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-Dumas, Alexandre-
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“Que louco eu fui de
não ter arrancado meu coração no dia em que jurei me vingar! “ Conde de
Monte Cristo
Um clássico da literatura, que mexe
com a imaginação e a sensibilidade de milhões e milhões de leitores, há mais de
150 anos, ganha finalmente a edição brasileira que merece: em caixa com dois
tomos, ilustrado com 170 gravuras de época e enriquecido por mais de 500 notas
explicativas. O romance constrói um suspense atrás do outro, numa sequência de
peripécias de tirar o fôlego — traições, denúncias anônimas, tesouros
fabulosos, envenenamentos e vinganças. Publicado originalmente na forma de
folhetim entre 1844 e 1846, dois anos depois já circulava em diversas línguas
sob a forma de livro, numa carreira vertiginosa que só encontra paralelo na
saga de Os três mosqueteiros, outro best-seller de Alexandre Dumas. E nesse
emocionante jogo de aventuras, simulações, duplas identidades e todo tipo de
inteligentes peripécias, “O conde de Monte de Cristo”, em moderna edição e de
acordo com a nova ortagrafia, volta para acertar suas contas com leitores de
todo o Brasil.
'Alexandre Dumas se diverte… como
uma lanterna mágica. ... O amor conserva a decência, o fanatismo é alegre, os
massacres fazem sorrir.' Gustave Flaubert
Quando jovem e tive a oportunidade
de ter em mãos a obra imortal de Alexandre Dumas, confesso que “O Conde de Monte Cristo” me
impressionou de forma tão extraordinária que, durante alguns dias não consegui
interromper a leitura das 1.745 páginas (67 capítulos da primeira parte, mais
50 capítulos da segunda parte –“A Mão do Finado” e mais 32 capítulos do epílogo
“A Casa de Gelo”, daquela primorosa edição de 1967, da Lello & Irmão
Editores, uma empreitada que levei a termo quase em único fôlego, num final de
semana em que não preguei os olhos, dedicando-me, encantado, exclusivamente em
chegar ao fim daquela imensa trama de tanto desafio e impressionante realidade, numa narrativa da
mais perfeita imaginação, a qual considero sem precedentes na literatura
mundial.
Depois da primeira leitura, também
tive acesso a outras versões, adaptadas e ilustradas, assim como pude assistir
a filmes de diferentes produções, em épocas diferentes, inclusive uma de
desenho animado, todas que muito enriqueceram o meu entendimento sobre aquela
obra, à qual sempre me recorro como uma das melhores e mais completas leituras,
tanto para entretenimento como para exercitar técnicas de aprimoramento
literário, buscando nessa obra a mais edificante gama de recursos e de
ferramentas disponíveis no contexto da Literatura universal.
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Resumo do livro "O Conde de Monte Cristo"
O Conde de Monte Cristo
Alexandre Dumas, pai
Esse resumo foi retirado do site:
http://www10.brinkster.com/ricardomoraes/pt/res/resconde.htm
A história se passa na França, nas primeiras décadas do século XIX. O jovem e belo marinheiro Edmond Dantès acaba de retornar de uma viagem a bordo do Faraó. O proprietário do Faraó, sr. Morrel, corre ao porto para ver o navio. Ele descobre que o capitão do navio havia morrido durante a viagem e que Dantès tinha assumido o posto com admirável capacidade. Assim, ele planeja fazer oficialmente Dantès o próximo capitão do navio.
O futuro de Dantès é promissor. Sua situação financeira será
bastante melhorada, assim como a do seu pai. Além disso, Dantès tem planos para
se casar com a bela Mercedes, que estava aguardando o seu retorno do mar com
grande ansiedade e amor.
Entretanto, Dantès não irá ter a chance de realizar esse
brilhante futuro. Seu sucesso tinha criado três inimigos, que se juntam para
conspirar contra ele. São eles Danglars, Fernando Mondego e Caderousse.
Danglars se tornará o capitão do Faraó se Dantès
for removido; Fernando aspira ganhar o amor de Mercedes; e o alfaiate
Caderousse é um invejoso vizinho de Dantès. Eles escrevem uma carta anônima
acusando Dantès de participar de uma conspiração bonapartista - algo bastante
perigoso, pois os realistas estão no poder na França.
Talvez a conspiração não tivesse sido tão bem sucedida se a
denúncia não tivesse caído nas mãos do promotor público, Sr. de Villefort. Este
homem nada tem de pessoal contra Dantès, mas mesmo assim faz com que Dantès
seja encarcerado como um perigoso criminoso. Sua política contra os
bonapartistas tem que ser extremamente rigorosa para contrabalançar a reputação
de seu pai, um notório bonapartista. Villefort é paranóico sobre este fato,
temendo que sua carreira possa ser prejudicada no governo realista. Assim, ele
lança Dantès, um homem inocente, nas masmorras do Castelo de If, prisão da qual
ninguém consegue escapar.
