A CULPA É DO CLARINDO!!!
Continuei ouvindo, para tentar entender aquele alarido, quando percebi ser um velho conterrâneo, de quem há muito não tinha qualquer informação e que logo se identificou sendo o inolvidável BULCÃO DE OLIVEIRA , que durante muito tempo trabalhou nos Correios de Pequilândia.
Segundo ele, teria ficado sabendo hoje das últimas notícias de sua cidade, tudo através do seu amigo Dr. DOlMÍCIO BELTRÃO, o que muito o deixou chocado mas, como todo bom cristão, aconselhado que foi pelo caridoso médico, resolveu ir até à Delegacia para ver como estavam as condições do Prefeito, seu afilhado, que ali se encontra recolhido pela suspeita de envolvimento com desvio de verbas do Fundo de Participação dos Municípios e apropriação indébita de valores que deveriam ser recolhidos aos cofres do INSS.
Essas boas pessoas da terceira idade avançada não admitem que o mundo tenha chegado ao ponto em que chegou, quando tudo está fora do lugar, mormente agora em que a Polícia Federal enveredou-se em desvio de suas funções, cuidando de literatura brasileira e divulgando poemas modernistas, quando deveria estar é prendendo e arrebentando comunistas que comem criancinhas, não devendo estar a perseguir inocentes prefeitos que apenas cumprem o doloroso dever de se locupletarem com algumas verbas que não serviriam para nada.
Estes vetustos cidadãos não se conformam com o fato de o tal prefeito, por ser um pato, não ter aprendido bem as lições que seu guru lhe tenha ensinado, como a recomendação de não ir com muita sede ao pote do finado Manoel Bandeira, pois Pasárgada é, de fato, um poético lugar, mas onde afilhado chora e padrinho ouve mas nada pode fazer.
A seu modo, tentou tranquilizar ao afilhado e contribuir para o esclarecimento do impasse, mas o Delegado ficou apenas escutando seus argumentos de rábula querendo dar aula de direito penal, repetindo o jargão de que não havendo roubo -- a materialidade do alegado ilícito – consequentemente não haverá crime e, assim sendo, não há de se falar em ladrão ou criminoso, no que o competente policial, muito paciente, lhe explicou que, estando o caso em diligente apuração e resultando a certeza de não ser o seu afilhado o responsável pelo festival de rimas malfeitas, deverá ele, afinal, informar o nome de quem esteja querendo dar cobertura ou proteção, pois a métrica do soneto não confere com o figurino processual.
Nessas alturas, ainda insistindo que em seu partido – o indefectível PCh (*) – nunca houvera qualquer prefeito acusado de ser ladrão, houve por bem informar que – certamente – desta feita, apurando-se alguma falcatrua, deverá a possível culpa recair, como sempre, no velho Clarindo, um corrupto incorrigível que vem agindo, desde os tempos de Sinhá Candicha, aplicando os seus golpes e rapinagens na Vila do Fanado, aquela miserável região que não logrou desenvolver-se tão-somente em razão das milhares de rapinagem praticadas por um velhaco biltre, autor de tudo de errado que lá na antiga cidade de Minas Novas acontece.
(*) Partido dos Chibanos (PCh)
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