quinta-feira, 20 de agosto de 2015

SALÁRIOS ABSURDOS DOS JUÍZES





Texto do Marco Antonio Villa sobre os absurdos no Brasil. O Rio Grande do Sul já faliu.  A julgar pelo exemplo a seguir, o Brasil é a bola da vez.  Vai quebrar como a Grécia e outros que para lá estão caminhando.  É só questão de tempo.
SUPERIOR TRIBUNAL DE inJUSTIÇA - o descalabro com o nosso imposto

 A empobrecida e desmoralizada Grécia começou assim há dez anos.
Hoje está totalmente quebrada e colocam a culpa nas nações sérias  e organizadas que fizeram a besteira de sustentar o descalabro grego durante tantos anos.
Um jardineiro grego funcionário concursado do governo, recebia a nobre incumbência de cuidar de um jardim de 12m2. Para tanto subcontratava outros quatro gregos para auxiliares, todos funcionários comissionados e com belos salários, sempre com o aval e as bênçãos dos sucessivos governos e do povo grego que achava tudo muito interessante e justo.
Então porque o STJ com 33 ministros, não pode ter 2840 funcionários concursados, mais 1573  comissionados?
Não duvidem: o Brasil será a Grécia amanhã. Para aceitar esta afirmativa, imperdível o levantamento, logo abaixo!

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Publicado em O Globo
MARCO ANTONIO VILLA
 O Superior Tribunal de Justiça, que se auto intitulou “Tribunal da Cidadania”, foi uma criação da Constituição de 1988. 
É formado por 33 ministros. 
O STJ recebe pouca atenção do grande público.
O Supremo Tribunal Federal acaba ocupando todos os espaços.
Uma designação de um ministro para o STJ passa geralmente em branco; já o mesmo não ocorre com o STF. 
Em 2011 e 2013, examinei os gastos do STJ e fiquei estarrecido. 
O curioso é que todos os dados aqui apresentados estão disponíveis no site do STJ, mais especificamente no Portal da Transparência.
O último relatório de gestão anual disponibilizado é de 2013.
Os dados são estarrecedores. 
O orçamento foi de R$ 1.040.063.433,00! 
Somente para o pagamento de aposentadorias e pensionistas foram despendidos R$ 236.793.466,87, cerca de um quarto do orçamento.
Para os vencimentos de pessoal, foi gasta a incrível quantia de R$ 442.321.408,00. 
Ou seja, para o pagamento de pessoal e das pensões e aposentadorias, o STJ reservou dois terços do seu orçamento. 
Setembro é considerado o mês das flores. 
Mas no STJ é o mês do Papai Noel. O bom velhinho, três meses antes do Natal, em 2014, chegou com seu trenó recheado de reais. 
Somente a dois ministros aposentados pagou quase 1 milhão de reais. Arnaldo Esteves Lima ganhou R$ 474.850,56 e Aldir Passarinho, R$ 428.148,16 — os dois somados receberam o correspondente ao valor da aposentadoria de 1.247 brasileiros. 
A ministra Assusete Dumont Reis Magalhães embolsou de rendimentos R$ 446.833,87, o ministro Francisco Cândido de Melo Falcão de Neto foi aquinhoado com R$ 422.899,18, mas sortudo mesmo foi o ministro Benedito Gonçalves, que abocanhou a módica quantia de R$ 594.379,97. 
Também em setembro, o ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria recebeu R$ 446.590,41. 
Em novembro do mesmo ano, a ministra Nancy Andrighi  - atualmente, presidente do Conselho Nacional da Magistratura - foi contemplada no seu contracheque com R$ 674.927,55, à época correspondentes a 932 salários-mínimos, o que — incluindo o décimo terceiro salário — um trabalhador levaria para receber 71 anos de labuta contínua. 
Nos dados disponibilizados na rede, é impossível encontrar um mês, somente um mês, em que ministros ou servidores — não exemplifiquei casos de funcionários, e são vários, para não cansar (ou indignar?) ainda mais os leitores — não receberam acima do teto constitucional. 
São inexplicáveis estes recebimentos. 
Claro que a artimanha, recheada de legalismo oportunista (não é salário, é “rendimento”), é de que tudo é legal.
Deve ser, presumo. Mas é inegável que é imoral. 
Em maio de 2015, o quantitativo de cargos efetivos era de 2.930 (eram 2.737 em 2014). 
Destes, 1.817 exerciam cargos em comissão ou funções de confiança (eram 1.406 em 2014). 
Dos trabalhadores terceirizados, o STJ tem no campo da segurança um verdadeiro exército privado: 249 vigilantes. 
De motoristas são 120. 
Chama a atenção a dedicação à boa alimentação dos ministros e servidores.
São 4  cozinheiras, 29 garçons, 5  garçonetes e 54 copeiros. 
Isto pode agravar a obesidade, especialmente porque as escadas devem ser muito pouco usadas, tendo em vista que o STJ tem 32 ascensoristas. 
Na longa lista — são 1.573 nomes em 99 páginas — temos pedagogas, médicos, encanadores, bombeiros, repórteres fotográficos, recepcionistas, borracheiros, engenheiros, auxiliares de educação infantil, marceneiros, jardineiros, lustradores e até jauzeiros (que eu não sei o que é). 
Para assistência médica, incluindo familiares, foram gastos, em apenas um ano, R$ 63 milhões de reais e mais R$ 4 milhões para assistência pré-escolar. (?)
Pela quantia dispendida em auxílio-alimentação — quase R$ 25 milhões — creio ser necessário um programa de emagrecimento de ministros e servidores. 
Mas os absurdos não param por aí. 
Somente para comunicação e divulgação institucional foram reservados mais de R$ 7 milhões de reais. 
E não será por falta de veículos que o STJ vai deixar de exercer sua atribuição constitucional. 
Segundo dados de 31 de janeiro de 2015, a frota é formada por: 
57 GM/Omega,
13 Renault/Fluence e
07 GM/Vectra, além de 68 veículos de serviço, perfazendo um total de 146 veículos novos. 
E como são 33 ministros, cada excelência tem, em média, à sua disposição, 4  veículos.
Como foi exposto, há 2.840 efetivos e mais 1.573 servidores que são terceirizados, perfazendo um total de 4.413, que já é um número absurdo para um simples tribunal, apenas um. 
Ah, leitor, não se irrite. Ainda tem mais gente. 
Segundo o relatório anual de 2013 (volto a lembrar que é o último disponibilizado) há mais 523 estagiários. 
Sendo assim, o número total alcança 4.936 funcionários! 
É raro uma Corte superior no mundo com os gastos e número de funcionários do STJ. 
Contudo este não é o retrato da Justiça brasileira. 
Onde a demanda é maior — como na primeira instância — faltam funcionários, o juiz não tem a mínima estrutura para trabalhar e está sobrecarregado com centenas de processos, além de — e são tantos casos — sofrer ameaças de morte por colocar a Justiça acima dos interesses dos poderosos. 
No conjunto não faltam recursos financeiros ao Judiciário. 
A tarefa é enfrentar, combater privilégios e estabelecer uma eficaz alocação orçamentária. 
Este dever não pode ser reservado somente aos membros do Poder Judiciário. 
Ele interessa a toda sociedade.
________________________________________________________ 
Isto pode explicar, em parte, a falta de dinheiro para a saúde e educação. 


