SINUCA DE BICO - Estou, de fato, diante de uma enrascada. O fato é que recebi um telefonema de uma antiga e grande amiga que é educadora muito conceituada e pela qual tenho grande respeito e admiração, pelo reconhecido trabalho que ela desenvolve junto da Escola Estadual de sua tradicional cidade, como professora de língua portuguesa e literatura. A princípio fiquei assustado diante do que ela me expôs e que, em seguida me solicitou.
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Mesmo que indeciso, com muitas dúvidas sobre as providências que deverei adotar, confesso que a surpresa do inusitado diálogo resultou, para mim, uma grande satisfação, considerados dois sentidos. O primeiro deles é o que me leva à constatação de que meus textos e postagens estão servindo para alguma coisa. Em segundo lugar, é o fato de que as ideias que divulgo estão provocando diversas reações em meus leitores.
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Na referida conversa, a minha amiga me confessou que tem utilizado das minhas postagens, pelo FACEBOOK, para incentivar a leitura de seus alunos, encaminhando-os aos livros por mim indicados, no que ela tem observado uma excepcional procura pela biblioteca, assim como são visíveis os positivos reflexos no aproveitamento de cada aluno, na produção de seus trabalhos e no interesse que todos têm demonstrado pela busca de informações sobre os mais diferentes assuntos que eu abordo em minhas publicações diárias.
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Até esse ponto, realmente a minha vaidade me levou à sensação de prestígio e a me fez sentir valorizado nesse despretensioso projeto, onde reconheço as minhas limitações de ordem pedagógica e carência de recursos acadêmicos, mas no qual procuro demonstrar, com responsabilidade e objetividade, meus pensamentos, minha visão sobre a realidade atual, minhas sugestões, propostas e objetivos.
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Amigos e companheiros têm todo direito de elogiar, de criticar, de sugerir, de divergir e, até mesmo, de se indignar e protestar, desde que de forma civilizada, elegante e cidadã.
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A sinuca de bico, porém, veio logo a seguir, quando minha amiga, depois dos diversos elogios, me solicitou, quase que me exigindo, que deixasse de veicular - nesse espaço - qualquer referência às questões políticas, principalmente àquelas com críticas diretas aos governos petistas, de vez que ela, embora me considerasse grande amigo, não tem concordado com meu posicionamento de oposição ao atual regime, pelo que ela não admite, classificando a minha atuação como um "perigoso viés de proselitismo, inadequado ao seu trabalho como educadora".
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Enquanto penso no assunto, naturalmente que não deixarei de exercer os meus direitos de cidadania e vou relevar, muito contrariado, a tentativa de censura, o que aliás, infelizmente, muito me magoa pela sua procedência em alguém que gostaria de identificar uma pessoa justa, sábia, zelosa, como educadora que é, de quem jamais poderia esperar que se enveredasse por esse lamentável viés autoritário e ideológico que não fica bem nessa mesa de jogo sincero e democrático.
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