sábado, 20 de agosto de 2016

CABO PEREIRA



CABO PEREIRA

A história de uma cidade, de um soldado e de uma árvore milagrosa do cerrado.


Itiúba  é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2014 era de 38.615 habitantes. Emancipado em 1935, está localizado no semiárido baiano, tem área total de 1.737,8 km², e densidade populacional de 22,22 hab/km².  

A economia local tem seu forte na pecuária e na extração mineral (com ênfase nos minérios de ferro e de cromo). Trata-se de uma linda cidade daquela histórica região nordestina da Bahia, localizada entre serras, onde pulsam os corações mais fortes e cheios de amor pela natureza e pelo Brasil. Faz parte da microrregião do Senhor do Bonfim, a maior cidade dos arredores, sendo vizinha de Filadélfia, Andorinha e Queimadas.


 FOTO 01 – Casarões históricos da cidade de ITIÚBA (BA)



Foto nº 02 - Prefeitura de Itiúba (BA)


Foto nº 03 - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - ITIÚBA (BA)


Foto nº 04 - Uma avenida central da cidade de ITIÚBA (BA)


ITIÚBA, etimologicamente, com base na cultura tupi-guarani, significa “Mel das Pedras” ou “Resina doce que escorre da pedra”, associado às ocorrências, ainda verificadas, de um tipo de abelha endêmica  que faz sua colmeia entre as frestas dos rochedos que formam a cadeia de serras que circunda toda a região, cujo excesso da produção de mel escorre pelos emparedados.


Muitos são os itiubenses ilustres, que formam uma população obreira, organizada, hospitaleira e progressista e que são exemplos de cidadania. Contudo, é bem provável que naquele histórico rincão, tão fértil de homens e mulheres honradas, não tenha nascido outra figura tão importante e especial como o saudoso mineiro CABO PEREIRA. Mineiro, sim, pois esse ilustre baiano, natural de Itiúba e cidadão de coração exclusivamente brasileiro, na amplitude, na estrutura e nas atitudes, jamais abriu mão de suas raízes e tradições, tornando-se também um dos mais ilustres sertanejos do norte e nordeste de Minas Gerais, onde sua trajetória deixou rastros eternos, nas mais claras e evidentes marcas de seu maravilhoso trabalho em favor do desenvolvimento de diversas cidades por onde andou como valoroso soldado que sempre soube lutar pelos seus ideais e pela vitória do homem, com o principal objetivo de sua vida que foi o de servir, de ser alavanca poderosa de vitalidade, entusiasmo, solidariedade e, acima de tudo, CRENÇA FERVOROSA EM DEUS E TOTAL AMOR AO SEMELHANTE.


JOSÉ PEREIRA FILHO 

(CABO PEREIRA

Nasceu em Itiúba (BA), no dia 11/10/1930 e faleceu aos 86 

anos, no dia 23/07/2016.


Seus pais, José Pereira da Silva e Dona Brígida Pereira da Silva, foram pessoas humildes, dignos trabalhadores rurais que, na simplicidade da pacata vida interiorana, sempre souberam honrar a tradição daquela histórica comunidade baiana, herdeiros da fibra de valorosa raça dos guerreiros CARIACÁS.

Foi ele batizado na linda IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO e cresceu embalado pelo apito do trem da velha V.F.F.L.B (Viação Férrea Federal Leste Brasileiro) cuja movimentação de sua poderosa locomotiva, no constante vai-e-vém arrastando para longe as riquezas do extrativismo daquela terra, também encantou a fantasia do menino Pereira, com a idade de 17 anos, quando o levou na direção de um mundo desconhecido, pelo qual foi construir uma vida cheia de aventuras, prolongada de encantamento e plena de trabalho, grandiosa na produção de benefícios e exuberante de bons exemplos.

Desde criança que ouvia as narrativas sobre as façanhas de seus ancestrais, na admirável resistência e na intransigente defesa de suas terras contra a ação dos colonizadores portugueses. Sofreu na sua própria carne e na reação de sua família, o nefasto poder coronelístico que explorou toda a sua região de origem, causando grande sofrimento para seu povo dominado pelo analfabetismo e pela dependência econômica, o que durou um longo período que atravessou toda a velha república e a ditadura Vargas, domínio que somente foi-se arrefecendo com o declínio do banditismo, depois do advento do movimento revolucionário de 1964 que retirou os privilégios daqueles políticos carreiristas.

