foi morar,
ainda solteiro, numa casa da Rua da Botica, cujos cômodos dianteiros, até pouco
tempo, teria funcionado a famosa “CASA LAPORTE”. Essa importante firma
comercial, que era uma sociedade mercantil entre as famílias Góes e Salles era
especializada na importação de explosivos e armas de fogo, com carta de
monopólio em toda província, desde os tempos áureos da mineração e, segundo
registros do “Arsenal da Ilha do Fundão”, seria a clandestina fornecedora de 200 arroubas de
pólvora para os Inconfidentes, por intermediação do Tenente-coronel Domingos de
Abreu Vieira e do Padre Rolim, os quais foram – em razão da conspiração –
presos, condenados, exilados para a África e teve todos os bens confiscados
pela Coroa.
2.
Quando da
chegada do Dr. Francisco Badaró, os inconfidentes, menos Tiradentes que foi
enforcado, todos os demais, inclusive o Abreu Vieira, já haviam falecido em
seus degredos em África, mas o processo da devassa estava se arrastando na complicada
e disputada fase final de liquidação dos bens jacentes, razão pela qual a Casa
Laporte já havia se transferido para Ouro Preto e, tempos depois, para a Cidade
de Minas, como ficou conhecida a atual cidade de Belo Horizonte, na época de
sua construção para sediar a nova capital do Estado (1892 a 1897).
3.
A “Casa
Salles” continua na ativa, ainda hoje, no mesmo endereço e no mesmo ramo de
Armas e Munições, na Rua São Paulo, em Belo Horizonte.
4.
Sobre os
registros, foram encontradas várias anotações, enroladas em tiras de pano,
documentos que ficaram esquecidos dentro de uma velha cômoda que o morador
daquela casa encontrou no meio dos escombros de um dos aposentos, quando ali
promoveu algumas reformas e adaptações, para instalar sua alfaiataria e também
para morar com sua família, quando vieram de mudança da cidade de Sucuriu, em
finais da década de 1960. Esse morador, que fez o “achado”, chamava-se José
Sebastião de Oliveira, o saudoso Maestro “Seu Zezinho” que, além de músico e
professor, era exímio alfaiate, pessoa muito discreta, elegante e honesta.
Segundo relatos dele, o que lhe chamou a atenção, ao se deparar com aqueles “guardados”,
foi justamente o fato de que os documentos estavam entre várias partituras
antigas que despertaram nele, como interessado pela arte, em iniciar uma
averiguação mais detalhada, no que procurou, na época, a pessoa que havia
cedido a ele a locação daquele imóvel, que deixou com ele as referidas
partituras mas exigiu a entrega dos demais documentos, pedindo sigilo sobre o
conteúdo naqueles velhos papeis. Eu fui aluno do maestro, indo amiúde à sua
alfaiataria (onde antigamente era a “Laporte”) e ele frequentava assiduamente a
loja do meu pai, aonde ia para comprar aviamentos e ali ficava por longas horas
naquelas confidências de velhos amigos, que de fato eles o eram desde o tempo
da infância de ambos. Foi assim que também fiquei sabendo de alguns detalhes
sobre os tais “achados e guardados” dos quais, mais nunca tive qualquer
notícia. Tempos depois, segundo o finado Dr. Laca Badaró, tais documentos
seguiram, junto de outras “preciosidades”, para um destino em BH.
5.
Em 1982 o
imóvel, onde funcionou a antiga casa do “Laporte”, na rua da Botica, em Minas
Novas, foi transferido, por promessa de compra e venda, a um comprador que hoje
mora na cidade de PIRANGA, que naquela época pesquisava a história da
inconfidência, tendo como referência muitos documentos aos quais teve acesso,
na cidade de Serro (onde nasceu), cujos fatos, aqui relatados, era por ele
conhecido através de suas ligações com a saudosa professora Maria Eremita de
Sousa, que deixou livros publicados e alguns estudos incompletos e inéditos,
encomendados pela “Brasiliense” e pela Maçonaria, em que os assuntos se entrelaçam e nos indicam caminhos a seguir para conhecermos melhor muita coisa que continua inexplicada.
6. Como se vê, por ironia do
destino, muita coisa existe a ser apurada em fatos –alguns históricos e outros
nem tanto - relacionados às cidades de Piranga, Serro e Minas Novas.
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