sábado, 25 de julho de 2009

Fique por dentro....

Correspondente da Rádio Itatiaia trabalha para Azeredo.

A repórter Aparecida Ferreira, correspondente da Rádio Itatiaia em Brasília, presta efetivamente serviços ao gabinente do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). De acordo com a assessoria de imprensa, ela é responsável pelo material enviado às rádios pelo parlamentar e dá expedientes regulares no gabinete. Além disso, Cidinha Ferreira, como ela é conhecida, ajuda na elaboração de discursos do senador, de um boletim informativo e presta consultoria.
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O caso é bem diferente do da jornalista Leid Carvalho que, embora tenha sido contratada pelo gabinete do atual ministro das Comunicações no Senado, declarou que jamais prestou nenhum tipo de serviço a Hélio Costa (PMDB-MG) (clique aqui para ler o post anterior).
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Cida Ferreira diz que a emissora tem pleno conhecimento de sua vida profissional e não vê impedimentos éticos da duplicidade de funções. "Eu comuniquei a direção da rádio e me autorizaram a trabalhar prestando assessoria de imprensa". Segundo ela, essa é uma situação determinada "pelos baixos salários de alguns segmentos do jornalismo brasileiro".
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Ex-repórter da Itatiaia admite que era fantasma involuntária no Senado.
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A jornalista Leid Carvalho confirmou que esteve lotada no gabinete do senador Hélio Costa enquanto atuava como correspondente da Rádio Itatiaia em Brasília, conforme noticiou em primeira mão este Blog. Ela me contou agora há pouco que jamais prestou qualquer tipo de serviço para Hélio Costa. "Eu mantinha com o senador uma relação normal, de repórter e fonte", diz a jornalista, que hoje é sócia de duas emissoras no interior de Minas Gerais.
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De acordo com Leid Carvalho, a nomeação para o gabinete do atual Ministro das Comunicações no Senado foi feita por ordem da diretoria da Rádio Itatiaia. Sem dar detalhes, ela afirmou que a emissora foi quem providenciou inclusive a parte burocrática. "Eles tinham todos os meus documentos lá". A ordem, segundo ela, partiu de um dos diretores da rede de rádio, que Leid preferiu não nominar.
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Eu sabia que havia alguma coisa muito errada. Foi por isso que decidi pedir demissão e sair de Brasília", afirma Leid. "Sempre tive uma pulga atrás da orelha. Sabia que uma hora isso viria a público". É a primeira vez, desde que surgiram denúncias de nomeações por atos secretos, que aparece uma suspeita de que empresas privadas com influência política regional podem estar sendo beneficiadas por nomeações irregulares.
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Blog tentou, mas não conseguiu, localizar o ministro da Comunicações neste domingo. Hélio Costa não é o único parlamentar mineiro que nomeou jornalistas que atuam como repórteres políticos em Brasília. Outra profissional da mesma rede aparece entre os nomeados do gabinete do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).-

Escrito por Fábio Pannunzio Seg, 22 de Junho de 2009 13:33

Hélio Costa: correspondente da Itatiaia era assessora de imprensa.

O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, confirmou a contratação da jornalista Leid Carvalho, correspondente da Rádio Itatiaia em Brasília. Mas, ao contrário do que afirmou a própria ex-repórter ao Blog, o ministro diz que ela tinha funções em seu gabinente no Senado. E-mail enviado pela assessoria afirma que "a nomeação de Leid Carvalho nada tem a ver com a Rádio Itatiaia. A jornalista foi contratada pela competência profissional comprovada". Na noite de ontem, em ligação telefônica gravada, Leid afirmou ao Blog que nunca teve nenhuma relação profissional com o então senador por Minas Gerais, e que a contratação foi determinada por um diretor da emissora.
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A assessoria de imprensa ressaltou que "o trabalho da jornalista consistia em gravar releases radiofônicos (spots) sobre a atividade parlamentar do senador para serem distribuídas às rádios mineiras". Pela versão do ministério, "com a nomeação de Hélio Costa para o Ministério das Comunicações, e seu licenciamento do Senado, a jornalista permaneceu como assessora parlamentar do gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Hélio Costa". Leid foi contratada em 31 de julho de 2003. Hélio Costa assumiu a pasta das Comunicações exatos dois anos depois.

