'FT': Lava Jato força empresas estrangeiras a abandonar 'jeitinho'
- 16 abril 2015
Empresas
 estrangeiras que adotaram o "jeitinho" brasileiro, recorrendo à 
corrupção para atuar no país, estão sendo forçadas a mudar de estratégia
 e seguir as leis após a Operação Lava Jato, afirma reportagem publicada
 nesta quinta-feira no jornal britânico Financial Times.
O
 jornal diz que, durante anos, empresas estrangeiras "foram 
pressionadas" a pagar propina para acelerar processos regulatórios ou a 
bancar fundos de suborno pago por terceiros para poder competir com 
empresas locais.
Mas
 as revelações da Operação Lava Jato, vistas como uma "vitória no 
combate à impunidade", servem, segundo o jornal, como "o mais claro 
alerta para multinacionais operando no país da necessidade de respeitar 
as regras".
"À
 medida que mais empresas estrangeiras são tragadas pelo escândalo da 
Petrobras, fica claro que multinacionais também não podem mais bancar os
 custos de violar as regras."
A
 reportagem cita empresas estrangeiras suspeitas de envolvimento no 
caso, como a Rolls-Royce, a holandesa SBM Offshore, a Keppel de 
Cingapura e a Sembcorp Marine.
A
 Rolls-Royce afirma que vai tomar as medidas necessárias para garantir 
que as normas sejam cumpridas e a SBM diz que está cooperando com as 
investigações. Já a Keppel e a Sembcorp negaram participação no esquema.
Jeitinho
De
 acordo com a reportagem, no entanto, seguir as leis pode não ser tão 
fácil no Brasil. O jornal afirma que quebrar as regras é um 
comportamento endêmico na sociedade - o "jeitinho" brasileiro.
A
 publicação explica que o "jeitinho" muitas vezes é considerado 
positivo, mas que é particularmente perigoso no mundo do negócios, em 
que as empresas precisam lidar com a burocracia e um complexo sistema de
 taxas.
A
 solução para firmas que operam em mercados emergentes, segundo o 
ex-presidente da Microsoft India Ravi Venkatesan, é investir mais em compliance - fiscalização do cumprimento de regras.
Mas "este é um momento de inflexão para o país", diz Mark Weinberger, presidente da consultoria Ernst & Young, ao jornal.
"As
 empresas estão percebendo que não vale a pena pegar um atalho para 
poder competir em um projeto específico ou oportunidade de negócio 
arriscando sua marca."
 
 
 
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