A história do povo itiubense é caracterizada pela defesa de suas raízes cariacás, cuja índole é de forte identificação mediterrânea, onde as riquezas naturais (madeira e minérios de ferro e cromo), em conhecidas jazidas não muito distantes do mar, sempre foram muito cobiçadas pelos aventureiros. Exemplo bem forte dessa resistência, conta a história que nem mesmo o famoso cangaceiro Lampião ousou invadir o arraial de Caldeirão, hoje a cidade de Itiúba, onde o grupo de bandoleiros planejava concentrar sua ação de roubo de gado, ameaçando os fazendeiros, caso o Coronel Aristides Simões de Freitas, chefe local, se negasse de pagar um resgate que constava de um bilhete que lhe fora enviado pelo “rei do cangaço” e no qual pedia a vultosa quantia de três contos de reis, quando o povo reagiu prontamente e se aglomerou em frente da igreja, munido de paus, foices e facões, impôs respeito e repeliu corajosamente o grupo criminoso que já se aproximava para receber o valor anunciado.  


Foto nº 04 - QUARTEL DO 3º BPM DE DIAMANTINA-MG

 na década de 1940.


O jovem Zé Pereira não se conformava com o marasmo de sua cidade e, cheio de sonhos, perambulou por várias estações de trem até que, guiado pelo destino, seguiu para Minas Gerais e desceu em Diamantina com seu surrado cacaio às costas, no dia 25 de agosto de 1949, então com apenas 19 anos de idade. Encantou-se com a Festa dos Soldados que, naquele dia, comemorava a data do Herói Duque de Caxias. Maravilhado, seguiu de perto aquele desfilo imponente, sob o rufar de tambores marciais, sonhando na possibilidade de, um dia, também tornar-se um “Casaca Parda”. 



Chegando à porta do quartel do 3º Batalhão, Pereira ali ficou extático, querendo saber como poderia ingressar naquela corporação, quando foi abordado por um velho sargento, músico da banda, que se interessou por ele e o conduziu até o oficial do dia que o recebeu e lhe deu todas as informações sobre a vida militar e, em especial, sobre a disciplina, as normas e os rigores daquele que era um dos mais tradicionais regimentos do país, orgulho dos mineiros e uma verdadeira escola de polícia para todo o Estado de Minas Gerais. Neste mesmo dia ele se alistou e por ali mesmo, no quartel, obteve permissão para ficar arranchado como ajudante de serviços gerais e, no dia 23 de setembro daquele mesmo ano estava devidamente “assentado” como praça de segunda categoria, onde se dedicou de corpo e alma para corresponder à confiança daquele velho sargento que se tornou seu guia e melhor amigo. 

Da Cidade de Diamantina, onde se fez bastante conhecido em razão de sua índole cordata, incrível facilidade de se comunicar e de se relacionar com todas as pessoas, passado pouco mais de dois anos saiu já promovido a cabo e passou por diversas cidades onde foi um policial exemplar e respeitado, sem jamais incorrer em qualquer falta que pudesse desabonar sua conduta como pessoa ou como profissional.

Mesmo depois das diversas promoções recebidas como prêmio de sua dedicação e valor, era conhecido e tratado, carinhosamente, como “CABO PEREIRA”. Homem de poucas letras, temperado pela rudeza dos caminhos por onde andou, mas culturalmente enriquecido pela Inteligência, pelo bom senso, pela experiência e determinação, tendo permanecido na ativa da PMMG por 29 anos ininterruptos, sempre foi orgulhoso de sua farda e de sua impoluta folha corrida de admirável trabalho em prol das inúmeras comunidades onde prestou seus melhores serviços, até quando foi reformado com a patente de 3º Sargento, no ano de 1978.

Na trajetória de sua vida militar, de Diamantina ele foi deslocado para a cidade de Araçuai-MG e, dali, sempre era designado para prestar serviços em cidades próximas como Virgem da Lapa, Coronel Murta, Itinga, Itaobim e Comercinho do Bruno onde era recebido com muito respeito mas, principalmente, com muito carinho e amizade por parte de autoridades e do povo em geral que o acolhia como um estimado conterrâneo.