Wellington Salgado desmente Hélio Costa

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) desmentiu agora há pouco a versão apresentada pelo Ministério das Comunicações para a contratação da jornalista Leid Carvalho. Leid era correspondente da Rádio Itatiaia em Brasília e afirmou ao Blog que esteve "lotada" no gabinete do então senador Hélio Costa, mas que não exercia nenhuma função. A contratação teria se dado por indicação de um diretor da rede mineira para complementar o salário da jornalista.
Por e-mail, a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações informou que o trabalho de Leid, ao contrário do que ela mesma havia declarado ao Blog, "consistia em gravar releases radiofônicos (spots) sobre a atividade parlamentar do senador para serem distribuídas às rádios mineiras". No mesmo e-mail, a assessoria de imprensa do ministro informou que "com a nomeação de Hélio Costa para o Ministério das Comunicações, e seu licenciamento do Senado, a jornalista permaneceu como assessora parlamentar do gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Hélio Costa".
Contrariando o que os assessores do ministro afirmaram, Wellington Salgado reagiu com surpresa ao ser indagado sobre a existência da pretensa "assessora". Reproduzo o diálogo que mantive agora há pouco com ele, por telefone.
- O sr. teve uma assessora chamada Leid Carvalho ?
- Quem ?
- Leid Caravalho.
- Assessora de que ?
- Assessora de imprensa, pra cuidar de spots de rádio.
- Eu não tenho assessor de imprensa. Nunca tive.
- Ela nunca trabalhou no seu gabinete ?
- Eu não sei quem é essa pessoa. Quando precisei de serviços pra rádio tive que contratar uma pessoa e pagar por fora, do meu bolso. Não, com certeza essa pessoa nunca trabalhou no meu gabienete, não.


Leia, abaixo, a íntegra do e-mail enviado pela assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações.

Caro Fábio,
Conversei com o ministro Hélio Costa. Ele confirma que a jornalista Leid Carvalho foi nomeada assessora parlamentar (categoria AP6) do seu gabinete no Senado Federal pelo Ato do Diretor Geral nº 4460 de 31 de julho de 2003, publicado na página 2 do Boletim de Administração do Senado Federal nº 2806, em 1 de agosto de 2003.
Leid Carvalho foi exonerada pelo Ato do Diretor Geral nº 749, de 31 de julho de 2008, publicado na página 2 do Boletim de Administração do Senado Federal nº 2806, em 1 de agosto de 2008.
O trabalho da jornalista consistia em gravar releases radiofônicos (spots) sobre a atividade parlamentar do senador para serem distribuídas às rádios mineiras. Com a nomeação de Hélio Costa para o Ministério das Comunicações, e seu licenciamento do Senado, a jornalista permaneceu como assessora parlamentar do gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Hélio Costa.
O ministro esclarece também que a nomeação de Leid Carvalho nada tem a ver com a Rádio Itatiaia. A jornalista foi contratada pela competência profissional comprovada.
Um abraço,
Simone Garcia
Chefe Assessoria de Comunicação Social
Ministério das Comunicações

Outra repórter da Itatiaia está lotada no Senado.

A repórter Gabriela Speziali, correspondente de Brasília para a Rádio Itatiaia, também tem um emprego no Senado da República. Ela está lotada no Gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG) desde o fim do ano passado.
O ato de número 2652 foi publicado no dia 02 de dezembro, período que coincide com a contratação da jornalista pela rede de emissora de rádio de Minas Gerais.
No gabinete de Wellington, que é suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa, ninguém sabe quem é Gabriela -- "Gabriela o quê?", pergunta a secretária de gabinete. "Não é daqui não".
O senador Wellington Salgado, em entrevista concedida a este Blog, disse no começo da tarde que nunca teve assessor de imprensa e nem assessores encarregados do serviço de rádio do gabinete.
Procurada pelo Blog, Gabriela Speziali confirmou que estava lotada no gabinete do parlamentar e pediu cinco minutos para voltar a falar com a reportagem. O tempo passou e ela não retornou. Agora, nem atender o telefone ela atende mais.
Também tentamos contato por diversas vezes com a diretoria de jornalismo da Rádio Itatiaia mas, até agora, ninguém se pronunciou sobre o assunto

Repórter da Itatiaia não aceita rótulo de "fantasma".

