Gosto muito de ler e apreciar a Bíblia, tendo os seus textos como verdadeira inspiração Divina. Não tomo o seu conteúdo, porém, ao pé da letra e me entristeço quando escuto as mais diferentes heresias que se criam a partir de entendimentos formados, ao belprazer, por leitores despreparados e incautos que se dizem fieis, cristãos, católicos, evangélicos, protestantes, crentes, padres, pastores, bispos, profetas, obreiros ou muitos outros que se arvoram de santos e auto-denominam como "ungidos" de Deus, decoram alguns versículos e se apresentam engravatados ou paramentados com o livro-preto debaixo do sovaco.
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Respeito todas as religiões, mas a minha formação cristã, segundo o Catecismo da Igreja Católica, vem possibilitando a minha resistência aos embates do proselitismo e o assédio dos paladinos da Fé e não vejo qualquer razão de buscar outros caminhos, mesmo agora depois de ter lido e relido "DEUS, um Delírio" (que em minhas convicções nada afetou) e de ter feito périplos pela "EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES", ao sabor do modismo Darwiniano que se prospera sob os holofotes do bi-centenário de seu incrível e admirável pensador e mestre, que em mim, embora sua inspiração materialista, renovou e fortaleceu a crença no Deus único e verdadeiro que eu adoro adorá-lo, pois é Ele queme guarda, me ilumina e me guia.
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Não discuto dogmas; não tenho medo de excomunhão e não vejo sentido algum escondermos de Deus, que tudo sabe, tudo pode e tudo vê; para mim, o Deus que acredito é o que se faz nítido através dos ensinamentos e dos exemplos de Jesus Cristo; tenho em minha cabeceira a Bíblia Sagrada, todas as encíclicas já publicadas, o catecismo e os Evangelhos Comentados, todas estas publicações convivendo pacificamente com o Alcorão, a Torá, os livros Kadercistas, as "Sutras Sagradas" do Budismo e uma centena de Grandes Pensadores, sábios e maravilhosos que, cada um a sua maneira iluminado, apontam-me o sentido da inteligência, da sabedoria, da santidade, da onipotência, da onisciência e do eterno poder da Única Natureza Não Criada que concebeu e criou todas as demais criaturas.
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Minha crença talvez seja simplória, mas a mim me basta: Jesus Cristo é o Filho de Deus, cujo Espírito Santo é Luz, Calor, Alimento e Bálsamo do Mundo. O Filho de Deus, ao se fazer Criatura Humana, no objetivo de redimir a nossa raça e indicar-nos a trilha de uma Vida Melhor, escolheu uma Mulher para ser a sua Mãe e nela acredito piamente como a nossa Advogada Celeste e Principal Intercessora, entre todos os demais Santos, que faz chegar ao Filho Divino, com segurança, presteza e garantia de entrega e de resultados, as nossas preces, orações, pedidos, agradecimentos e louvores.
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Quanto ao Céu, aos infernos, ao Purgatório e ao Limbo, assim quanto à existência líquida, etérea e certa dos Anjos, Arcanjos, Querubins, Santos, Diabos, Espíritos Malignos, Almas e Fantasmas, além dos duendes, ogros, fadas, sacis, ninfas e outras fantasias, a cada um destes seres poderosos atribuo um valor, segundo a escala do meu propósito, humor e interesses.
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Na minha liturgia diária, celebrada no altar de minha razão, agradeço a Deus pela Vida e pela existência de todos e de tudo o que me rodeia, inclusive pela graça de ter nascido como um criatura inspirada à sua imagem e semelhança, o que também não discuto, de vez que é bem certo o fato de que ninguém, em sã consciência, sabe onde fica o paraíso, qual é o norte das virtudes e qual seria a cor dos Olhos de Deus, o que apenas podemos imaginar, sonhar e ter a esperança de conhecer, se algum dia merecermos chegar lá no seu Reino de Delícias.
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Viva, pois, a inspiração do Padre Zezinho e espero firmemente que o Crente citado no arquivo em anexo tenha aprendido a sábia e caridosa lição!
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Três coisas respeito e delas faço apologia:
1° - A Santíssima Trindade;
2º - A Sagrada Família;
3º - As três autoridades que vestem saias: Mulher, Juiz e Padre.
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Minha santa vovó já dizia: com padre não se brinca; o mestre Brás, por sua vez, asseverava: cuidado com os santos, pois eles podem virar o Diabo! E este, sendo vivo e esperto que nem o "cão chupando manga", corre de medo somente ao sentir o tropel de uma mulher, pois foi justamente uma delas, vestida de nuvens e tendo como trono todos os astros e estrelas, que lhe subjulgou com o calcanhar e lhe enfiou buraco abaixo, com todas as astúcias malignas, pelo orco do mundo, lugar sombrio onde vive a roncar, estremecer, chorar e sofrer de inveja das maravilhas da Terra.
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post scriptum-
Falei de arcanjos, anjos e querubins e esqueci-me dos "serafins". É que lá no orco do Jequitinhonha, nas Terras do Fanado, onde nasci, existem muitos: um deles é Cardeal; um outro é sempre o Nicodemos no Descendimento da Cruz; tem também lá, onde todos bem viviam, um desses Emissarios do Trono que era muito safado e que fazia, mesmo na Semana Santa, o papel de Zé de Arimateia mas, na verdade, não passava de um falso profeta menor, em todas suas horas que eram vagas de carpinteiro, cuja filosofia se baseava no princípio e no fim de que, segundo ele próprio pregava e despregava, que os quatro profetas mais velhos eram apenas três: Levy e Isaias. Quanto a estes, que se resumimam na figura de Beleléu, o herdeiro predileto de Matuzalém, muito teria a falar sobre a santidade deles todos, o que vai ficar para outra oportunidade, talvez para depois da quaresma, pois durante este santo período de penitências continua sendo pecado mortal o defeito de mentir, o que, de acordo com David, irmão mais velho deles todos, esta é uma sacrossanta e incontestável verdade.
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