sábado, 2 de maio de 2015

HISTÓRIA DA DEMOCRACIA BRASILEIRA


A DEMOCRACIA NO BRASIL

A história da democracia no Brasil é conturbada e difícil.

Vencida a Monarquia semi-autocrática e escravista, e após a fase democratizante, mas turbulenta, da República da Espada de 1889-1894, a República Velha conhece relativa estabilidade.

É, porém, a estabilidade oligárquica dos coronéis e eleições a bico de pena, que após 22 entra em crise.

Com frequência sofre o trauma dos estados de sitio, ante movimentos armados contestatórios ou disputas intra-oligárquicas que fogem ao controle, para não falar da repressão a movimentos populares.

A Revolução de 1930 não efetiva sua plataforma de liberalização e moralização política.

Getúlio Vargas fica 15 anos à frente do Executivo, sem qualquer eleição. A ordem constitucional tardiamente instaurada com a Assembleia de 1934 dura apenas três anos. Segue-se em 1937-1945 a ditadura do Estado Novo, com Parlamento fechado, partidos banidos, uma Constituição outorgada e ainda assim desobedecida, censura, cárceres cheios, tortura.

A democratização de 1945 sofre o impulso externo da derrota do nazismo. Internamente não enfrenta maior resistência, até porque o antigo ditador adere a ela, decreta a anistia, convoca eleições gerais, legaliza os partidos. 

A seguir, o golpe de 29/10/1945 e o empenho conservador do general Eurico Dutra impõem-lhe limites. 

O regime instituído pela Constituinte de 1946 é uma democracia formal. As elites governantes da ditadura estadonovista reciclam-se, aglutinam-se no PSD e conservam sua hegemonia. O governo Dutra é autoritário: intervém em sindicatos, devolve o PC à ilegalidade, atira a policia contra manifestações.

• A instabilidade é a outra marca da democracia pós-45

Após o golpe militar de 29/10/1945, vêm os ensaios de ago/1954, nov/1955, ago./1961 e outros menores.

A UDN contesta as posses de Getúlio, JK e Goulart com apelos à intervenção das Forças Armadas. Confirma-se a imagem, criada na Constituinte pelo udenista João Mangabeira, que compara a democracia a "uma planta tenra, que exige todo cuidado para medrar e crescer".

O golpe de 1964 trunca a fase democrática ao derrubar pela torça o presidente comunista João Goulart. 

Pela 1ª vez no Brasil, as Forças Armadas não se limitam a uma intervenção pontual; assumem o poder político enquanto instituição, dando início a duas décadas de regime forte que a esquerda considerou como sendo uma ditadura (segundo os comunistas), "a ditadura militar de 1964-1985" foi  a mais longa e tenebrosa fase de privação das liberdades e direitos em um século de República. Caracterizou-se pelo monopólio do Executivo. pelos generais, o arbítrio, a sujeição do Legislativo e do Judiciário, as cassações, a censura, a repressão militar-policial, a prisão, tortura, assassinato e "desaparecimento" de opositores.) Sua 1a fase, até 68, conserva resquícios de ordem constitucional e impõe certos limites à ação repressiva; a 2a, de 68-78, à sombra do Al-5, leva ao extremo o arbítrio e a repressão; a 3a, crepuscular, é de paulatino recuo, sob os golpes de uma oposição que passa da resistência à contraofensiva.

A consciência democrática surgida na resistência à ditadura introduz um elemento novo na vida política. Pela 1a vez transborda de setores urbanos minoritários para as grandes massas, enraiza-se nos movimentos de trabalhadores das cidades e do campo, estudantes, moradores, intelectuais e artistas, ação pastoral da Igreja, órgãos de imprensa e outras áreas de uma sociedade civil que se organiza. Cria um vinculo em grande parte inédito entre direitos políticos e direitos econômico-sociais, um patamar novo de cidadania, mais abrangente e exigente. Sua expressão mais visível é a Campanha das Diretas-84. Depois dela, a ditadura negocia apenas as condições e prazos do seu desaparecimento.

A democratização de 1985 é conduzida pelos moderados do PMDB e a dissidência do oficialismo que forma o PFL. Após a derrota da Campanha das Diretas, adota a via de vencer o regime dentro do Colégio Eleitoral que ele próprio criou. Negociada com expoentes do Sistema de 1964, traz o selo da conciliação, típico das elites brasileiras desde 1822. Mas traz também a marca da ebulição politico-social de massas que na mesma época rompe os diques erguidos desde 1964.