A repórter Gabriela Speziali, da Rádio Itatiaia, não aceita ser rotulada como fantasma. "Eu trabalho muito. Já vivi em vários países", diz a jornalista, indignada com a manchete deste Blog.
Gabriela foi nomeada para o gabinete do senador Wellington Salgado no dia 2 de Dezembro passado, dois meses depois de chegar a Brasília. Desde então acumula as funções de correspondente e assessora parlamentar, em situação análoga à de todos os seus colegas na sucursal brasiliense da rede de rádio mineira.
"Você não pode me confundir. Há pessoas e pessoas" , diz, em tom indignado, fazendo uma comparação entre o caso dela e o da jornalista Leid Carvalho, ex-correspondente da mesma emissora que admitiu jamais ter prestados serviços ao senador Hélio costa.
A equipe do Blog tentou contatar a repórter durante a tarde de hoje. Foram disparados vários telefonemas. Duas vezes ela atendeu. A mim, pediu quinze minutos, dizendo que ligaria de volta. A pergunta era clara: o que você faz no gabinente do senador Wellington Salgado ?
A repórter Fernanda Muylaert repetiu a mesma tentativa seis vezes. Gabriela ficou de retonar em cinco minutos e parou de atender aos telefonemas. Conseguimos estabelecer contato com ela depois de quase duas horas.
As explicações fornecidas pela correspondente mudaram conforme as conversas avançavam. Primeiro, ela me disse que trabalhava como assessora de imprensa do senador. Depois, falou que fazia gravações de peças de rádio. Confrontada com a informação de que o próprio senador havia negado ter, desde sempre, assessoria de imprensa ou um profissional encarregado do veículo rádio, a versão foi mudando.
"Eu faço textos em formas de release que alimentam um bancos de dados", assegura Gabriela. Pergunto se os releases são publicados em algum lugar. "Não", diz ela, categoricamente. "É um material produzido para a campanha". Campanha de quem ? Ao que se saiba, Wellington não é candidato -- é candidato a suplente de Hélio Costa, de que sem ufana de ter patrocinado a última campanha que, por vias trasnversas, o transformou em senador da República.
Pergunto à minha colega porque ninguém a conhece no gabinete onde está lotada. "Eu não cumpro expediente. Pra ser assessora não tem que bater ponto", diz ela. É um argumento razoável, com o qual concordo. Não precisa ir regularmente. Mas a ponto de ninguém ter a menor noção de quem é ela, que hipoteticamente trabalha no tal gabinete há mais de meio ano ?
A próxima indagação é sobre a rotina que justifica o salário de assessora parlamentar. "Quantas horas por dia você se ocupa de atividades do gabinete ?". Gabriela não tem uma resposta pronta. Pergunto, então, se todos os dias ela dedica algum tempo à função. "Todo dia, não. Mas eu tenho uma rotina de trabalho", diz ela.
Gabriela está preocupada e eu entendo sua ansiedade. Deve ser uma jovem repórter com muitos predicados. Não duvido de que ela trabalhe muito, como declara. Deve ser uma pessoa valorosa em busca de uma oportunidade séria na Capital da República. Oportunidade que ainda não encontrou. É muito difícil entender releases que não são publicados, versões que vão se adaptando aos argumentos da contradita, explicações que não parecem plausíveis diante do contexto inquestionável que dá conta de que todos os correspondentes de uma mesma cadeia de rádio estão sujeitos aos mesmos vícios éticos.
Mas estas podem ser conclusões apressadas. Enviei a Gabriela um questionário que ela se dispôes a responder. Comprometi-me a publicar na íntegra as respostas. E assim será. Não acho que ela esteja desprovida de qualquer qualidade que diga respeito ao caráter, ao respeito pela própria profissão, nada disso. Acho apenas que ela é vítima de uma condição muito parecida com a dos jornalistas do anos 50, que ganhavam uma miséria e tinham a autorização expressa dos patrões para encontrar outro meio de vida.
Nesse caso, jornalistas são vítimas. Mesmo quando aparentemente adquirem vantagens.
Escrito por Fábio Pannunzio Ter, 23 de Junho de 2009 01:04

Resposta de Leid Carvalho à matéria do Blog.

