sábado, 7 de março de 2009

Poder político institucional continua masculino



As mulheres não terão muito o que comemorar no próximo dia 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher. Pelo menos, no que diz respeito à participação política. Um estudo do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) revela que, na democracia representativa no Brasil e no mundo, o poder político institucional continua sendo masculino, assim como branco, heterossexual, cristão, urbano e proprietário.

Em todo o mundo, há somente 17,2% de mulheres legisladoras. Nas Américas, a porcentagem aumenta um pouco alcançando 19,5%. As Nações Unidas estimam que, se continuar no atual ritmo, a igualdade de participação entre os sexos em casas legislativas só será concretizada em cem anos. Dados da União Inter-parlamentar mostram que o Brasil possui 8,7% de deputadas federais, posicionando-se em 146º num ranking de 192 países e em penúltimo lugar na América do Sul.

A avaliação da representatividade da mulher na política, realizada pelo Cfemea, analisou o processo eleitoral encerrado no final de outubro de 2008. As mulheres formavam a maioria do eleitorado, com 51,73%. No entanto, foram minoria tanto como candidatas è prefeita, vice-prefeita e vereadora quanto como eleitas a esses cargos.

Em nível nacional, 21,36% dos 377.733 candidatos eram mulheres que concorreram à prefeitura, à vice-prefeitura e à câmara de vereadores. Dessa porcentagem, foram eleitas 6.508 vereadoras e 504 prefeitas. A análise ressalta que nenhum dos 27 partidos cumpriu a Lei 9.504/97, que reserva um percentual mínimo de 30% das vagas de candidatura ao sexo minoritário.

O estudo evidencia ainda que a faixa etária predominante dos(as) candidatos(as) estava entre 45 a 59 anos, o que pode estar associado aos ciclos de vida da mulher e às conseqüências da divisão sexual do trabalho. As mulheres têm como barreira o fato de muitos homens com carreiras políticas consolidadas conseguirem facilmente se reeleger.

"A possibilidade de reeleição é um fator de conservação da composição de gênero/ geração e um obstáculo à renovação da Câmara de Vereadores, prejudicando as mulheres que buscam ingressar na assembléia. Entre outros motivos, é por isso que as mulheres demoram mais para construir uma carreira política: 52% das deputadas federais têm entre 45 e 59 anos, por exemplo, em oposição aos 48% de legisladores homens", afirmam.

 



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geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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