O resultado, expresso na Constituição de 1988, é uma democracia mais ousada e socialmente incisiva, se comparada à de 1945, embora sua regulamentação e aplicação permaneçam sempre aquém do texto constitucional.

O impeachment de Collor põe à prova as instituições da Nova República. Estas passam no teste sem quebra da ordem constitucional democrática, graças à intensa mobilização da opinião pública e a despeito do apego do presidente a seu cargo. Porém a emenda constitucional que institui a reeleição (28/01/1997) e várias outras cogitadas pelo bloco de apoio ao governo FHC (volta do voto distrital, fidelidade obrigatória, restrições à liberdade partidária) indicam que o regime político está longe de estabilizar-se.

O sistema de governo, presidencial ou parlamentarista. é submetido a plebiscito em 21/4/1993, por determinação da Carta de 1988. Embora as elites se apresentem às urnas divididas, o eleitorado reafirma o presidencialismo em todos os estados e por expressiva maioria (mais de 2/3). motivado em especial pela defesa da eleição direta para presidente.

O Brasil pós-1930, visto em perspectiva, alterna longos períodos de ditadura e instabilidade e momentos, bem mais curtos e não menos conturbados, de certo revigoramento democrático (30-35, jan-out/45, 56-64). Em sete décadas. apenas um presidente (Juscelino) consegue a proeza de eleger-se pelo voto, cumprir o mandato e empossar um sucessor também eleito, A democratização pós-85 ainda é apenas uma promessa de superação desse ciclo histórico.

As Forças Armadas intervêm pela violência na vida política da República, com frequência e desenvoltura crescentes, até estabelecerem seu monopólio sobre o poder com o regime de 1964.
0 jacobinismo republicano florianista desdobra-se no tenentismo dos anos 20 e deságua na Revolução de 1930, já cindido em 2 vertentes opostas. Uma, nacionalista e com sua ala esquerda, engaja-se na campanha do Petróleo é Nosso, garante a posse de JK em 1955 e Goulart em 1961, forma o dispositivo militar do governo de Jango. Outra, cria estreito vinculo com os EUA após a Campanha da Itália, assume a ideologia da Guerra Fria, empenha-se nos pronunciamentos militares de 1945-61, protagoniza a conspiração anti-Jango e o golpe de 1964. Entre outras coisas, 1964 representa um ajuste de contas entre as 2 tendências, com a derrota estratégica embora não definitiva da 1a.

O regime militar, prolongado, degrada seriamente a imagem das Forças Armadas. Afora o desgaste inerente ao exercício de uma função alheia à sua natureza, o estamento militar arca com os revezes econômico-sociais e, sobretudo, com o ônus da repressão, das torturas e assassinatos (de ambos os lados). Embora a maioria dos oficiais e praças não se envolva diretamente na ação repressiva, toda a corporação acaba afetada pela conduta dos órgãos de segurança e seu comando, que se confundem com ó regime.

A volta aos quartéis inicia longa e muda purgação. Porta-vozes militares opinam durante a Constituinte sobre o papel das Forças Armadas; mais tarde propõem o esquecimento do passado repressivo nos anos de chumbo; mas em geral silenciam, mesmo no delicado episódio do impeachment. Entretanto, o fim da Guerra Fria e a globalização sob a égide dos EUA reabrem o debate sobre Forças Armadas e soberania nacional em países como o Brasil, ao proporem, por exemplo, a internacionalização do combate ao narcotráfico, da preservação ambiental e em especial da Amazônia. Os militares brasileiros enfrentam, ao lado do peso do passado, do corte de verbas e da rebaixa dos soldos, o desafio de formular um pensamento estratégico pós-guerra Fria.

Uma humilhante derrota macula os 1" passos do parlamento brasileiro: a 12/11/1823  Dom Pedro l dissolve pela força a 1a Assembleia Constituinte aberta 6 meses antes; o deputado António Carlos de Andrada, ao deixar o prédio cercado pela tropa, tira o chapéu com ironia para "Sua majestade, o canhão". Cria-se ai um padrão: a submissão do legislador ao canhão.

O parlamento é débil desde o Império, onde o monarca nomeia os senadores e dissolve a Câmara quando lhe convém. Vinda a República, o pres. Deodoro decreta em 3/11/1891 o fechamento do Congresso, não efetivado porque o governo cai em seguida.

