segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

DISTRITO DE BAIXA QUENTE - MUN. DE MINAS NOVAS

Vamos louvar o progresso que aos poucos vai-se transformando em realidade e procurar entender, para jamais aceitar como definitivos esses fatos negativos e continuarmos reféns e omissos diante deles, rechaçando energicamente as atitudes que determinaram os entraves ao desenvolvimento de MINAS NOVAS e região.

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Os inimigos do Presidente LULA, principalmente neste momento em que se movimentam os profissionais do voto, encastelados em benesses do governo estadual e que comparecem em colunas de um jornal mafioso, querem eles creditar aos políticos caroneiros e oportunistas o mérito de programas que, não podemos aceitar, sejam usados para confundir o sentimento do povo e desvirtuar o verdadeiro caráter de seriedade e compromisso político, a exemplo do PAC e dos objetivos de criação de amplas oportunidades de resgate das regiões mais desassistidas do país, para o atingimento da definitiva inclusão social das classes menos favorecidas e de realização da cidadania para aqueles que nunca as experimentaram no passado.
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BAIXA QUENTE é um dos quatro distritos de Minas Novas, sendo o que concentra, em relação à totalidade do município, a maior área de terras de ótima qualidade, com imensas faixas de várzeas e tabuleiros irrigáveis localizados ao longo do Rio Setúbal, bem como a existência de uma rede de pequenas propriedades rurais distribuídas pela região de seus afluentes que são os ribeirões "Sítio", "Palmital", "Córrego do Ouro" e "Córrego Indaiá". Estas características lhe conferem a condição de ser considerado o "celeiro" da região, realidade que se reflete na admirável produção agropecuária dessas glebas ali localizadas, que têm como mercado consumidor todas as comunidades vizinhas, além dos mercados da sede municipal, e também os das cidades de Capelinha e Turmalina, cujas feiras semanais demandam a comercialização da grande variedade de produtos rurais vindos da região de Baixa Quente. É bem verdade que a produtividade já foi bem mais expressiva economicamente, na época em que havia a facilidade de melhor escoamento das safras, o que se verificava através da Estrada de Ferro Bahia--Minas, quando o destino da produção seguia até outros centros consumidores como Araçuaí e Teófilo Otoni, via da estação-férrea que existia na vizinha localidade de Engenheiro Schnnor, que há mais de 50 anos foi desativada.


--- Vista parcial de BAIXA QUENTE, distrito de Minas Novas ---

Com o passar do tempo e o esvaziamento do meio rural provocado pelo êxodo e a migração, as atividades foram diminuindo e grande parte das terras, antes destinadas ao manejo pecuário, ao cultivo do feijão, milho, fumo, alho, cebola, marmelo e laranja – que se constituíam em sólidas bases econômicas da atividade rural do município -- hoje estão ocupadas pelo eucalipto ou se constituem áreas de reservas adquiridas por especuladores, empreiteiros, intermediários ou “laranjas” das empresas de reflorestamento, cujas extensas propriedades estão fadadas a serem anexadas aos projetos desta predatória monocultura atualmente disseminada quase que na totalidade do velho município que era sediado pela histórica Vila do Fanado.

Faço este histórico apenas como uma maneira de demonstrar o quanto foram desastrosas as administrações municipais que se sucederam, naquela época, sob a orientação política dos Badarós, que não defenderam os interesses maiores do povo e dos municípios por eles liderados, de vez que, com a força eleitoral que estes detinham, não só no município de Minas Novas mas, de resto, em todas as demais comunidades e cidades que compõem os vales do Jequitinhonha e Mucuri, nada fizeram esses deputados carreiristas e parasitas, no sentido de evitar a criminosa desativação daqueles trilhos, locomotivas e vagões que eram o único meio de transporte a garantir o pleno desenvolvimento de toda esta vastíssima área do Estado de Minas Gerais. O domínio político dessa família, aliás, que atravessou quase que todo o século 20 explorando o feudo como um curral eleitoral, só deixou como marca registrada o atraso econômico, o analfabetismo, o desemprego, a agressão ao meio ambiente e, no meio de tantas mazelas, o agravamento da saúde dos habitantes, tanto pela questão psicológica em decorrência do abandono sofrido, quanto pela carência de meios garantidores do saneamento básico para diminuir os efeitos da verminose, da neurastenia, do raquitismo e das endemias que vêm massacrando gerações deste abandonado “Vale de Lágrimas”