O regime político muda, mas Dantès é esquecido. O sr. Morrel
tenta libertá-lo, mas sem sucesso. Na prisão, Dantès perde a esperança e decide
morrer de fome. Por sorte, o prisioneiro da cela vizinha estava escavando um
túnel para fugir e, por erros de cálculo, acaba saindo na cela de Dantès por
engano. O prisioneiro, Abade Faria, é um homem muito culto e torna-se amigo de
Dantès. O Abade ensina a ele todo o seu vasto conhecimento sobre literatura,
ciências e idiomas. Ele também revela a Dantès a localização de um tesouro
imenso na ilha de Monte Cristo, na esperança que Dantés possa recuperar esse
tesouro caso consiga fugir. Quando o Abade morre, Dantès troca de lugar com o
cadáver e se fecha no saco que havia sido preparado para o sepultamento no mar.
O saco é lançado para o mar sem que percebam a troca e Dantès se vê finalmente
livre, depois de catorze anos de cativeiro. Ele sai do saco com a ajuda de uma
faca que trazia consigo, e, depois de algum tempo, é resgatado do mar por um
barco de contrabandistas italianos.
Dantès agora tem uma única razão para viver: se vingar
daqueles que haviam destruído a sua vida. Ele se torna contrabandista por algum
tempo, e finalmente tem a oportunidade de recuperar o tesouro do Abade Faria.
Dantès irá usar esse tesouro para preparar a derrocada dos quatro homens que o
aprisionaram. Dantès, agora o Conde de Monte Cristo, irá preparar
cuidadosamente sua vingança, pois ele aprendeu a virtude da paciência, e a sua
vingança será mais apreciada se ela for o mais completa possível.
Assim, Monte Cristo se prepara pelos dez anos seguintes,
aprendendo todos os detalhes sobre o passado dos seus inimigos. Ele também
reúne um grupo de servidores que estão em débito eterno para com ele. Usando a
sua imensa fortuna, ele compra a liberdade de homens como Pepino. Luigi Vampa,
o grande bandido italiano, também deve favores ao Conde. Todos esses homens
devem suas vidas ao Conde e irão provar serem indispensáveis aos seus planos de
vingança.
Antes de botar seus planos em prática, entretanto, o Conde
recompensa a única família que permaneceu leal a ele. Ele salva a firma Morrel
do desastre financeiro doando anonimamente para a família um diamante e um novo
navio.
Agora, o Conde está pronto para iniciar sua vingança, que
ele considera como um ato de justiça divina. Ele entra na sociedade parisiense
através da amizade com Albert de Morcerf, o filho do Conde e da Condessa de
Morcerf, que são respectivamente Fernando Mondego e Mercedes. Albert também o
apresenta formalmente a Danglars e Villefort. Entretanto, nenhum deles o
reconhece, pois o consideravam morto há muitos anos. A única a reconhecer
Dantès é Mercedes, mas ela não revela sua identidade a ninguém.
Todos os inimigos de Monte Cristo são homens muito ricos e
importantes, formando o centro da vida social e política de Paris. A chegada de
Monte Cristo em Paris causa uma grande sensação, pois sua fortuna é imensa. De
fato, todos estão ansiosos a se associar com este grande homem, o que é
excelente para os planos de Monte Cristo.
O Conde, disfarçado como um abade, procura Caderousse e o
encontra ainda como um homem pobre e ressentido. Ele dá a Caderousse um
diamante, mas sabe que isto somente causará problemas para o alfaiate, pois sua
ganância é grande demais para que ele se satisfaça com tão pouco. Na verdade, o
diamante é parte da lenta punição de Caderousse. Em pouco tempo, o alfaiate
começa a decair. Ele mata um joalheiro, depois mata a própria esposa e acaba
sendo jogado na prisão. Monte Cristo, disfarçado como o rico Lorde Wilmore,
ajuda Caderousse a fugir da prisão. Caderousse então tenta roubar o Conde,
ainda sem saber que ele é Dantès. Durante essa tentativa de roubo, o alfaiate é
mortalmente ferido pelo seu cúmplice, Benedetto. Enquanto Caderousse agoniza, o
Conde sussurra sua identidade no seu ouvido. Caderousse clama pela piedade de
Deus antes de morrer.
Fernando Mondego tornou-se um herói militar ajudando os
gregos a se libertarem dos turcos, ganhando como conseqüência uma grande
fortuna e o título de Conde de Morcerf. Ele tinha se casado com Mercedes, que
tinha perdido toda a esperança de rever Dantès e que nada sabia da participação
de Fernando na prisão do seu amado. Monte Cristo destrói Mondego ao revelar
para toda a sociedade parisiense a sua conduta militar traiçoeira. O Conde
apresenta uma jovem chamada Haydée, que ele havia comprado como escrava e
libertado. Ela declara que era a filha de Ali, o paxá de Medina, que tinha sido
o benfeitor de Mondego. Mas ele tinha traído e assassinado Ali, entregue sua
cidade aos inimigos turcos, e vendido sua esposa e sua filha como escravas. A
notícia se espalha e Morcerf fica arruinado. Pouco depois, Mercedes e Albert o
abandonam, e Morcerf termina se suicidando.
