14/02/2012 - 17h44
Dilma avisa a aliados que não aceitará uso da
máquina em eleição
MARIA CLARA CABRAL
MÁRCIO FALCÃO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
MÁRCIO FALCÃO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Segundo deputados e senadores, Dilma também avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que ela, pessoalmente, deve se afastar das disputas. A posição foi tomada após conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer evitar problemas com partidos da base aliada.
Durante o recado da presidente, um deputado chegou a brincar: "isso vale para o Lula também?". Dilma não respondeu e seguiu com o relato.
"O governo não quer se meter e nem vai aceitar o uso da máquina nas eleições", resumiu o líder do PT, Jilmar Tatto (SP). "Ela deu o recado de que as eleições não podem dividir a base aliada e que não permitirá que a base seja usada para beneficiar qualquer partido", explicou o ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi.
A principal preocupação do presidente Lula é que a disputa de São Paulo influencie na aliança nacional entre PT e PMDB. Na capital do Estado, os dois partidos contam com candidatos considerados fortes: Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).
Ainda no encontro na manhã desta terça-feira, a presidente fez questão de bater na tecla da importância da gestão em serviços públicos. Segundo participantes, ela usou a expressão "o olho do dono que engorda o gado" para justificar as viagens que fará pelo país fiscalizando obras.
A presidente também avisou que pretende fazer, a partir do mês que vem, encontros separados com as bancadas partidárias. A ideia é fazer uma aproximação de todos os deputados e senadores, não só dos líderes, para facilitar a aprovação de projetos considerados essenciais, como o Código Florestal, Lei Geral da Copa e a proposta que cria o fundo de previdência complementar do servidor público.
SEGURANÇA
Durante a reunião, a presidente também foi questionada sobre a possibilidade de votação da emenda constitucional que cria um piso salarial para policiais e bombeiros de todo o país. Um deputado chegou até a perguntar sobre a possibilidade de criação de um Ministério da Segurança, ideia veementemente negada pela presidente.
Segundo participantes, Dilma disse que a questão dos salários dos policiais e bombeiros tinha que ser tratada em uma conversa com os governadores.
EMENDAS E CORTES
Apesar da presença do ministro Guido Mantega (Fazenda), o corte no orçamento e nas emendas dos deputados e senadores foram mencionados apenas depois de questionamento do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).
Mantega não deu detalhes sobre os cortes, mas disse que eles são necessários e os valores devem sair nos próximos dias. Falou ainda que as promessas feitas, no ano passado, com relação as emendas serão cumpridas e um cronograma de liberação também deve ser apresentado em breve.
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