terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

INCRÍVEL PERFORMANCE DE UM LEIGO. 2. MANIA DE ESCREVER, JEITO DE ENTENDER ...

Cada doido tem sua mania. Isto já afirmava minha bisavó Dadá, do alto de sua sabedoria de quem com muita razão chegou com saúde à beira do centenário e que, apesar de nada ter escrito no decorrer de sua santa existência, até porque era analfabeta, graças a Deus, deixou-me muitas lições e memórias, que ela guardara de seu tempo e de sua gente, as quais ela me transmitia na sua simples oralidade, em razão do fato de que, por achar-me digno de sua graça e confiança, tornou-me o seu predileto interlocutor e principal ouvinte, possibilitando-me a ventura de não deixar que, nos tempos hodiernos (como diria o mestre Cleomar Machado), se percam algumas passagens de nossa história que, a meu jeito, na medida de minhas possibilidades e dos pequenos recursos, procuro reduzir nestas memórias que deixo através deste BLOG.



Confesso que a maior parte dessas "baboseiras", antes de trasladá-las para os arquivos virtuais do computador, eu já as rabisquei nos borradores e babilaques, ou seja, cópias de segurança no original, que vou acumulando em arquivos físicos, tudo bem catalogado e em ordem alfabética, o que, também, constituindo-se em provas documentais, pode caracterizar sinais evidentes de minha doidice, loucura ou demência.



E é assim que, enquanto vou escrevendo minhas patacoadas, que é minha compulsão, mania, ou extravagância (como afirmam os daqui de casa!) quem quiser ler os meus escritos que os leia – democraticamente - e aqueles que o não desejarem ou acharem trabalhoso ou inútil acessar, via do meu blog, eu posso asseverar-lhes de que não me estão concedendo qualquer favor, causando-me prejuízos de qualquer natureza e nem mesmo haverão de causar-me desgosto, pois olhe que nem mesmo vou ficar sabendo suas razões em me desprezar, a não ser sobre aqueles que de fato forem mais à toa, ou caridosos, ou sinceros, ou ciosos da perfeição, ou assumidos como paladinos da boa escrita e/ou da correção gramatical, se assim dignarem de apontar-me onde esteja eu em conflito com a técnica da prosódia, da morfologia, da ortoépia, da sintaxe ou dessa atual ortografia da literatura nacional, estes aos quais acatarei de muito bom grado e admiração.



Digo tudo isto, justificando-me perante alguns leitores que me dão a honra do feedback, para renovar o meu desejo de sempre buscar o acerto, o escrever com o máximo de correção, o não ser prolixo, o redigir com coesão e objetividade, o ser jovial e respeitoso com as pessoas de bem mas voltando a informar, como já afirmei, que por mais firme o esforço, enorme o compromisso de acertar - maior em mim é a carência das letras, que infelizmente são poucas.



Peço a todos, portanto, a bondade e o raio da caridade (como dizia outro mestre, o meu padrinho Gentil Rei), reiterando-lhes, a todos esses bons amigos, o meu sincero pedido de me ajudarem a aprender a escrever, corrigindo-me sempre que for preciso, mandando-me críticas e aconselhamentos, além de suas lições, novos textos e relatos interessantes, pela simples razão de que não consigo ficar um só minuto sem praticar este vício, esse defeito terrível que de mim se apoderou, que é difícil de ser curado estando eu nesta altura de minha vida, pois se sabe que todo vício é uma doença, mesmo diante da experiência de quem já tenha conseguido se livrar de tantos outros, como o de fumar (cigarros caretas!) e o de beber cachaça (apenas as cotreias!), graves costumes dos quais ninguém, no devido tempo e vis-à-vis, me censurava.



Depois que contraí esse novo vício, substituindo os demais, garanto-lhe que, quando estou escrevendo, não tenho fome, não me incomoda o barulho das ruas ou o avanço das horas e confesso que o meu maior prazer é colocar no papel, ou no blog, tudo que me vem à cabeça em formato de ideias sobre gentes e coisas, desde que o que eu escreva não prejudique as pessoas, seus direitos e seus interesses ou, se for preciso, meu pensamento tenha que se transformar em veneno perigoso e vá atingir os brios ou a sensibilidade de quem não presta, neste caso assumindo a responsabilidade e a firmeza de quem sabe o que está sendo escrito. É bem verdade que faço o maior esforço para escrever direitinho, tudo de acordo com o que manda o Livrinho de Seu Ulisses Guimarães, também o da Santa Madre Igreja (conforme aprendi no catecismo de Seu Levy Maria de São Geraldo) e, principalmente, com o que restou do beabá que aprendi lá no Zé Bento, nas inesquecíveis lições da minha saudosa mestra Dona Maria Lopes, esses mestres alígeros, amigos que o Santo Deus os tenha, e os conserve todos eles, como seus eternos discípulos em sua Divina Glória, Assim Seja! Amém...



E olhe que este exercício se torna cada vez mais difícil para mim, que em termos de escolaridade, tive a ventura de me ilustrar tão-somente até o grau do ginásio do Dr. Agostinho da Silva Silveira, o insubstituível Dr. Funcho, naquele tempo em que se aprendiam, entre tantas sabedorias - hoje descartadas, por superadas e supérfluas - apenas inutilidades como a História Geral (do Souto Maior e do Prof. Álvaro Freire) das Religiões (de Tabajara Pedroso e do Mestre José Gomes da Silva), dos Rudimentos do Latim (de Pvblius Pompilius e do Prof. Urias Sena), além da prática de boas maneiras e generalidades no exemplo de mestras da têmpera de Dona Myriam e Dona Elisinha Borges, cujos modelos, pela perfeição e raridade, já não se usam mais em nossas modernas escolas. (Deo Gratias?).



Contudo, mesmo que hoje o próprio computador me ajude, no adjutório tecnológico, mecanizado ou eletrônico, que é esse incrível sistema de revisão automática de nossa bela gramática, é quase certo que, contrariando a mídia, a lógica e a minha própria vontade, muita agressão ao vernáculo eu venha cometendo, involuntariamente, durante toda essa arriscada empreitada que resolvi assumir, que é a de editar um BLOG, enfrentando com ele todos os riscos, ônus, críticas e incompreensões, que são motivações mundanas. Garanto, porém, que nunca tive a pretensão de ser ghost-writer, copy-desk, jornalista, escritor, poeta, lexicólogo, gramático, contista, noveleiro ou qualquer outro tipo de escriba a não ser justamente o exercício deste múnus, qual seja o cumprimento de uma grave tarefa que me foi conferida por aqueles mestres, aos quais obedeço fielmente, renovando-me a cada postagem como titular efetivo de resenhas fanadeiras ou, se preferirem, como "escrevente não-juramentado dos causos que me vêm à telha" e, neste mister, ofício ou desiderato, dou-me muito por satisfeito.



Obrigado e até amanhã!



geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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