Nenhum comentário:

CONFIRA AQUI OS LIVROS DE MINHA BIBLIOTECA FÍSICA

Cursos Online é Cursos 24 Horas

LIVROS RECOMENDADOS

  • ANÁLISES DE CONJUNTURA: Globalização e o Segundo Governo FHC - (José Eustáquio Diniz Alves /Fábio Faversani)
  • ARTE SACRA - BERÇO DA ARTE BRASILEIRA (EDUARDO ETZEL)
  • AS FORÇAS MORAIS - (José Ingenieros)
  • CONTOS - (Voltaire)
  • DICIONÁRIO DE FANADÊS - Carlos Mota
  • DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - (Cervantes)
  • ESPLÊNDIDOS FRUTOS DE UMA BANDEIRA VENTUROSA - (Demósthenes César Jr./ Waldemar Cesar Santos)
  • EU E MARILYN MONROE & O OUTRO- CARLOS MOTA
  • FRAGMETOS - (Glac Coura)
  • HISTÓRIAS DA TERRA MINEIRA - (Prof. Carlos Góes)
  • http://www.strategosaristides.com/2010/12/cronicas-do-mato.html
  • IDAS E VINDAS - (Rosarinha Coelho)
  • MOSÁICO - (Glac Coura)
  • O CAMINHANTE - (José Transfiguração Figueirêdo)
  • O DIA EM QUE O CAPETA DESCEU NA CIDADE DE MINAS NOVAS - (João Grilo do Meio do Fanado)
  • O MITO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - (Celso Furtado)
  • O NOME DA ROSA - (Umberto Eco)
  • O PRÍNCIPE - (Maquiavel)
  • O SEGREDO É SER FELIZ - ROBERTO SHINYASHIKI

ORIGEM DOS ACESSOS PELO MUNDO

Arquivo do blog