terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


Auxiliares causativos e sensitivos podem levar a infinitivo flexionado

Por Thaís Nicoleti

 

 

É o que os humanos procuram desde que Ulisses mandou os tripulantes de seu navio amarrarem-se ao mastro quando o barco passou pelas sereias da mitologia grega. Estava claro que o amor era uma doença perigosa."

O texto refere-se aos avanços da ciência, que antevê a possibilidade de criar um antídoto contra o amor. Isso mesmo. Com base em análises da química cerebral da formação de vínculos entre casais de mamíferos, cientistas imaginam ser possível tornar realidade a criação de uma "poção do amor". Como toda poção tem seu antídoto, não custa especular. É o que faz o redator na passagem acima.

Neste espaço, porém, o assunto não é a receita da poção do amor (nem a de seu antídoto). Aqui tratamos das formas de expressar o que pensamos e sentimos. O texto selecionado não apresenta nenhuma impropriedade a ser corrigida. Sua escolha deve-se ao fato de apresentar uma estrutura sintática que ainda oferece dúvida a muita gente.

Vamos tratar do emprego do infinitivo flexionado na estrutura "mandou os tripulantes amarrarem-se". Não é incomum que os redatores hesitem entre flexionar e não flexionar esse infinitivo. O ideal, nesse caso, é fazer mesmo a concordância com um elemento que pode ser considerado, a um só tempo, sujeito do infinitivo e objeto direto do verbo "mandar" ("os tripulantes").

Esse tipo de estrutura ocorre com os chamados auxiliares causativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir) seguidos de um verbo no infinitivo. É verdade também que existe a possibilidade de não fazer essa flexão, como se vê numa conhecida passagem da letra da canção "Na Sombra de uma Árvore", de Hyldon : "De que valem as luzes da cidade/ Se no meu caminho a luz é natural/ Descansar na sombra de uma árvore/Ouvindo pássaros cantar...".

Na linguagem referencial (não na poética), essa estrutura raramente aparece, exceto se o complemento verbal for representado por um pronome pessoal ("Viu-os entrar"), situação em que a flexão não se justifica, dado que o pronome é uma forma átona de objeto direto.

Assim, com os auxiliares causativos e sensitivos, o ideal é fazer a flexão do infinitivo em concordância com o substantivo a que se refere ("Viu as mulheres entrarem") e evitá-la quando o elemento a que se referir o infinitivo for um pronome de objeto direto ("Viu-as entrar").

 

 

 Que me perdoem os primos, lá de Itambacuri, netos do vovô ANTÓNIO ALMEIDA, mas não posso deixar de divulgar esta pérola que me chegou lá da "santa terrinha":

CIENTISTA PORTUGUÊS

Um cientista português estava fazendo alguns experimentos com um sapo, colocando este em uma linha e medido o seu salto. Primeiro o cientista disse, "Pula sapo, pula!". O sapo pulou 1 metro. Ele escreveu em seu caderno de anotações: 'O sapo, com 4 patas pulou 1 metro.'

Depois ele cortou uma perna do sapo e repetiu o experimento. "Pula sapo, pula!" disse o cientista. O sapo pulou 0,75 metro. Então ele escreveu: 'O sapo com 3 pernas pulou 0,75 metro.'

Ele cortou outra perna e o sapo pulou somente 0,50 metro. Ele anotou em seu livro: 'Sapo com 2 pernas pulou 0,50 metro.'

Continuando com seu experimento, o cientista cortou a terceira perna. E disse, "Pula sapo, pula!". O sapo, com dificuldades pulou 0,25metro. Então ele escreveu em seu livro: 'Sapo com 1 perna pulou 0,25 metro.'

Finalmente, o cientista cortou a última perna. Colocou o sapo na linha e disse, "Pula sapo, pula!". O sapo não se movia. "Pula sapo!!! Pula!!". Nada, o sapo continuava imóvel.

Então o cientista escreveu em seu livro:

"Os sapos sem as pernas ficam surdos!".

 


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geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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