O Sr. de Villefort tinha se casado duas vezes, tendo uma
filha do primeiro casamento, chamada Valentina, e um filho do segundo
casamento. O Conde destrói Villefort através de um jovem chamado Andrea
Cavalcanti, que ele introduz na sociedade parisiense. Benedetto, aliás
Cavalcanti, é o filho de Villefort com a sra. Danglars. Muito tempo atrás,
Villefort tinha tentado sepultar vivo o recém-nascido, mas Bertuccio, agora
servo de Monte Cristo, tinha desenterrado o bebê, salvando-o. O crime de
Villefort é revelado num tribunal, uma vez que Cavalcanti está sendo julgado
como um prisioneiro fugitivo. Assim, Villefort é destruído. Sua segunda esposa
é tão traiçoeira quanto ele, pois ela tinha envenenado toda a família de
Villefort para que seu filho pudesse herdar uma grande fortuna. Monte Cristo
tinha salvado a vida de Valentina dando-lhe um antídoto, pois Maximiliano
Morrel, filho do sr. Morrel, estava apaixonado por ela. Villefort acaba
enlouquecendo.
Danglars tinha se tornado num rico banqueiro. Ele tem uma
esposa e uma filha. Sua esposa é nobre por nascimento, mas quando se casou com
Danglars ela era considerada uma mulher de má reputação. O Conde destrói
Danglars abrindo crédito de seis milhões de francos com ele. O dinheiro vem
numa excelente hora, pois Danglars estava em dificuldades financeiras. No
entanto, subitamente Monte Cristo pega um empréstimo de cinco milhões em
dinheiro. Isto faz com que Danglars não consiga mais manter a sua firma. Ao mesmo
tempo, o Conde tinha arranjado o fracasso de um contrato de casamento entre a
filha de Danglars e Andrea Cavalcanti. Como resultado, a filha de Danglars
tinha fugido de casa. Uma vez que Danglars estava mantendo um casamento de
aparências há anos, ele não tem mais nada que o prenda a Paris. Assim, ele foge
para a Itália, mas o Conde o segue até lá.
Danglars resgata seus cinco milhões de francos da firma de
Monte Cristo na Itália. Assim que ele recebe o dinheiro, bandidos ligados ao
Conde raptam Danglars e o mantém prisioneiro. Os bandidos o arruínam, exigindo
somas exorbitantes por pequenas quantidades de comida. Danglars fica
rapidamente sem nada e seu cabelo fica totalmente branco durante seu breve
cativeiro. Monte Cristo não deixa de informar Danglars sobre sua verdadeira
identidade.
Assim, a vingança do Conde agora está completa. Todos os
seus inimigos tinham sido castigados de forma lenta, conforme ele desejava.
Monte Cristo tem um último encontro com Mercedes. Ela diz que irá entrar para
um convento e levar uma vida de orações. Quanto a Albert, ele partiu sob o nome
de solteira da sua mãe para reconstruir seu futuro no exército.
Como sua obra estava terminada, o Conde de Monte Cristo
precisa partir. Depois de deixar a maioria dos seus bens para Maximiliano
Morrel e Valentina, aos quais ele deseja toda a felicidade e um amor eterno,
ele parte num navio com Haydée, seu novo amor, em busca do seu próprio futuro.
Alexandre Dumas,
pai (Villers-Cotterêts,
24 de julho de 1802
— Puys, 5 de dezembro de 1870)
foi um romancista francês. Seu nome de batismo era Dumas Davy de la
Pailleterie. Nasceu na região de Aisne,
próximo a Paris. Era neto do marquês Antoine-Alexandre
Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo)
negra, Marie Césette Dumas. Seu pai foi o General Dumas, grande figura militar
de sua época.
Alexandre Dumas, pai, escreveu
romances e crônicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação
do público francês e de outros países nos idiomas para os quais foram
traduzidos. Alguns destes trabalhos foram:
·
O Visconde de
Bragelonne (Le Vicomte de Bragelonne, 1847)
- (do qual faz parte O Homem Com
a Máscara de Ferro)
Seu trabalho como escritor lhe rendeu
muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por conta de seu alto gasto com
mulheres e de seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que
construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam
de sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não
foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, Napoleão III, e em 1851
Dumas teve que ir embora para Bruxelas para fugir de
seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era
a segunda língua falada e suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia
antes de se mudar em busca de aventuras e inspiração para mais histórias. Em
março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II
como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas se envolveria na luta pela
unificação da Itália, retornando a Paris em 1864.
Apesar do sucesso e das ligações
aristocráticas de Alexandre Dumas, sua vida sempre foi marcada por ser mulato.
Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges,
que chamava atenção para alguns aspectos raciais e para os efeitos do
colonialismo. Apesar disso, atitudes racistas contrárias à sua posição legítima
na história da França ainda bem depois de sua morte, 5 de dezembro de 1870.
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