Pelos bons serviços prestados foi promovido para comandar o destacamento de Turmalina-MG e, depois, para Berilo onde teve a felicidade de se casar, em 29 de fevereiro de 1956, com a berilense Maria de Lourdes Dias, esposa com a qual viveu uma exemplar união que durou mais de 60 anos, sendo que na data das Bodas de Diamante, festivamente comemorada no ano de 2014, no meio de centenas de convidados, estavam presentes seus nove (09) filhos, Paulo, Carlos, Ronaldo, Laerte, Nilvânia, Marcos, Rômulo, Sirleny e Neuza, acompanhados dos 30 (trinta) netos e uma dezena de bisnetos, com a doce lembrança deixada pelo saudoso filho Rone, precocemente falecido.

Depois de Berilo, foi destacado para a cidade de Capelinha, onde seu nome é lembrado com muito carinho pelos companheiros dos saudosos tempos do bom futebol entre os aficionados do “scratch” local e os embates com as seleções de cidades vizinhas.

De Capelinha foi removido para Várzea da Palma, depois para Felixlândia, Inimutaba, Araçaí e finalmente, para Curvelo, onde foi contemporâneo do saudoso minas-novense Major Walter Coelho Leite, que exercia as funções de delegado especial e que foi assassinado a mando de contraventores do jogo do bicho.

O “Cabo” era um grande contador de causos, contudo sem os exageros naturais dos humoristas comuns, pois sua intenção era a de poder alegrar e, ao mesmo tempo, contar aos amigos os fatos reais que marcaram sua vida de soldado, com aquela sua prodigiosa lembrança sobre todas as passagens alegres e curiosas que guardou de cada comunidade em que ele próprio foi protagonista de muitas das situações enfocadas. E, de fato, foram muitos seus embates com gente simples e rude, mas também com aventureiros, garimpeiros, pinguços, feirantes, arruaceiros de ponta de rua, maridos traídos, rixas de politicagem, rusgas de forrozeiros e, no máximo com algum ladrão da galinha, naquelas cidadezinhas pacatas onde a simples presença de um policial respeitado garantia a ordem pública e a mais completa paz social.

De suas verdadeiras façanhas, porém, uma delas ele tinha o maior orgulho e com justificada razão ao enaltecê-la, com aquele seu jeito feliz e entusiasta, pois foi agraciado com uma “medalha de honra ao mérito” pela efetiva participação do Movimento Revolucionário de 31 de março de 1964, quando esteve a serviço do contingente que seguiu para Brasilia-DF, enfileirando-se entre os garbosos soldados de Casaca Parda, do Glorioso 3º Batalhão de Infantaria da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado em Diamantina.

O Cabo Pereira, sempre foi extremamente zeloso em todos os sentidos de sua vida guiada pela cidadania, pela disciplina e pelo culto à dignidade humana, pela fé cristã e pela vida comunitária, nunca sendo  atraído pelas ilusões mundanas e seu luxo maior era o bem de sua família, um círculo incalculável de amigos, compadres e companheiros de cantorias, de causos e uma convivência amistosa, generosa, solidária e produtiva.

Seus filhos Paulo e Ronaldo herdaram-lhe o gosto pela Polícia Militar, seguiram carreira e hoje são reformados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Laerte tornou-se empresário e mantém os seus negócios na Bahia. Carlão se dedica a uma pequena indústria de alimentos, enquanto que Rômulo e Marcos são estabelecidos no comércio varejista em Sete Lagoas, a exemplo de Nivania e família que são comerciantes em Niteroi-RJ.  A filha caçula Sirleny cuida da sua casa e conserva intacta a casa onde moraram seus pais em Sete Lagoas- MG. Neuza e família vivem na vizinha cidade de Curvelo-MG e todos os familiares sempre marcam uma data para se encontrarem no antigo lar, onde nunca se apaga a chama do amor filial, numa união exemplar que foi implantada e irrigada pelo exemplo de um grande líder e comandante.