Esclarecimentos:

Jamais disse que era "fantasma involuntária" do gabinete do senador Hélio Costa, aliás muito ao contrário, admiti que trabalhei no gabinete.
Afirmei que não era assessora de imprensa nos moldes que você me questionou, porque meu trabalho para o Senador consistia em gravar matérias radiofônicas e enviar para as rádios de cidades do interior de Minas Gerais.
Disse que mantinha relação profissional com o Senador enquanto era correspondente da rádio Itatiaia em Brasília, empresa pela qual mantenho profundo respeito e admiração. Sou grata ao senador Hélio Costa que sempre me tratou com muita ética, respeito e dignidade.
Meus diretores sabiam desta contratação, pois nunca impediram repórteres de fazerem outros trabalhos que não tivessem conflito ético, como o descrito acima.
Lembra que no início da conversa você tentando me atualizar sobre os últimos acontecimentos afirmou que "Brasília estava uma bagunça" e aproveitando seu comentário disse que "tinha me desiludido com a capital federal justamente por tantos escândalos de corrupção e que isso pedi demissão para alçar novos vôos", o que fiz e tenho sido muito feliz por isso".

Espero que publique!

Leid Carvalho

Resposta do Blog: A matéria está integralmente mantida. A versão apresentada aqui difere da que foi objeto da conversa. O próprio senador Wellington Salgado já admitiu que Leid jamais prestou qualquer serviço ao gabinete, embora tenha ficado lotada lá por mais de três anos depois que ele assumiu.

Não perca. Daqui a pouco, no Blog, novidades sobre as conexões político-jornalístico-fantasmagóricas,

Estou à espera de um telefonema do jornalista Márcio Doti há cinco dias. Ele é o diretor de jornalismo da Rádio Itaitiaia, a maior rede mineira de emissoras de rádio. Doti não retorna as ligações. Até agora, o acúmulo de funções dos repórteres da empresa em Brasília não foi explicado. A rádio não divulgou um desmentido nem uma nota de esclarecimento. Os correspondentes da Itatiaia -- todos! -- na Capital da República têm dupla função. Trabalham na emissora e estão lotados em gabinetes dos senadores Eduardo Azeredo (PSDB), Hélio Costa (PMDB, atualmente no Ministério das Comunicações) e Wellington Salgado (idem, suplente de Hélio Costa).
Profissionais da própria emissora têm enviado e-mails dizendo que a situação é bem mais grave do que parece. Além de autorizar a jornada dupla, a Itatiaia também estimularia esse tipo de relação incestuosa com políticos mineiros.
Por que será que Márcio Doti não retorna minhas ligações ?
Escrito por Fábio Pannunzio Qui, 25 de Junho de 2009 13:00

