quinta-feira, 17 de abril de 2008

DÊ-ME CÁ O MEU BONÉ!

GALO DE FORA NÃO ARRASTA ESPORA ...

MUITO AJUDA QUEM NÃO ATRAPALHA ...

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER NÃO SE ENFIA A COLHER ...

EM CASA QUE FALTA PÃO, TODOS GRITAM E NINGUÉM TEM RAZÃO ...

Sempre prestei muita atenção aos ditos populares pois eles, de fato, nos trazem mensagens inteligentes e nos fazem refletir sobre situações, diante das quais precisamos analisar a conveniência, ou não, de darmos alguma contribuição, algum palpite ou alguma ajuda, mesmo quando acreditamos que poderemos ser úteis.

Nunca gostei de comparecer onde não fui convidado e creio que um dos maiores defeitos de uma pessoa é a indiscrição, a deselegância, o intrometimento que aí dizem ser o "enxerimento".

Cada um sabe onde lhe aperta a botina, ou lhe dói o calo!

Esqueci-me, porém, de que já não sou um minas-novense.

Nasci e me criei na cidade de Minas Novas e de lá fiquei ausente, quando vim para Belo Horizonte para estudar, de vez que não havia ali mais que o curso ginasial. Aos dezoito anos prestei concurso público e, tendo sido aprovado com distinção, fui trabalhar em Itambacuri, cidade arejada e hospitaleira onde fui muito bem acolhido, onde trabalhei durante oito anos e tendo ali constituído a minha família. Voltei para Minas Novas onde me ingressei no Banco do Brasil, também através de concurso público e, em minha então querida terra, como bancário, permaneci durante 20 anos, período em que nasceram minhas duas filhas. Nestes 20 anos procurei ajudar, no que me foi possível, para o desenvolvimento da comunidade, participando dos movimentos culturais, lutando pela preservação da cultura popular, do artesanato e do folclore, apoiando ações em benefício do ensino pùblico e do lazer para a população.

Fui um dos fundadores da AABB – Associação Atlética do Banco do Brasil e participei de suas diversas diretorias e durante o meu mandato de Presidente, tivemos a felicidade de construir o conjunto de piscinas, salão de jogos, campo de futebol e dotar o nosso Clube de toda a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento de suas atividades, articulando-me com as lideranças locais no sentido de possibilitar a abertura das dependências, mantidas apenas pelos sócios-funcionários, a toda a comunidade – como ainda está atualmente -- de vez que aquela organização era reservada aos funcionários do banco e seus dependentes, o que julgava não ser justo, pois não havia em nossa cidade nenhuma outra opção de lazer para as famílias.

Quando foi chegada a hora de minhas filhas necessitarem de continuar seus estudos, a nível superior, quando na cidade não havia oferta desse grau de ensino, adquiri um pequeno apartamento em Belo Horizonte e solicitei ao Banco a minha transferência para poder continuar dando assistência a elas, passando a trabalhar – durante 5 anos – na Agência Praça da Liberdade, onde tive a felicidade de ampliar meu quadro de amigos, tanto entre os funcionários como nos diversos segmentos daquela seleta clientela de uma região privilegiada de nossa capital..

Minhas duas filhas já completaram seus respectivos cursos superiores, já se formaram, estando ambas bem encaminhadas em suas profissões, todas independentes economicamente, e a minha ocupação tem sido freqüentar bibliotecas, livrarias, teatros, cinemas, excursões a cidades históricas, atividades com as quais sempre sonhei e poucas oportunidades tive de realizar enquanto vivi em Minas Novas. Mesmo assim, no conforto e na ociosidade sempre alimentei o desejo de retornar à minha terra, onde pensava em novamente fixar residência, conservando nela o meu domicílio eleitoral e agora, já aposentado, com muita alegria e muito entusiasmo me preparava para tornar real essa possibilidade.

Ocorre-me, agora, diante de tanta coisa ruim que está acontecendo no município, que não seria justo expor minha família a esse infeliz ambiente, onde o que se vê é um festival de corrupção, de acomodação e de aceitação, por parte da grande maioria da população, em conviver com a falta de moral, com o desregramento dos costumes e com o rebaixamento dos princípios que devem nortear uma comunidade séria e que aspire progresso, desenvolvimento e paz social para todas as famílias.

Recolho-me à minha insignificância, permanecendo-me bem pequenininho no gigantismo desta cidade grande, onde vou continuar, ao lado de minha esposa que também aprecia as boas coisas da vida, viajando por lugares agradáveis, escrevendo minhas crônicas, meus contos, meus causos – a partir de agora em um BLOG reservado -- o qual, futuramente, talvez eu o transforme em um livro para ficar registrado, com todas as letras, um desejo ardente (amargamente frustrado!) que tive de participar do resgate cultural e político de uma comunidade que tanto amei e respeitei, mas que, infelizmente já não reconheço mais como o meu lugar ideal para viver.

De longe continuarei a rezar fervorosamente à NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO para que dê forças e juízo ao povo de minha ex-terra e que se interceda a seu filho, JESUS CRISTO, no sentido de que a nova geração de minas-novenses encontre o rumo da sabedoria, da honestidade, do trabalho e dos bons exemplos de que hoje tanto necessitam.


--
geraldo mota
http://geraldomotacoelho.blogspot.com/

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