O “cabo” Pereira, assim como era conhecido, deixou muita amizade por todas as cidades em que trabalhou como policial. Depois de reformado da Polícia ele trabalhou na Petrobrás, em Sete Lagoas, onde emprestou toda sua experiência na implantação da Usina de Etanol (álcool carburante), um projeto em que ele sempre acreditou como uma das opções para resolver a crise energética de nosso país, a qual, ainda hoje, continua dependente do petróleo, uma onerosa e poluente matriz fóssil. 

Como velho soldado, o Cabo Pereira sempre acreditou na grandeza de nosso país e nunca admitiu a ociosidade, procurando dar de si o melhor de seu trabalho, como empregado ou como empregador, tendo atuado com sucesso na iniciativa privada, como proprietário de uma pequena rede de distribuição de produtos agrícolas “Hortifrut”, a partir da CEASA-MG, para o interior de Minas e Rio de Janeiro. 

Como contribuinte da Previdência Social, ainda teve tempo suficiente para uma aposentadoria adicional aos soldos que recebia como militar reformado, demonstrando sua garra, seu imenso vigor e seu compromisso de homem valoroso, deixando para sua família a herança de um nome honrado, com lições de competência e sabedoria para quantos tiveram a ventura de conhecê-lo e de poder com ele dividir uma convivência marcada pelo trabalho honesto, pautado pela magia da amizade e pela alegria de viver.

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Todas as vezes que ouço alguma referência à Bahia, enaltecendo sua história, sua gente maravilhosa e as grandes figuras que honram a memória nacional, eu coloco o saudoso CABO PEREIRA entre aqueles maiorais. 

Sempre que ando pelos campos, pelas caatingas e pelo cerrado, ao deparar-me com o pau pereira, uma árvore milagrosa de nossa flora, lembro-me da figura daquele benfazejo cidadão, cuja utilidade e valor de uma vida totalmente dedicada ao bem, assemelha-se à madeira de lei com a qual se faz desde simples cabos de ferramenta, pranchões para jangadas e canoas, mourões, estacas, dormentes e até vigas e esquadrias para a construção civil.

Tive a glória e a imensa felicidade de conviver de perto com aquele que considero um herói e, para meu maior orgulho, indiretamente, tornei-me dele um parente muito querido e considerado no meio de toda a sua família, primo em primeiro grau que sou de sua esposa Lourdes, também uma figura ímpar, exemplar de mulher que continua dignificando o compromisso de uma união eterna, na comovente missão de manter unida essa família maravilhosa que é uma bênção para todos nós, parentes, amigos e velhos conhecidos.

Existe um velho ditado, muito popular, que afirma, com muita sabedoria e acerto, que "sempre há uma grande mulher, por trás de um grande homem". Contudo, diante de tudo que conheço de minha querida prima Lourdes, ouso fazer aqui uma alteração nesse ditado que deve ser assim interpretado: "- Ao lado de um grande homem segue sempre uma grande e virtuosa esposa". Lourdes, infelizmente, não tem mais aquela sua admirável energia, coragem e altivez de um tempo muito feliz quando, muito mais que uma esposa, mãe de 10 filhos, esposa de um simples militar que lutava contra todas as adversidades de um tempo árduo e inclemente, ela era capaz de se transformar numa verdadeira leoa na defesa de seu lar e num exemplo de mulher forte, empreendedora e que não deixava seu marido sozinho na luta diária para propiciar dignidade e tranquilidade para toda a família. A recente perda de seu amado esposo, depois de mais de seis décadas de convivência ininterrupta, tem sido para todos uma grande tristeza, mas, para ela, resultou em um grande trauma que a deixou perplexa e com um olhar sempre vago, parado no tempo e na saudade, como se estivesse à procura do olhar de seu amado. Sua vida, porém, segue como uma vela cuja chama ainda clareia com muita luz e espalha sua luminosidade levando a todos muita esperança e fé em Deus. Esse mesmo Deus Glorioso, que do alto de sua sabedoria, onipotência e misericórdia, levou para seu Reino Eterno aquela pessoa que sempre foi tão especial para todos nós, mas que continua vivo dentro de nossos corações. E nosso consolo será a certeza de que, através de sua memória, sempre estarão presentes as melhores emanações que fluem de sua boníssima alma.


Esta é uma simples, mas muito sincera, homenagem póstuma 

dos amigos 

WALDIR DIAS BARBOSA,

FINA e toda a família Dias.


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