Mulher do diretor de jornalismo da Itatiaia está na folha do Senado

A mulher do diretor de jornalismo da Rádio Itatiaia também está lotada no gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Sônia Maria Ferreira Doti, que mora em Belo Horizonte, foi "contratada" no dia primeiro de fevereiro de 2003 pelo então senador Hélio Costa. Permaneceu no "emprego" quando Wellington Salgado assumiu a vaga do titular, em julho de 2005. E lá está até hoje. O nome da "servidora", comissionada como assistente parlamentar, aparece no Portal da Transparência, que desde ontem lista todos os funcionários do Senado.
Ninguém a conhece no gabinete. Desde as 8 horas da manhã desta quinta-feira o Blog está tentando localizar a servidora. Na primeira ligação, um homem chamado Antônio disse que não havia nenhuma Sônia Maria naquele gabinete. Logo depois, uma das secretárias, ao ser indagada sobre uma assessora chamada Sônia Maria, passou o número de um telefone celular. O número, que começa com o prefixo 61-9968, pertence realmente a uma Sônia. Mas se trata de uma homônima de Sônia Maria Ferreira Doti. Já no fim da manhã três outras servidoras, que declararam conhecê-la, não souberam dizer a idade nem a cor do cabelo de Sônia Maria.
Tentamos um contato com o ministro Hélio Costa às 9 horas por meio da assessoria de imprensa. A assessora, que estava ao lado do ministro em um evento em São Paulo, ficou de retonar a ligação. Passadas mais de quatro horas isso ainda não aconteceu. O Blog também vem tentando contatar o jornalista Márcio Doti desde domingo passado. Márcio não retornou nenhuma das ligações. Somente na manhã de hoje foram disparados cinco telefonemas. Mais uma vez não houve resposta.
A nomeação da esposa do diretor de jornalismo da Itatiaia é a quarta a relacionar funcionários da maior rede de rádios de Minas Gerais a políticos daquele estado. A correspondente Aparecida Ferreira admitiu que presta serviço ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), informação confirmada pelo gabinete. A jornalista Leid Carvalho, que foi repórter política em Brasília até o ano passado, admitiu que foi lotada no gabinete do atual Ministro das Comunicações no Senado, embora não prestasse nenhum tipo de serviço. A repórter Gabriela Speziali, em Brasília há oito meses, também aparece na relação de funcionários de Wellington Salgado.
Segundo Leid Carvalho, a emissora foi que providenciou a indicação e cuidou dos trâmites burocráticos para a posse no cargo público. A revelação da ex-repórter fez emergir a suspeita de que há um esquema em que políticos complementam, com dinheiro público, salários miseráveis que a emissora paga a seus profissionais. A se confirmar, esse esquema gerou uma indústria de sinecuras que vincula inexoravelmente jornalistas políticos e parlamentares com mandato federal, comprometendo a informação que é levada ao público.
O Blog conseguiu contato com o senador Wellington Salgado agora há pouco. Ele confirmou que Sônia está lotada no gabinete, mas se recusou a dizer o local onde ela prestaria serviço. "Ela faz os nossos contatos políticos, a nossa agenda, a assessoria e faz bem. Contratei ela para a função que exercia. Ela já vinha (do tempo do Hélio Costa) e eu continuei", disse o parlamentar.
Wellington Salgado não quis, no entanto, revelar se sabia do vínculo de parentesco entre a "funcionária" e o chefe de jornalismo da cadeia mineira. "Não tem condições (...) procurar saber quem é o marido, quem é o amante, quem é a mulher, quem é o contato", afirmou. O senador também não quis responder qual a formação acadêmica ou profissional da "assessora".
Márcio Doti também foi assessor de imprensa da prefeitura de Nova Lima ao mesmo tempo em que dirigia o jornalismo da Itatiaia. Ao sair, deixou uma filha em sua vaga, que já não trabalha mais para a prefeitura do município.
Todas as pessoas citadas nesta reportagem foram exaustivamente procuradas pelo Blog. Está resguardado o direito de manifestação dos que até agora não foram localizados.

Fora do ar

É impressionante o silêncio da imprensa de Minas Gerais sobre as denúncias que vêm sendo apresentadas neste Blog. Nenhum veículo de comunicação, apesar da repercussão do assunto na internet, tocou no assunto. O público da Rádio Itatiaia permenece sem qualquer explicação.
No site da emissora, o destaque é para a quebra do recorde histórico de audiência. O último post diz que "a Rádio Itatiaia superou, mais uma vez, seus próprios recordes: dados referentes a maio de 2009, fornecidos pelo IBOPE, demonstram mais um crecimento sucessivo da audiência da emissora em Minas Gerais. Em maio de 2009, a Itatiaia atingiu a impressionante marca de 1.807.126 ouvintes!".
O sindicato dos jornalistas, a FENAJ, os veículos concorrentes, ninguém se manifesta. Será que em Minas Gerais sinecura para jornalistas é socialmente recomendável ?
Escrito por Fábio Pannunzio Sex, 26 de Junho de 2009 14:02

O papel de Hélio Costa no escândalo da Itatiaia.

