domingo, 24 de maio de 2015

TRABALHO - PRODUÇÃO E RENDA: AS SAÍDAS PARA O BRASIL ATUAL

TRABALHO, PRODUÇÃO E RENDA

"Quem tem porco no chiqueiro, aves no galinheiro e um paiol no terreiro, terá riquezas o ano inteiro"

O velho ditado acima, que eu ouvia o tempo todo quando era menino lá em Minas Novas, em nada contraria o principal postulado da economia moderna, qual seja o de que "sem produção é impossível a administração".

E isto é bem verdade, de vez que, num simples relance de vistas, veremos que sem o resultado de um trabalho – que é a produção – o que restaria a ser administrado?

Sempre esteve certo o meu pai, Zé de Durval, que foi um pequeno comerciante, mas sempre se dedicou às lides rurais, às coisas e à vida dos roceiros.

Ao que me parece, porém, é que nos dias atuais esse princípio da economia não tem sido levado em conta. Ninguém mais quer saber de trabalhar nas roças. Todo mundo que se vê andando pelas ruas está é procurando "emprego" e, de preferência, um emprego em que não se exija serviço de muita dedicação, esforço e trabalho. Enquanto isto, o que mais se observa é que a maior parte das terras foi abandonada pelos lavradores que se transformaram em migrantes e "boias-frias", ou venderam suas pequenas glebas, ou deixaram que suas propriedades fossem invadidas pelo reflorestamento do eucalipto. 

Mesmo os moradores da cidade, muitos que têm a possibilidade de cultivar um quintal, uma horta ou um sítio, não estão nem aí para o trabalho da agricultura, pois consideram como indignas as tarefas da roça, não atinando pelo fato de que é através da indústria extrativista, da criação de animais, do manejo das terras, do cultivo de alimentos é que se pode chegar às demais riquezas. É preciso, urgentemente, que se conscientizem a todos da necessidade de se voltarem às atividades produtivas, seja através de iniciativas simples ou com a participação em programas como o PRONAF e outros, que certamente representam e única possibilidade viável de resolver muitas questões que vão, desde a badalada " reforma agrária", como o combate à fome e à miséria e todas as mazelas sociais que são utilizadas como "motes" politiqueiros. A verdade é a de que, grandes contingentes humanos, enganados pelo aceno demagógico de políticas irresponsáveis e imprevisíveis, continuam preferindo se mudar para os centros urbanos e aí trabalhar como garis, como ajudantes de serviços gerais, como mascates, diaristas ou tarefeiros, mas não se dão conta ao fato de que estariam melhor servidos se se dedicassem à produção de alimentos, para seu próprio consumo e o sustento de sua família, assim como o rendimento que poderia obter com a venda do que lhe sobrasse das safras. Até bem pouco tempo, justificavam-se muitas das desculpas a que se recorriam os lavradores, alegando, principalmente, a falta de serviços básicos no campo, como saneamento, iluminação, energia, escolas, postos de saúde, e telefonia, as quais, de fato, eram impossíveis de ser encontrados na zona rural. Atualmente, porém, em qualquer município todos esses benefícios mínimos para o conforto humano já viraram realidade e estão amplamente disponibilizados a toda a população. Acrescente-se a eles a facilidade de se locomover através das linhas de ônibus e das motocicletas que invadiram o campo, substituindo a tração animal. Pelo menos aqui em Minas Gerais, são pouquíssimos os casos de haver alguma residência que não esteja servida pela eletrificação rural e este benefício possibilita, ainda, o uso de equipamentos básicos como uma simples bomba elétrica para a captação d'água, motores de oficinas e de máquinas agrícolas e toda uma gama de bens necessários ao conforto das pessoas. Morar nas casas existentes na zona rural, nos dias atuais, tem sido boa opção para muitas pessoas que estão preferindo morar na roça, indo à cidade apenas para trabalhar ou para realizar compras ou atender a outros compromissos.

Esta é uma realidade que já está bem consolidada, ao ponto de estarem surgindo comunidades rurais, próximas aos núcleos urbanos, onde mora todo tipo de trabalhador, não somente de lavradores, mas profissionais liberais, comerciantes, operários, funcionários públicos, professores, etc. Este fato, porém, que apresenta aspectos positivos, por outro lado tende a gerar situações que precisam ser avaliadas, de imediato, para que não se convertam em graves problemas de médio prazo, como, por exemplo, a questão fundiária (delimitação e acessos), o saneamento básico (coleta de lixo, destinação do esgoto sanitário e captação d'água no lençol freático), que são objetos de legislações específicas completamente ignoradas pelos atuais usuários. Isto sem se falar na questão de segurança pública, em que fica cada vez mais complicada a ação policial e de outros agentes, cujo contingente tem sua competência restrita e delimitada a uma determinada área geográfica.

Contudo, para que se inicie uma ampla reflexão acerca desses aspectos, envolvendo as opções de moradia e de acesso ao trabalho, melhor seria a organização de cooperativas envolvendo o trabalho de pessoas dedicadas a variadas atividades, com a necessária participação dos entes públicos, a princípio os maiores interessados pela solução desses problemas de ordem comunitária.

O Brasil sempre foi um país eminentemente agrícola e esta é sua vocação que deverá continuar por muitas décadas. Nossa economia gira fortemente em torno da produção agrícola. Somos o segundo maior produtor de grãos, em toda a economia mundial. Sem qualquer necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas, precisamos multiplicar nossas safras, as quais podem ser melhoradas tanto no sentido da qualidade como na quantidade.

É simplesmente inconcebível a existência da fome no Brasil, quando se tem na consciência a imensidão de nossas fronteiras, a abundância de nossas águas, a qualidade de nosso clima, a nossa diversidade natural, a nossa grandeza territorial e as potencialidades econômicas que são incomensuráveis.

Diante dessas constatações, fico a imaginar como que é possível, hoje em nosso país, os governantes não acharem solução para a crise, falando em reforma fiscal, em reforma política, em reforme tributária, em aumento de impostos e em cortes em setores essenciais da vida humana, como nas áreas de saúde e de educação, sem fazer qualquer referência à questão do trabalho, da produção e da renda, como se estes três fatores nem mesmo existissem como possibilidades na composição de qualquer planejamento administrativo.

É simplesmente LAMENTÁVEL que um governo que se diz voltado para as questões sociais e orientado por uma ideologia sindicalista e trabalhista, não se dê conta de que será sempre através do TRABALHO, com honestidade e dedicação, que se poderá conseguir a libertação do Povo, eliminando a fome, a miséria, o desemprego, a ignorância, a criminalidade, a bandidagem e todas estas mazelas que o próprio poder público está a gerar e a incentivar de forma irresponsável e criminosa, os quais, visivelmente, na atualidade estão se multiplicado assustadoramente e levando o povo brasileiro ao caos e ao desespero das famílias de bem.

O governo precisa parar para pensar: Elimine urgentemente o gigantismo do Estado Brasileiro. Prenda e condene seus corruptos. Obrigue seus filiados a estudar e a obedecer a CARTILHA DO TRABALHO E DA HONESTIDADE e acima de tudo e de qualquer outra coisa, que respeitem DEUS, o BRASIL e as FAMÍLIAS.


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