A República Velha mantém o legislativo aberto, mas degrada-o com as degolas que manipulam sua composição. Após a Revolução de 1930 o Brasil fica 3 anos sem Congresso [3.2], volta a tê-lo por outros 4 e passa mais 8 sem ele.

A República de 1945 em certa medida fortalece o legislativo. Mas o regime de 1964 submete-o aos piores vexames, do simulacro de eleição de Castelo ao Pacote de Abril, passando pelo Al-5.

Os partidos políticos refletem essa debilidade, a vida democrática precária, intermitente ou inexistente, e certo pragmatismo da elite governante, avesso a engajamentos ideológicos ou programáticos. O sistema partidário brasileiro é frágil e instável inclusive em confronto com outros países latino-americanos.

Os primeiros partidos assim chamados, das vésperas do Grito do Ipiranga ao início das Regências, não são organizações. nem sequer agremiações, mas correntes de pensamento, fluidas e imprecisas. Só no debate do Ato Adicional de 1834 formam-se o Partido Liberal e o Conservador, a 1a geração de partidos propriamente ditos.

A República varre com as agremiações da Monarquia e produz a segunda geração partidária. Sua característica é a fragmentação em legendas estaduais, acompanhando o federalismo centrífugo da época. Predominam os Partidos Republicanos, alguns formados antes de 1889 (o de SP é de 1873), todos (exceto, em parte, o do RS) com precária nitidez programática e estruturas fluidas, descentralizadas, assemelhadas a confederações de coronéis.

O Partido Comunista foge a esta e outras regras.
Fundado em 1922. como seção da Terceira Internacional, com bases no movimento operário, tem caráter nacional e perfil programático e ideológico incisivo (revolucionário, marxista). Mesmo proibido, clandestino, perseguido (35-42, 64-79). mesmo assim atravessa as sucessivas gerações partidárias da República.

Os revolucionários de 30 não conseguem estruturar um partido próprio, permanecendo no estágio mais rudimentar dos clubes (Legião Revolucionária, Clube 3 de Outubro). As siglas criadas em 1931-37 chegam a centenas, mais uma vez com abrangência estadual (a Ação Integralista é a exceção mais notável). O golpe do Estado Novo dissolve a todas, sem maior resistência, e assume o discurso de que os partidos são uma ameaça à unidade nacional.

A democratização de 1945 introduz novidades. Os partidos da 4a geração têm, na maioria, caráter nacional, um mínimo de consistência programática e identidade própria. No entanto, as tensões políticas que se agravam levam ao seu esgarçamento, acelerado nos anos 1960. As principais legendas se dividem em questões decisivas, cristalizando alas que atuam e votam à revelia das deliberações partidárias. A vida política e polarizada por coligações e frentes informais, que não coincidem com as siglas existentes, que João Mangabeira considera "mais partidas e partilhas do que propriamente partidos". Uma reestruturação de vulto parece iminente quando sobrevêm o golpe de 64, preparado e desfechado à margem dos partidos; no ano seguinte, o Al-2 encerra a experiência pluripartidária.

O bipartidarismo imposto pelo Al-2 (27/10/1965) realiza um antigo sonho conservador ao unificar na Arena o PSD e a UDN, sob a batuta do regime militar e com a tarefa de dar-lhe sustentação politico-parlamentar e eleitoral.

No PMDB ficam os que se opuseram ao golpe, depurados pelas cassações. Seus defensores invocam o modelo dos EUA, e/ou a instabilidade derivada de um número excessivo (13) de siglas. Mas a experiência bipartidária acaba voltando-se contra seus autores, tendendo progressivamente a transformar cada eleição em um julgamento plebiscitário do regime de 1964. A Arena, criada para ser governo, reflui, enquanto avança o MDB, a começar pelos grandes centros urbanos. Antes de confrontar-se com uma derrota eleitoral decisiva que parece inelutável, o regime muda novamente as regras do jogo: encerra a 5a geração partidária, impõe a extinção compulsória da Arena e do MDB e a volta do pluripartidarismo.

O quadro partidário atual forma-se a partir da reforma de 22/11/1979, em um quadro de ascensão dos movimentos político-sociais de massas, fim do Al-5, anistia e retorno de certas franquias democráticas; o regime militar resiste, mas já em seu crepúsculo. Nesta 6a geração o corte não é tão abrupto: o PMDB é em essência continuação do MDB; o PDS-PPR-PPB dá sequência à Arena: o PDT recupera em parte a herança, o perfil e os quadros do PTB pré-65.

