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EXEMPLO DE ARTE, SABEDORIA E PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE
(Lalau Mota)
Minha saudosa mãe ELISA MOTA COELHO, que cursou apenas o antigo primário das "Escolas Reunidas da Mestra Flora", adotava
atitudes simples mas, que bem analisadas, constituem-se em verdadeiras e
maravilhosas lições de vida saudável. Era ela, sem jamais ser sovina, uma
mestra da economia e não admitia desperdícios de tempo e de dinheiro. E outra
não poderia ser a sua maneira de gerir um batalhão de 12 filhos, mais os seus
agregados que eram muitos. Além da casa sempre muito cheia, depois de ter ficado viúva, viu-se
obrigada a assumir o comércio da tradicional LOJA DE ZÉ DURVAL, assim como
todos os serviços do cartório em que o marido foi o titular e ela a era a substituta, o que lhe exigia grande dedicação e empenho.
Contudo nunca abriu mão de ser ótima cozinheira, costureira e, principalmente
bordadeira, ARTES em que sabia mostrar toda sua imensa criatividade e bom
gosto. Um fato que muito me marcou, como um dos mais significativos, foi o de estando
ela já quase nonagenária, mas conservando incrível lucidez, teve sua saúde física agravada por problemas
renais que a levou a permanecer constantemente em sua cadeira especial, sempre
monitorada por equipamento moderno e computadorizado que lhe permitia um
tratamento intensivo e mais eficiente, tanto quanto o que seria numa boa clínica
especializada, cuja máquina ficava sob a competente e indispensável supervisão técnica de
nosso irmão FELIPE MOTA, que, para isto, se colocou inteiramente disponível
após ter passado por muitos treinamentos no Instituto Mineiro de Nefrologia, nessa finalidade. Em
referência a este equipamento, que ela própria também aprendeu manejar, ela o
considerava como uma "verdadeira pessoa", a quem ela acariciava e
agradecia pelos recursos que a beneficiavam. Quando dele, por qualquer motivo,
tinha que se afastar, para comparecer à clínica ou à igreja, dele se despedia bem alegre, mas lhe recomendava que se cuidasse, como se fosse uma pessoa de carne e osso. O mais
interessante é que durante todo o seu prolongado tratamento, ninguém jamais a
viu balbuciar qualquer queixa ou reclamação, conservando sempre o seu espírito
altivo e bem humorado, tendo tudo à sua volta sob o seu mais completo
controle. Contudo, não abria mão de suas leituras, fazia suas rezas, assistia seus programas favoritos na TV, mas
o seu melhor entretenimento era bordar e produzir lindíssimos trabalhos de
tricô, crochê, "fuxico", bordados "richiliê" e em "ponto de cruz", "aplicações" de
rendas, de tiras-bordadas, de fitas de sedas colorias e outros mimos que ela,
como ninguém, sabia emprestar beleza com o toque de suas abençoadas e benfazejas
mãos. E tinha a maior paciência para ensinar a quem quisesse aprender. Nesse sentido, pouco tempo antes de seu falecimento, superando todos os
obstáculos, fez absoluta questão de contribuir na organização do "enxoval
de noivado" de minha segunda filha, a sua neta CATARINA, da mesma forma
que o fez em relação ao enxoval de minha primeira filha, sua neta ESTEFÂNIA,
que foi a primeira a se casar, ambas aqui em Bel Horizonte. E foi dessa forma
que deixou, a ambas, um conjunto invejável de lindíssimos trabalhos manuais,
todos admiráveis, mas nenhum deles tão significativo como um "jogo de
toalhas" que ela confeccionou a partir de 150 guardanapos usados, de
linho, que ela mesmo recolheu no salão de festas em que o buffet escolhido
realizou a concorrida recepção, após a cerimônia religiosa que aconteceu na
Matriz de Santa Luzia da Cidade Nova. Esses guardanapos, todos depois de usados na festa,
naturalmente que seriam descartados no lixo, sendo que ela mesmo os recolheu e
mandou que os higienizasse, com todo o cuidado e, depois desse trabalho ela
os selecionou e passou a aplicar em cada um os "bicos" em crochê, seguido do
ajuntamento de todas as peças que formaram aquele maravilhoso “mosaico”, que
ficou uma das peças mais valiosas de todo o baú da noiva. Esse presente, como
não poderia deixar de ser, suscitou grande ciumeira nas demais netas, pelo que ela, muito ciosa do carinho por todas,
decidiu agir de igual maneira e, passou então a fazer trabalhos que igualmente
enriqueceriam o enxoval da mais exigente noiva, estilista ou decoradora de fino
gosto.
Este é um guardanapo, com bicos de crochet, que minha mãe fez como "modelo", nele bordando, com sua inconfundível "caligrafia", o nome de minha esposa Nilda, com a data do casamento de minha filha Catarina (10.09.2011).
Este é um guardanapo, com bicos de crochet, que minha mãe fez como "modelo", nele bordando, com sua inconfundível "caligrafia", o nome de minha esposa Nilda, com a data do casamento de minha filha Catarina (10.09.2011).
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Comentários no FACEBOOK:
Vanda América Sousa Cruz Eu conheço a colcha de
fuxicão que ela fez para Ju e que foi usada em uma procissão do Santíssimo
Sacramento, em Timóteo. Belíssima! A nossa amiga Elisa tinha mesmo mãos de fada.
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