Desde que postei o primeiro artigo sobre as sinecuras dos profissionais da Rádio Itatiaia, os leitores do Blog parassaram, mais do que justificadamente, a cobrar compostura dos jornalistas. Mas há um outro lado do problema que precisa ser observado. Trata-se da atuação do jornalista Hélio Calixto da Costa, o ex-repórter mais famoso da cadeia mineira. Ele já esteve na situação em que se encontram todos os seus colegas, agora constrangidos pela revelação de que o jabaculê foi institucionalizado naquela emissora -- "favor" que muitos devem a ele.
Hélio Calixto da Costa começou sua carreira em Barbacena. Seu primeiro emprego na capital do estado foi justamente na Rádio Itatiaia. A partir daí, a carreira decolou. Ficou famoso como correspondente da Globo nos Estados Unidos, onde permaneceu até a véspera da Assembléia Nacional Constituinte. Eleito deputado com mais de 115 mil votos, começou uma prodigiosa ascensão política. Tornou-se um político tão popular que obteve o mandato de senador com 3.569.376 votos em 2002. Foi alçado ao ministério do governo Lula há quase três anos. Virou um ministrão, o homem da TV digital -- muito embora seu antecessor tivesse deixado quase tudo pronto.
Ao longo desse caminho, entre a redação da Itatiaia e a Esplanada dos Ministérios, Hélio Costa abandonou o sobrenome do meio e perdeu completamente o respeito pela condição de jornalista, que está na gênese do político em que se transformou.
Imagino que Hélio Costa deve, um dia, ter pelo menos lido o Código de Ética e seguido seus preceitos. Mas observando deste ponto de sua história é difícil imaginar o jornalista Hélio Costa no ministro Hélio Costa. É fato inquestionável que o senador (ele era senador quando esse "sistema" começou) abrigou jornalistas em seu gabinete com o propósito de retroalimentar seu esquema político. Distribuiu o jabaculê, arquitetou as sinecuras que hoje são denunciadas -- e para as quais até agora não houve resposta.
Foi ele quem contratou a mulher do diretor de jornalismo da emissora, que deve ter sido seu contemporâneo, para um emprego fantasma em Brasília. Foi ele quem criou uma cota de vagas em seu gabinete para as correspondentes da emissora na Capital da República. E com certeza foi ele quem determinou ao suplente Wellington Salgado, que muitas vezes atua apenas como seu preposto, que mantivesse a fatasmagoria ativa.
Pois hoje Hélio Costa é ministro das Comunicações. É o homem que manda na radiodifusão brasileira. É o cara das concessões, do marco regulatório, é quem decide tudo o que é importante para os radiodifusores brasileiros. Em que condição ele se apresenta perante os outros radiodifusores, uma vez que privilegia com benesses públicas um dos concessionários em detrimento de todos os seus concorrentes?
Hélio Costa, o ministro, é um homem que tem uma profunda relação com o Reino de Hades em que Brasília se transformou. Dependurou fantasmas onde pôde. Do filho aos funcionários da sua própria emissora, passando pelo diretor de jornalismo da Itatiaia e pelos correspondentes da emissora. Mas nada disso parece ter qualquer importância no pragmático universo em que a política se transformou. "Subjetividades" como respeito ético, respeito ao bolso do contribuinte, respeito à dignidade dos ex-colegas de profissão não têm lugar nesse ambiente deletério.
Por essa metamorfose, que transformou um jornalista respeitável em um político tosco, Hélio Costa talvez encarne hoje o melhor protótipo do que um profissional da imprensa não pode ser. Sem medo de errar, sou capaz de apostar que o repórter Hélio Costa ficaria constrangido e ofendido com as "facilidades" que o ministro Hélio Costa anda distribuindo por aí.
Escrito por Fábio Pannunzio Sex, 26 de Junho de 2009 16:33

Presidente do Sindicato dos Jornalistas de MG condena práticas da Itatiaia.