O novo leque partidário sobrevive à democratização de 1985, mas sofre deslocamentos de vulto: o PMDB, após as dissidências originadas pela reforma de 1979. sofre em 1988 outro cisma, que dá origem ao PSDB; o PSD divide-se na crise de 1984, quando surge o PFL; em 1985 o n° de siglas sobe bruscamente, para mais de 40, mas em geral sem maior expressão: os comunistas alcançam afinal uma legalidade relativamente estável; em 1997 o PT, PDT e PCdoB formalizam na Câmara um bloco oposicionista.

As gerações partidárias brasileiras, em resumo, são; a fase preliminar dos partidos inorgânicos, somando 14 anos (1820-1834); a 1a geração, do Império, com 55 anos (1834-1889); a 2a, da República Velha, 41 anos (1889-1930); a 3a, pós-30, 7 anos (30-37); superado o interregno estadonovista, vem a 4a geração, com 20 anos (45-65); a 5a. pós-AI-2, dura 14 anos (65-79); e há a 6a, a partir da reforma de 79, ainda em curso.
O Congresso dos anos 90 funciona sem interrupções desde 15/4/1977, um recorde não atingido desde 1930. Forma o núcleo do Colégio Eleitoral que encerra em 15/01/1985 o ciclo de 64.
Atendendo a forte pressão da opinião pública, decide o impeachment de Collor (29/9-30/12/92). Entretanto, vive problemas estruturais e de imagem que permitem falar em uma crise do Legislativo.

A distorção nas bancadas estaduais na Câmara, acentuada pela ditadura e mantida pela Constituinte, dá ao eleitor do Estado de Roraima peso 18 vezes superior ao do de São Paulo. Os estados menores são super-representados em detrimento dos maiores, também os mais urbanizados, com sociedade civil mais organizada e reivindicativa: São Paulo conta 70 deputados federais (o teto permitido) quando a proporcionalidade indicaria uma bancada de 110.

A relação com o Executivo, vencida a coação ditatorial. não evolui para a independência e harmonia, O Executivo, na falta dos Decretos-Leis aprovados por decurso de prazo sob a ditadura, substitui-os pelas famigeradas medidas provisórias, editadas e reeditadas com crescente semcerimônia pelos presidentes da Nova República. Estes garantem maiorias parlamentares governistas em um balcão de negócios que vai do tisiologismo aético ao suborno ilegal; a gestão Sarney vale-se da outorga de 1.091 concessões de rádio e TV; em 16/04/1997 vem à luz a denúncia, abafada mas não desmentida, da compra de votos de deputados do AC para votarem a emenda constitucional que permite a reeleição de FHC.

A imagem do parlamento e dos parlamentares (malgrado as exceções) se degrada, associada à inoperância, oportunismo e corrupção, mas o descrédito, paradoxalmente, apenas reforça o status-quo.

A classe política, no geral, caminha para o mais completo descrédito perante a opinião pública.

No executivo, a Presidenta Dilma "reina mas não governa", num regime que não é mais presidencialista e não chega a ser parlamentarista, onde quem manda na Economia é a oposição e quem dá as diretrizes político-administrativa é o PMDB e não o PT que é o partido vencedor das últimas eleições.

Tanto a Câmara Federal (dominada por "300 achagadores" conforme denunciou o ministro CID GOMES) assim como o Senado da República (reduto de "coronéis") são chefiados por políticos sob graves e reincidentes suspeitas de envolvimento com os roubos comprovados, tanto durante o mensalão como no petrolão

O poder judiciário, por consequência das indicações políticas de seus membros no STF é considerado – de igual forma – como um antro de corruptos e corruptores.

O BRASIL, em pleno século 21, é o retrato de um país mal administrado, sob todos os sentidos, onde os três poderes da República não se respeitam em suas atribuições, onde o crime se transformou em algo banal, a corrupção generalizada como prática comum e a hipocrisia dos homens públicos leva o povo a se manifestar pelas ruas, de forma desorganizada e sem a identificação de uma verdadeira liderança, colocando o país à beira do caos e às vésperas de uma CONVULSÃO SOCIAL sem paradigmas em toda a história desta pobre nação.


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