TRABALHO, PRODUÇÃO E RENDA
"Quem tem porco no chiqueiro, aves no  galinheiro e um paiol no terreiro, terá riquezas o ano inteiro"
O velho ditado acima, que eu ouvia  o tempo todo quando era menino lá em Minas Novas, em nada contraria o principal  postulado da economia moderna, qual seja o de que "sem produção é impossível a  administração". 
E isto é bem  verdade, de vez que, num simples relance de vistas, veremos que sem o resultado  de um trabalho – que é a produção – o que restaria a ser administrado?
Sempre esteve certo o meu pai, Zé de Durval, que foi um pequeno comerciante, mas sempre se dedicou às lides rurais, às coisas e à vida dos roceiros.
Ao que me parece, porém, é que nos  dias atuais esse princípio da economia não tem sido levado em conta. Ninguém  mais quer saber de trabalhar nas roças. Todo mundo que se vê andando pelas ruas  está é procurando "emprego" e, de preferência, um emprego em que não se exija serviço  de muita dedicação, esforço e trabalho. Enquanto isto, o que mais se observa é  que a maior parte das terras foi abandonada pelos lavradores que se  transformaram em migrantes e "boias-frias", ou venderam suas pequenas glebas, ou  deixaram que suas propriedades fossem invadidas pelo reflorestamento do  eucalipto.  
Mesmo os moradores da cidade,  muitos que têm a possibilidade de cultivar um quintal, uma horta ou um sítio,  não estão nem aí para o trabalho da agricultura, pois consideram como indignas  as tarefas da roça, não atinando pelo fato de que é através da indústria  extrativista, da criação de animais, do manejo das terras, do cultivo de  alimentos é que se pode chegar às demais riquezas. É preciso, urgentemente, que  se conscientizem a todos da necessidade de se voltarem às atividades  produtivas, seja através de iniciativas simples ou com a participação em  programas como o PRONAF e outros, que certamente representam e única  possibilidade viável de resolver muitas questões que vão, desde a badalada " reforma agrária", como o combate à fome e à  miséria e todas as mazelas sociais que são utilizadas como "motes"  politiqueiros. A verdade é a de que, grandes contingentes humanos, enganados  pelo aceno demagógico de políticas irresponsáveis e imprevisíveis, continuam  preferindo se mudar para os centros urbanos e aí trabalhar como garis, como  ajudantes de serviços gerais, como mascates, diaristas ou tarefeiros, mas não  se dão conta ao fato de que estariam melhor servidos se se dedicassem à  produção de alimentos, para seu próprio consumo e o sustento de sua família,  assim como o rendimento que poderia obter com a venda do que lhe sobrasse das  safras. Até bem pouco tempo, justificavam-se muitas das desculpas a que se  recorriam os lavradores, alegando, principalmente, a falta de serviços básicos no  campo, como saneamento, iluminação, energia, escolas, postos de saúde, e telefonia,  as quais, de fato, eram impossíveis de ser encontrados na zona rural.  Atualmente, porém, em qualquer município todos esses benefícios mínimos para o conforto  humano já viraram realidade e estão amplamente disponibilizados a toda a  população. Acrescente-se a eles a facilidade de se locomover através das linhas  de ônibus e das motocicletas que invadiram o campo, substituindo a tração  animal. Pelo menos aqui em Minas Gerais, são pouquíssimos os casos de haver  alguma residência que não esteja servida pela eletrificação rural e este  benefício possibilita, ainda, o uso de equipamentos básicos como uma simples bomba  elétrica para a captação d'água, motores de oficinas e de máquinas agrícolas e  toda uma gama de bens necessários ao conforto das pessoas. Morar nas casas  existentes na zona rural, nos dias atuais, tem sido boa opção para muitas  pessoas que estão preferindo morar na roça, indo à cidade apenas para trabalhar  ou para realizar compras ou atender a outros compromissos. 
Esta é uma realidade  que já está bem consolidada, ao ponto de estarem surgindo comunidades rurais,  próximas aos núcleos urbanos, onde mora todo tipo de trabalhador, não somente  de lavradores, mas profissionais liberais, comerciantes, operários,  funcionários públicos, professores, etc. Este fato, porém, que apresenta  aspectos positivos, por outro lado tende a gerar situações que precisam ser  avaliadas, de imediato, para que não se convertam em graves problemas de médio  prazo, como, por exemplo, a questão fundiária (delimitação e acessos), o  saneamento básico (coleta de lixo, destinação do esgoto sanitário e captação d'água  no lençol freático), que são objetos de legislações específicas completamente  ignoradas pelos atuais usuários. Isto sem se falar na questão de segurança  pública, em que fica cada vez mais complicada a ação policial e de outros  agentes, cujo contingente tem sua competência restrita e delimitada a uma determinada  área geográfica.
Contudo, para que se inicie uma  ampla reflexão acerca desses aspectos, envolvendo as opções de moradia e de  acesso ao trabalho, melhor seria a organização de cooperativas envolvendo o  trabalho de pessoas dedicadas a variadas atividades, com a necessária  participação dos entes públicos, a princípio os maiores interessados pela  solução desses problemas de ordem comunitária.
O Brasil sempre foi um país eminentemente  agrícola e esta é sua vocação que deverá continuar por muitas décadas. Nossa  economia gira fortemente em torno da produção agrícola. Somos o segundo maior  produtor de grãos, em toda a economia mundial. Sem qualquer necessidade de  abrir novas fronteiras agrícolas, precisamos multiplicar nossas safras, as  quais podem ser melhoradas tanto no sentido da qualidade como na quantidade. 
É  simplesmente inconcebível a existência da fome no Brasil, quando se tem na  consciência a imensidão de nossas fronteiras, a abundância de nossas águas, a  qualidade de nosso clima, a nossa diversidade natural, a nossa grandeza  territorial e as potencialidades econômicas que são incomensuráveis. 
Diante dessas constatações, fico a  imaginar como que é possível, hoje em nosso país, os governantes não acharem  solução para a crise, falando em reforma fiscal, em reforma política, em  reforme tributária, em aumento de impostos e em cortes em setores essenciais da  vida humana, como nas áreas de saúde e de educação, sem fazer qualquer  referência à questão do trabalho, da produção e da renda, como se estes três  fatores nem mesmo existissem como possibilidades na composição de qualquer  planejamento administrativo.
É simplesmente LAMENTÁVEL que um  governo que se diz voltado para as questões sociais e orientado por uma  ideologia sindicalista e trabalhista, não se dê conta de que será sempre  através do TRABALHO, com honestidade e dedicação, que se poderá conseguir a  libertação do Povo, eliminando a fome, a miséria, o desemprego, a ignorância, a  criminalidade, a bandidagem e todas estas mazelas que o próprio poder público  está a gerar e a incentivar de forma irresponsável e criminosa, os quais,  visivelmente, na atualidade estão se multiplicado assustadoramente e levando o  povo brasileiro ao caos e ao desespero das famílias de bem.
O governo precisa parar para  pensar: Elimine urgentemente o gigantismo do Estado Brasileiro.  Prenda e condene seus corruptos. Obrigue seus filiados a estudar e a obedecer a  CARTILHA DO TRABALHO E DA HONESTIDADE  e acima de tudo e de qualquer outra coisa, que respeitem DEUS, o BRASIL e as  FAMÍLIAS.
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