O presidente do Sindicatos dos Jornalistas de Minas Gerais, Aloísio Morais Martins, repudiou hoje as práticas da Rádio Itatiaia que vêm sendo denunciadas por este Blog. Aloísio ainda não se reuniu com os demais diretores para discutir o problema. Mas, afirmou, na seção de comentários do Blog, que "pessoalmente - já que a questão ainda não foi discutida com a diretoria do Sindicato -, logicamente repudio a iniciativa tomada pela Rádio Itatiaia, com a conivência ou não do profissional de jornalismo".
Segundo ele, o respeito à ética é objeto de preocupação constante por parte do sindicato. "As coisas hoje estão melhores. No passado, chegamos a identificar um mesmo jornalista com nove empregos", disse ele ontem, por telefone. Ainda sobre a Itatiaia, Martins afirmou que "o caso é uma afronta à ética e ao bom jornalismo. Práticas como essa devem ser expostas e condenadas por todos para que se dê um fim a elas. Tenho certeza de que esta também é a posição dos demais membros da diretoria do Sindicato".
Escrito por Fábio Pannunzio Sáb, 04 de Julho de 2009 02:59

Jornalistas de MG: 15 dias de silêncio vergonhoso

Há exatos 15 dias este Blog iniciou uma série de reportagens que tinha como objetivo denunciar um esquema de aliciamento de jornalistas de Minas Gerias por políticos com mandato federal. O esquema, como ficou demonstrado, consistia na contratação, para empregos fantasmas, de correspondentes que atuam em veículos privados.
O Blog demonstrou que pelo menos três repórteres da Rádio Itatiaia, a maior cadeia de emissoras daquele estado, estão ou estiveram lotadas nos gabinentes dos senadores Hélio Costa (PMDB-MG, atual ministro das Comunicações), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG). E o que é mais grave: o diretor de jornalismo da emissora mantém a própria esposa pendurada numa sinecura no gabinente de Wellington Salgado desde 2003.
As reportagens tiveram uma enorme repercussão na internet. Foram reproduzidas em centenas de sites e geraram um fluxo de comentários espetacular. Todos os leitores condenaram a prática, que em outros tempos era conhecida pelo nome pejorativo de "jabaculê".
Fora do ambiente dos blogs, no entanto -- e a despeito de não ter havido nenhum desmentido --, o assunto foi simplesmente desconhecido. Os jornais de Minas não foram capazes de dar uma linha sequer sobre o assunto. E, pior, não houve uma manifestaçao sequer de desaprovação à conduta aética por parte das entidades que representam a categoria. O único sindicalista que expressou sua opinião, ainda que em caráter pessoal, foi o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.
Ocorre que nem o site do sindicato mencionou o problema. O silêncio, incômodo para todos os jornalistas éticos e honestos de Minas e do restante do país, gerou uma onda de inconformismo. Num momento em que a credibilidade da imprensa, como instituição, está em xeque, o absenteísmo cheira a cumplicidade.
É lamentável que isso tenha acontecido. Fica cristalizada a suspeita de que há um processo de institucionalização do jabaculê, inaceitável para quem exerce a profissão com um mínimo de dignidade.
A maior parte dos jornalistas de Minas Gerais segue rigorosamente todos os postulados éticos que regem a profissão. São estes os maiores prejudicados pela indignação que não houve, pela censura que não veio e pela ausência dolosa de discussão sobre um problema que não afeta apenas jornalistas -- afeta principalmente o público leitor, que é o grande prejudicado por essa simbiose entre políticos de baixa qualidade e jornalistas oportunistas.
Felizmente muitos colegas se prontificaram a fornecer informações que confirmam a disseminação dessa prática espúria. Elas estão sendo rigorosamente checadas e, uma vez confirmadas, serão prontamente publicadas por este Blog.
Escrito por Fábio Pannunzio Qui, 09 de Julho de 2009 09:23

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