No sentido dessas lamentações, note-se o fato de que, podendo até parecer incrível, ou exagero de minha parte afirmar, mas o que se revela como uma triste realidade é a constatação do estado de calamidade pública e de extrema penúria em que permaneceu o nosso município, por tamanho prazo, pelo menos até a década de 1970, quando, somente para avaliar a triste sina desse povo, eram pouquíssimas as residências da cidade de Minas Novas que se serviam de um simples banheiro (com vaso, pia e chuveiro) pois não havia rede de abastecimento adequada para a população, mas um precário serviço de captação de água bruta, diretamente do Rio Fanado, que era bombeada por um motor a gasolina, mantido pela prefeitura e que beneficiava exclusivamente uma dezena de privilegiados escolhidos pelo prefeito, que aguavam hortas e pomares, enquanto o restante do povo buscava água nos córregos e rios da redondeza, em potes e em bimbarras no lombo de jumentos, e nem mesmo sabia o que seria de fato uma privada sanitária. A própria residência dos Badarós, onde existia um único vaso sanitário de uso exclusivo destinado ao dono da casa (os demais membros da família sempre residiam em Teófilo Otoni ou em Belo Horizonte) nas raras oportunidades em que ele, o chefe da política local, estivesse na cidade em que era o respeitado mandachuva (morubixaba), sendo que a “residência senhorial” veio a ter uma “sala de banhos” completa a partir da reforma que ali foi feita no ano de 1980, assim mesmo com recursos públicos disponibilizados pelo IPHAN, que se encarregou de fazer ali algumas adaptações, preparando aquele velho casarão -- que era a Pousada do Inconfidente Domingos de Abreu Vieira -- com a finalidade de receber a visita do Presidente da República à cidade de Minas Novas, quando ali esteve o ditador João Batista Figueiredo, por ocasião das comemorações dos Duzentos e Cinqüenta Anos da Vila do Fanado. E foi, também, em razão deste evento que a cidade recebeu a atenção do governo estadual para outros problemas graves que ali existiam, para não ficar desconfortável perante a opinião pública, vendo-se na obrigação de introduzir, a toque de caixas, os benefícios da COPASA e da CEMIG, além da tapeação de um serviço telefônico monocanal (sem ligações interurbanas) que só foi melhorado, tempos depois, pela pressão exercida por parte da direção do Banco do Brasil que necessitava, para tornar possível o funcionamento de sua agência instalada no município, de suporte mais sofisticado na área de telecomunicações e, para isto, liderou campanha para implantação de uma estação própria com apenas 100 aparelhos urbanos vendidos a clientes.

Pois bem, de 1980 até hoje são transcorridos 28 anos, sendo que neste lapso de tempo houve um notável progresso na cidade de Minas Novas, o que só se tornou possível com a queda do poder dos Badarós, no período em que foi o município administrado por prefeitos eleitos pela oposição. Entretanto, não se sabendo exatamente as motivações que o animaram, o ex-senador biônico Murilo Badaró implantou na cidade, já em pleno século 21, toda uma rica e bem urdida estrutura que o permitiu voltar ao cenário político e, usando de todos os recursos ilegítimos sob o prisma da decência, da moralidade cidadã e dos postulados da lei eleitoral, logrou êxito em seu projeto de reassumir o mando político, elegendo-se para o cargo de prefeito, no ano de 2004, ficando no poder municipal exatamente pelo prazo de dois anos, por força de liminares judiciais, no meio de várias denúncias de improbidade administrativa, abuso de poder, corrupção e outros desmandos que culminaram em uma CPI instaurada na Câmara de Vereadores e que resultou na sua vexatória renúncia ao cargo, às vésperas do Natal de 2006, justamente na metade de seu mandado, deixando a cidade entregue ao caos e à baderna generalizada que na prefeitura foi instalada pelos seus correligionários e apaniguados.

Além de Baixa Quente, o município de Minas Novas tem ainda os distritos de Cruzinha, Lagoa Grande e Ribeirão da Folha , os quais, até bem pouco tempo, eram apenas simples povoados, comunidades paupérrimas desprovidas de qualquer infraestrutura urbana, o que só vieram conhecer, justamente pela ação administrativa dos prefeitos que governaram independentes da orientação badarônica, apesar de que muitos benefícios não puderam ser realizados em todo o município, além dos muitos que foram possíveis de conseguir com o máximo de sacrifício, por nunca ter sido realizado um planejamento de médio e longo prazo, com programas factíveis e orçamentos detalhados, com vistas a possibilitar a realização de obras, dentro de um plano-piloto e com a garantia de recursos suficientes, em razão dos fatores como incompetência, descuido, omissão ou mesmo pelo desencanto e desilusão a que eram acometidos aqueles pobres alcaides que se entregavam ao capricho do coronelismo e eram manipulados pelos Badarós como simples bonecos articulados, feitos de pano, sujeitos tradicionalmente ao ridículo e ao deboche.


Felizmente agora, graças aos benefícios previstos pelo P.A.C. (PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO) do Governo LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, que tem como objetivo atender a todas as comunidades carentes localizadas nos vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, pelo menos o Distrito de BAIXA QUENTE finalmente será atendido, nos próximos dias, com os benefícios do saneamento básico que serão ali implantados graças ao convênio assinado com a COPANOR (subsidiária da COPASA para atender a parte mais pobre do Estado), cujos recursos já foram liberados e anunciados pelo governador Aécio Neves,

Segundo a COPASA será construído um cinturão sanitário em toda zona urbana do povoado, de forma a captar o esgotamento sanitário dos banheiros e lavanderias (vide foto da unidade padrão) a serem instaladas nos próximos dias nas residências daquela localidade, cujo projeto será o primeiro de uma série de outros melhoramentos idênticos a serem implementados nos demais distritos e povoados do município de Minas Novas. Desta forma, serão recuperadas as margens dos rios, suas matas ciliares e o rigoroso tratamento sanitário de todos os efluentes domiciliares.


geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

Um comentário:

Anônimo disse...

Quero parabeniza-lo pelo o destaque da baixa quente,em seu blog.
É una pena que os prefeitos que já passaram e passa pela prefeitura de minas novas não tem essa mesma visão.

Ass. uma morador da baixa quente ausente

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