ISAIAS DO ROSÁRIO E NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

ISAIAS JOSÉ DO ROSÁRIO E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO

(Lalau Mota)

Em Minas Novas, Chapada do Norte e Berilo, se algum bem imóvel histórico tombado pelo IPHAN existe podemos afirmar, com toda certeza, que é graças aos esforços deste grande e saudoso cidadão minas-novense, antigo funcionário dessa autarquia, guardiã da memória nacional. E, particularmente, em Minas Novas, não somente os prédios (Igreja de São José e o Sobradão), mas todo um acervo de bens móveis (alfaias, imagens sacras, paramentos, documentos antigos, etc.) além de bens imateriais, de valor afetivo inestimável, como o ritual de encenações sacras, cortejos e procissões, que nosso folclore e nossas tradições  creditam a ISAIAS DO ROSÁRIO pelo trabalho, junto de outros companheiros de opa na Irmandade do Santíssimo Sacramento, que foi arduamente desenvolvido no sentido de sua preservação.

Além desses méritos que são incontestáveis, também devemos a esse exemplar pai de família o fato de ter brindado nossa terra com uma única filha, que é exemplo de mulher digna, ótima mãe e esposa, educadora de estirpe, a professora VERA LÚCIA DAS GRAÇAS, esposa de nosso amigo ARTURZINHO MACHADO.

Não fora tudo isto, a ele devemos também a indiscutível  contribuição ao ESPORTE, através dos cinco filhos DAILSON, EUSTÁQUIO, HELI, GERALDO E JURANDI, todos eles atletas da melhor qualidade, que pelo número significativo poderia ser um time completo de futebol de salão, mas que se destacaram, todos eles, como titulares absolutos em  nossos melhores esquadrões e sempre foram convocados, cada um em sua posição, para defenderem  com orgulho, denodo e raça as cores de nosso afamado Scratch local.

O “seu” ISAIAS foi sempre um homem alegre, convivente e muito bem relacionado em todas as camadas sociais e grande incentivador da vida comunitária, das serestas (como cantor e flautista) e qualquer presença marcante nas festas populares ou religiosas, as quais não teriam qualquer brilhantismo sem a sua efetiva participação, membro que era de todas as congregações como a citada Irmandade do Santíssimo Sacramento, da Irmandade do Rosário, da Liga Católica e, principalmente, da Conferência de São Vicente.

Na organização da SEMANA SANTA ele sempre foi um baluarte e deixou na memória de todos os belíssimos quadros que, com sua supervisão de conhecedor do assunto e como exímio carpinteiro, o que lhe credenciava a competente montagem dos cenários sacros, com admirável perfeição, para a encenação das passagens bíblicas passando pelas Vias Sacras, o Santo Calvário até à Ressurreição de Jesus Cristo.

Talvez seja em razão dessas qualidades  que,  sempre ao rememorarmos a trajetória de nossas tradições culturais, a lembrança daquele saudoso conterrâneo surge como encanto. E assim, é com muita saudade e também como justo preito de reconhecimento por tantas contribuições, que atualmente seu merecido lugar seja exatamente no meio dos SANTOS, dos APÓSTOLOS, dos PROFETAS e dos verdadeiros ANJOS CELESTIAIS, tal qual na fotografia que pincei de meu arquivo, apesar do fato de que, nesta, os anjos que ali aparecem são apenas personagens simbólicos que abrilhantavam os cortejos e procissões organizadas pela sua saudosa esposa DONA MARIA ALAÍDE FERNANDES, caracterizados por lindas garotinhas de uma época cheia de fé, alegrias e das mais ternas lembranças.